terça-feira, 20 de setembro de 2011

Redimido, Marcelinho quer um Brasil inquieto: 'Não podemos cair na ilusão'

Ao lado da família, ala ainda festeja a vaga olímpica e espera que o basquete nacional saiba aproveitar o bom momento: 'Não basta seguir do jeito que está'

Por Rodrigo Alves Rio de Janeiro
Às dez da manhã, o pequeno Gustavo já corre pelo apartamento na Barra da Tijuca com a energia de quem tem 3 anos de idade e quer aproveitar cada minuto de convívio com o pai após dois meses de ausência. Na dúvida entre o jogo de montar espalhado na mesa e a brincadeira com o cachorro Leki, acaba descendo para o play. “Papai vai conversar agora”, avisa Marcelinho Machado, um dos heróis da Copa América de Mar del Plata, que recolocou o basquete brasileiro nas Olimpíadas e quebrou um jejum de 15 anos. Aos 36, o ala já acumula 14 de serviços prestados à seleção, sem jamais deixar de atender a um chamado – fato raro em tempos de NBA. Uma hora o filé mignon tinha que chegar. E chegará no meio do ano que vem, em Londres.
Marcelinho Machado basquete (Foto: André Durão)Marcelinho em seu apartamento na Barra da Tijuca: um dos 12 heróis da vaga olímpica (Foto: André Durão)
Marcelinho já não tem nas costas o peso da ausência olímpica, mas se recusa a achar que o fim do jejum é o bastante para o basquete nacional deitar na glória. Após a “emoção mais forte da carreira”, é hora de festejar, sim, mas sem perder de vista que a estrada é longa.
- Não podemos cair na ilusão de que agora o basquete está às mil maravilhas só porque vai para as próximas duas Olimpíadas. Não basta seguir do jeito que está. Uma crítica que eu sempre fiz ao esporte brasileiro é que a gente espera ter o resultado para depois fazer o investimento. Devia ser o contrário – avalia o ala do Flamengo.
No blog Rebote, a versão estendida da entrevista e o espaço para você comentar. Clique.
As críticas acontecem e têm que acontecer mesmo, mas no fundo todo mundo estava esperando esse momento. Todo mundo torcia por isso, ninguém quer o Brasil mal. Foi uma emoção muito grande, todo mundo sentiu, até porque a gente também chorou ali na hora, transmitiu isso. Foi a emoção mais forte da minha carreira. Era muito tempo buscando isso"
Marcelinho Machado
GLOBOESPORTE.COM: Depois da conquista da vaga, você já disse algumas vezes que ninguém tem vaga cativa na seleção. Mas falando sinceramente, tem alguma possibilidade de você não estar em Londres?
MARCELINHO MACHADO: Eu acho que tem, cara. A seleção está sempre num processo de renovação e melhoria. Falta um ano, e até lá pode acontecer muita coisa. Vou até bater na madeira, mas tem lesão, um monte de coisa que pode acontecer. E a seleção precisa ter os melhores. Vou fazer de tudo para estar entre os melhores, ainda mais agora com a motivação de jogar as Olimpíadas. É claro que quem está no grupo há bastante tempo tem uma vantagem, o Magnano já conhece. Mas ninguém tem vaga assegurada não.
Além da conquista da vaga, o Brasil ganhou da Argentina lá dentro e mostrou um basquete muito mais forte. Esse Pré-Olímpico marca uma nova seleção brasileira no jeito de jogar?
Eu acho que sim. Vejo um Brasil muito mais consistente, e isso se deve muito à força defensiva. Não tem um ou outro que marca, todos marcam. É lógico que você tem o Alex como melhor defensor, mas para estar em quadra você tem que marcar, por mais que não seja sua característica no clube. Todo mundo sabe que, ali dentro de quadra, a primeira coisa é parar o teu oponente. Isso dá uma consistência muito boa ao time. Às vezes a gente faz jogos não tão bons, mas a defesa dá uma tranquilidade.
Qual é a porcentagem do Magnano na conquista da vaga?
Bastante, viu, bastante. Porcentagem é complicado, mas ele é muito importante para o grupo. Além da bagagem que ele traz, do conhecimento, da tática, da técnica, dos treinamentos, ele tem uma capacidade de motivar o time no dia a dia de uma forma que todo treino é como se fosse o treino decisivo. Todo jogo é o jogo, não importa se é um amistoso contra uma universidade americana. Ele bota a gente na pilha pensando sempre no objetivo maior. Tem muito mérito. Além de grande treinador é uma pessoa muito correta. Eu sei que você vai me perguntar daqui a pouco sobre Nenê, Leandrinho e Varejão (risos)...
Eu nem ia perguntar não, porque vocês todos já falaram tanto disso...
(Risos) Pois é, já está tão batido, né. Mas o que eu ia dizer é que todo mundo fica muito tranquilo em relação ao que vai acontecer porque é o Magnano. Ele vai fazer o que for melhor para a seleção. Se na cabeça dele, o melhor é levar todo mundo, ele vai levar, e todo mundo vai continuar satisfeito de estar ali. Temos certeza de que ele vai fazer a melhor escolha.
Leandrinho e Nenê Pré-Olímpico 2007 basquete (Foto: Divulgação/CBB)Leandrinho e Nenê: sem portas fechadas na
seleção brasileira (Foto: Divulgação/CBB)
Já que você puxou o assunto, parece claro que Leandrinho e Varejão são jogadores que fazem parte do grupo. O Nenê já é um pouco diferente, tem aparecido pouco na seleção.
A gente nunca teve problema nenhum. Varejão e Leandrinho estavam no Mundial no ano passado. Fica aquele negócio, porque são os 12 que conquistaram a vaga, mas a verdade é que quem for para a seleção vai fazer o melhor grupo possível. A convivência com esses jogadores é excelente, são todos amigos. Do jeito que falam parece que os caras vão prejudicar o time se estiverem. Não tem isso.
Voltando à campanha em Mar del Plata, como foi aquela vitória sobre a Argentina? Em que momento vocês tiveram a dimensão da importância daquele resultado?
Na verdade, só quando eu liguei para casa, e a Renata falou que a mãe dela passou pela rua no horário do jogo, e viu as televisões dos bares sintonizadas no basquete. Era um feriado, e foi no meio da rodada do futebol. Foi uma vitória emblemática sim. A Argentina estava marcando a despedida da seleção em casa, uma seleção que foi campeã olímpica, com excelentes jogadores. E a gente conseguiu vencer lá dentro. Isso nos deu ainda mais confiança para a gente conseguir a classificação.
E depois de tantos anos de críticas, qual é o sabor dos elogios?
As críticas acontecem e têm que acontecer mesmo, mas no fundo todo mundo estava esperando esse momento. Todo mundo torcia por isso, ninguém quer o Brasil mal. É lógico que sempre tem aquele espírito de porco que vai torcer contra, mas no fundo esse cara também quer que ganhe. Foi uma emoção muito grande, todo mundo sentiu, até porque a gente também chorou ali na hora, transmitiu isso. Foi a emoção mais forte da minha carreira. Era muito tempo buscando isso.
Marcelinho Machado e família basquete (Foto: André Durão)Renata e Marcelinho com Gustavo e Leki: família reunida no Rio de Janeiro (Foto: André Durão)
Como foi o vestiário antes do jogo decisivo contra a Dominicana?
O Magnano vinha nos dizendo desde o primeiro dia que, para alcançar alguma coisa que você nunca alcançou, é preciso fazer coisas que você nunca fez. E antes desse jogo ele colocou no quadro do vestiário uma frase sobre isso, dizendo que nós estávamos perto da glória e precisávamos de força e união. É lógico que estava todo mundo ansioso, mas eu senti muita confiança. O que deu mais tranquilidade para o grupo foi saber que a gente tinha feito tudo o que era preciso fazer para estar ali. A gente merecia a vitória. Mas é lógico que só merecimento não basta, era preciso ganhar. E o jogo foi muito bom. O time deles foi muito bem, até poderia ter vencido. Mas controlamos bem o jogo.
Logo depois da conquista da vaga, o Magnano já disse que é preciso continuar trabalhando pelo basquete brasileiro. Falou muito sobre fortalecer os clubes e o trabalho de base. O que essa vaga olímpica não pode mascarar?
Não podemos cair na ilusão de que agora o basquete está às mil maravilhas só porque vai para as próximas duas Olimpíadas. Não basta seguir do jeito que está. Uma crítica que eu sempre fiz ao esporte brasileiro é que a gente espera ter o resultado para depois fazer o investimento. Devia ser o contrário. Espero que essa conquista sirva para melhorar ainda mais a estrutura do basquete. A gente sabe o quanto é precária a situação na formação de jogadores no Brasil. Temos a capacidade de formar muito mais do que formamos hoje.
Qual é o caminho?
Temos que profissionalizar mais gerentes, diretores, pessoas que sejam mais capazes de exercer essas funções. Que seja uma coisa bem profissional mesmo. Acho que o caminho é uma base forte e a profissionalização de todos que trabalham com o basquete.
Ninguém gosta de crítica. Hoje, mais experiente, sei que é uma coisa natural. Mas ouvir a crítica ninguém gosta. Eu preferia que estivessem falando bem de mim, né, lógico. Já teve ano de seleção em que eu chutava muito mesmo. Era uma época em que eu não entendia muito bem, depois passei a entender melhor"
Marcelinho Machado
Você está na seleção desde 1998. Já deixou de jogar alguma vez?
Nos 14 anos em que estou na seleção, eu fui em todos os anos, até quando era só amistoso.
Problemas particulares, lesões, questões contratuais... nada disso te pega?
Não, ainda bem que nunca tive nenhum problema desse tipo.
De uma forma ou de outra, isso contribuiu para você ser mais criticado ao longo da carreira? Porque o Brasil passou por momentos ruins, e era você que estava sempre lá para receber as críticas.
Talvez. Você critica quem participa do grupo, né. Quem não participa você critica antes. Durante a competição, você vai criticar quem está lá, e eu realmente sempre estive lá. Mas faz parte. Se eu pudesse voltar no tempo, faria tudo igual, não deixaria de ir com medo de críticas.
As críticas já te incomodaram mais?
Ah, incomoda, ninguém gosta de crítica. Hoje, eu mais experiente, sei que é uma coisa natural. Mas ouvir a crítica ninguém gosta. Eu preferia que estivessem falando bem de mim, né, lógico. Mas há críticas e críticas. Já teve ano de seleção em que eu chutava muito mesmo. Era uma época em que eu não entendia muito bem, depois passei a entender melhor. Agora, às vezes a pessoa também fica com uma imagem de uma outra época e critica em cima daquela outra imagem. Você não está mais fazendo aquele jogo, já está com um jogo mais consistente, e continuam criticando algo que você não faz mais.
Tem um termo muito associado a você, que é o de crazy shooter (chutador maluco). Esse termo te incomoda?
Não. Eu sempre fui um cara que, no clube ou na seleção, na hora em que o jogo está pegando, as jogadas eram para eu chutar. Eu nunca fugi dessa responsabilidade. Sempre acreditei que era essa a minha função e assumia essa condição. Às vezes os chutes não saíam tão equilibrados, às vezes caíam, às vezes não, e aí a crítica vem em cima. Mas faz parte.
Marcelinho Machado basquete (Foto: André Durão)Mesmo de folga dentro de casa, inseparável da
bola e da tabela (Foto: André Durão)
Em que momento você acha que seu jogo ficou mais consistente? No Pan de 2007, você passou a colaborar mais com defesa, assistências, roubadas. Depois vieram Moncho e Magnano, e você virou outro jogador na seleção. Depois disso você se sentiu menos criticado?
Sim, fui menos criticado, mas acho que essa mudança começou um pouco antes do Pan. Quando fui para a Europa e voltei para jogar um Sul-Americano em Campos, ali eu já senti que estava jogando de uma forma diferente. Meus números já estavam melhores em relação a assistências, rebotes, muito mais participativo na defesa. Minha ida para a Europa foi muito importante, aprendi bastante lá.
Se a sua carreira fosse um roteiro de cinema, o que você mexeria?
Não mudaria nada, estou muito satisfeito. Esse finalzinho de carreira na seleção foi um roteiro bem dramático, no soar do alarme, mas fico muito feliz. Às vezes é bom passar por dificuldades para dar a volta por cima e conseguir vencer no fim.
E nessa reta final, mesmo com a vaga olímpica, tudo caminhava para você ser apenas um coadjuvante na seleção. Mas no jogo da vaga você foi o cestinha, foi um dos protagonistas. Esperava isso?
Hoje eu tenho mesmo um papel de coadjuvante na seleção. O último jogo foi legal, foi uma atuação muito boa. Mas sei que meu papel hoje é diferente, sou um reserva. Em 2003 ou 2007 eu era titular. Mas hoje me sinto tão responsável como me sentia naquela época.
A gente quer sempre mais. Quando eu era garoto, sonhava com seleção brasileira. Consegui e não larguei mais. Fiquei 14 anos direto. Mas me imaginei campeão mundial, olímpico. Não consegui medalha em Mundial, mas espero conseguir nas Olimpíadas"
Marcelinho Machado
E as confusões em quadra? Não foram poucas ao longo da carreira. Você se arrepende de alguma?
Eu me arrependo de todas. O episódio de Joinville, a festa do Oscar, enfim. Sou um cara muito emotivo e correto. Quem me conhece sabe que eu brigo pelas coisas que acho que são certas. Às vezes eu vejo coisas acontecendo ao meu redor e acho que é uma sacanagem que estão fazendo com a gente.
E o que te dá numa hora dessas que você perde a cabeça?
Pois é, aí eu tomo algumas atitudes erradas. Tento mostrar para todo mundo que estão errando, e acabo fazendo uma coisa pior. Então eu me arrependo. Acabo aprendendo com isso, e infelizmente não tem como apagar, já passou. O que posso fazer é não repetir daqui para frente.
Ainda sobre o roteiro da sua carreira, em 2008 você anunciou que se aposentaria da seleção, e depois se arrependeu. Desta vez, com a vaga olímpica, você marca uma nova data para a aposentadoria depois de Londres?
Sim, agora é definitivo.
Tem um Mundialzinho depois...
É, um Mundialzinho sempre tem, né (risos). É perto, são dois anos. Mas não vai acontecer. Neste ano eu quero me dedicar ao Flamengo, mas no fundo já pensando nas Olimpíadas. Quero estar fisicamente e tecnicamente na melhor forma possível na hora da convocação. Sei que 2012 vai ser meu último ano. Lutei muito para jogar as Olimpíadas, e seria a melhor forma de encerrar minha carreira na seleção.
Jogar as Olimpíadas era o que faltava? Ou ainda vai ficar faltando alguma coisa quando você olhar para trás?
Ah, a gente quer sempre mais. Quando eu era garoto, eu sonhava com seleção brasileira. Consegui e não larguei mais. Fiquei 14 anos direto. Mas me imagino campeão mundial, campeão olímpico. Não consegui medalha em Mundial, mas espero conseguir nas Olimpíadas.
Marcelinho Machado basquete (Foto: André Durão)A varanda do apartamento de Marcelinho tem vista para a Arena da Barra  (Foto: André Durão)
O Brasil já tem bala para sonhar com um pódio em Londres?
Eu acho que sim. Eu vi o Pré-Olímpico europeu. Realmente são seleções muito fortes, altas, com defesas ótimas. Mas a maioria delas não jogou nada muito diferente do que a gente está jogando. É claro que em Olimpíadas, pelo que eu sei de ler, é um período curto em que um jogo faz uma diferença tremenda. Vai depender do nosso rendimento na hora, mas que a gente tem condições, tem.
Eu sempre vi Olimpíadas pela televisão, e agora, se eu conseguir chegar bem, vou estar lá dentro. Vai ser realmente especial"
Marcelinho Machado
O que você achou da seleção argentina? Há uma admiração por eles?
Bastante. Esse processo que a gente está atravessando agora eles começaram antes, então eles colheram os frutos antes. Hoje eles têm uma base muito forte com relação à maneira de jogar. É lógico que existe a Geração Dourada, que é fenomenal e talvez não apareça outra. Mas a forma de jogar dos times, da seleção, você vê que já é bem sólida. É um exemplo a ser seguido.
Depois de Londres muitos jogadores da Argentina vão se aposentar. A tendência é que o Brasil passe a dominar o basquete da América do Sul?
Acredito nisso sim. Eu acredito em ciclos. E o ciclo da Geração Dourada está acabando. A seleção brasileira é muito jovem. Tirando o meu caso, a gente tem seleção aí para seis, sete anos tranquilo. Vai sair um ou outro, mas a base vai ficar. Tenho esperança de que o Brasil seja superior à Argentina nesse próximo ciclo.
Marcelinho Machado e o filho Gustavo basquete (Foto: André Durão)Marcelinho e Gustavo: por enquanto, só o pai consegue (André Durão)
Vocês já conseguiram ganhar deles e, na final do torneio, complicaram um jogo mesmo depois da festa até tarde na véspera, de raspar o cabelo. Era um jogo para a Argentina ganhar de 40 pontos, e não foi assim que aconteceu.
Na preleção do hotel, o Magnano falou uma coisa que foi chave: "Vocês estão preparados para ganhar o campeonato. A preparação que vocês fizeram não foi por água abaixo de ontem para hoje. Vocês rasparam o cabelo, mas se derem o clique agora, vocês podem ganhar." E acho que foi por aí. A gente realmente teve uma descarga emocional de 15 anos sem conseguir uma vaga. É normal todo mundo relaxar. Mas na hora que a gente percebeu que era uma final de campeonato, contra um grande rival, na casa deles, ninguém ali queria perder. Já no vestiário o Huertas falou que a gente tinha que partir para cima deles. E foi quase.
Falando no Huertas, após a conquista da vaga ele fez questão de te homenagear na entrevista coletiva. Esperava aquilo?
Cara, eu não esperava não. Sei o quanto ele me considera, ele sempre deixa isso claro, e a recíproca é verdadeira. Mas ali foi bastante emocionante, me pegou de surpresa. Foi bem legal ouvir as palavras dele. Essa convivência é o que vai me fazer muita falta quando eu sair da seleção. São dois meses muito intensos, a gente está junto todo dia, de manhã, de tarde, de noite. Cria-se um vínculo muito forte.
Você vai ter uma última oportunidade de experimentar essa convivência, e desta vez com uma diferença: vai ser numa Vila Olímpica. Está ansioso?
Claro. Eu sempre quis participar de Olimpíadas até por isso. Escuto todo mundo falando que Vila Olímpica é o maior barato. Você está saindo para o treino e vê o cara que acabou de bater o recorde mundial nos 100m rasos. Eu sempre vi Olimpíadas pela televisão, e agora, se eu conseguir chegar bem, vou estar lá dentro. Vai ser realmente especial.

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