Copa América? Continente pode ter maioria inédita nas oitavas de final
Com
Espanha, Itália e Inglaterra fora, Conmebol e Concacaf têm chance
razoável de ter nove representantes entre os 16 classificados. Um
sul-americano será semifinalista
Por GloboEsporte.comRio de Janeiro
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As torcidas do
continente
americano têm dado show nos estádios brasileiros, e o apoio da
arquibancada reflete também dentro de campo. Brasil, México, Chile,
Costa Rica, Uruguai, Colômbia e Argentina já estão nas oitavas de final e podem ganhar a companhia de Equador e
Estados Unidos
nesta quarta. Se todos esses avançarem, representantes da Conmebol e
Concacaf serão mais da metade entre os 16 finalistas, um feito inédito
desde que a competição começou a ser disputada em sistema de oitavas de
final, em 1986 (veja na tabela abaixo). Outra seleção das Américas,
Honduras ainda tem chances matemáticas, mas apenas um milagre a levará
às oitavas. Uma coisa já é certa: um sul-americano estará nas
semifinais.
Torcidas das seleções das Américas estão em alta na Copa do Mundo (Foto: Editoria de arte)
É
bem verdade que alguns europeus seguem firmes e já estão nas oitavas,
casos de Holanda, Grécia e Bélgica. A França está quase lá, e a Alemanha
precisa de um simples empate. Mas outras forças deram um adeus
melancólico: Espanha, Inglaterra, Itália, Croácia e Bósnia. Já Suíça,
Portugal e Rússia chegam vivas à última rodada e,
apesar de não estarem na zona de classificação, vão tentar salvar a honra dos representantes da Uefa.
- Não é desculpa, mas dá para perceber que as seleções sul-americanas estão mais à vontade jogando
perto de casa
e os europeus não têm rendido da mesma maneira. Provavelmente um
sul-americano vai ser campeão neste ano - apostou o meia Jack Wilshere,
meia da já eliminada Inglaterra.
Por conta do cruzamento da segunda fase, aliás, uma equipe
sul-americana estará necessariamente na semifinal. Explica-se: o
vencedor do duelo entre
Brasil e
Chile enfrentará, nas quartas de final,
quem levar a melhor do confronto entre Colômbia e
Uruguai.
E tem mais. Como dificilmente deixará escapar a primeira colocação do
Grupo F, a Argentina poderá fazer mais um confronto sul-americano nas
oitavas. Isso, é claro, se o Equador ficar com a segunda vaga do Grupo
E.
- Isso mostra a capacidade e o poderio da América do Sul no futebol.
Esperamos também seguir esse caminho. Temos uma partida muito importante
pela frente, será uma honra enfrentar a França. Vamos torcer por um bom
resultado - disso o técnico do Equador, Reinaldo Rueda, que precisa de
uma vitória sobre a França para se classificar, desde que a Suíça não
reverta a desvantagem no saldo.
Na América, só campeões sul-americanos
O
quadro é ainda mais desanimador para as seleções da Europa quando se
observa o retrospecto dos Mundiais no continente. Afinal, nenhuma
seleção que cruzou o
Oceano Atlântico
para jogar uma Copa na América foi campeã. O Uruguai levou o caneco
quando jogou em casa, em 1930, e, 20 anos depois, venceu no Brasil.
Em
1962, o Mundial voltou ao continente, no Chile, na conquista do
bicampeonato da seleção brasileira, que voltaria a vencer oito anos
depois no México. Nas duas edições seguintes nas Américas, na Argentina
em 1978 e - novamente - no México em 1986, quem levou foram os
argentinos com Kempes e, depois, com Maradona. A última vez que o
torneio veio parar deste lado do Atlântico, em 1994, nos Estados Unidos,
o Brasil faturou o tetra.
O bom rendimento dos times do continente americano tem sido uma
tendência desde que o atual regulamento com 32 seleções entrou em vigor,
na Copa de 1998, mas eles nunca foram maioria entre as 16 finalistas. Em 2010,
sete
das oito seleções conseguiram passar pela primeira fase - 87,5%.
Apenas Honduras ficou fora. Em 2006 e 2002, quatro das oito equipes
conseguiram avançar - 50%. Já em 1998, cinco de oito times passaram da
primeira fase - 62,5%. Desde 1986, o quadro foi semelhante (veja na
tabela abaixo).
Em
outros mundiais os países do continente americano tiveram apenas um
eliminado na primeira fase, como em 1986, 1970 (ambos no México) e 1978
(na Argentina). Algumas das piores edições, no entanto, foram em 1958
(na Suécia), quando apenas o Brasil, que seria o campeão, passou da
primeira fase, e em 1950, quando, de sete equipes, apenas Brasil e
Uruguai avançaram e acabaram fazendo a final. O resultado foi o
Maracanazo.
Seleções já classificadas:
Américas - Brasil, México, Chile, Uruguai, Colômbia, Costa Rica e Argentina.
Europa - Holanda, Grécia e Bélgica.
Seleções já eliminadas:Américas - Nenhuma
Europa - Espanha, Croácia, Itália, Inglaterra e Bósnia.
Seleções das Américas que ainda têm chance: Equador, Estados Unidos e Honduras (essa última já está praticamente eliminada).
Europeus que ainda têm chance: França (essa já está praticamente classificada), Suíça, Alemanha, Portugal e Rússia