terça-feira, 20 de setembro de 2011

Susto em Belo Horizonte: ônibus do Flamengo se envolvem em acidente

Veículo que levava a comissão técnica bate na traseira do que transportava os jogadores. Ninguém está ferido. Nesta quarta, time enfrenta Atlético-MG

Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte
O Flamengo já está em solo mineiro.  A delegação desembarcou em Belo Horizonte na noite desta terça-feira e dirigiu-se para  o hotel em que ficará concentrada na cidade. Perto da chegada ao local, os dois ônibus que levavam a comitiva se envolveram em um leve acidente. O veículo que vinha atrás, levando integrantes da comissão técnica, bateu no da frente, que tinha como passageiros os jogadores.
- Ninguém se machucou, graças a Deus. Só o susto e danos materiais. A batida ocorreu a cerca de cinco quilômetros do hotel. O ônibus da frente parou, e o que vinha atrás, com a comissão técnica, não segurou – disse o chefe da segurança do Flamengo, José Pinheiro, por telefone ao GLOBOESPORTE.COM.
Nesta quarta, o Flamengo, que não vence há nove rodadas no Campeonato Brasileiro, tenta por fim ao jejum em jogo contra o Atlético-MG, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. A bola rola a partir das 21h50m para a partida, que será transmitida pela Rede Globo para RJ, ES, BA, AL, PB, RN, CE, PA, AM, RO, RR, AC, AP e DF e as cidades de Varginha, Juiz de Fora, Araxá, Coronel Fabriciano, Montes Claros e Balsas-MA. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real.

Marco Aurélio Cunha revela que Gomes já conversa normalmente

Ex-dirigente do São Paulo e médico diz que medo pelas possíveis sequelas acabou ao ouvir pelo telefone a primeira palavra do treinador vascaíno

Por Rafael Cavalieri Rio de Janeiro
Marco Aurelio Cunha são paulo (Foto: Globoesporte.com)Marco Aurélio Cunha é amigo pessoal de Ricardo
Gomes (Foto: Globoesporte.com)
Amigo pessoal de Ricardo Gomes dos tempos em que ele trabalhou no São Paulo, o ex-superintendente do clube Marco Aurélio Cunha revelou ter tido um contato por telefone com o treinador e se surpreendeu com a clareza com que ele articulou as palavras. O médico e vereador de São Paulo disse que todo o sentimento de preocupação que tinha em relação às sequelas acabaram logo nas primeiras frases.
Ao longo dos 21 dias de internação de Ricardo Gomes, Marco Aurélio Cunha manteve contato diário com Diego, filho do treinador. Quando não se falavam por telefone, as informações eram enviadas por mensagem. Na manhã desta terça-feira, após ter enviado a já tradicional mensagem, o vereador recebeu uma ligação de Diego revelando que tinha uma surpresa para ele. Quando perguntou do que se tratava, ouviu a voz do velho amigo.
Fiquei completamente desnorteado ao ouvir a voz dele tão clara. Como médico estava preocupado com as sequelas. Mas não ouvi uma palavra pastosa ou arrastada..."
Marco Aurélio Cunha
- Foi muito emocionante. Fiquei completamente desnorteado ao ouvir a voz dele tão clara. Como médico estava preocupado com as sequelas. Mas não ouvi uma palavra pastosa ou arrastada... Nada saiu com atraso. Na hora não soube nem o que fazer. Queria dizer tudo que eu sentia, mas fiquei com medo de deixá-lo agitado. Ao mesmo tempo deixei ele confortável para falar o que quiser - afirmou o vereador, que não lembra detalhes do diálogo tamanha a emoção que estava sentindo.
- Ele disse que estava tudo ótimo, que a recuperação tem sido maravilhosa e que se sente muito bem. Mandei força e disse que o pior já passou. Tenho um amor por ele muito grande e tinha medo de encontrar o meu amigo sequelado - confessou.
Agora que a situação está mais do que estabilizada, Marco Aurélio Cunha vai fazer uma visita pessoal ao amigo. O encontro deve ocorrer no próximo sábado. Ao contar da sua ideia para Ricardo Gomes, ficou feliz com a resposta do amigo encerrando a conversa:
- Ele disse que está me esperando.
Evolução continua em casa
Ricardo Gomes segue fazendo os trabalhos de fisioterapia e fonoaudiologia em seu segundo dia em casa. Ele ficou 21 dias internado no Hospital Pasteur, Zona Norte do Rio de Janeiro, após ter sofrido um AVC (acidente vascular cerebral), no clássico entre Flamengo e Vasco, no dia 28 de agosto. Nesta quinta-feira, o clínio Fábio Guimarães de Miranda, deve visitar o treinador para acompanhar a evolução do caso.
Vasco da Gama Clube de Regatas Vasco da Gama
Fundado em 21 de agosto de 1898
Endereço: Rua general Almério de Moura, 131
Bairro Vasco da Gama - Rio de Janeiro/RJ CEP 20921-060
Estádio Vasco da Gama (São Januário)
Site Oficial: www.crvascodagama.com

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História





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A FUNDAÇÃO
Segundo sua ata de fundação, o Clube de Regatas Vasco da Gama, nome escolhido em homenagem ao Almirante Vasco da Gama, que tinha descoberto o caminho marítimo para as Indias (em 1498), foi fundado no então Distrito Federal. Tudo começou por idéia de quatro jovens - Henrique Ferreira Monteiro, Luís Antônio Rodrigues, José Alexandre d `Avelar Rodrigues e Manuel Teixeira de Souza Júnior - , que cansados de viajar a Niterói para remar com barcos do Club Gragoatá, decidiram fundar uma agremiação de remo.

Depois de uma reunião na casa de um deles, à Rua Teófilo Ottoni 90, o número de interessados aumentou, e os encontros foram transferidos para o Clube Recreativo Arcas Comercial (Rua São Pedro). A idéia era conseguir a adesão de caixeiros portugueses, que gostavam de esportes e não tinham dinheiro para o ciclismo, em voga na época.

Sendo assim, após várias reuniões preparatórias, o clube nasceu às 14 horas e 30 minutos do dia 21 de agosto de 1898 numa reunião realizada na sede da Sociedade Dramática Filhos de Talma, à Rua da Saúde, n°. 293. Desta reunião participaram 62 pessoas e foi presidida por Gaspar de Castro, que convidou para secretariá-la Virgílio Carvalho do Amaral e Henrique Teixeira Alegria. Após várias discussões, acabaram por eleger como presidente Francisco Gonçalves da Couto Júnior com 52 votos, tendo ainda eleito o vice-presidente, Henrique M. Ferreira Monteiro, com 41 votos.

Como se pode perceber, o Vasco foi criado exclusivamente para a práticas de esportes náuticos, em especial o remo - a primeira modalidade esportiva do clube.

Sendo o Remo a prioridade, os sócios se cotizaram para comprar as baleeiras Zoca, Valdosa e Volúvel, que estavam de acordo com as especificações da União de Regatas Fluminense, entidade que regulamentava os esportes náuticos no Rio de Janeiro.

A primeira conquista
Em 04 de junho de 1899 o Vasco venceu sua primeira regata, na classe novos, com o barco Volúvel, de seis remos. O páreo, denominado Vasco da Gama, em homenagem ao novo clube, foi vencido com uma guarnição composta pelo patrão Alberto de Castro e os remadores José Lopes de Freitas, José Cunha, José Pereira Buda de Melo, Joaquim de Oliveira Campos, Antônio Frazão Salgueiro e Carlos Batista Rodrigues.

O Presidente não brancoPresidente Mulato
Um fato marcante na história dos clubes esportivos do Brasil foi a eleição de 1904. Neste ano, o Vasco, elegeu o primeiro presidente não-branco da história dos clubes esportivos em atividade no Rio. Numa época em que o racismo dominava o esporte, Cândido José de Araújo (foto ao lado), um mulato que não dispensava a elegância de um cravo branco na lapela, dirigiu o clube em 1904 e 1905.

Já o futebol só viria 11 anos depois, em 1915.

brasileirão série a 2011

CLASSIFICAÇÃOPJVEDGPGCSG%
1
Vasco
45
24
13
6
5
37
27
10
62.5
2
São Paulo
44
24
13
5
6
39
28
11
61.1
3
Corinthians
43
24
13
4
7
36
26
10
59.7
4
Botafogo
41
23
12
5
6
37
26
11
59.4
5
Fluminense
37
24
12
1
11
30
29
1
51.4
6
Flamengo
37
24
9
10
5
39
32
7
51.4
7
Internacional
36
24
9
9
6
40
31
9
50
8
Palmeiras
35
24
8
11
5
30
24
6
48.6
9
Coritiba
33
24
9
6
9
40
30
10
45.8
10
Atlético-GO
33
24
9
6
9
30
27
3
45.8
11
Santos
32
22
9
5
8
32
33
-1
48.5
12
Figueirense
32
24
8
8
8
28
30
-2
44.4
13
Grêmio
30
23
8
6
9
27
31
-4
43.5
14
Cruzeiro
29
24
8
5
11
30
28
2
40.3
15
Ceará
27
24
7
6
11
30
41
-11
37.5
16
Bahia
27
24
6
9
9
28
32
-4
37.5
17
Atlético-MG
24
24
7
3
14
30
41
-11
33.3
18
Atlético-PR
23
24
5
8
11
24
36
-12
31.9
19
Avaí
22
24
5
7
12
28
49
-21
30.6
20
América-MG
19
24
3
10
11
30
44
-14
26.4
  • Qua 21/09/2011 - 20h30 Engenhão
    FLU
    AVA
  • Qua 21/09/2011 - 20h30 Couto Pereira
    CFC
    CRU
  • Qua 21/09/2011 - 20h30 Parque do Sabiá
    AMG
    SAN
  • Qua 21/09/2011 - 20h30 Pituaçu
    BAH
    CAP
  • Qua 21/09/2011 - 21h50 Morumbi
    SPO
    COR
  • Qua 21/09/2011 - 21h50 Orlando Scarpelli
    FIG
    INT
  • Qua 21/09/2011 - 21h50 Arena do Jacaré
    CAM
    FLA
  • Qui 22/09/2011 - 20h30 Canindé
    PAL
    CEA
  • Qui 22/09/2011 - 20h30 São Januário
    VAS
    ATG
  • Qui 22/09/2011 - 20h30 Olímpico
    GRE
    BOT
Taça LibertadoresSul-AmericanaRebaixados
P pontosJ jogosV vitóriasE empatesD derrotasGP gols próGC gols contraSG saldo de gols(%) aproveitamento

Franco e direto, Juninho abre o jogo: 'Ser líder agora não significa nada'

Experiente, apoiador mantém os pés no chão, diz que o melhor time do Brasil ainda é o Fluminense e revela sonho de ser campeão como capitão do Vasco

Por Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
juninho pernambucano vasco treino (Foto: Alexandre Cassiano / O Globo)Juninho volta ao time do Vasco após duas rodadas
(Foto: Alexandre Cassiano / O Globo)
Juninho Pernambucano voltou. E já está à disposição do técnico interino Cristóvão Borges para a partida da próxima quinta-feira, diante do Atlético-GO, às 20h30m (de Brasília), em São Januário. Após desfalcar o Vasco em duas rodadas do Campeonato Brasileiro devido a uma viagem para a França, que já estava prevista no seu contrato, o camisa 8 mostrou toda a sua maturidade ao comentar a conquista da liderança no último fim de semana. Capitão e ídolo da torcida, tratou de frear a empolgação cruz-maltina lembrando que o importante é estar na frente na última rodada.
- Sinceramente? Não acho que siginifique nada ser líder na 24ª rodada. Não lhe dá direito a uma vaga na Libertadores e mesmo nem a tirar uma foto e emoldurar para lembrar que o time foi líder e depois terminou o campeonato na sétima posição, por exemplo... Lógico que passa uma mensagem positiva, de um time que, mesmo após a conquista da Copa do Brasil, não desistiu de seu objetivo, que joga a cada jogo e que vai lutar até o fim. Mas só isso.
Em uma entrevista franca de pouco mais de 30 minutos, Juninho ainda abordou temas como sua viagem para a França, o resgate do orgulho vascaíno, lembrou das dificuldades de seus títulos nacionais pelo Lyon-FRA, afirmou que, apesar da liderança, o melhor time do Brasil ainda é o Fluminense, atual campeão brasileiro, e revelou seu sonho de, pela primeira vez, ser campeão como capitão do Vasco.
Confira os principais trechos da entrevista do Reizinho abaixo:
ViagemPerdi apenas dois jogos e uma semana. Mas sai bem fisicamente e consegui manter o nível de treinos por lá. Claro que não é o ideal, mas treinei no sábado, na segunda e nesta terça. Voltei sem estresse nenhum. Estou à disposição do Cristóvão no que ele decidir. Meu discurso é o mesmo do dia da minha apresentação. Estou aqui para ajudar o Vasco e desfrutar. Estou conseguindo manter um bom nível de atuações, concentrado, preparado e motivado para jogar o tempo que decidirem. O elenco tem muitas opções e isso é importante. O time pode perfeitamente jogar sem mim, como fez nas duas últimas rodadas. Hoje, poucos jogadores são insbistituíveis no mundo. Vou lutar sempre para fazer o meu melhor e jogar o máximo possível. Mas estou bem e pronto para mais uma batalha.
juninho pernambucano cristovão buarque vasco treino (Foto: Alexandre Cassiano / O Globo)Juninho Pernambucano conversa com Cristóvão no treino do Vasco (Foto: Alexandre Cassiano / O Globo)
Resgate da confiançaEstava acompanhando o crescimento de longe já durante a Copa do Brasil. O Vasco tinha perdido a sua credibilidade com a torcida pelos anos sem título. Ainda sinto eles mais impacientes do que na minha outra passagem pelo clube. O público contra o Grêmio foi bom. Mas o jejum levou o torcedor a naturalmente a perder a esperança por vários problemas que o clube enfrentou. O título e a regularidade no Brasileiro, no entanto, estão ajudando a recuperar essa confiança. Só não dá para se empolgar. Somos líderes, mas ainda faltam 14 jogos. É muita coisa. Ser líder é bom, mas o importante mesmo é ser líder na última rodada. Fui sete vezes campeão nacional pelo Lyon e todos acham que foi fácil. Mas no primeiro não fomos líderes em nenhuma rodada. Demos a sorte de enfrentarmos o primeiro colocado na última rodada com apenas um ponto a menos. No bi, chegamos a ficar nove pontos atrás do líder. Tenho essas experiências na memória. É claro que gostaria de ser líder até o fim, mas o time precisa manter a humildade. Pé no chão e confiança sempre. Temos um grande elenco e a nossa força vem do coletivo. O caminho ainda será longo.
Melhor do BrasilSenti uma empolgação muito grande de todos após a goleada sobre o Grêmio e a liderança. Mas ainda é cedo para acharmos que somos os melhores do Brasil. O atual campeão é o Fluminense, o melhor do país até agora. O próximo campeão só vamos saber mais para frente. Em um campeonato equilibrado como esse, no qual o lanterna pode ganhar do líder facilmente, é preciso ter atenção redobrada a cada jogo. Não adianta entrar em campo na próxima quinta já pensando em outubro, novembro... Temos de jogar para ganhar. O Atlético-GO vem de uma sequência boa, tudo pode acontecer. O equilíbrio é muito grande. Mas temos muitas variações no elenco e várias jovens revelações. Isso é muito importante. O Vasco sempre teve essa tradição de revelar jovens valores. Agora temos Dedé e Rômulo na Seleção. Estamos recuperando pouco a pouco o que o clube sempre apresentou. Mas não podemos parar. A ordem é continuar trabalhando.

Para ser o melhor
Ainda falta manter por mais tempo esse futebol apresentado até agora. Ficar mais tempo sempre entre os melhores. Estar todo ano entre os primeiros. Isso que faz uma equipe ser considerada muito forte. Na Europa, é fácil apontar os favoritos em cada país. No Brasil é bem mais equilibrado. A cada ano acontece uma renovação e a dificuldade para se manter entre os melhores aumenta. Sempre digo que é muito difícil montar um grande time, mas destruí-lo é facil. Chegar à liderança é complicado. Se manter lá é mais ainda. 
Para mim seria um sonho poder ser novamente campeão brasileiro pelo Vasco, agora como capitão. Levantar uma taça em São Januário pela primeira vez antes de encerrar a carreira seria especial. Mas sei que ainda falta muito para isso".
Juninho Pernambucano
Campeão e capitãoLógico que sonhamos com o título a cada dia. Para mim seria um sonho poder ser novamente campeão brasileiro pelo Vasco, agora como capitão. Levantar uma taça em São Januário pela primeira vez antes de encerrar a carreira seria especial. Mas sei que ainda falta muito para isso.
Título e rescontrução
Seria histórico por tudo. Esse processo de rescontrução que o clube está passando, tanta luta para recuperar sua força, para o que representa o Vasco... Claro que todo título é importante. Ser campeçao, levantar o troféu. Tudo muito gostoso e gratificante. Mas não gostaria nem de falar muito nisso. Ainda temos muito chão pela frente. Só vamos ter noção mesmo na última rodada. Prefiro pensar que cada jogo tem sua importância, sua história. O pensamento agora é em outra final, dessa vez contra o Atlético-GO.

Família de Gomes agradece apoio e indica que retorno acontecerá logo

Esposa e filhos ressaltam, em nota oficial, a recuperação promissora e a vontade do treinador em retomar o trabalho à frente do time do Vasco

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Em nota publicada no site oficial do Vasco, a família de Ricardo Gomes agradeceu ao apoio recebido de todas as partes durante a internação do treinador após o AVC (acidente vascular cerebral) sofrido no dia 28 de agosto durante o clássico com o Flamengo. No texto, a esposa Cláudia e os filhos Diego e Ana Carolina falam sobre a promissora recuperação do treinador e dão a entender que a vontade dele de trabalhar fará com que o retorno aconteça antes do previsto.
- As expectativas são as mais promissoras. O nosso Ricardo demonstra um admirável ânimo de recuperação e vontade de retorno às atividades, que, desejoso, deve acontecer antes do esperado - diz um trecho do comunicado.
Os familiares de Gomes também dão a entender que o agradecimento formal partiu de um pedido do próprio técnico, que se emocionou a cada demonstração de carinho recebida. Além dos fãs, a família não esqueceu dos médicos que cuidaram de Ricardo durante os 21 dias de internação no Hospital Pasteur, e do Vasco, representando na pessoa do presidente Roberto Dinamite.
Confira a íntegra da nota:
“Vinte e um dias e uma certeza: Ele vai se recuperar!
Nosso querido Ricardo finalmente recebeu alta hospitalar, e, em casa, teve plena ciência das homenagens feitas pelos amigos, pela imprensa, e pelos admiradores em geral. Entre lágrimas emocionadas e sorrisos, pediu-nos que agradecêssemos publicamente a essas manifestações.
Nesse contexto, gostaríamos de agradecer ao Dr. Ricardo Periard - Diretor Geral do Hospital Pasteur - e a toda equipe dessa prestigiosa instituição, que envidou incansáveis esforços para a recuperação do nosso Ricardo, acolhendo-nos maravilhosamente nesse difícil período.
Ao Club de Regatas Vasco da Gama, provedor de apoio e suporte em todos os momentos, comandado por pessoas extraordinárias, merecedoras de total admiração, dedicamos o nosso especial agradecimento. Aos profissionais que lá trabalham, dignos da grandeza do Clube e representados pelo Presidente Roberto Dinamite, prestamos a nossa afetuosa gratidão.
Aos torcedores, que unanimemente exteriorizaram o seu carinho e os fluidos positivos para a pronta recuperação do nosso Ricardo, empenhamos as nossas eternas homenagens. Agradecemos a todas as cartas, vídeos, orações, mensagens e textos publicados.
As expectativas são as mais promissoras. O nosso Ricardo demonstra um admirável ânimo de recuperação e vontade de retorno às atividades, que, desejoso, deve acontecer antes do esperado.
Sinceramente,
CLAUDIA
DIEGO
ANA CAROLINA”

Jogadores do Timão se reúnem com torcida no hotel. Fiel protesta no CT

Alvinegros cobram mais empenho no clássico contra o São Paulo. Polícia é chamada e contorna a situação sem necessidade de confronto

Por Carlos Augusto Ferrari e Wagner Eufrosino São Paulo
protesto no CT do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)Potesto na porta do CT do Corinthians, nesta terça
(Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)
Torcedores corintianos decidiram protestar durante o último treino da equipe antes do clássico contra o São Paulo, quarta-feira, às 21h50m, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. Nesta terça à tarde, cerca de 20 torcedores ligados a uma das principais organizadas compareceram ao CT Joaquim Grava com faixas para reclamar das más atuações e da queda para o terceiro lugar do torneio.
Antes da saída para o treino, num hotel onde o time está concentrado para o clássico, cinco jogadores do Corinthians tiveram uma reunião com seis membros de uma torcida organizada. Participaram do encontro Chicão, Alessandro, Ralf, Liedson e Julio Cesar. Segundo o gerente de futebol Edu Gaspar, o papo foi tranquilo.
- Tivemos uma conversa pacífica. Os torcedores mostraram o lado deles, tiraram algumas dúvidas até sobre se havia alguma divisão do elenco. Não houve nenhum problema, tanto que eu saí do hotel em direção ao ônibus conversando normalmente com o Alessandro e o Chicão.
No CT, porém, o clima foi de muita tensão. Os torcedores cobraram uma reação imediata após as derrotas para Fluminense e Santos e pediram a queda do técnico Tite, muito questionado nas últimas semanas. O treinador, porém, continuará no cargo, de acordo com as entrevistas do presidente Andrés Sanches e do restante da diretoria de futebol.
Três faixas foram estendidas na entrada principal do local com as frases: “Pare: acabou a paciência. Que seja a ultima derrota. Queremos empenho total na quarta. Essa é a hora. Quem quiser que fique de coração”, “São mais de 30 mi de corações corintianos indignados” e “Precisa-se de técnico de futebol profissional: pré-requisitos: visão de jogo, esquema tático, liderança e sede de vitórias”.
Os torcedores, porém, não conseguiram chegar a tempo de encontrar os jogadores. O ônibus que trouxe os atletas relacionados chegou minutos antes dele. A polícia também esteve presente, com cinco viaturas. Não houve confronto até o momento. A expectativa é de que outros alvinegros ainda compareçam ao CT para protestar.
O Corinthians tomou alguns cuidados para evitar problemas. Em vez de se dirigirem ao local da atividade com seus carros, os atletas se encontraram em um hotel, no bairro de Higienópolis, para almoçar e seguir até o Parque Ecológico no ônibus do clube. Eles vão direto para a concentração após a atividade.
protesto no CT do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)Manifestações têm se tornado rotina na porta do CT do Timão (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)
Manifestações na porta do CT do Corinthians têm se tornado rotina. Antes do jogo contra o Flamengo, um pequeno grupo chegou a invadir o local e a polícia teve de entrar em ação. O mais grave, porém, ocorreu depois da eliminação na Libertadores para o Tolima, da Colômbia. Na ocasião, o ônibus da equipe chegou a ser apedrejado. O protesto levou Ronaldo Fenômeno a anunciar a aposentadoria pouco tempo depois.
protesto no CT do Corinthians (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)Faixa de protesto ironiza o técnico Tite no CT do Timão (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)

Grava confirma presença de médico espanhol em exames de Neymar

Médico do Corinthians afirma que bateria de exames foi um pedido de seguradora da Uefa e não do Real Madrid

Por Adilson Barros e Carlos Augusto Ferrari Santos, SP e São Paulo
neymar santos (Foto: Wagner Eufrosino/GLOBOESPORTE.COM)Neymar nega acerto, mas é acompanhado por
médico do Real (Foto: Wagner Eufrosino)
O atacante Neymar nega que já tenha firmado um acordo com o Real Madrid para se transferir no segundo semestre de 2012 e diz que os exames que fez na sexta-feira à noite, no hospital São Luiz, em São Paulo, foram “pessoais” e não uma exigência do clube merengue. No entanto, o médico Carlos Diez, do Real, acompanhou a bateria de testes. O médico Joaquim Grava, do Corinthians, ajudou na realização dos exames, confirmou a presença do colega espanhol, mas disse que ele é médico ligado à Uefa.
- Não foi um exame específico para o Real, mas foi feito a pedido de uma seguradora que presta serviços para a Uefa. Todo seguro que você vai fazer precisa de exames. Nós fizemos exames de laboratório e ressonância - disse Grava.
A necessidade de se fazer um seguro é um forte indício de que Neymar está mesmo sendo negociado. Além disso, a Uefa exige que todo jogador inscrito em algum campeonato europeu seja submetido a exames por um médico credenciado pelo órgão.
Neymar chegou ao hospital às 22h30m, junto com seu pai, Neymar da Silva Santos, seu agente, Wagner Ribeiro, Carlos Diez e mais quatro seguranças. Foram duas horas e meia de exames. O craque do Peixe teve seu sangue analisado, fez teste ergométrico e uma tomografia. O grupo deixou o São Luiz por volta de 1h de sábado. Carlos Diez retornou à Espanha na última segunda-feira com os laudos.
Na entrevista coletiva que concedeu na última segunda-feira, no CT Rei Pelé, Neymar disse que não iria entrar em detalhes sobre o que foi fazer no hospital
- Foi coisa familiar, vocês não vão querer saber também da minha vida particular, né?
O craque garantiu que fica no Santos até o fim do primeiro semestre de 2012. Essa é a mesma promessa que ele fez logo após a conquista Taça Libertadores. No entanto, deixou no ar a chance de ir embora logo após a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
- Vou ficar até o centenário (do Santos, em abril), até os Jogos Olímpicos. Depois não tem como garantir.
Neymar da Silva Santos mantém o que disse no último domingo.
- Não temos que ficar dando explicações sobre tudo o que fazemos. O Neymar esteve no hospital para me dar uma força. Ele é um ser humano e tem sua vida pessoal.
Já a diretoria do Santos desconhece a ida de Neymar ao São Luiz. Nenhum médico santista acompanhou o jogador. Na sexta-feira à noite, a equipe ainda não estava concentrada para o clássico contra o Corinthians, disputado domingo passado. O retiro começou após o treino de sábado à tarde.

Redimido, Marcelinho quer um Brasil inquieto: 'Não podemos cair na ilusão'

Ao lado da família, ala ainda festeja a vaga olímpica e espera que o basquete nacional saiba aproveitar o bom momento: 'Não basta seguir do jeito que está'

Por Rodrigo Alves Rio de Janeiro
Às dez da manhã, o pequeno Gustavo já corre pelo apartamento na Barra da Tijuca com a energia de quem tem 3 anos de idade e quer aproveitar cada minuto de convívio com o pai após dois meses de ausência. Na dúvida entre o jogo de montar espalhado na mesa e a brincadeira com o cachorro Leki, acaba descendo para o play. “Papai vai conversar agora”, avisa Marcelinho Machado, um dos heróis da Copa América de Mar del Plata, que recolocou o basquete brasileiro nas Olimpíadas e quebrou um jejum de 15 anos. Aos 36, o ala já acumula 14 de serviços prestados à seleção, sem jamais deixar de atender a um chamado – fato raro em tempos de NBA. Uma hora o filé mignon tinha que chegar. E chegará no meio do ano que vem, em Londres.
Marcelinho Machado basquete (Foto: André Durão)Marcelinho em seu apartamento na Barra da Tijuca: um dos 12 heróis da vaga olímpica (Foto: André Durão)
Marcelinho já não tem nas costas o peso da ausência olímpica, mas se recusa a achar que o fim do jejum é o bastante para o basquete nacional deitar na glória. Após a “emoção mais forte da carreira”, é hora de festejar, sim, mas sem perder de vista que a estrada é longa.
- Não podemos cair na ilusão de que agora o basquete está às mil maravilhas só porque vai para as próximas duas Olimpíadas. Não basta seguir do jeito que está. Uma crítica que eu sempre fiz ao esporte brasileiro é que a gente espera ter o resultado para depois fazer o investimento. Devia ser o contrário – avalia o ala do Flamengo.
No blog Rebote, a versão estendida da entrevista e o espaço para você comentar. Clique.
As críticas acontecem e têm que acontecer mesmo, mas no fundo todo mundo estava esperando esse momento. Todo mundo torcia por isso, ninguém quer o Brasil mal. Foi uma emoção muito grande, todo mundo sentiu, até porque a gente também chorou ali na hora, transmitiu isso. Foi a emoção mais forte da minha carreira. Era muito tempo buscando isso"
Marcelinho Machado
GLOBOESPORTE.COM: Depois da conquista da vaga, você já disse algumas vezes que ninguém tem vaga cativa na seleção. Mas falando sinceramente, tem alguma possibilidade de você não estar em Londres?
MARCELINHO MACHADO: Eu acho que tem, cara. A seleção está sempre num processo de renovação e melhoria. Falta um ano, e até lá pode acontecer muita coisa. Vou até bater na madeira, mas tem lesão, um monte de coisa que pode acontecer. E a seleção precisa ter os melhores. Vou fazer de tudo para estar entre os melhores, ainda mais agora com a motivação de jogar as Olimpíadas. É claro que quem está no grupo há bastante tempo tem uma vantagem, o Magnano já conhece. Mas ninguém tem vaga assegurada não.
Além da conquista da vaga, o Brasil ganhou da Argentina lá dentro e mostrou um basquete muito mais forte. Esse Pré-Olímpico marca uma nova seleção brasileira no jeito de jogar?
Eu acho que sim. Vejo um Brasil muito mais consistente, e isso se deve muito à força defensiva. Não tem um ou outro que marca, todos marcam. É lógico que você tem o Alex como melhor defensor, mas para estar em quadra você tem que marcar, por mais que não seja sua característica no clube. Todo mundo sabe que, ali dentro de quadra, a primeira coisa é parar o teu oponente. Isso dá uma consistência muito boa ao time. Às vezes a gente faz jogos não tão bons, mas a defesa dá uma tranquilidade.
Qual é a porcentagem do Magnano na conquista da vaga?
Bastante, viu, bastante. Porcentagem é complicado, mas ele é muito importante para o grupo. Além da bagagem que ele traz, do conhecimento, da tática, da técnica, dos treinamentos, ele tem uma capacidade de motivar o time no dia a dia de uma forma que todo treino é como se fosse o treino decisivo. Todo jogo é o jogo, não importa se é um amistoso contra uma universidade americana. Ele bota a gente na pilha pensando sempre no objetivo maior. Tem muito mérito. Além de grande treinador é uma pessoa muito correta. Eu sei que você vai me perguntar daqui a pouco sobre Nenê, Leandrinho e Varejão (risos)...
Eu nem ia perguntar não, porque vocês todos já falaram tanto disso...
(Risos) Pois é, já está tão batido, né. Mas o que eu ia dizer é que todo mundo fica muito tranquilo em relação ao que vai acontecer porque é o Magnano. Ele vai fazer o que for melhor para a seleção. Se na cabeça dele, o melhor é levar todo mundo, ele vai levar, e todo mundo vai continuar satisfeito de estar ali. Temos certeza de que ele vai fazer a melhor escolha.
Leandrinho e Nenê Pré-Olímpico 2007 basquete (Foto: Divulgação/CBB)Leandrinho e Nenê: sem portas fechadas na
seleção brasileira (Foto: Divulgação/CBB)
Já que você puxou o assunto, parece claro que Leandrinho e Varejão são jogadores que fazem parte do grupo. O Nenê já é um pouco diferente, tem aparecido pouco na seleção.
A gente nunca teve problema nenhum. Varejão e Leandrinho estavam no Mundial no ano passado. Fica aquele negócio, porque são os 12 que conquistaram a vaga, mas a verdade é que quem for para a seleção vai fazer o melhor grupo possível. A convivência com esses jogadores é excelente, são todos amigos. Do jeito que falam parece que os caras vão prejudicar o time se estiverem. Não tem isso.
Voltando à campanha em Mar del Plata, como foi aquela vitória sobre a Argentina? Em que momento vocês tiveram a dimensão da importância daquele resultado?
Na verdade, só quando eu liguei para casa, e a Renata falou que a mãe dela passou pela rua no horário do jogo, e viu as televisões dos bares sintonizadas no basquete. Era um feriado, e foi no meio da rodada do futebol. Foi uma vitória emblemática sim. A Argentina estava marcando a despedida da seleção em casa, uma seleção que foi campeã olímpica, com excelentes jogadores. E a gente conseguiu vencer lá dentro. Isso nos deu ainda mais confiança para a gente conseguir a classificação.
E depois de tantos anos de críticas, qual é o sabor dos elogios?
As críticas acontecem e têm que acontecer mesmo, mas no fundo todo mundo estava esperando esse momento. Todo mundo torcia por isso, ninguém quer o Brasil mal. É lógico que sempre tem aquele espírito de porco que vai torcer contra, mas no fundo esse cara também quer que ganhe. Foi uma emoção muito grande, todo mundo sentiu, até porque a gente também chorou ali na hora, transmitiu isso. Foi a emoção mais forte da minha carreira. Era muito tempo buscando isso.
Marcelinho Machado e família basquete (Foto: André Durão)Renata e Marcelinho com Gustavo e Leki: família reunida no Rio de Janeiro (Foto: André Durão)
Como foi o vestiário antes do jogo decisivo contra a Dominicana?
O Magnano vinha nos dizendo desde o primeiro dia que, para alcançar alguma coisa que você nunca alcançou, é preciso fazer coisas que você nunca fez. E antes desse jogo ele colocou no quadro do vestiário uma frase sobre isso, dizendo que nós estávamos perto da glória e precisávamos de força e união. É lógico que estava todo mundo ansioso, mas eu senti muita confiança. O que deu mais tranquilidade para o grupo foi saber que a gente tinha feito tudo o que era preciso fazer para estar ali. A gente merecia a vitória. Mas é lógico que só merecimento não basta, era preciso ganhar. E o jogo foi muito bom. O time deles foi muito bem, até poderia ter vencido. Mas controlamos bem o jogo.
Logo depois da conquista da vaga, o Magnano já disse que é preciso continuar trabalhando pelo basquete brasileiro. Falou muito sobre fortalecer os clubes e o trabalho de base. O que essa vaga olímpica não pode mascarar?
Não podemos cair na ilusão de que agora o basquete está às mil maravilhas só porque vai para as próximas duas Olimpíadas. Não basta seguir do jeito que está. Uma crítica que eu sempre fiz ao esporte brasileiro é que a gente espera ter o resultado para depois fazer o investimento. Devia ser o contrário. Espero que essa conquista sirva para melhorar ainda mais a estrutura do basquete. A gente sabe o quanto é precária a situação na formação de jogadores no Brasil. Temos a capacidade de formar muito mais do que formamos hoje.
Qual é o caminho?
Temos que profissionalizar mais gerentes, diretores, pessoas que sejam mais capazes de exercer essas funções. Que seja uma coisa bem profissional mesmo. Acho que o caminho é uma base forte e a profissionalização de todos que trabalham com o basquete.
Ninguém gosta de crítica. Hoje, mais experiente, sei que é uma coisa natural. Mas ouvir a crítica ninguém gosta. Eu preferia que estivessem falando bem de mim, né, lógico. Já teve ano de seleção em que eu chutava muito mesmo. Era uma época em que eu não entendia muito bem, depois passei a entender melhor"
Marcelinho Machado
Você está na seleção desde 1998. Já deixou de jogar alguma vez?
Nos 14 anos em que estou na seleção, eu fui em todos os anos, até quando era só amistoso.
Problemas particulares, lesões, questões contratuais... nada disso te pega?
Não, ainda bem que nunca tive nenhum problema desse tipo.
De uma forma ou de outra, isso contribuiu para você ser mais criticado ao longo da carreira? Porque o Brasil passou por momentos ruins, e era você que estava sempre lá para receber as críticas.
Talvez. Você critica quem participa do grupo, né. Quem não participa você critica antes. Durante a competição, você vai criticar quem está lá, e eu realmente sempre estive lá. Mas faz parte. Se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo igual, não deixaria de ir com medo de críticas.
As críticas já te incomodaram mais?
Ah, incomoda, ninguém gosta de crítica. Hoje, eu mais experiente, sei que é uma coisa natural. Mas ouvir a crítica ninguém gosta. Eu preferia que estivessem falando bem de mim, né, lógico. Mas há críticas e críticas. Já teve ano de seleção em que eu chutava muito mesmo. Era uma época em que eu não entendia muito bem, depois passei a entender melhor. Agora, às vezes a pessoa também fica com uma imagem de uma outra época e critica em cima daquela outra imagem. Você não está mais fazendo aquele jogo, já está com um jogo mais consistente, e continuam criticando algo que você não faz mais.
Tem um termo muito associado a você, que é o de crazy shooter (chutador maluco). Esse termo te incomoda?
Não. Eu sempre fui um cara que, no clube ou na seleção, na hora em que o jogo está pegando, as jogadas eram para eu chutar. Eu nunca fugi dessa responsabilidade. Sempre acreditei que era essa a minha função e assumia essa condição. Às vezes os chutes não saíam tão equilibrados, às vezes caíam, às vezes não, e aí a crítica vem em cima. Mas faz parte.
Marcelinho Machado basquete (Foto: André Durão)Mesmo de folga dentro de casa, inseparável da
bola e da tabela (Foto: André Durão)
Em que momento você acha que seu jogo ficou mais consistente? No Pan de 2007, você passou a colaborar mais com defesa, assistências, roubadas. Depois vieram Moncho e Magnano, e você virou outro jogador na seleção. Depois disso você se sentiu menos criticado?
Sim, fui menos criticado, mas acho que essa mudança começou um pouco antes do Pan. Quando fui para a Europa e voltei para jogar um Sul-Americano em Campos, ali eu já senti que estava jogando de uma forma diferente. Meus números já estavam melhores em relação a assistências, rebotes, muito mais participativo na defesa. Minha ida para a Europa foi muito importante, aprendi bastante lá.
Se a sua carreira fosse um roteiro de cinema, o que você mexeria?
Não mudaria nada, estou muito satisfeito. Esse finalzinho de carreira na seleção foi um roteiro bem dramático, no soar do alarme, mas fico muito feliz. Às vezes é bom passar por dificuldades para dar a volta por cima e conseguir vencer no fim.
E nessa reta final, mesmo com a vaga olímpica, tudo caminhava para você ser apenas um coadjuvante na seleção. Mas no jogo da vaga você foi o cestinha, foi um dos protagonistas. Esperava isso?
Hoje eu tenho mesmo um papel de coadjuvante na seleção. O último jogo foi legal, foi uma atuação muito boa. Mas sei que meu papel hoje é diferente, sou um reserva. Em 2003 ou 2007 eu era titular. Mas hoje me sinto tão responsável como me sentia naquela época.
A gente quer sempre mais. Quando eu era garoto, sonhava com seleção brasileira. Consegui e não larguei mais. Fiquei 14 anos direto. Mas me imaginei campeão mundial, olímpico. Não consegui medalha em Mundial, mas espero conseguir nas Olimpíadas"
Marcelinho Machado
E as confusões em quadra? Não foram poucas ao longo da carreira. Você se arrepende de alguma?
Eu me arrependo de todas. O episódio de Joinville, a festa do Oscar, enfim. Sou um cara muito emotivo e correto. Quem me conhece sabe que eu brigo pelas coisas que acho que são certas. Às vezes eu vejo coisas acontecendo ao meu redor e acho que é uma sacanagem que estão fazendo com a gente.
E o que te dá numa hora dessas que você perde a cabeça?
Pois é, aí eu tomo algumas atitudes erradas. Tento mostrar para todo mundo que estão errando, e acabo fazendo uma coisa pior. Então eu me arrependo. Acabo aprendendo com isso, e infelizmente não tem como apagar, já passou. O que posso fazer é não repetir daqui para frente.
Ainda sobre o roteiro da sua carreira, em 2008 você anunciou que se aposentaria da seleção, e depois se arrependeu. Desta vez, com a vaga olímpica, você marca uma nova data para a aposentadoria depois de Londres?
Sim, agora é definitivo.
Tem um Mundialzinho depois...
É, um Mundialzinho sempre tem, né (risos). É perto, são dois anos. Mas não vai acontecer. Neste ano eu quero me dedicar ao Flamengo, mas no fundo já pensando nas Olimpíadas. Quero estar fisicamente e tecnicamente na melhor forma possível na hora da convocação. Sei que 2012 vai ser meu último ano. Lutei muito para jogar as Olimpíadas, e seria a melhor forma de encerrar minha carreira na seleção.
Jogar as Olimpíadas era o que faltava? Ou ainda vai ficar faltando alguma coisa quando você olhar para trás?
Ah, a gente quer sempre mais. Quando eu era garoto, eu sonhava com seleção brasileira. Consegui e não larguei mais. Fiquei 14 anos direto. Mas me imagino campeão mundial, campeão olímpico. Não consegui medalha em Mundial, mas espero conseguir nas Olimpíadas.
Marcelinho Machado basquete (Foto: André Durão)A varanda do apartamento de Marcelinho tem vista para a Arena da Barra  (Foto: André Durão)
O Brasil já tem bala para sonhar com um pódio em Londres?
Eu acho que sim. Eu vi o Pré-Olímpico europeu. Realmente são seleções muito fortes, altas, com defesas ótimas. Mas a maioria delas não jogou nada muito diferente do que a gente está jogando. É claro que em Olimpíadas, pelo que eu sei de ler, é um período curto em que um jogo faz uma diferença tremenda. Vai depender do nosso rendimento na hora, mas que a gente tem condições, tem.
Eu sempre vi Olimpíadas pela televisão, e agora, se eu conseguir chegar bem, vou estar lá dentro. Vai ser realmente especial"
Marcelinho Machado
O que você achou da seleção argentina? Há uma admiração por eles?
Bastante. Esse processo que a gente está atravessando agora eles começaram antes, então eles colheram os frutos antes. Hoje eles têm uma base muito forte com relação à maneira de jogar. É lógico que existe a Geração Dourada, que é fenomenal e talvez não apareça outra. Mas a forma de jogar dos times, da seleção, você vê que já é bem sólida. É um exemplo a ser seguido.
Depois de Londres muitos jogadores da Argentina vão se aposentar. A tendência é que o Brasil passe a dominar o basquete da América do Sul?
Acredito nisso sim. Eu acredito em ciclos. E o ciclo da Geração Dourada está acabando. A seleção brasileira é muito jovem. Tirando o meu caso, a gente tem seleção aí para seis, sete anos tranquilo. Vai sair um ou outro, mas a base vai ficar. Tenho esperança de que o Brasil seja superior à Argentina nesse próximo ciclo.
Marcelinho Machado e o filho Gustavo basquete (Foto: André Durão)Marcelinho e Gustavo: por enquanto, só o pai consegue (André Durão)
Vocês já conseguiram ganhar deles e, na final do torneio, complicaram um jogo mesmo depois da festa até tarde na véspera, de raspar o cabelo. Era um jogo para a Argentina ganhar de 40 pontos, e não foi assim que aconteceu.
Na preleção do hotel, o Magnano falou uma coisa que foi chave: "Vocês estão preparados para ganhar o campeonato. A preparação que vocês fizeram não foi por água abaixo de ontem para hoje. Vocês rasparam o cabelo, mas se derem o clique agora, vocês podem ganhar." E acho que foi por aí. A gente realmente teve uma descarga emocional de 15 anos sem conseguir uma vaga. É normal todo mundo relaxar. Mas na hora que a gente percebeu que era uma final de campeonato, contra um grande rival, na casa deles, ninguém ali queria perder. Já no vestiário o Huertas falou que a gente tinha que partir para cima deles. E foi quase.
Falando no Huertas, após a conquista da vaga ele fez questão de te homenagear na entrevista coletiva. Esperava aquilo?
Cara, eu não esperava não. Sei o quanto ele me considera, ele sempre deixa isso claro, e a recíproca é verdadeira. Mas ali foi bastante emocionante, me pegou de surpresa. Foi bem legal ouvir as palavras dele. Essa convivência é o que vai me fazer muita falta quando eu sair da seleção. São dois meses muito intensos, a gente está junto todo dia, de manhã, de tarde, de noite. Cria-se um vínculo muito forte.
Você vai ter uma última oportunidade de experimentar essa convivência, e desta vez com uma diferença: vai ser numa Vila Olímpica. Está ansioso?
Claro. Eu sempre quis participar de Olimpíadas até por isso. Escuto todo mundo falando que Vila Olímpica é o maior barato. Você está saindo para o treino e vê o cara que acabou de bater o recorde mundial nos 100m rasos. Eu sempre vi Olimpíadas pela televisão, e agora, se eu conseguir chegar bem, vou estar lá dentro. Vai ser realmente especial.

Rafinha abriga Breno após incêndio: 'Ele estava em estado de choque'

Casa do zagueiro ex-São Paulo é destruída pelo fogo, lateral vê drama de perto e explica como foi a situação: 'Saí correndo para ajudar'

Por Fábio Lima Rio de Janeiro
FRAME Breno e Rafinha do Bayern de Munique (Foto: Reprodução)Breno e Rafinha no dia anterior (Foto: Reprodução)
O zagueiro Breno, do Bayern de Munique, teve sua casa incendiada na madrugada desta terça-feira, perdeu todos os bens, mas foi socorrido com seus familiares pelos bombeiros. O lateral-direito brasileiro Rafinha, que é vizinho do ex-são-paulino, ajudou o companheiro, abrigando-o em sua casa.
- Ele estava em estado de choque. A casa sofreu perda total e ele perdeu todos os pertences que estavam lá. Quando eles me ligaram, eu levei um susto. Não imaginava que isso poderia acontecer com alguém que é querido por nós. Assim que eles me contaram eu saí correndo para ajudar - explicou o lateral por e-mail ao GLOBOESPORTE.COM.
Uma mistura de emoções tomou conta de Rafinha. Da surpresa, ao susto, à tristeza pelo amigo e à tensão de se imaginar na situação de Breno.
- Fiquei assustado, foi a primeira vez que isso aconteceu com alguém que eu conheço. O Breno é como um irmão para mim e fico muito triste pelo que ele está passando. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi a minha filha, pois é automático pensar e se colocar nessas situações. É claro que trouxe eles para a minha casa, pois é o mínimo que eu poderia fazer para ele e sua familia - desabafou.
Incêndio na casa do jogador Breno do Bayer de Munique (Foto: EFE)Bombeiros conseguiram apagar o fogo, mas os danos já estavam irreparáveis (Foto: EFE)
De acordo com o lateral-direito, a "comunidade brasuca" do Bayern entrou em ação e o clube deu o apoio necessário ao zagueiro.
- O Luiz Gustavo também veio aqui em casa para dar solidariedade. O Breno já está num hotel e o clube também arrumou roupas para ele - concluiu.
Estima-se que as perdas tenham ultrapassado o valor de € 1 milhão (cerca de R$ 2,3 milhões). Após o incidente, Breno foi levado ao hospital por precaução mas, assim como a família, não sofreu danos físicos. No dia anterior ao incidente, o clima era de festa no Bayern de Munique. Os jogadores vestiram trajes típicos alemães e posaram para fotos para promover o Oktoberfest, tradicional festa que acontece anualmente na cidade de Munique.

Coração sem divisão: quando vencer passa a ser um detalhe para a paixão

Torcedores folclóricos apresentam modo peculiar de apoiar São Raimundo (PA), Trem (AP) e Plácido de Castro (AC) em tortuoso caminho da Série D

Por Cahê Mota Direto de Macapá (AP), Plácido de Castro (AC), Rio Branco (AC) e Santarém (PA)
Uma paixão raramente alimentada por vitórias. Assim é a vida de torcedor na Série D do Brasileirão. Se a região Norte é marcada por arrebanhar grande número de adeptos para os principais clubes dos grandes centros do país, ainda é possível encontrar poucos e fiéis apaixonados por equipes locais, que chamam a atenção por onde passam pelo jeito peculiar de torcer. Assim são Tia Lucinda, Miro do Picolé e Babá. Trio que não faz barulho como a fanática torcida do Santa Cruz, maior da competição, mas não deixa os modestos São Raimundo (PA), Trem (AP) e Plácido de Castro (AC) sozinhos.
Serie D - Montagem Torcedores (Foto: Cahê Mota/Globoesporte.com)Miro do Picolé, Seu Babá e Tia Lucinda: as figuras folclóricas da Série D (Foto: Cahê Mota/Globoesporte.com)
Torcedores folclóricos, eles contribuíram, no mínimo, quatro vezes cada – número de jogos em casa - para que a quarta divisão do futebol brasileiro tivesse 320.041 torcedores nos estádios em toda a primeira fase, encerrada no último domingo com média de 2.286 por partida. Com 42.584 pagantes, o Santa Cruz foi responsável pelo maior público, na segunda rodada, contra o Guarani do Ceará, no Arruda, enquanto Cerâmica (RS) x Oeste (SP), com apenas 15 testemunhas, registraram a decepção da fase inicial. A etapa, por sinal, marcou a despedida de Tia Lucinda, Miro do Picolé e Babá dos estádios em 2011, com a eliminação de seus times. O trio, no entanto, não passou despercebido.
- Seja qual for o resultado, estou ao lado deles. Não é qualquer time que chega onde o São Raimundo já chegou (campeão da Série D de 2009). Então, não podemos só cobrar sempre vitória. É preciso entender que o adversário também dá o máximo. E falo isso para os jogadores. Fico triste, me desespero, choro, faço promessa, mas estou com eles – falou Tia Lucinda em tom resignado pela eliminação e apaixonado pelo Pantera.
Casa, comida e roupa lavada
A professora aposentada, de 60 anos, é talvez a figura mais famosa relacionada ao clube do interior do Pará. Presença constante em todas as partidas no estádio Colosso do Tapajós, Tia Lucinda não tem condição financeira para acompanhar a equipe em compromissos fora de casa (quando deixa quatro rádios ligados na mesma sintonia, conforme faz questão de frisar), mas sua função vai muito além de somente incentivar das arquibancadas. A paixão pelo São Raimundo é tanta que em 2009, ano da conquista da primeira edição da Série D, ela hospedou em sua casa dois jogadores do elenco.
- Agora, por ter uma filha jovem, não posso fazer mais isso, mas todos têm sempre as portas abertas para me visitar e pedir ajuda Os jogadores ficam longe da família, precisam do apoio de quem é da cidade. Então, sempre faço um peixinho para eles, dou um almoço. É importante que se sintam bem, que comam algo diferente do que o clube oferece – explicou.
Atualmente, a participação fora do estádio prevê “apenas” almoços esporádicos com os pratos preferidos do grupo que vive em uma casa alugada pelo clube a poucos metros da moradia da “Tia”, que também lava as roupas dos mesmos. Com quadros e adesivos do Pantera espalhados pela casa, Lucinda é do tipo que fica nervosa já na véspera dos compromissos da equipe e para aliviar a ansiedade todo um ritual é repetido exaustivamente no altar improvisado no próprio quarto.
Sempre que está se aproximando a hora do jogo, começo a conversar com o santo para amenizar o nervoso, o calafrio"
Tia Lucinda, torcedora do São Raimundo
- Sempre que está se aproximando a hora do jogo, começo a conversar com o santo para amenizar o nervoso, o calafrio. Além do São Raimundo, tem o Sagrado Coração de Jesus, Santo Antônio, Nossa Senhora Aparecida, Santo Expedito, alguns anjinhos... Converso com todos eles e sempre digo: “Essa não é uma guerra, mas uma nova batalha. Precisamos vencer para ver o nome de São Raimundo o mais alto possível. É difícil, mas não é impossível”.
Já no estádio, a imagem do santo na mão direita é presença constante, assim como o beijo a cada jogada de perigo. Nem sempre, porém, as coisas dão certo e não é difícil adivinhar quem acaba pagando o pato.
- Não largo o santo nunca. Por isso, ele está todo remendado. Uma vez, quando sofremos o gol, deixei cair no chão, mas juntei, colei e pedi desculpas.
A fé aliada a superstição não funcionou nas duas últimas temporadas, quando o clube foi rebaixado na Série C e agora eliminado precocemente na D. O sucesso em 2009, porém, rendeu oferendas de fitas com as cores do clube e imagens de São Raimundo, doadas para sede social ou para igreja.
Picolé de graça e torcedor na arquibancada
E se Tia Lucinda tem a paixão pautada na fé, quase 2.000km distante de Santarém outro torcedor folclórico da quarta divisão monopoliza as atenções apelando para o lado comercial: Miro do Picolé. De sorriso fácil e com sua inseparável caixa de isopor, o ambulante é a figura mais espalhafatosa na torcida do Trem, do Amapá, e não perde um só compromisso no estádio municipal Glicério Marques, seja para torcer ou vender.
Garantindo oferecer picolé gigante, grandão, bonitão e gostosão, Miro é conhecido até mesmo entre os jogadores. Antes da final do Segundo Turno do Amapazão, inclusive, passou na frente da concentração a caminho do estádio para incentivar o grupo que acabou levando a melhor sobre o Ypiranga em disputa por pênaltis. O amor pelo Rubro-Negro de Macapá, por sua vez, está longe de ter origem na infância. Pelo contrário, o lado financeiro contribuiu, e muito.
- Eu vendia picolé do lado de fora do estádio e Dona Socorro (presidente do clube) começou a me mandar entrar para vender para torcida dela. Comecei a me empolgar e torcer. Até deixei meu antigo time, que era o Independente de Santana (interior do estado). A maioria dos meus clientes é do Trem, o clube banca meu emprego (risos).
Quando Miro fala em bancar, não é da boca para fora. Alheio a tudo que acontece ao seu redor quando rola a bola, o ambulante deixa até mesmo de oferecer sua mercadoria para incentivar o Trem. Para evitar o prejuízo, a mandatária do clube optou por uma solução que faz sucesso: compra todo estoque nos intervalos e pede que o torcedor-vendedor distribua entre as crianças. A cada ida ao estádio, Miro produz 100 picolés vendidos a R$ 1,50.
Babá, o fiel de Plácido de Castro
Menos extravagante que Miro ou fanático como Tia Lucinda, Seu Babá troca tudo que está fazendo no interior do Acre para apoiar sua mais recente paixão: o Plácido de Castro. Caçula na Série D, com apenas quatro anos de profissionalismo, a equipe que leva o nome da cidade próxima da divisa com a Bolívia cativou o “trabalhador avulso”, como ele próprio define, por um motivo simples: poder realizar o sonho de “participar” de uma competição oficial.
Aos 57 anos, Seu Babá não conseguiu levar a frente o sonho de se tornar um esportista e viu com a formação do time a possibilidade de se aproximar do segmento que sempre acompanhou de longe. Por isso, o trajeto de 100km de Plácido de Castro até a Arena da Floresta, em Rio Branco, tenha sido repetido a exaustão com tanta felicidade em todas as partidas disputadas em 2011.
- Em toda minha vida, sempre gostei de esportes. É o time da cidade e não perco um jogo. Quando dava para eu brincar minhas peladas, brincava. Agora que não dá mais, tenho que torcer. Faço de tudo para estar sempre presente.
As fronteiras do Acre representam o limite para que os olhos de Seu Babá sigam o time do coração. Nascido e criado no interior, ele cultiva hábitos poucos comuns nos dias atuais. E nem mesmo a transmissão ao vivo de uma emissora de TV local dos jogos fora do estado o faz trocar a sala de sua casa ainda com paredes de madeira e o rádio de pilha, inseparável seja onde for. Afinal, é Série D, e quem disse que é para ser fácil?

Camisomatic: ferramenta permite que você crie uniformes na internet

Integrado às redes sociais, aplicativo do GLOBOESPORTE.COM oferece 42 modelos de camisa, 18 formatos de gola e escudos de 29 equipes

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Para o torcedor de futebol, a camisa do seu time é tudo. As cores e os escudo são a encarnação em campo - e na arquibancada - da paixão do fanático. E agora, no computador! Para dar vazão na internet à paixão do torcedor, o GLOBOESPORTE.COM lança o Camisomatic, interface gráfica que transforma cada internauta num vice-presidente de marketing, capaz de criar camisas para o seu time. Ou para zoar os rivais. Tudo integrado às redes sociais. Experimente agora o Camisomatic!
Camisomatic (Foto: Editoria de Arte/GLOBOESPORTE.COM)Camisomatic (Foto: Editoria de Arte/GLOBOESPORTE.COM)
A ferramenta oferece 18 modelos de camisa, com variações de golas 'em V', polo ou ainda com cadarço, no estilo retrô. O internauta também pode escolher entre 42 estampas diferentes e uma paleta de cores completa. No final, pode arrematar com escudo da Seleção Brasileira ou de 28 times com passagens recentes pela Série A do Brasileirão. Ainda pode escrever uma frase e projetá-la sobre o manto recém criado ou na moldura que acompanha o uniforme.
No fim, o internauta pode salvar sua camisa no próprio computador ou compartilhá-la com seus amigos. A ferramenta tem botões para envio para o Twitter e Facebook. No Facebook, a ferramenta automaticamente monta um 'varal' onde é possível ver todas as camisas criadas por seus amigos e publicadas neste ambiente.
Crie sua camisa agora no Camisomatic!

Após agressão, conselheiro é suspenso por 30 dias pelo Flamengo

Com a suspensão, Peruano está proibido de frequentar qualquer dependência do clube. Comissão de inquérito que irá apurar os fatos

Por Richard Souza Rio de Janeiro
O Flamengo informou em nota oficial nesta terça-feira que o conselheiro e sócio proprietário, José Carlos Peruano, está suspenso por 30 dias pela agressão a Arthur Muhlenberg, conselheiro do clube e responsável pelo blog do torcedor do Flamengo no GLOBOESPORTE.COM, o "Urublog", na manhã desta segunda-feira, durante o lançamento da terceira camisa do Rubro-Negro, na Gávea.
Com a suspensão, Peruano está proibido de frequentar qualquer dependência do clube neste período. Ele já foi avisado da punição.
confusão no lançamento de uniforme do Flamengo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)Peruano (esq.) está proibido de frequentar as dependências do Fla ( Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
O vice-jurídico do Flamengo, Rafael De Piro, ponderou que está sendo designada uma comissão de inquérito que irá apurar os fatos que cercaram o incidente desta segunda-feira.O clube também vai investigar as acusações do próprio Peruano, que alegar ter sido agredido verbalmente por Muhlenberg.
O episódio ocorreu na manhã desta segunda-feira, durante o evento de lançamento da terceira camisa do Flamengo, na sede da Gávea. José Carlos Peruano alegou ter ouvido ofensas e comentários de Muhlenberg a seu respeito e, por isso, o agrediu pelas costas. O blogueiro, por sua vez, negou ter falado ou escrito qualquer coisa sobre Peruano e classificou o ato como “uma covardia”.

Peruano é presidente da torcida organizada Urubu Guerreiro e recentemente criou o Disque-Dentuço, a ação que visava ao combate dos excessos noturnos de Ronaldinho.

Confira abaixo as penalidades disciplinares em que Peruano pode ser enquadrado de acordo com o estatuto do Flamengo:

Art. 39 - Praticar vias de fato. Penalidade: suspensão até noventa dias.

Art. 41 - Provocar tumulto, portar-se de modo incoveniente ou desrespeitoso em solenidade,ato oficial ou assembléia. Penalidade: suspensão até cento e oitenta dias.
Art. 50 - Praticar ato de grave indisciplina social ou desportiva. Penalidade: suspensão até trezentos e sessenta dias ou eliminação.

Art. 51 - Praticar ato delituoso, assim considerado pela legislação penal, nas dependências do Flamengo. Penalidade: suspensão até trezentos e sessenta dias ou eliminação.
A íntegra da nota oficial:
O Clube de Regatas do Flamengo comunica que, em razão da agressão física praticada contra o associado Arthur Muhlenberg, o Conselho Diretor entendeu por suspender imediatamente o associado José Carlos Peruano, na forma e no prazo de 30 (trinta) dias previstos nos arts. 59 e 60* do Estatuto do clube. De outro lado, informa também que está sendo designada uma comissão de inquérito disciplinar com vistas a apuração cabal do fato.
* Art. 59 - Tomando conhecimento ou recebendo comunicação da ocorrência de um fato que corresponda a uma infração disciplinar, o presidente do Poder competente designará, em cinco dias, Comissão de Inquérito para a sua apuração em sessenta dias.
Art. 60 -  O presidente do Poder competente poderá suspender liminarmente, pelo prazo de até
trinta dias, o sócio, de qualquer categoria, a quem seja imputada infração cuja penalidade
importe em eliminação ou suspensão, prorrogável por mais trinta dias, caso o inquérito não
esteja concluído.