domingo, 25 de setembro de 2011

Ceará vence o Coritiba e se distancia do Z-4
Em um jogo de qualidade, o Coxa chegou a empatar duas vezes, mas o Vozão consegue triunfar pela primeira vez com o técnico Estevam Soares
A CRÔNICA
por Gabriel Hamilko
O Ceará dá um basta na maré de azar e vence o Coritiba por 3 a 2, nesse domingo. Foi a primeira vitória do Vozão com o comando do técnico Estevam Soares. Os gols cearenses foram marcados duas vezes pelo atacante Roger e zagueiro Edmilson. Pelo Coxa, Bill marcou duas vezes.
A vitória cearense foi suada. Ficou na frente do placar por três vezes, mas o Coxa insistia em empatar e ameaçar o Vozão em pleno estádio Presidente Vargas. A partida foi movimentada e com várias chances para os dois lados.
Mesmo sem a vitória, o Coritiba permanece na briga do G-5, mas a distância fica em cinco pontos. Continua na nona colocação, com 36 pontos. Já o Vozão respira e se distancia do grupo do rebaixamento. Sobe para a 14ª posição, com 31 pontos.
O próximo compromisso do Alvinegro será no domingo, às 16h (de Brasília), quando vai até Belo Horizonte enfrentar o Atlético-MG. No mesmo horário, o Coxa duela com o Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli.
Coritiba e Ceará, Léo Gago (Foto: Divulgação / Coritiba)Em jogo disputado, Ceará leva a melhor e vence o Coxa (Foto: Divulgação / Coritiba)

Três belos gols
Foi um primeiro tempo bacana de assistir. As duas equipes jogaram um futebol de qualidade e marcaram belos gols. A disputa ficou lá e cá, com uma boa amarração no meio-de-campo e saídas rápidas pelas laterais, em ambas as equipes.
Os dez minutos iniciais foram de predomínio do Ceará. O Coritiba demorou para tirar o pijama e o Vozão não perdeu tempo. Jogando em casa, apertava o Alviverde Paranaense, mas era pouco objetivo quando chegava lá na meta adversária.
Nada que um lance de genialidade não resolvesse. Aos oito minutos, o meia Leandro Chaves dominou a bola e, com carinho, lançou para o atacante Roger fazer um daqueles momentos que não dava para pensar, mas agir. De bicicleta, acertou a pelota em cheio, que chorou nas duas traves antes de balançar a rede alviverde.
A partir daí, a estrela do goleiro Fernando Henrique começou a brilhar. Primeiro, após o chute do jovem zagueiro Luccas Claro, defendido à queima-roupa. Precisando do resultado, o Coxa melhorou e começou a empreender um maior ritmo no meio-de-campo.
Na base do toque, começou a jogada do empate coxa-branca. Lá de trás, o zagueiro Emerson iniciou, passou pelo lateral Lucas Mendes que tocou para o meia Tcheco, depois para Anderson Aquino, que tocou para Bill tirar de Fernando Henrique e empatar aos vinte minutos.
Com o placar igual, o Ceará se desanimou e o Coxa exagerava nos passes errados. Quando acertava, conseguia boas jogadas, que eram paradas pelo arqueiro Fernando Henrique, o nome da etapa inicial.
Mas, futebol não é uma ciência exata. Quando o time paranaense estava melhor, o Vozão ganhou uma falta frontal. Edmilson cobrou com perfeição. Tirou da barreira e meteu no ângulo direito do goleiro Vanderlei, que nem pulou. Alvinegros em festa, novamente.
Segue no ritmo acelerado
Na volta do intervalo, o Coritiba voltou mais atento. Começou pressionando, e não demorou muito para igualar o resultado de novo. Anderson Aquino foi parado bem na entrada da grande área. O volante Léo Gago soltou a bomba, Fernando Henrique defendeu, mas no rebote, o oportunista Bill marcou o segundo gol dele.
O empate não agradava nenhum dos dois. Por isso, a partida ficou bem movimentada, com chances para os dois lados. A velocidade era o que marcava o jogo. Por isso, o time cearense se cansou mais cedo e prevaleceria o time que tivesse mais preparo físico.
Pensando nisso, o técnico coxa-branca realizou duas substituições. Colocou o volante Willian e sacou o veterano Tcheco. Novo fôlego e um maior resguardo na meia-cancha. Na segunda alteração, saiu Aquino e entrou o atacante Leonardo.
No Ceará, Estevam Soares também movimentou o banco de reservas. O Alvinegro queria o contrário do Coxa. Se lançar mais para a frente. Para isso tirou o volante Rudnei e colocou o cetroavante Nicácio.
Deu efeito. A jogada do terceiro gol cearense começou com um boa enfiada de Osvaldo para Vicente, que na esquerda tocou limpa para Roger balançar as redes, aos 24 minutos..
Resultado que não interessava ao Coxa, mas que não conseguia se encontrar, possibilitando rápidos contra-ataques cearense, comandados por Osvaldo. Marcelo Oliveira teve que arrumar o time. Chamou o meia Geraldo e tirou o volante Leandro Donizete.
Mesmo assim, o time cearense dominou a partida e segurou o meio-campo alviverde. Dominou a posse de bola, aguardando o final da partida. Para segurar mais o meio, Soares colocou o lateral esquerdo Egídio no lugar do meia Leandro Chaves e mais um lateral direito: Boiadeiro na vaga de Eusébio.
O suficiente para levar os dez minutos sem grandes sustos e garantir uma importante vitória, que colocou o Ceará novamente na disputa intermediária, para a alegria da torcida alvinegra.
Com dois a menos, Dragão busca empate heroico contra o Palmeiras
Verdão sai na frente, vê dois expulsos no Atlético-GO e, mesmo assim, é dominado. O 1 a 1 só foi bom para os goianos, festejados pela torcida
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
A capacidade que o Palmeiras tem para complicar jogos favoráveis impressiona. Assim como impressiona a garra de um Atlético-GO que, mesmo com dois a menos, buscou o empate por 1 a 1 contra o Verdão, neste domingo, no Serra Dourada, e encarou o resultado como vitória heroica. Pois o time de Luiz Felipe Scolari abriu o placar, viu dois expulsos do outro lado e tinha campo livre para ampliar. Nada disso parece ter mexido com os 11 alviverdes em campo, que apenas assistiram de camarote a uma demonstração de superação dos rubro-negros goianos. Um time não quis vencer e está mais longe da briga por Libertadores. O outro, guerreiro, foi ovacionado pela torcida e mantém sua fama de “chato”.
Parece que o Verdão entrou determinado a empatar, e conseguiu. Com 12 igualdades, o time é o recordista do resultado no Campeonato Brasileiro – os 39 pontos mantêm os comandados de Felipão a dois do quinto colocado Fluminense, primeiro no G-5.
O Atlético-GO subiu para os 35 pontos, no meio da tabela - é o 12º. Valeu para o time de Hélio dos Anjos mostrar que é forte e brioso. Se a briga por Libertadores está longe, ao menos o rebaixamento não parece uma realidade para os goianos.
Na próxima rodada, o Palmeiras recebe o lanterna América-MG no Canindé, sábado, às 18h. No domingo, às 18h, o Atlético pega o Botafogo no Serra Dourada.
fernandão atlético-go x palmeiras (Foto: Agência Estado)Fernandão, do Palmeiras, lamenta chance desperdiçada diante do Atlético-GO (Foto: Agência Estado)
Mais do mesmo
Luiz Felipe Scolari resolveu manter boa parte do time que venceu o Ceará por 1 a 0, acreditando no maior entrosamento dessa formação. A mudança foi mínima: sem Chico, suspenso, Márcio Araújo voltou para sua posição de origem no meio-campo e João Vitor entrou na lateral direita. E o desempenho foi parecido com o do jogo passado, com Luan comandando as ações pelo lado esquerdo e empurrando o time ao ataque. Kleber, mais recuado, Tinga, pela direita, e Fernandão, fixo na área, completaram o sistema.
O Atlético-GO também tinha seus recursos e tentou se aproveitar da sonolência da defesa palmeirense. Mesmo em ritmo lento, nomes como Juninho e Vitor Júnior tiveram liberdade para articular o jogo. O Dragão não levou tanto perigo, assustou mais nas bolas aéreas, mas conseguiu deixar o duelo bem morno.
São nesses jogos truncados que a principal arma de Felipão aparece. Com faixa de capitão e tudo, Marcos Assunção deu trabalho a Márcio em dois escanteios – que não foram dois gols olímpicos por muito pouco. Mais de longe, a perícia do volante deu resultado: aos 23 minutos, Assunção encontrou o zagueiro Henrique, que só desviou de leve para fazer seu terceiro gol no Brasileirão e decretar: 1 a 0 Palmeiras.
O excesso de cartões aplicados pelo árbitro Francisco Carlos Nascimento (AL) causou baixas ainda no primeiro tempo. Após falta duríssima em Fernandão, o zagueiro Anderson foi expulso e o time da casa ficou com um a menos. A senha para os comandados de Hélio dos Anjos se retraírem ainda mais, mesmo jogando no Serra Dourada.
Manias que custam caro
Mesmo com um a mais, time mais qualificado e a vantagem no placar, o Palmeiras começou a segunda etapa de forma defensiva, esperando o Dragão em seu campo. Foi justamente essa postura que custou pontos em jogos fundamentais, contra Atlético-PR e Cruzeiro, por exemplo. O Atlético-GO gostou do panorama do jogo e se lançou, apostando na bola aérea – principal deficiência do Verdão. Agenor, sozinho, quase empatou. No banco de reservas, Felipão não conteve a irritação.
Irritado também estava Vitor Júnior, justamente aquele de maiores recursos técnicos no Atlético. O time vinha jogando bem, martelava e se mostrava próximo do empate. Mas após sofrer uma falta de João Vitor, o meia do Dragão saiu de sua normalidade e esbravejou contra o árbitro. Francisco Carlos Nascimento não teve alternativa: expulsou Vitor Júnior e causou a ira da torcida goiana. Daí até o fim, o clima no Serra Dourada foi de pressão.
E o Palmeiras, de forma impressionante, sofreu um apagão e deixou o Atlético jogar como quis. Mania que não é nova - boa parte de seus 12 empates veio em vacilos do próprio time. Quando teve a bola, o Verdão apenas trocou passes na intermediária. Do outro lado, os valentes atleticanos se lançaram ao ataque e criaram suas chances. Se não fosse Márcio Araújo em um lance, Anselmo teria entrado com tranquilidade na área e empatado o duelo.
Hélio dos Anjos não se omitiu e lançou o atacante Felipe. E na primeira jogada, ele rifou uma bola na grande área. Quatro palmeirenses estavam na defesa, e mais um acompanhando o lateral Thiago Feltri. Pois aos 35 minutos, Feltri soltou a bomba de esquerda quase sem ser incomodado. Deola não pegou, e o Palmeiras entrou numa pilha de nervos.
Incrédulo, Felipão tentou novidades ao colocar Pedro Carmona e Ricardo Bueno. Nem assim. Mesmo com dois a mais, o rei dos empates fez questão de manter sua sina. Do outro lado, festa para o valente Dragão.

brasileirão série a 2011

CLASSIFICAÇÃOPJVEDGPGCSG%
1
Vasco
49
26
14
7
5
41
28
13
62.8
2
Corinthians
47
26
14
5
7
37
26
11
60.3
3
São Paulo
46
26
13
7
6
41
30
11
59
4
Botafogo
45
25
13
6
6
40
28
12
60
5
Fluminense
41
26
13
2
11
34
31
3
52.6
6
Flamengo
41
26
10
11
5
42
34
8
52.6
7
Internacional
40
26
10
10
6
43
33
10
51.3
8
Palmeiras
39
26
9
12
5
32
25
7
50
9
Coritiba
36
26
10
6
10
44
34
10
46.2
10
Figueirense
36
26
9
9
8
32
33
-1
46.2
11
Santos
35
24
10
5
9
36
37
-1
48.6
12
Atlético-GO
35
26
9
8
9
32
29
3
44.9
13
Grêmio
33
25
9
6
10
29
33
-4
44
14
Ceará
30
26
8
6
12
33
44
-11
38.5
15
Bahia
30
26
7
9
10
29
33
-4
38.5
16
Cruzeiro
29
26
8
5
13
31
33
-2
37.2
17
Atlético-MG
25
26
7
4
15
32
44
-12
32.1
18
Atlético-PR
24
26
5
9
12
25
38
-13
30.8
19
Avaí
22
26
5
7
14
30
54
-24
28.2
20
América-MG
19
26
3
10
13
32
48
-16
24.4
  • Sab 24/09/2011 - 18h00 Arena da Baixada
    CAP
    1 1
    FLU
  • Sab 24/09/2011 - 18h00 Vila Belmiro
    SAN
    2 3
    FIG
  • Sab 24/09/2011 - 18h00 Engenhão
    FLA
    2 1
    AMG
  • Dom 25/09/2011 - 16h00 Pacaembu
    COR
    1 0
    BAH
  • Dom 25/09/2011 - 16h00 Engenhão
    BOT
    2 2
    SPO
  • Dom 25/09/2011 - 16h00 Beira Rio
    INT
    2 1
    CAM
  • Dom 25/09/2011 - 16h00 Arena do Jacaré
    CRU
    0 3
    VAS
  • Dom 25/09/2011 - 16h00 Ressacada
    AVA
    1 2
    GRE
  • Dom 25/09/2011 - 18h00 Serra Dourada
    ATG
    1 1
    PAL
  • Dom 25/09/2011 - 18h00 Presidente Vargas
    CEA
    3 2
    CFC
Taça LibertadoresSul-AmericanaRebaixados
P pontosJ jogosV vitóriasE empatesD derrotasGP gols próGC gols contraSG saldo de gols(%) aproveitamento
Com show de Diego Souza, Vasco vence o Cruzeiro e segue líder
Camisa 10 faz os três gols da vitória cruz-maltina em Sete Lagoas, e o Vasco abre dois pontos para o Corinthians na liderança do Brasileirão 
 
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Diego Souza está em fase iluminada. Com mais uma bela atuação, na tarde deste domingo em Sete Lagoas, o camisa 10 do Vasco comandou a vitória sobre o Cruzeiro por 3 a 0, marcando nada menos que os três gols. O último, uma pintura com direito a lençol no goleiro Fábio. Foi a primeira vez na carreira que o meia balançou a rede em três oportunidades em uma mesma partida.
Com a vitória, o time carioca pode adaptar uma nova versão da música "Ai se eu te pego", de Michel Teló, usada por Diego Souza para comemorar um dos gols da vitória. Com o empate entre Botafogo e São Paulo, no Engenhão, a fase está mais para "Ai você não me pega"... O Vasco segue na liderança isolada no Brasileirão com 49 pontos, agora dois na frente do Corinthians - que venceu o Bahia - e roubou a segunda posição do Tricolor. Agora, mesmo que o Alvinegro carioca vença o jogo adiado contra o Santos, o time cruz-maltino segue na liderança do campeonato, já que abriu quatro pontos de diferença na classificação.
O Cruzeiro, que saiu de campo vaiado pela torcida, segue em crise. Com 29 pontos, está cada vez mais perto da zona de rebaixamento - são quatro pontos de vantagem sobre o rival Atlético-MG, time que encabeça a zona perigosa.
diego souza gol cruzeiro x vasco (Foto: Futura Press)Diego Souza comemora o segundo gol do Vasco em cima do Cruzeiro (Foto: Futura Press)
Na próxima rodada, o Cruzeiro enfrenta o Grêmio, domingo, fora de casa. Já o Vasco faz um jogo importante contra o Corinthians na briga pela liderança, em São Januário. No primeiro turno, o time paulista venceu por 2 a 1, no jogo que marcou a estreia de Juninho Pernambucano.
Diego Souza abre o placar em linda jogada
Em situação difícil na classificação e pressionado pela torcida, que no sábado protestou na Toca da Raposa II por melhores resultados no Brasileirão, o Cruzeiro começou a partida em cima do Vasco. Com Montillo aberto pela esquerda e Vitor aparecendo bem nas subidas pela direita, foram duas chegadas perigosas nos primeiros minutos. O time carioca sentia muito a falta de Eder Luis, vetado com um problema muscular. Sem velocidade para sair no contra-ataque, o Vasco foi obrigado a mudar sua principal característica tática. Mas liderada por Juninho Pernambucano, a equipe passou a atacar trocando passes rápidos e curtos.
Com 15 minutos de bola rolando, o Vasco equilibrou a partida. E começou a chegar até com mais perigo ao ataque. O time carioca arriscava mais chutes também. Era abrir um buraco para  Fellipe Bastos e Juninho soltarem a bomba. Foram 12 finalizações cruz-maltinas no primeiro tempo contra apenas seis do Cruzeiro. Diego Souza foi responsável por quatro delas.
Dos pés do camisa 10 vieram as melhores chances cariocas. Primeiro, em um passe primoroso para Márcio Careca, que entrou livre na área, mas chutou em cima do goleiro. Depois, em uma bicicleta que acertou o travessão. De cabeça, obrigou Fábio a uma defesa elástica. Mas aos 39 minutos, em uma linda jogada, Diego Souza finalmente conseguiu abrir o placar para o Vasco em um chute rasteiro. Na comemoração, uma dança que precisa de mais ensaio. Mas valeu pela animação. Sem muito jogo de cintura, o meia tentou alguns passos da música "Ai se eu te pego", de Michel Teló, acompanhado por Elton.
Com a vantagem do Vasco, a torcida do Cruzeiro começou a protestar. Porém, o time carioca marcava bem. Foram dez roubadas de bola contra apenas duas da Raposa nos primeiros 45 minutos. Os mineiros se resumiram a alguns lampejos de Roger. Pouco. O árbitro Fabrício Neves Corrêa anulou corretamente um gol do meia, que também perdeu uma ótima oportunidade de cabeça.
Golaço para fechar a vitória
Veio o segundo tempo, e o Vasco passou a jogar com a inteligência. Com um desesperado e desorganizado Cruzeiro tentando o empate no abafa, o time carioca tinha o controle da partida. Não demorou para Diego Souza, novamente, marcar o segundo gol carioca. Fagner surgiu pela direita e cruzou para o camisa 10 tocar de pé esquerdo.
Com o 2 a 0, a torcida do Cruzeiro passou a vaiar o time. E a gritar olé quando o Vasco tocava a bola. Até mesmo Montillo, um dos destaques do Brasileirão, estava mal. Deu uma furada memorável na entrada da área. Lance raro de se ver em um jogador da categoria do argentino.
A situação piorou ainda mais quando, aos 30 minutos, Marquinhos Paraná fez falta em Diego Souza para impedir o terceiro gol vascaíno. Como era o último homem, acabou expulso. O jogo estava resolvido, mas o camisa 10 queria mais. E fez um golaço. Passe de Juninho Pernambucano, lençol em Fábio e toque de cabeça para o gol vazio. Fase iluminada. Com direito a pedido de música no Fantástico.
26ª RODADA
Emerson marca, é expulso, e Timão volta à vice-liderança ao bater o Bahia
Com Ronaldo e Adriano nas tribunas, e Liedson fora, Sheik faz papel de centroavante e define 1 a 0 sobre os baianos. Time está na cola do Vasco
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
A vida do Corinthians não tem sido fácil nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro. E não seria diferente nem mesmo em um Pacaembu cheio, diante do Bahia, adversário que está na parte de baixo da tabela. Coube a Emerson fazer o papel de centroavante, resolver e fazer o gol da vitória alvinegra por 1 a 0, neste domingo. O resultado colocou a equipe na vice-liderança e a dois pontos do líder Vasco na competição.
Nas tribunas, o aposentado Ronaldo e o machucado Adriano sofreram durante os 90 minutos. De casa, o lesionado Liedson também sabe que fez falta. Incendiário, o Sheik foi o nome do jogo para o bem e para o mal - herói do gol e expulso no fim.
Sem Liedson e Adriano, o Timão teve enorme dificuldade com a falta de uma referência no ataque. Pelo menos a vitória veio: com 47 pontos, a vice-liderança voltou graças ao empate por 2 a 2 entre São Paulo e Botafogo. Na hora da dificuldade, importante para o Corinthians é vencer e se manter na briga pelo título.
Do outro lado, o Bahia ofereceu dificuldades, acertou até bola no travessão, mas não conseguiu sair do Pacaembu com um pontinho sequer. O time permanece com 30 pontos e vê quebrada uma sequência de duas vitórias seguidas. A preocupação ainda é com a fuga da zona de rebaixamento.
Na próxima rodada, o Timão visita o Vasco em São Januário, domingo, às 16h (de Brasília). No sábado, às 18h, o Bahia recebe o Avaí.
A falta que um 9 faz...
Sem Liedson, o Timão tentou investir pelos lados do campo desde o apito inicial. Mas faltava a referência na área. No ataque, Willian caía pela direita, mas sofria com a forte marcação. Já Emerson Sheik tentou fazer o papel de armador – se a bola não chegou até ele, restou buscá-la  no meio-campo e criar algo. Sem sucesso.
Joel Santana já venceu o Corinthians no Pacaembu neste Brasileirão, pelo Cruzeiro. E usou da mesma arma para repetir o resultado: marcação forte, com pelo menos nove homens atrás da linha da bola. Deu tão certo que o Bahia ainda se arriscou lá na frente e ficou mais próximo do gol do que o rival. Júnior acertou uma cabeçada no travessão e, na sobra, Titi exigiu defesaça de Julio Cesar. Com jogadores altos, o time visitante explorou justamente a principal deficiência da defesa alvinegra: a bola aérea, responsável por quase metade dos gols sofridos pelo Timão no campeonato.
O Corinthians teve certo volume de jogo, ficou mais tempo com a bola (57% contra 43% do rival), mas sentiu falta da referência representada por Liedson. A falta do homem de área desarrumou todo o esquema ofensivo. Alex e Danilo, longe um do outro, sumiram em campo. Sem Paulinho, suspenso, Tite perdeu seu elemento surpresa: Edenílson ficou mais restrito à defesa.
Nas arquibancadas, a apreensão tomou conta do torcedor comum, de Andrés, Ronaldo, Adriano... Festa mesmo só com gols que saíam a mais de 400 quilômetros do Pacaembu, no Rio de Janeiro. O Botafogo abria 2 a 0 sobre o São Paulo, com dois de Loco Abreu.
carlos alberto alessandro bahia x corinthians (Foto: Futura Press)Alessandro, do Corinthians, protege a bola de Carlos Alberto, do Bahia (Foto: Futura Press)
Sem o 9, mas com o 11
Tite não mudou as peças, mas sim o posicionamento delas no segundo tempo. Alex encostou em Sheik pelo lado esquerdo, enquanto Danilo e Willian tentavam parceria pela direita. Mas o buraco lá no meio da área permanecia, sem ninguém para aproveitar, e o Timão seguia tocando a bola e ensaiando um falso domínio – bola no pé, mas chance zero de gol.
E a torcida se irritava. Alguns já vaiavam Alex, muito abaixo de seu rendimento normal. A sorte só mudou quando Emerson foi para a área. Aí, o esquema ficou parecido com aquele normalmente utilizado por Tite – com o Sheik fazendo o papel de Liedson, só aguardando a bola certeira. A mudança simples de posicionamento surtiu efeito em poucos minutos: aos 13, Alex cruzou da esquerda, Titi desviou para trás e quem estava sozinho no bico da área? Sheik.
Simples, de chapa, como um autêntico centroavante, Emerson abriu o placar e trouxe o alívio. Ele virou personagem em um jogo que voltou a ser morno depois dos 20 minutos. Na defesa, o jogo aéreo foi bem controlado e o “chato” Júnior não incomodou mais. No ataque, o Sheik incendiou: belos dribles e jogadas, mas também uma entrada duríssima em Maranhão, que rendeu uma discussão com Joel Santana, e uma expulsão provocada após tentativa de cera e novo entrevero, desta vez com o árbitro Evandro Rogério Roman.
Contra o Vasco, Emerson estará suspenso. Mas, ao menos neste domingo, ele resolveu e colocou o Timão na vice-liderança. Na semana que vem, é duelo direto pela ponta da tabela.
 
Um tempo para cada lado: Bota faz dois, mas São Paulo reage: 2 a 2
Após primeiro tempo perfeito, Alvinegro se encolhe na volta do intervalo. Tricolor empata com gol de Rivaldo, aos 45 minutos da etapa final 
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Um dono para cada tempo, um ponto para cada lado. Neste domingo, o Botafogo esteve brilhante nos primeiros 45 minutos contra o São Paulo. Elkeson e Maicosuel inspirados, dois gols de Loco Abreu. Na segunda metade da partida, no entanto, o Tricolor foi para cima, fez pressão, aproveitou as falhas alvinegras e acabou premiado com o empate no último minuto do tempo regulamentar. Henrique diminuiu, e Rivaldo marcou o gol decisivo: 2 a 2. O Bota sai do confronto direto em quarto lugar, com 45 pontos (tem um jogo a menos). Os são-paulinos ficam com 46, em terceiro. Ambos foram ultrapassados pelo Corinthians, que venceu o Bahia por 1 a 0 na 26ª rodada do Brasileirão.
Os alvinegros deixaram o gramado do Engenhão vaiados. Autor de dois gols no confronto, Loco Abreu teve chance de liquidar a partida aos 14 minutos do segundo tempo, quando o time vencia por 2 a 0. Após linda jogada de Elkeson, o uruguaio perdeu oportunidade incrível. Sozinho na pequena área, quase sob as traves, conseguiu chutar por cima da meta de Rogério Ceni.
O goleiro, aliás, teve participação direta no gol de empate. Foi dele a cobrança de falta na cabeça de Rivaldo. O camisa 10 começou a partida como reserva e deu o toque de qualidade ao time na segunda etapa. O atacante Henrique, outro que saiu do banco para marcar, também teve participação importante.
No próximo domingo, o Botafogo vai a Goiânia para enfrentar o Atlético-GO, às 18h. Às 16h, o São Paulo recebe o Flamengo, no Morumbi.

Mandante com "M" maiúsculo no 1º tempo

Do melhor mandante do campeonato, o que se espera é atitude dentro de casa. Sobrou ao Botafogo contra o São Paulo. Bastou a bola rolar para o time de Caio Júnior partir ao ataque. Não que fosse fácil superar a marcação são-paulina, mas o Alvinegro fez uso da velocidade e das ultrapassagens pelas laterais para tentar facilitar a missão. Com Elkeson aberto pela direita, Maicosuel pela esquerda, e Loco Abreu e Herrera em constante movimentação na frente, a equipe de Caio Júnior foi incisiva e perigosa. Foram três chances em sequência: chute de longe e cabeçada de Elkeson, e cabeçada de Lucas na trave.
Do melhor visitante, o que se espera é o equilíbrio entre cautela e ousadia. O São Paulo, apesar dos três volantes - Wellington, Denílson e Carlinhos Paraíba -, deu campo ao Bota e investiu nos contra-ataques. Tudo bem que demorou 20 minutos para assustar, mas o fez com força. Ex-jogador do Flamengo, o lateral-esquerdo Juan foi vaiado sempre que tocou na bola. Numa dessas vezes, cruzou na cabeça de Cícero. Na área, ele se agigantou diante de Fábio Ferreira, ganhou pelo alto e cabeceou bonito. Renan, substituto do suspenso Jefferson, espalmou por cima do travessão.
O lance demonstrou ao Botafogo que seria preciso manter o ritmo sem descuidar da retaguarda. O jogo ficou franco a partir da metade do primeiro tempo. Em três minutos, três grandes chances. Elkeson fez linda jogada pela esquerda, cruzou rasteiro, e Herrera chutou em cima de Rhodolfo. No troco imediato, Marlos e Lucas partiram em velocidade contra quatro marcadores, o camisa 7 teve ótima chance de marcar, mas fracassou na tentativa de encobrir Renan. No minuto seguinte, aos 24, o gol alvinegro saiu. Desta vez foi Maicosuel quem passeou pela “Avenida Piris” e encontrou Loco Abreu livre na segunda trave. Cruzamento rasteiro, bola na rede: 1 a 0.

Os cariocas não se acomodaram e sequer deram a chance de reação aos paulistas. Em novo ataque perigoso, Loco Abreu foi encontrado por Herrera na área, bateu forte, mas Rogério Ceni defendeu. Na sequência do lance, Renato ficou com o rebote e acabou tocado por Wellington sobre a linha da grande área. A arbitragem marcou pênalti. Loco fez o segundo em cobrança colocada: 2 a 0, aos 39. Com oito gols, o uruguaio é o artilheiro do time no campeonato ao lado de Elkeson. A partir dali, Adilson Batista chamou Rivaldo para uma conversa à beira do campo. Seria preciso mudar. E não só as peças. Cícero, Marlos e principalmente Lucas foram mais do que discretos nos primeiros 45 minutos.
Loco erra feio, e São Paulo se levanta
Depois do papo com Adilson no fim do primeiro tempo, Rivaldo voltou no lugar de Juan. Carlinhos Paraíba foi deslocado para ocupar a lateral esquerda. O São Paulo até melhorou, trocou passes na intermediária alvinegra, mas sempre com muitas dificuldades para conseguir as infiltrações. Nem Lucas, destaque do time, deu jeito. O garoto esteve apagadíssimo.
Os refletores do Engenhão também se apagaram. Metade deles. A arbitragem, no entanto, julgou que seria possível seguir com 50%¨da iluminação. O Botafogo continuava aceso, principalmente Elkeson. Aos 14, em jogada individual pela esquerda, o camisa 9 deixou Loco Abreu na cara do gol. Praticamente sob as traves, o uruguaio conseguiu chutar por cima. Custaria caro.
   
Em jogos decisivos, o desperdício é um risco. O erro de Loco despertou os são-paulinos, que tiveram três chances seguidas. Renan também errou. Após domínio de Marcelo Mattos na área com o pé esquerdo, a bola sobrou entre eles, e o goleiro pegou com as mãos. A arbitragem marcou recuo. Na cobrança, Rivaldo parou em todos os jogadores alvinegros sobre a linha. No rebote, Antônio Carlos salvou de peixinho e comemorou como se fosse um gol. Na sequência da jogada, o São Paulo quase marcou com Xandão. O zagueiro subiu livre, cabeceou bonito, mas Renan defendeu.
Aos 20, em nova falha de Renan, o Tricolou diminuiu. Cícero chutou de longe, o goleiro deu rebote, e Henrique, que acabara de entrar no lugar do inoperante Marlos, fez o dele: 2 a 1. Quatro minutos depois, Wellington criou ótima chance. Em jogada individual, o volante passou por dois marcadores na área e bateu rasteiro. A bola explodiu na trave.
Com o time apático e pressionado, Caio Júnior decidiu mudar. Felipe Menezes entrou na vaga de Maicosuel, e Cidinho, na de Herrera. Fôlego para fazer a bola girar e voltar a levar perigo ao adversário. Não foi suficiente para segurar a vantagem. Aos 45, em cobrança de falta do lado direito de ataque, Rogério Ceni cruzou para a área, e Rivaldo cabeceou para empatar: 2 a 2. O camisa 10 ainda teve chance aos 48, mas a tentativa de encobrir Renan saiu por muito pouco.     
 
Mesmo sem Damião, Inter vence o Atlético-MG e se aproxima do G-5
Apesar da ausência do seu principal jogador, Colorado tem o melhor ataque
 
CRÔNICA
por Eduardo Cecconi
Lesionado, Leandro Damião apenas assistiu ao jogo da tarde deste domingo, no Estádio Beira-Rio. E, das arquibancadas, viu o Inter vencer o Atlético-MG por 2 a 1, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ausência do centroavante, artilheiro do Brasil, o Inter, ainda assim, encontrou o caminho para marcar - Bolatti e Fabrício fizeram os gols do melhor ataque da competição. Renan Oliveira descontou para o Atlético-MG.
Com a vitória, o Colorado sobe para 40 pontos ganhos, apenas um atrás do G-5 - o líder Vasco está classificado para a Taça Libertadores em razão do título da Copa do Brasil a abre uma vaga. Já o Atlético-MG segue com apenas 25, abrindo a zona de rebaixamento.
Ambos voltam a jogar às 16h do próximo domingo, pela 27ª rodada. O Atlético-MG recebe o Ceará na Arena do Jacaré, e o Inter visita o Atlético-PR na Arena da Baixada.
bolatti  internacional x atlético-mg (Foto: Lucas Uebel/VIPCOMM)Bolatti marca para o Inter no primeiro tempo (Foto: Lucas Uebel/VIPCOMM)
De área a área
Cuca surpreendeu ao anunciar uma escalação supostamente no 4-4-2, mas apresentou na prática o Atlético-MG no 3-4-2-1. Triguinho atuou como zagueiro da sobra pela esquerda, permitindo a Réver marcar Jô, e a Leonardo Silva perseguir Andrezinho. Enquanto isso, Mancini e Richarlyson foram alas, ofensivos e agressivos, em auxílio aos meias Daniel Carvalho e Bernard na articulação.
E a estratégia atleticana proporcionou ataques nas duas áreas. Isso porque as investidas dos alas e dos meias aconteciam nos "pontos cegos" do 4-2-3-1 colorado: exatamente pelos lados do campo. Em contrapartida, com a proposta de realizar marcações individuais, Cuca desarticulou a própria defesa.
Com Oscar, D'Alessandro, Andrezinho e Jô combatidos centímetro a centímetro, Dorival Júnior liberou o volante Bolatti para jogar. E foi o argentino, em tabela com o compatriota D'Alessandro, quem marcou o gol do 1 a 0 do primeiro tempo, passando totalmente desmarcado.
Neste vaivém das equipes aproveitando-se dos espaços nos sistemas táticos adversários, o jogo foi divertido de se ver, com muita alternância de ataques e contra-ataques, conclusões a gol - 20 nos primeiros 45 minutos (11 do Inter e 9 do Atlético-MG) - e defesas dos goleiros.
Burro?
Com a derrota parcial, o Atlético-MG voltou do vestiário visitante do Beira-Rio sem Richarlyson. Entrou Renan Oliveira, mas o 3-4-2-1 se manteve, com Bernard passando para a ala esquerda. E foi por este setor que o lateral colorado Nei passou a apoiar.
Controlando o jogo, o Inter se mostrou ainda melhor com a troca no Galo. Infelizmente para os colorados, entretanto, a pontaria do centroavante Jô - substituto do lesionado Leandro Damião - estava absolutamente descalibrada, e ele desperdiçou as finalizações. Como castigo, Renan Oliveira empatou para o Atlético-MG, que chegou a ameaçar uma virada.
Sucederam-se trocas. A mais curiosa foi no Inter. Oscar saiu, entrou Fabrício, e colorados nas sociais vaiaram o técnico. Chamaram Dorival Júnior de "burro". Pois no primeiro lance, Fabrício marcou o gol da vitória do Inter. Ninguém na arquibancada se redimiu, quem sabe gritando "inteligente". Nada.
O auxiliar Dilbert Pedrosa Moisés chegou a assinalar iimpedimento, o que levou o árbitro Péricles Bassols Cortez a se dirigir até ele para checar o que havia sido marcado. Depois de uma rápida conversa ao pé do ouvido do auxiliar, o juiz validou o lance - possivelmente, argumentando que a bola viera do adversário. Revoltado,  Réver reclamou muito e foi expulso. A vitória, para o Inter, era irreversível: 2 a 1, com o melhor ataque, e a um ponto da zona de classificação à Taça Libertadores.
Simples e eficiente na marcação, Grêmio vence o abatido Avaí em SC
Gaúchos fazem 2 a 1 e respiram na classificação, com oito pontos para a zona do rebaixamento e para o G5. Catarinenses seguem em penúltimo
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
O Grêmio fez o 'feijão com arroz' neste domingo para vencer o Avaí, por 2 a 1, na Ressacada, em Florianópolis, em jogo válido pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, e respirar um pouco na tabela. Em jogo de baixa qualidade técnica, os gaúchos levaram a melhor com gols de Mário Fernandes e Douglas - Pedro Ken descontou - e chegaram aos 33 pontos na tabela, uma distância de oito para o primeiro time da zona do rebaixamento e para o primeiro time da zona da Libertadores.
Já a situação dos catarinenses é dramática. Com 22 pontos, o time segue em penúltimo lugar e com riscos cada vez maiores de ser rebaixado. Na próxima rodada, o Avaí sai para enfrentar o Bahia, sábado, no Pituaçu, enquanto o Grêmio recebe o Cruzeiro, domingo, no Olímpico.
O duelo começou com muitos passes errados e falta de inspiração dos dois lados. Com os laterais presos na marcação e os meias sem criatividade, as chances de gol eram raras. O Grêmo investia nas bolas cruzadas, na esperança de uma cabeçada de André Lima, mas a defesa do time da casa levava a melhor. No Avaí, Lincoln era o jogador mais perigoso, dando um toque de qualidade ao time carente de técnica.
mario fernandes marquinhos avaí x grêmio (Foto: Futura Press)Marquinhos festeja com Mário Fernandes o primeiro gol do Grêmio na Ressacada (Foto: Futura Press)
O equilíbrio era grande em todos os fundamentos: 11 passes errados para cada lado, uma finalização a mais para o Grêmio (8 contra 7 do Avaí) e duas boas oportunidades para cada. A primeira, para os gaúchos, aos 24, quando Escudero cruzou da esquerda, André Lima se antecipou ao marcador e desviou com a ponta da chuteira, mas Felipe defendeu. A resposta da equipe da casa foi dada aos 30, em cobrança de falta perigosa de Fernandinho que Victor espalmou.
Jogador de Seleção Brasileira faz a diferença
O Grêmio reclamou muito logo depois, quando Douglas partia para o gol e acabou derrubado por Gustavo Bastos na entrada da área. O zagueiro do Avaí era o último homem e deveria ter sido expulso, mas recebeu apenas o cartão amarelo. A falta de inspiração que pautava o jogo até então foi deixada de lado aos 42 minutos, graças a um jogador de Seleção Brasileira. Após bobeada de Batista, Mário Fernandes partiu em velocidade, entrou na área, deslocou Gian e bateu de canhota. A bola ainda bateu no goleiro Felipe, que não conseguiu a defesa, e entrou: 1 a 0.
A vantagem gremista ficou maior logo no início do segundo tempo. Mais ligado, o time de Celso Roth fez 2 a 0 no primeiro minuto. Escudero subiu em velocidade e, quando faria o cruzamento, Gustavo Bastos tentou fazer o corte, mas o chute de bico espirrou e a bola sobrou limpa para Douglas bater cruzado: 2 a 0. Pressionado até o pescoço, o Avaí foi obrigado a sair mais para o jogo. O técnico Toninho Cecílio trocou o volante Batista pelo atacante Rafael Coelho.
Mas a marcação gremista era eficiente e barrava as investidas do Avaí, que parecia cada vez mais abatido com a péssima situação na tabela. Se por baixo estava complicado, a maneira encontrada pelo time da casa foi ir pelo alto. Aos 25, após cobrança de escanteio, Pedro Ken desviou, a bola ainda bateu na cabeça de Gilberto Silva e entrou: 2 a 1.
O gol animou o Avaí, que partiu com tudo para buscar o empate. Cleverson e Estrada entraram nas vagas de Róbson e Arlan. No Grêmio, Celso Roth lançou Brandão e Adilson nos lugares de André Lima e Marquinhos. Satisfeito com o resultado, os gaúchos se fecharam bem, e o Avaí não mostrou força para empatar. Final: 2 a 1.
 

Sócios do Real Madrid aprovam projeto para modernizar o Bernabéu

'Estádio será um marco e um símbolo do melhor do Real', diz Florentino

Por GLOBOESPORTE.COM Madri, Espanha
Os sócios do Real Madrid aprovaram neste domingo, durante a Assembleia Geral do clube, o projeto de modernização do Santiago Bernabéu apresentado pelo presidente Florentino Pérez. Por 786 votos a favor e dez contrários, a maioria deu aval para as obras que vão mudar completamente a cara do estádio.
- O estádio será um marco e um símbolo do melhor do Real Madrid, se convertendo em um estádio de referência e de elite - disse Florentino após a aprovação.
Segundo reportagem do jornal "Marca" em julho, as obras deverão custar € 200 milhões (R$ 501 milhões) e acabar até 2013. Somente o novo teto faria o clube desembolsar € 30 milhões (R$ 75 milhões). Pelas imagens apresentadas do projeto, o Real planeja uma fachada moderna, totalmente iluminada e que chamaria a atenção à noite na capital espanhola.
Com as obras, todos os lugares do Santiago Bernabéu teriam cobertura. O projeto prevê também a reurbanização de ruas ao redor do estádio em Madri e a construção de um novo estacionamento subterrâneo.
projeto reforma santiago bernabeu real madrid (Foto: Divulgação Site Oficial do Real Madrid)O projeto do novo Santiago Bernabéu (Foto: Divulgação Site Oficial do Real Madrid)
projeto reforma santiago bernabeu real madrid (Foto: Divulgação Site Oficial do Real Madrid)Somente o novo teto custaria R$ 75 milhões ao Real  (Foto: Divulgação Site Oficial do Real Madrid)

Scheidt e Prada vencem na Itália e conquistam nono título na temporada

Em preparação para Mundial, brasileiros mostram força em mais uma disputa

Por GLOBOESPORTE.COM Garda, Itália
Robert Scheidt e Bruno Prada precisaram apenas de um segundo lugar para conquistar o título da classe Star no Campeonato Italiano para classes olímpicas, em Garda. Com o resultado da única regata deste domingo, os brasileiros ficaram com 23 pontos perdidos, à frente dos italianos Diego Negri e Enrico Voltolini, com 25. Foi o nono título da dupla em 2011, em 11 disputas.
- O Italiano foi um campeonato difícil, porque perdemos nosso descarte logo no primeiro dia. Com isso, tivemos de velejar de maneira mais conservadora durante todo o restante do evento.
Scheidt e Bruno Prada na competição na Itália (Foto: Gintare Scheidt / Divulgação)Scheidt e Bruno Prada na competição na Itália (Foto: Gintare Scheidt / Divulgação)
Scheidt lembra que a dupla disputou o Italiano com um barco Lillia e não com o PStar ,com o qual venceram o evento-teste para Londres-2012, em Weymouth, em agosto.
- O PStar já estava “viajando” para a Austrália.
A competição em Garda foi mais uma etapa da preparação de Scheidt e Prada para o Campeonato Mundial de Perth, na Austrália, em dezembro, desafio mais importante da temporada. Lá, a dupla vai buscar a vaga para os Jogos Olímpicos de 2012. Onze das 16 vagas para as Olimpíadas estarão em disputa na competição.
Antes do Mundial, porém, os líderes do ranking mundial da classe Star ainda terão mais duas competições, desta vez no Brasil. Vão disputar o Star Class Southern Hemisphere Championship, de 28 de outubro a 2 de novembro, em Búzios, e a Taça Royal Thames, de 4 a 6 de novembro, em Cabo Frio.
 

Ao lado de Pedro Cunha, Ricardo faz a festa em casa e vence em Salvador

Dupla derrota Alison e Emanuel e conquistam título, além da ponta do ranking

Por GLOBOESPORTE.COM Salvador
Na final masculina da etapa de Salvador do Circuito Brasileiro, a festa foi caseira. Depois de cinco anos, o campeão olímpico Ricardo voltou a conquistar um título em casa. Ao lado do carioca Pedro Cunha, o baiano foi campeão ao vencer, de virada, os campeões mundiais Alison e Emanuel por 2 sets a 1, parciais 17/21, 21/18 e 15/8. Márcio e Benjamin ficaram em terceiro lugar.
Além de comemorar a conquista em casa, o baiano também celebrou a tomada da liderança do circuito. Com os 400 pontos conquistados na capital baiana, Ricardo e Pedro somam agora 2.340 pontos, contra 2.320 de Alison e Emanuel. Márcio e Benjamin chegaram a 2.160 com a terceira colocação. A próxima etapa será em Aracaju
Pedro Cunha Ricardo vôlei de praia (Foto: Maurício Kaye/CBV)Pedro Cunha e Ricardo comemoram vitória no pódio em Salvador (Foto: Maurício Kaye/CBV)
- Ganhar em casa é sempre muito bom. A torcida nos passou uma energia incrível. Tivemos dificuldades no primeiro set e poderíamos ter perdido por 2 a 0, mas conseguimos reagir e passamos a atacar e bloquear melhor e incomodamos mais eles no saque. Com essa vitória passamos à frente na pontuação e isso é muito importante porque estamos vindo em uma crescente boa e queremos chegar ao fim do ano brigando pelo título do circuito - afirmou Ricardo.
O título em Salvador foi o terceiro de Ricardo na Bahia. Ao lado de Emanuel, o campeão olímpico venceu em Feira de Santana, em 2003, e em Salvador, em 2006. Pedro Cunha, vencedor da etapa baiana na temporada passada, exaltou o parceiro.
- Queria muito dar este presente ao Ricardo, ajudá-lo a vencer na casa dele, e consegui. Na verdade, ele se presenteou com uma ótima atuação, além de ter me dado muita força em momentos em que eu não estava tão bem no jogo. Foi um grande parceiro. Fui campeão em Salvador no ano passado e foi muito gostoso voltar a vencer, desta vez com um baiano - disse Pedro.
Derrotado na decisão, Emanuel diz que o desempenho da dupla será avaliado como preparação para os Jogos Pan-Americanos.
- Estamos nos preparando para os Jogos Pan-Americanos e é importante disputar um jogo desta grandeza para avaliarmos onde precisamos melhorar - afirmou.

Neto de Emerson, Pietro Fittipaldi é campeão na Nascar aos 15 anos

Piloto brasileiro levanta a taça na Limited Late Model e se torna o primeiro latino-americano a conquistar o título na categoria americana

Por GLOBOESPORTE.COM Hickory, EUA
No dia em que Sebastian Vettel ficou a um ponto do bicampeonato na Fórmula 1, uma família com muito mais tradição no automobilismo voltou a fazer história. Aos 15 anos, Pietro Fittipaldi, neto de Emerson, tornou-se o primeiro latino-americano a conquistar um título na Nascar. Foi em no Hickory Motor Speedway, em Charlotte, nos Estados Unidos, na categoria Limited Late Model. O brasileiro chegou em oitavo lugar na prova deste domingo e garantiu a taça, para orgulho do avô.
Pietro Fittipaldi Nascar (Foto: Divulgação)O brasileiro Pietro com o troféu da Limited Late Models: título aos 15 anos (Foto: Divulgação)
- Estou muito orgulhoso do Pietro, não só por ser meu neto, mas por ele ter 15 anos de idade e ser o primeiro brasileiro a conquistar um título em Nascar, depois de uma temporada maravilhosa – afirmou Emerson, bicampeão da F-1 em 1972 e 1974.
Pietro Fittipaldi e Emerson Nascar (Foto: Divulgação)Pietro com o avô Emerson (Foto: Divulgação)
Pilotando o Chevrolet número 90, Pietro já era o líder da temporada desde agosto. Ele largou em terceiro neste domingo e chegou em oitavo após 50 voltas de uma prova marcada pelos acidentes. A três voltas do fim, ele chegou a ser tocado por outro carro, perdeu posições, mas conseguiu se manter na pista. Todas as corridas são disputadas no circuito oval de Hickory.
O vice-campeão, 14 pontos atrás de Pietro, foi o americano Tyler Church, que cruzou em terceiro no domingo. Atrás dele no campeonato ficaram Travis Byrd, Trevor Hignutt e Amber Colvin.
Antes de conquistar o título, Pietro já tinha declarado que sua ambição não é a Fórmula 1. Ele planeja chegar à categoria principal da Nascar até os 20 anos e correr por uma equipe de ponta.
O jovem de 15 anos, na verdade, nasceu em Miami, e é filho de Juliana Fittipaldi com Carlos da Cruz. A família mora hoje na Carolina do Norte, palco das corridas da Late Model.
 

Vettel minimiza pressão de Button no fim da corrida: 'Tudo sob controle'

Alemão chegou a ter 22s de vantagem, mas terminou 1s737 a frente do inglês

Por GLOBOESPORTE.COM Cingapura
O passeio de Sebastian Vettel na liderança pelas ruas de Cingapura pareceu ameaçado por Jenson Button nas últimas voltas da corrida. O alemão, que chegou a colocar 22s de vantagem sobre o inglês antes da entrada do safetycar na 30ª volta, viu a diferença diminuir drasticamente no fim da prova. Vettel cruzou a linha de chegada apenas 1s7 à frente do piloto da McLaren. Mesmo assim, o piloto da RBR garantiu que estava tudo sob controle.
- Perto do fim da corrida, eu alcancei cinco carros em diversos grupos, então não foi grande a margem, mas estava sob controle - afirmou.
Com o resultado, Vettel ficou muito próximo do bicampeonato. O único que ainda tem chances matemáticas de superar o alemão é o próprio Button. Entretanto, o inglês teria que vencer todas as próximas cinco provas, sem que o piloto da RBR marcasse pontos. Ciente que o título é questão de tempo, Vettel evitou comemorar antecipadamente.
- Eu me sinto capaz, mas ainda tenho que fazer isso (o ponto restante). Com as corridas que temos pela frente, não deve ser um problema. Mas só acaba quando acaba e precisamos esperar terminar primeiro - disse o piloto, que possui 309 pontos, 124 a mais que Button.
Vettel comemora vitória em Cingapura (Foto: Reuters)Vettel comemora vitória em Cingapura, sua nona na temporada 2011 da Fórmula 1 (Foto: Reuters)
Mesmo não tendo garantido matematicamente o título mundial, Vettel saiu exultante do GP de Cingapura. O piloto distribuiu elogios ao carro e à equipe RBR.
- Estou muito, muito feliz com o resultado. O carro estava fantástico durante toda a corrida. Quando precisava forçar conseguíamos abrir facilmente. A equipe está fazendo um trabalho excelente. Estou me sentindo muito confortável com a equipe, o carro e estamos no topo do nosso jogo.
 

Auto escola Maradona


dom, 25/09/11
por Thiago Dias |
categoria Fotos


*Por Thiago Dias (@_thiago_dias_)
Diego Maradona não anda só dando chute em torcedores (lembre aqui) e criando confusão em entrevistas nos Emirados Árabes. Entre um jogo e outro do Al Wasl, o argentino também tem encontrado tempo para faturar um troco. Até comercial de auto escola o Pibe fez em Dubai:

O anúncio da Belasha Driving Center foi publicado no jornal “Gulf News” e divulgado no Twitter por uma jornalista britânica que trabalha em Dubai. O site oficial da auto escola também colocou as fotos da visita de Dieguito, que foi ao local fazer prova para tirar a carteira de motorista dos Emirados:

Vale lembrar que Maradona assinou contrato de duas temporaras com o Al Wasl ganhando € 3,5 milhões por ano e com direito a jatinho particular. Até o momento, o técnico comandou o time de Dubai em quatro partidas: vitória de 3 a 1 sobre o Ittihad Kalba e derrota por 2 a 1 para o Dibba Fujairah, em amistosos, e derrota de 4 a 3 para o Al Jazira e vitória de 3 a 0 sobre o Emirates Club, pela Copa Etisalat (o equivalente à Copa do Brasil nos Emirados).
Thiago Rodrigues joga futebol na praia
Ator esteve neste domingo (25) em partida beneficente em Copacabana, no Rio de Janeiro
Por QUEM Online; Fotos: AgNews
Wallace Barbosa/AgNews
Thiago Rodrigues participou de um jogo de futebol de areia no Rio de Janeiro
Thiago Rodrigues esteve na manhã deste domingo (25) jogando uma partida beneficente na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O ator prestigiou o futebol dos artistas ao lado de Ricardo Pereira, Paulo Rocha, Rafael Zulu, Toni Garrido, o ex-jogador de vôlei Nalbert e o ex-jogador de futebol Zico.
O jogo teve gols dos atores portugueses Ricardo Pereira, que marcou dois e Paulo Rocha, que balançou a rede uma vez. A partida foi em prol da Campanha Nacional de Doações.
Wallace Barbosa/AgNews
Os atores portugueses Ricardo Pereira (à esq.) e Paulo Rocha comemorando um gol (à dir.)
Wallace Barbosa/AgNews

Jade Barbosa: de menina frágil a mulher confiante em quatro anos

Depois de passar por turbulência devido à grave lesão no punho, ginasta amadurece, muda o visual e celebra o bom momento dentro e fora do ginásio

Por Danielle Rocha e Gabriele Lomba Rio de Janeiro
Os olhos já não procuram mais o chão com tanta frequência. Ganharam contorno mais forte. Preto. E parecem dizer que aquela menina frágil de outros tempos já não mora mais ali. Embora Jade Barbosa ainda consiga reconhecer vestígios dela exatamente no que se transformaria, além do nível da ginástica, em uma de suas marcas registradas: o choro. Vez ou outra ainda derrama lágrimas, mas aprendeu também a distribuir sorrisos. Ainda mais depois de um longo período de dores e dúvidas geradas pela grave lesão no punho direito que, por pouco, não a levaram a desistir. Foi nas histórias de anônimos e na solidariedade de tantos outros que enviavam mensagens, compravam camisas em seu site e doavam os caros medicamentos, que a ginasta encontrou boa parte da força para enfrentar o problema. É grata a todos. Voltou a competir e a encantar.
Aos 20 anos, a doçura ainda está na voz, mas o amadurecimento é evidente. Jade ganhou confiança dentro e fora do ginásio. Trocou a discrição dos cabelos castanhos pelas madeixas alouradas. As unhas e os lábios ganharam cores, assim como a vida. Com o fim da seleção permanente em Curitiba, retornou ao convívio da família e resolveu adotar uma rotina "mais normal". Treina, mas arranja tempo para estudar Desenho Industrial, sair com os amigos e namorar. A receita tem funcionado. No ano passado, após desentendimentos com a Confederação, Jade voltou a competir internacionalmente. Estava ausente desde as Olimpíadas de Pequim-2008 e nervosa, muito nervosa. À toa. Deixou o Mundial de Roterdã com um bronze no salto, que se juntou àquele da edição de 2007, ganho no individual geral.
No mês que vem, a ginasta quer conquistar mais uma medalha num Mundial para a sua coleção, embora prefira falar no coletivo. Em Tóquio, frisa que o objetivo principal será assegurar, com antecedência, a vaga da equipe brasileira nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Mas o sorriso se abre quando o assunto vai para as disputas individuais e vem acompanhado de um "tomara". Jade sabe que tem chances de ir ao pódio. O ouro na etapa de Ghent da Copa do Mundo, em agosto, foi mais um sinal disso. E ela espera que a fase cheia de cores na qual se encontra permaneça não só no visual, mas também na carreira. Com variações de dourados, prateados e bronzeados.     
GLOBOESPORTE.COM: Há quatro anos você se tornou conhecida no Brasil durante o Pan do Rio. Qual a sua maior lembrança daquela competição?
JADE BARBOSA: O que lembro foi do dia em que caí (nas assimétricas) e todo mundo me conheceu porque eu chorei. Voltei para a Vila falando: "Caraca, amanhã tem mais competição. Não acabou". Era uma questão de concentração, eu ainda tinha chance. Era o dia seguinte que valia mais, e fui lá e ganhei uma medalha. Ali provei que basta ter esperança e determinação. Fui reconhecida naquele momento.
Como é voltar a um Pan já consagrada?
É relembrar tudo. Relembrar onde a Jade nasceu para o povo brasileiro. Na verdade, fico muito feliz de poder estar de novo dentro da seleção, do Pan e indo para o Mundial. E no ano que vem, quem sabe, para uma Olimpíada.
O Oleg Ostapenko (ucraniano que comandava a seleção) falava que você tinha tudo para ser a menina dos olhos da ginástica nacional. E hoje é a referência da equipe feminina. Como tem lidado com essa expectativa sobre os ombros?
Quando você entra na competição tem que ser bem egoísta na verdade. É uma palavra bem forte, mas para você representar bem seu país e ser boa para sua equipe tem que fazer seu melhor. E quando entra, tem que fechar tudo e só pensar em você naquela hora, no melhor que vai fazer nos elementos, na série, porque é aquilo que vai valer. Tem que esquecer o que as pessoas em volta estão pensando porque só assim vai conseguir produzir melhor.
Como chegou a esse amadurecimento?
Antes eu fazia ginástica sem pensar, né? Ela saía. E hoje em dia tudo é mais consciente. Sei que posso vencer. Não preciso treinar quinze mil vezes para fazer isso. Sei que se fizer dois bons, vou acertar. E antes não. Antes eu precisava sentir tudo, fazer tudo, estar sempre atenta. A experiência leva a isso, né, a ter consciência da capacidade.
Jade Barbosa nas Olimpíadas em 2008 (Foto: Reuters)Jade se classificou para três finais nas Olimpíadas de Pequim-2008 (Foto: Reuters)
Na sua primeira Olimpíada, quando passou pelos repórteres, você disse aliviada: "Ainda bem que terminou". Hoje olha de forma diferente para aquele dia?
Na verdade as pessoas me maltrataram, acharam feia aquela frase. Mas ninguém sabia o que estava acontecendo. Eu estava morrendo de dor no punho, não sabia o que tinha. Já entrei numa competição sabendo que não ia produzir 100% do que podia. Fazia força e não rendia porque a dor atrapalhava. Estava com muita saudade da minha casa. Passei um tempo morando em Curitiba com aquela seleção e só eu e Deus sabemos o que aconteceu lá. Foi realmente um alívio. Sabia que quando aquele dia acabasse eu ia poder voltar para minha casa e abraçar meu pai sem preocupação. Tanto que não consegui nem aproveitar as Olimpíadas. Hoje vejo que outras meninas estavam naquela mesma situação, querendo que aquilo passasse. E a gente treinou tanto para aquilo para querer que aquele momento passasse... É um pouco estranho.
A gente muda, né? Todo mundo via a Jade criança, novinha. Mas passaram quatro anos e agora tenho 20"
Jade
E agora treinam muito para ir. Com que apetite está para ir pela segunda vez?
Estou muito feliz por ter aguentado até outra Olimpíada. Estar aguentando, porque são poucas as meninas que conseguem fazer dois ciclos olímpicos. O Brasil geralmente tem essa tradição, de as atletas suportarem mais isso. Não é que nem as americanas, que são um pouco mais descartáveis e vão saindo porque tem uma renovação muito grande. Estamos bem felizes de estar melhor este ano. Teve a volta da Daiane (Daiane dos Santos), contamos com a Dani (Daniele Hypolito) e as meninas que estão vindo competiram bem e estão indo para outro Mundial com mais certeza. Acho que estamos nos preparando bem, treinando bastante, e na hora vai dar tudo certo. Deus ajuda a quem trabalha.
O que tem feito para diminuir esse nervosismo?
Deixa eu pensar... Tento pensar que já fiz isso várias vezes, que já sei fazer essa série porque já a treinei mil vezes. Que já competi várias vezes. Mas também gosto de escutar música, que seja forte e animada. Falo que tenho um foguinho dentro de mim, né? E esse foguinho é meu aquecimento. Quando estou bem aquecida, dá certo. E a música me deixa animada para aquecer. Por isso, fico correndo de um lado para o outro.
Fisicamente seu visual é mais agressivo e o olhar já não é mais o mesmo. Parecem refletir a firmeza que você ganhou...
É. A gente muda, né? Todo mundo via a Jade criança, novinha. Mas passaram quatro anos e agora tenho 20. Já faço faculdade. Naquele tempo da seleção a gente vivia para a ginástica. Até a escola era dentro do ginásio. Hoje não. A gente já tem uma vida, nossos amigos normais. Até minha fisioterapia não é no ginásio, como era lá. A gente tem uma vida social muito mais aberta. E isso ajuda a amadurecer também.
Se inspirou em alguma famosa para mudar o estilo?
Aqui no Rio todo mundo começou a pintar o cabelo e aí pensei que nunca tinha feito nada com o meu. Aí comecei a pintar. E a equipe do Flamengo ficou toda loura, menos a Dani (Daniele Hypolito). Se sou meio camaleoa? É, então. Tenho batom de tudo quanto é cor: rosa, laranja, azul. E as meninas já se acostumaram. Porque estou sempre colorida, sempre com o olho pintado.
jade barbosa ginástica flamengo (Foto: Ricardo Bufolin/Photo&Grafia)Ginasta do Flamengo tem lidado bem com o assédio
(Foto: Ricardo Bufolin/Photo&Grafia)
O que ainda há em você daquela menina de 16 anos que apareceu para a ginástica?
Tem, né? Eu choro até hoje, cara. Não tem como (risos). Acho que minha expressão é quase a mesma, sempre fico um pouco mais fechada. Ninguém sabe se vou chorar ou ficar feliz. Acho que é a minha maneira de concentrar na hora. Acho que isso é igual.
Mas você passou a atrair olhares não só por sua ginástica, mas também por ser uma menina bonita. Como lida com esse tipo de assédio? Algum fã já foi mais ousado?
Já teve. Estava competindo no Mato Grosso do Sul. Aí uma menina, uma menina!, gritou assim para mim da arquibancada: "Jade, não sei o que". Olhei mas não tinha escutado o que tinha falado. E ela chegou mais perto e disse: "Jade, me dá um selinho?" Eu: "O quê? Não acredito!" (risos). E ela falou que era um só! Nossa, fiquei sem graça, com muita vergonha. Não sabia aonde enfiar minha cara. Tem fã que é meio maluco, mas tem gente legal. Uma vez ganhei um CD com o filme do Harry Potter que o garoto fez a dublagem. Eu adorava Harry Potter, sabia todos os filmes. E aí, na parte em que o personagem beijava uma japonesinha ele botou: "Jade, nessa hora eu pensava em você". Gente, como é que pode, né? (risos). Tem gente que agarra... Você tem que saber, né...
Antes adorava Harry Potter, atualmente adora o quê?
Hoje é mais diferente. Gosto muito mais de estar na rua com os meus amigos. Só para sentar num restaurante e conversar ou ir à praia. Gosto muito de praia, assim como de desenhar também. Não assisto mais filmes, estou em outros lugares (risos). Antes eu chegava em casa e assistia vídeo de ginástica em casa. Agora não consigo fazer mais isso. Não saía da internet só vendo ginástica.
Já recebeu algum convite para fazer fotos sensuais ou posar nua?
Não, pelo menos não chegou a mim. Acho que tem momento para fazer as coisas. Agora não é momento certo para isso porque estou treinando. Mas não sei se um dia faria... No momento não é o que eu preciso. Não sei como reagiria se chegassem para mim e pedisse para autografar uma foto assim. Não sei (risos).
Se eu tiver que sair para dançar porque vai me fazer bem, aviso ao meu técnico. A ginástica eu já sei fazer. Tenho que estar bem como pessoa"
Jade
Nos tempos de seleção permanente namorar era praticamente impossível. Como é ter essa liberdade agora?
Era praticamente proibido lá. Acho que antes não fazia tanta falta porque a gente tinha uma rotina que era só ginástica. Hoje a gente tem mais acesso e tudo é mais natural. E é necessário às vezes. Como você vai viver só para isso aqui? Não tem como. A pessoa não aguenta. Tanto, que faço terapia, treinamento funcional que antes não podia. Tudo o que posso fazer para melhorar, eu faço. Se eu tiver que sair para dançar porque vai me fazer bem, aviso ao meu técnico. A ginástica eu já sei fazer. Tenho que estar bem como pessoa.
Seu pai é uma fera com seus namorados?
Não (risos). Meu pai prefere que eu esteja namorando do que só ficando. É complicado você não ter namorado dentro do esporte porque não entende a rotina.
Os rapazes costumam ter medo de abordar você?
As pessoas têm um pouco de vergonha mesmo. Talvez de eu falar: "Não! Sai daqui". Mas sou normal. Um pouco tímida, mas normal. Chego numa festa e falo com todo mundo, danço. Sou sociável.
Na faculdade, o fato de ser uma atleta famosa gera uma colaboração dos colegas de turma ou um ciuminho?
Você tem que procurar pessoas que vão te acrescentar em qualquer lugar. E lá eu me junto àquelas que possam me ajudar. Não sou daquelas que não faz trabalho. Só tenho limitação para algumas coisas. Eles me passam a parte mais prática. Prefiro desenhar do que escrever. Escrever leva muito mais tempo.
Como está seu planejamento para quando encerrar a carreira? Já definiu em que área quer seguir?
Até 2016 é certo que quero continuar na ginástica. Certo. Tenho muito ainda a acrescentar à seleção. Tem o meu Instituto, que a gente está procurando recursos ainda. É uma coisa que gosto bastante, de trabalho social, porque já cansei de ver talento desperdiçado. E também tem a parte da faculdade, com essa linha de roupas. Mas não sei... Penso também em ir para o circo (Cirque du Soleil), mas para trabalhar na parte de montagem.
Jade Barbosa lança grife de roupas esportivas (Foto: Reprodução)Jade Barbosa posa com uma das roupas de sua grife esportiva (Foto: Reprodução)
Quanto tempo você dedica à grife de roupas que lançou no seu site?
Na verdade é tudo feito em família. Eu e meu pai funcionamos bem juntos. Meu pai desenhava os collants da seleção antes. A gente faz tudo em casa. Desenha e vai buscar material. Gosto dessa parte. Fazer Desenho Industrial ajuda bastante. Gosto muito de moda.
É estranho ser, com 20 anos, uma veterana?
No Brasil é uma coisa natural. Acho que tenho coisas boas para passar, vejo que ajudo. Tanto que no Mundial anterior eu passei bastante coisas boas para as meninas. Porque quando fico nervosa começo a falar para ajudar as outras pessoas. É a melhor coisa que faço. Como tinha ido para o Mundial e fiquei tanto tempo sem competir, a última tinha sido a Olimpíada, então eu estava bem nervosa. Estava com uma expectativa grande para acontecer logo a competição porque a semana antes é terrível, não chega nunca. Falava para elas no dia: "Vamos, que vai dar tudo certo. Vamos, que a gente tem que provar". Acabou que a competição foi superboa (ganhou o bronze no salto).
Naquele período de tantas incertezas, em que pensou em parar por causa do sério problema no punho, houve alguma história de algum atleta ou algo que você leu que ajudou a dar coragem para seguir em frente?
Muitas pessoas mandaram histórias para o meu site contando histórias de vida. Gente que sofreu acidente de carro, bailarina... Um monte de histórias diferentes, mas onde todas conseguiram se dar bem no final e sem cirurgia. Acho que isso que me levou mesmo a não operar, a continuar.
Você não quer que um filho sofra o que você sofreu. Por mais que isso aqui seja o que eu mais amo na minha vida"
Jade
As dores deram uma trégua?
Tenho dor quando passo muito do meu limite. Em competição, que todo dia é no solo duro, ele dói um pouco. Então eu tenho que descansar um pouco, fico só fazendo trabalho de perna durante três ou quatro dias, e já está normal de novo.
Se tiver um filho gostaria que ele fizesse ginástica?
Complicada essa pergunta. Acho que não forçaria nada. Se me pedisse para fazer eu deixaria, mas de falar "vamos lá fazer", acho que não... Você não quer que um filho sofra o que você sofreu. Por mais que isso aqui seja o que eu mais amo na minha vida. Tem que partir da pessoa. O meu irmão eu não consegui convencer do contrário.
Cesar Cielo tem mania de colar papelzinho com frases e tempos que quer alcançar. Qual é a sua?
Sempre desenho uma clave de sol no pulso. Como não gosto de tatuagem, porque gosto de mudar o desenho, prefiro desenhar. Desde o dia que aprendi na aula de música na escola eu desenho aquilo em tudo quanto é lugar.
O que espera para os Jogos de Londres-2012?
Uma Jade mais feliz do que em 2008. O que já está de bom tamanho, porque a ginástica já está no sangue, né? É só treinar. E acho que a felicidade conta muito para um bom resultado. É isso (sorri).
jade barbosa ginástica (Foto: Jorge William/Globo)Jade durante treino da seleção que disputará o Mundial de Tóquio (Foto: Jorge William/Globo)