domingo, 12 de março de 2017

Sobis cita viagem longa a Alagoas ao definir vitória no clássico: "Superação"

Autor do gol da vitória sobre o América-MG, atacante valoriza triunfo no Horto após semana que teve ida ao interior alagoano e jogo em "pior campo que já jogou na vida"

Por Belo Horizonte


Foi 1 a 0, com gol de pênalti. Mas o Cruzeiro venceu o América-MG, no clássico, neste domingo, no Independência (veja os lances no vídeo acima), e assumiu a liderança provisória do Campeonato Mineiro, com 19 pontos (um a mais do que o Atlético-MG, que joga nesta segunda-feira, contra o Tupi, também no Horto). Rafael Sobis foi o nome da partida, já que sofreu e cobrou a penalidade, ainda no primeiro tempo, garantindo o triunfo cruzeirense.
Após a partida, Sobis lembrou que, além das dificuldades esperadas por disputar um clássico, o Cruzeiro teve que superar o cansaço pela longa viagem até Murici, no interior de Alagoas, além do desgaste por ter atuado "no pior campo que já jogou na vida".
Rafael Sobis disputa bola com Renato Justi (Foto: Washington Alves/Cruzeiro)Rafael Sobis foi decisivo em vitória do Cruzeiro sobre o América-MG neste domingo (Foto: Washington Alves/Light Press)
- Foi uma viagem complicada para lá (Murici-AL), longa, jogo difícil, com a dificuldade do campo, que não cabe mais falar. Foi a semana toda viajando, e o tempo curto entre um jogo e outro. Não somos máquinas! Foi na superação. Sabíamos que o jogo seria difícil, poderíamos ter matado o jogo antes, mas, paciência, foi assim, então...
"Mérito de todo mundo"
Sobre o bom momento que atravessa na temporada e no Cruzeiro, Rafael Sobis preferiu ressaltar a boa fase do time cruzeirense, que, segundo ele, teve início na reta final do Campeonato Brasileiro do ano passado.
- Não sou só meu, o mérito é de todo mundo. Ano passado as coisas se complicaram para nós, pelo fato de o time não andar tão bem, os rivais perderam o respeito. No fim do campeonato a gente se recuperou, talvez até tivéssemos conseguido ir para a Libertadores com mais algumas rodadas. Este ano começou o trabalho do zero, para todo mundo.

Fabuloso aprova estreia, lamenta gol perdido e promete: “Vai melhorar”

Em seu primeiro jogo com a camisa cruz-maltina, atacante atua durante 90 minutos, participa do segundo gol, quase deixa sua marca e fica satisfeito com atuação

Por Rio de Janeiro


Principal atração do Vasco no empate em 2 a 2 com o Macaé, o atacante Luis Fabiano saiu satisfeito com sua estreia. Ao contrário do previsto, ele atuou 90 minutos e, apesar de ter sentido o desgaste físico, participou do segundo gol da equipe: no rebote de um cabeceio seu, Rodrigo empatou o jogo. Por isso, o Fabuloso acredita que vai evoluir ao longo do ano (confira os lances do atacante no vídeo acima).
- Torcedor espera gol do camisa 9, isso é normal, até pela expectativa que foi gerada. Mas no geral eu ajudei, criei, quase fiz um gol, mas o goleiro deu a vida na defesa (risos). Mas eu acho que, em termos gerais, está bom. Vai melhorar – disse o atacante na zona mista após a partida.
O Fabuloso acredita também que o desempenho geral do Vasco vai evoluir. Por isso, pediu paciência à torcida, que vaiou constantemente o técnico Cristóvão Borges, pedindo a saída do comandante.
- O treinador não é o culpado sozinho. A gente entende que o torcedor esteja chateado. Peço um pouco de paciência ao torcedor. No momento que precisarmos do torcedor, ele vai dar a resposta.
Confira outras respostas de Luis Fabiano:
Evolução para o duelo com o Vitória
Vamos entrar diferente, com certeza. Porque se trata de um jogo decisivo. Tem que entrar pilhado, ligado os 90 minutos, porque qualquer descuido pode ser fatal. Na quinta é decisão, e a gente vai entrar de acordo com o jogo. A gente precisa fazer um gol. Não adianta jogar pelo empate, que não é favorável. A gente vai lá para fazer um gol e tentar a classificação.
Sacrifício por 90 minutos
Pelo andar do jogo, era necessário ficar em campo. A gente vinha perdendo, e eu conversei com o Cristóvão durante o jogo. Ele me perguntou se eu aguentaria, e eu disse que sim. Lógico que as condições não são as melhores, mas nesses momentos tem que fazer um sacrifício.
O que mais pesou no jogo?
Chega uma hora em que falta um pouquinho de força. O cansaço vai batendo. Também não sou nenhum garoto, já tenho certa idade. No geral eu saio satisfeito, porque depois de muitos meses sem jogar eu pude sentir de novo a sensação de disputar uma partida. Saio triste pelo resultado, mas feliz por ter participado.
“Assistência” para Rodrigo
Ele pegou meu rebote. Em termos normais é o inverso, eu que tinha que pegar o rebote (risos). Estou feliz por ele, por ter feito o gol. 
Luis Fabiano quase marca aos 20 do primeiro tempo (Foto: André Durão)Luis Fabiano parou duas vezes no goleiro, mas participou diretamente do segundo gol do Vasco (Foto: André Durão)

Com salário inferior a R$ 2 mil, Michael faz 3 gols contra o Vila e pede música

Jovem atacante de 21 anos comanda goleada do Goianésia e participa do Fantástico. Revelação do Goianão, atleta evita falar, mas já teria acerto com Goiás para a Série B

Por Goianésia, GO
Apesar de uma rápida passagem pelo time do Goiânia, até o ano passado Michael jogava no futebol de várzea. Para defender o Goianésia nesta temporada, aceitou ficar treinando no clube sem receber um centavo. A partir do momento em que passou a se destacar em treinos e jogos, começou a receber um salário que não ultrapassa R$ 2 mil por mês.

Essa é a trajetória básica do atacante de 21 anos que vem sendo apontado como a grande revelação do Campeonato Goiano e que neste domingo comandou a goleada de 5 a 1 sobre o Vila Nova. Como marcou três gols na partida (assista todos no vídeo abaixo), Michael ganhou o direito de pedir música no tradicional quadro do Fantástico.

- O jogo foi muito pegado, mas conseguimos sair com uma vitória. Vou pedir a música da dupla Erich & Bruno, "Cai e Pira" - disse o atacante, contente com a façanha.


Michael evita falar sobre o assunto, mas já estaria fechado com o Goiás. O atacante teria assinado um pré-contrato para defender o Alviverde a partir da Série B.

- Não tem nada acertado, mas, se for da vontade de Deus, vai acontecer - resumiu.

Michael já tem cinco gols no Goianão e está na cola de Léo Gamalho, artilheiro com sete.
Goianésia x Vila Nova - Michael (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Michael corre para comemorar um dos três gols marcados diante do Vila Nova (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Com brigas em campo e na torcida, clássico do DF é encerrado pelo árbitro

Jogadores de Gama e Brasiliense iniciam confusão aos 40 minutos do segundo tempo, briga se estende para as arquibancadas e partida é encerrada com placar de 1 a 1

Por Gama, DF
Líder e vice-líder do Candangão, Brasiliense e Gama vinham travando um duelo intenso em campo na tarde deste domingo, com de costume nos encontros dos dois times, protagonistas do principal clássico do futebol do Distrito Federal. Porém, a rivalidade passou dos limites na reta final da partida. Aos 40 minutos do segundo tempo, um desentendimento entre o atacante Nunes, do Jacaré, e o lateral-direito Dudu Gago, do Gama, acabou se transformando em briga entre jogadores e membros das comissões técnicas dos dois lados. A confusão rapidamente se estendeu para as arquibancadas, torcedores dos dois times invadiram o gramado e entraram em confronto, que só terminou já fora do estádio. Episódio lamentável, que manchou a rodada mais aguardada da fase de classificação. Com o campo tomado por policiais e muito gás de pimenta, o árbitro Almir Camargo optou por encerrar a partida cinco minutos antes do fim do tempo regulamentar, quando o placar estava empatado em 1 a 1. 
Gama x Brasiliense  (Foto: Douglas Oliveira / Gama)Jogadores e integrantes das comissões de Gama e Brasiliense trocaram socos (Foto: Douglas Oliveira / Gama)


CENAS LAMENTÁVEIS
A partida já vinha sendo marcada por alguns lances ríspidos em campo, mas, até então, nada fora do normal. Intensidade típicas da rivalidade entre os dois times. A cinco minutos do fim do jogo, com o placar empatado em 1 a 1, o atacante Nunes, do Brasiliense, e o lateral-direito Dudu Gago, do Gama, que já vinham se estranhando desde o primeiro tempo, se envolveram em mais uma jogada dura. Outros jogadores que estavam próximo do lance correram para tirar satisfação e a confusão se transformou em briga generalizada.
Gama x Brasiliense (Foto: Douglas Oliveira / Gama)Após a briga entre os jogadores, torcidas também entraram em confronto no gramado (Foto: Douglas Oliveira / Gama)
A polícia militar entrou em ação para tentar conter as trocas de socos e pontapés entre jogadores e integrantes das comissões técnicas dos dois times. Foi então que alguns torcedores começaram a pular os alambrados e invadir o campo. Quando um representante do Gama arrancou uma faixa da torcida do Brasiliense da grade atrás do gol, os ânimos se exaltaram de vez e houve muita pancadaria, principalmente entre os membros das organizadas dos dois times.
Levou cerca de 10 minutos para a polícia conseguir acalmar a situação em campo. A maior parte dos torcedores que não tinham se envolvido na briga já tinha deixado o estádio, além do campo ter ficado tomado por gás de pimenta. Os dois times foram para os vestiários e o árbitro Almir Camargo deu o jogo como encerrado com o placar em 1 a 1.
Fora do estádio, a polícia continuou tendo trabalho. Parte da torcida organizada do Gama continuou tentando chegar até onde estavam os torcedores do Brasiliense, provocando mais correria e confronto com as forças de segurança. 
Gama x Brasiliense (Foto: Douglas Oliveira / Gama)Polícia precisou usar muito gás de pimenta para conter a briga no Bezerrão (Foto: Douglas Oliveira / Gama)



JOGADORES CRITICAM ARBITRAGEM E SE DESCULPAM
Um dos mais experientes do elenco do Brasiliense, o atacante Reinaldo, ex-Flamengo e São Paulo, que marcou o gol do Jacaré na partida, lamentou bastante o ocorrido. Segundo o camisa 11, todos os envolvidos no jogo têm responsabilidades na confusão. Ele também criticou a arbitragem que, segundo o atacante, não soube conduzir a partida.
A gente torce para que ninguém tenha saído machucado, mas é algo que nos deixa muito triste. A culpa é de todos, jogadores, arbitragem, e também daqueles torcedores que vêm só para brigar"
Reinaldo,
atacante do Brasiliense
- Acho que a culpa é de todo mundo. Primeiramente, tem que partir do árbitro. Ele que é a autoridade em campo. Acho que se soubesse que o jogo ia para a violência, já tinha que ter colocado para fora quem quer que fosse, do Gama ou do Brasiliense. Os jogadores dos dois times também têm culpa, sem dúvida nenhuma. Ficamos muito tristes com esse fato de hoje. A gente torce para que ninguém tenha saído machucado, mas é algo que nos deixa muito tristes. A culpa é de todos, jogadores, arbitragem, e também daqueles torcedores que vêm só para brigar - disse Reinaldo.
O capitão do Gama, o zagueiro Pedrão, reforçou as reclamações da arbitragem.
- É uma mancha no clássico. Mas vai manchar sempre enquanto não tiver um árbitro com pulso para um jogo desses. Ele já tinha apitado outro jogo com confusão - afirmou Pedrão.
POLICIAL FICA FERIDO, MAS NINGUÉM É PRESO
Apesar da cenas de violência presenciadas por quem esteve no estádio, ninguém foi detido. Um policial militar ficou ferido, com um corte no rosto, mas foi socorrido ao hospital e está fora de perigo. Nenhum torcedor deu entrada nos hospitais com ferimentos, mas a equipe de brigadistas que atuou no estádio informou que foram feitos cerca de 30 atendimentos de pessoas que sofreram ataques de hipertensão e mal estar provocados pela correria e as bombas de gás estouradas no campo.
Gama x Brasiliense (Foto: Douglas Oliveira / Gama)Confusão no estádio começou após desentendimento entre os jogadores dos dois times (Foto: Douglas Oliveira / Gama)
A operação foi feita dentro da normalidade, mas ainda vamos apurar se houve alguma falha... Infelizmente, começou com o comportamento dos jogadores. Espero que façam valer o Estatuto do Torcedor, que prevê punição para qualquer agressão em campo"
Capitão Pierre,
comandante do policiamento
Comandante do efetivo de 180 policiais militares que trabalharam no jogo, o capitão Anderson Pierre acredita que atuação das forças de segurança, a princípio, foi correta. No entanto, será analisado durante a semana se houve alguma falha. O militar ainda lamentou o fato de a confusão ter começado entre os próprios jogadores.
- A operação foi feita dentro da normalidade, mas ainda vamos apurar se houve alguma falha. Senti que talvez possam ter faltados os policiais "pinças" (infiltrados posicionados perto das torcidas para evitar invasão de campo). Infelizmente, começou com o comportamento dos jogadores. Espero que façam valer o Estatuto do Torcedor, que prevê punição para qualquer agressão em campo. Espero que os responsáveis sejam punidos - disse o capitão Pierre.
A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) informou por meio de nota que irá aguardar a súmula do árbitro, além do relato do delegado da partida, para juntamente com o Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD-DF) analisar os fatos e punir os responsáveis.
BOLA FICA EM SEGUNDO PLANO
Gama x Brasiliense - Baiano (Foto: Douglas Oliveira / Gama)Partida vinha sendo bem disputada em campo, até a confusão encerrar o jogo (Foto: Douglas Oliveira / Gama)
Gama e Brasiliense vinham fazendo um bom duelo até a partida ser ofuscada pela confusão. Intenso e com boas oportunidades de gol de ambos os lados, o jogo teve um primeiro tempo um pouco mais amarrado, influenciado também pelo sol escaldante que castigou os dois times. Ainda assim, não faltaram oportunidades de gol nos primeiros 45 minutos: Reinaldo e Souza levaram perigo pelo lado do Brasiliense, enquanto Felipe Assis desperdiçou pelo Gama.
Na volta do intervalo, com a sombra já tomando conta de toda a área do campo, o jogo ficou mais acelerado e o primeiro gol saiu logo aos quatro minutos. Em cobrança de falta da entrada da área, Baiano rolou para Roberto Pitio bater firme no canto direito do goleiro do Brasiliense: 1 a 0 para o Gama.
O Jacaré não se intimidou e foi com tudo para cima dos donos da casa logo na sequência. A recompensa veio aos oito minutos, quando Souza cobrou escanteio e a bola sobrou nos pés de Reinaldo, sozinho, na segunda trave, para empatar: 1 a 1.
Após os gols, a partida continuou aberta, com boas oportunidades dos dois lados. Luquinhas deu trabalho para a defesa do Gama, enquanto Baiano, por pouco, não marcou o segundo do Periquito em cobrança de falta. Conforme o fim ia se aproximando, a tensão entre os jogadores também cresceu, até que começou a confusão a cinco minutos do encerramento.
Próximos jogos
Os dois times agora terão um período de descanso e só voltam a atuar no outro fim de semana.
No sábado, dia 18, o Brasiliense recebe o Brasília, no Abadião, às 16h. 
No domingo, dia 19, será a vez de o Gama ir até Paracatu, enfrentar os donos da casa, também às 16h (horários de Brasília).