domingo, 7 de agosto de 2011

Após goleada, Gomes faz críticas ao Vasco: 'Jogo de um time só'

Treinador diz que seu time foi apático e não teve poder de reação

Por Fred Huber Rio de Janeiro
Mesmo com palavras polidas, Ricardo Gomes não economizou nas críticas ao time do Vasco neste domingo, após a goleada por 4 a 0 sofrida diante do Botafogo, no Engenhão. Para o técnico, apenas o adversário jogou bola. Ele viu sua equipe apática e sem poder de reação quando o Bota abriu o placar, logo no início da partida.
Gomes disse que nunca havia visto o Vasco assim e pediu que o desempenho não se repita daqui para frente.
- O Botafogo foi melhor do início ao fim. Depois do primeiro gol, o time não teve reação, ficou meio apático. Foi um jogo de um time só, não tivemos nem lampejos. Estávamos fora de contexto. Com o gol logo no início, tudo se acentuou. Tivemos apenas duas ou três chances, o que é muito pouco. Tem dia que é assim. Que não se repita. Acho que foi a primeira vez que acontece comigo no Vasco.
O treinador fez uma comparação entre a postura do time na vitória contra o Santos e na goleada frente ao Botafogo. Para ele, faltou concentração.
- Contra o Santos, tudo deu certo porque tivemos um alto nível de concentração, ao contrário do que aconteceu contra o Botafogo. Tivemos também muita dificuldade para conter os avanços dos laterais adversários.
Agora, o time volta as atenções para a Sul-Americana. Quinta-feira, às 21h50m (de Brasília), em São Januário, o Vasco enfrenta o Palmeiras. O time paulista também será o adversário na próxima rodada do Brasileiro, domingo, novamente na Colina.
 
Em noite do 'noivo' Cortês, Abreu faz dois, e Botafogo atropela o Vasco
Lateral alvinegro, que chamou a atenção pelo casamento em lanchonete de fast-food, é melhor em campo na goleada por 4 a 0 no Engenhão
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Cortês casou-se na última semana e revelou que a recepção aos convidados foi à base de esfihas e bolinhos de bacalhau. Salgada ironia para o Vasco. Movido pelos petiscos e pela felicidade do matrimônio, o lateral foi o melhor em campo na contundente vitória do Botafogo sobre o time cruz-maltino por 4 a 0, na noite deste domingo, no Engenhão. O noivo da semana contou com a ajuda precisa e preciosa de Loco Abreu, autor de dois gols (Antônio Carlos abriu e Herrera fechou o placar), para deixar o campo aplaudido de pé pela parte alvinegra dos 21.238 pagantes.
O time alvinegro fez três dos quatro gols no primeiro tempo, recuperou-se da derrota para o Figueirense na rodada anterior, pulou para os 25 pontos e está na sexta posição do Brasileirão após 15 rodadas. O Vasco perdeu depois de seis jogos (cinco vitórias e um empate) e continua com 27. Está em quarto lugar e ficou a seis pontos do líder Flamengo.
O próximo compromisso do Botafogo é a estreia na Copa Sul-Americana contra o Atlético-MG, em Sete Lagoas, na quarta-feira. O Vasco terá pela frente uma sequência de três partidas contra o Palmeiras: nas duas próximas quintas-feiras pela Copa Sul-Americana e no domingo pelo Brasileirão.

Esta foi a primeira vez que o Bota derrotou o rival no Engenhão. Nas cinco partidas anteriores foram três empates e duas vitórias vascaínas.

Botafogo ao estilo 'fast gol'
Juninho melhorou das dores na coxa direita que o tiraram da vitória por 2 a 0 sobre o Santos, na quarta-feira. Porém, o técnico Ricardo Gomes o deixou no banco de reservas e manteve a tática implícita do revezamento no time titular entre o apoiador e Felipe. Melhor para o volante Jumar, que entrou no time há duas rodadas e lucrou com a consistência defensiva nos jogos contra São Paulo e Santos.
Sem Maicosuel, suspenso, o técnico Caio Júnior apostou em Felipe Menezes. Na lateral, Alessandro perdeu o lugar para Lucas. Antes do jogo, os botafoguenses bicaram a superstição que caracteriza o clube e lançaram o novo uniforme - com mudanças discretas, predominantemente na gola. Em 2010, quando estreou a camisa cinza, o time foi nocauteado por 6 a 0 pelo Vasco e a vida útil do modelo foi curta. Desta vez foi diferente. Bem diferente.
O pontapé inicial do jogo foi uma homenagem a Zagallo, que na próxima terça-feira completa 80 anos. Simultaneamente, o sistema de som do Engenhão informou que o ex-jogador e ex-treinador terá uma estátua no estádio.
Loco Abreu gol Botafogo (Foto: Fernando Soutello / AGIF)Loco Abreu comemora um dos gols do Botafogo (Foto: Fernando Soutello / AGIF)
Depois da comentada festa de casamento em uma lanchonete fast-food árabe na quinta-feira, Cortês mostrou a força de quibes e esfihas. Fez grande jogada e rolou para Marcelo Mattos chutar. Fernando Prass caiu e defendeu. O goleiro vascaíno também trabalhou bem logo depois, em cobrança de falta de Renato.
A velocidade do Botafogo incomodou a defesa vascaína. Mas o primeiro gol da partida saiu de uma bola parada. Aos dez minutos, Renato cobrou escanteio, a defesa vascaína mirou Loco Abreu, mas se esqueceu de Antônio Carlos. Rômulo ainda tentou puxá-lo, mas o zagueiro subiu e cabeceou firme no canto direito de Fernando Prass.

O Vasco acordou com a desvantagem e respondeu na mesma moeda, mas esbarrou em Jefferson. Felipe cobrou escanteio, Alecsandro subiu na primeira trave e desviou. A bola entraria, mas o goleiro alvinegro se esticou e salvou com um tapa rente ao chão.
O time melhorou, mas parte da torcida cruz-maltina se incomodou com os erros de Marcio Careca, que passou a receber vaias a cada toque na bola. Uma linda tabela, com toques de calcanhar e peito de Diego Souza e Alecsandro quase terminou com um gol de Fagner. Porém, o cabeceio saiu fraco e Jefferson segurou.
Abreu, o 13 impiedoso
Logo na sequência, aos 27, o Alvinegro ampliou. Cortês levou a bola para o meio e, de direita, encontrou Herrera livre nas costas de Anderson Martins. O argentino chutou, e Fernando Prass espalmou. No rebote, Loco Abreu bateu rasteiro e fez o segundo. A torcida celebrou o uruguaio, mas não se esqueceu de Cortês e gritou o nome do lateral também. Pressionado por causa da irregularidade da equipe, Caio Júnior comemorou com raiva, cerrando os punhos e olhando para a torcida.
O resultado supunha total superioridade, mas o Vasco também  teve lampejos. Só que faltava quem definisse as jogadas com precisão. Depois de Alecsandro chutar em cima da zaga dentro da grande área, a torcida pediu a entrada de Elton.
Mas seria justo também pedir por zagueiros. Se levou a melhor sobre Neymar e Lucas, Dedé não pode se gabar de bom desempenho contra Abreu. Sem empecilhos defensivos do rival, o Botafogo fez o terceiro antes do fim do primeiro tempo. Lucas recebeu bom passe de Felipe Menezes e cruzou. Prass espalmou mal, e Elkeson serviu Abreu de cabeça. Ele chutou de primeira no canto direito e fez o terceiro. O uruguaio se igualou a Herrera e Lucio Flavio como maior artilheiro da história do Engenhão, inaugurado em 2007. Cada um marcou 23 vezes.

Lema do segundo tempo: administrar resultado e fazer mais um
O resultado desastroso do primeiro tempo fez Ricardo Gomes trocar Marcio Careca por Juninho. Jumar foi novamente improvisado na lateral esquerda. A torcida festejou a entrada do Reizinho com a música relembrando o “gol monumental” de 1998. Nem parecia que o placar apontava 3 a 0 para o adversário.
Abreu quase fez o quarto. Levou a melhor sobre Dedé e cabeceou no alto. Prass teve de se desdobrar para defender. Com atuação infernal na esquerda, Cortês foi ao fundo e cruzou à meia-altura. A bola passou pela pequena área, e Loco Abreu completou no travessão.
A atuação confusa do Vasco foi pontuada pela expulsão de Diego Souza. Craque da última rodada, o meia jogou mal e saiu de campo batendo boca com o árbitro Marcelo de Lima Henrique após receber cartão vermelho.
Foi a senha para os botafoguenses gritarem “olé” e aplaudirem de pé a saída de Cortês. A partida entrou em marcha lenta, mas não a ponto de impedir outra intervenção linda de Jefferson após chute de Julinho da entrada da pequena área. Os vascaínos deixaram a arquibancada cabisbaixos e ouvindo ao fundo o deboche dos alvinegros. Muitos nem viram o quarto gol do adversário. Aos 46, Renato, que teve ótimo desempenho, rolou para Herrera acertar o canto direito e encerrar a festa do Botafogo.
 
Titular pela primeira vez, Cícero brilha e garante vitória tricolor sobre o Avaí
São Paulo consegue sexta vitória em oito jogos disputados longe do Morumbi. Novo tropeço em casa mantém catarinenses na zona de perigo
 
A CRÔNICA
por Marcelo Prado
O melhor visitante do Campeonato Brasileiro fez mais uma vítima na noite deste domingo. No palco onde havia sido eliminado da Copa do Brasil em maio, o São Paulo mostrou autoridade e, mesmo saindo atrás no marcador, teve força para buscar a virada e bater o Avaí por 2 a 1, na Ressacada. Foi a sexta vitória em oito jogos longe do Morumbi neste Campeonato Brasileiro. Já os catarinenses justificaram a fama de pior mandante, sofrendo a quarta derrota em sete partidas.
Duas peças do Tricolor merecem destaque: Cícero, que em seu primeiro jogo como titular marcou dois gols, e Dagoberto, que ratificou sua postura de jogador mais importante nas estatísticas. Além de artilheiro do time em 2011, com 17 gols, ele é o principal assistente do ano (12). O zagueiro João Filipe, que fez sua estreia, vacilou no início, mas depois se tranquilizou em campo.
Com a vitória, o São Paulo segue sua caça aos líderes do Brasileirão. Soma 31 pontos, dois a menos que o líder Flamengo e um a menos que o vice-líder Corinthians, que ainda tem um jogo adiado a disputar. Já o Avaí é o 18º colocado, com 13 pontos. O jogo na Ressacada foi assistido por 11.107 pagantes e gerou renda de R$ 150.515.
Os dois times voltarão a jogar pelo nacional no próximo fim de semana. O Tricolor receberá a visita do Atlético-PR no Morumbi, enquanto os catarinenses buscarão a recuperação contra o Cruzeiro, em Sete Lagos. Os paulistas, no entanto, ainda jogarão na quarta-feira, contra o Ceará, pela Copa Sul-Americana.
Primeiro tempo apagado
O primeiro tempo foi marcado pela falta de criatividade das duas equipes, que entraram em campo com esquemas táticos diferentes. O Avaí, que vinha de duas vitórias e necessitava do terceiro triunfo para deixar a zona de rebaixamento, apostou no 3-5-2, com três beques, dois volantes e apenas Pedro Ken como homem de armação. Do lado contrário, Adilson repetiu o tradicional 4-4-2, com Jean e João Filipe como novidades na defesa e Cícero aparecendo no meio, na vaga de Rivaldo, poupado pela comissão técnica após seis jogos consecutivos.
A partida foi muito brigada no meio-campo. Atuando em casa, o Avaí tomou a iniciativa, forçando muito o jogo pelo lado direito com o apoio do ala Arlan. O São Paulo, por sua vez, valorizava ao máximo a posse de bola. Os três volantes cumpriam suas funções na marcação, mas deixavam a desejar na criação. Sem Rivaldo e com Lucas bem marcado, coube a Dagoberto fazer o papel de armador. O pouco que o time tentou foi pelo lado esquerdo, usando o trio Juan, Carlinhos Paraíba e Cícero.
Cada time teve uma chance de gol. O São Paulo assustou aos 28 minutos, em chute de fora da área de Carlinhos Paraíba. O Avaí respondeu no minuto seguinte, em cabeçada perigosa de Welton Felipe, à esquerda de Rogério Ceni, após cruzamento de Pedro Ken. Antes do apito do intervalo de Pablo dos Santos Alves, o time catarinense foi obrigado a fazer uma alteração, já que Claudio Caçapa se machucou. E o técnico Gallo colocou o meia Caíque, mudando o esquema tático do time.
Cícero gol São Paulo (Foto: Ag. Estado)Cícero comemora na Ressacada: meia fez dois gols em sua estreia como titular (Foto: Ag. Estado)
Jogo melhora e gols saem no segundo tempo
Os dois times voltaram mais dispostos para o segundo tempo, deixando a partida mais aberta. O Avaí, com Caíque ao lado de Pedro Ken, passou a jogar com mais velocidade, assim como o Tricolor, que novamente forçou o jogo pela esquerda, com o apoio de Juan. Em um desses lances, Arlan tomou cartão amarelo, e Gallo fez a segunda alteração, colocando Daniel em seu lugar.
Aos 14, em seu primeiro ataque perigoso no segundo tempo, o Avaí abriu o marcador com William, após chute de Caíque. Foi o quinto gol do camisa 9 e capitão avaiano. Foi aí que Dagoberto e Cícero, até então peças decorativas em campo, resolveram aparecer. O meia marcou aos 18, mas o lance foi bem anulado pelo auxiliar, já que o meia estava impedido. O camisa 16 não desistiu e, no minuto seguinte, aproveitou cobrança de escanteio de Dagoberto para, de cabeça, testar no canto direito de Felipe e deixar tudo igual no marcador: 1 a 1.
Para dar mais força no apoio, Adilson Batista mexeu logo após a igualdade no marcador, colocando Ilsinho na vaga de Jean. O São Paulo ganhou força na partida e, quando o Avaí ainda assimilava o golpe sofrido, Cícero marcou novamente. Ele recebeu belo passe de Dagoberto pela esquerda, invadiu a área e, com tranquilidade, bateu por cima de Felipe: 2 a 1.
Logo depois, Fernandinho entrou na vaga de Dagoberto, que sentiu dores musculares. No Avaí, Gallo partiu para o tudo ou nada com Cleverson na vaga de Batista. Mas a substituição não surtiu efeito. No desespero, o time até tentou o empate, mas o São Paulo, além de conter bem o avanço rival, por pouco não ampliou nos contra-ataques. A melhor chance veio com Ilsinho, já nos descontos.
Em jogo de pênaltis, Atlético-PR e Corinthians empatam na Arena
Com o 1 a 1 no placar, Timão perde a chance de voltar ao topo e fica um ponto atrás do Flamengo. Atlético-PR segue na penúltima colocação
 
A CRÔNICA
por Carlos Augusto Ferrari
Bom jogo, resultado ruim. Em uma partida muito disputada e com várias chances de gols, Atlético-PR e Corinthians empataram por 1 a 1, neste domingo, e deixaram a Arena da Baixada insatisfeitos. Cleber Santana e Alex, ambos de pênalti, marcaram em tempos distintos os gols de uma igualdade com sabor amargo para paranaenses e paulistas.
Arrancar um ponto na sempre fervilhante casa rubro-negra não seria um péssimo negócio para o Timão, não fosse a disputa pela liderança. Com o resultado, o Alvinegro perde para o Flamengo a primeira posição do torneio depois de oito rodadas de supremacia. A diferença entre eles é mínima: 33 pontos a 32. A chance de recuperá-la será na quarta-feira, contra o Santos, na Vila Belmiro, em partida atrasada da quinta rodada. Com um empate, o time voltará à ponta.
Já o Atlético-PR sofre um tropeço em meio a seu processo de recuperação. Vinha de duas vitórias consecutivas, mas a igualdade o impede de subir na tabela. Aparece com 12 pontos, na penúltima posição. No sábado, enfrenta o São Paulo, às 18h30m, no Morumbi. Antes disso, na quarta, vai ao Rio de Janeiro enfrentar o Flamengo pela Copa Sul-Americana. No jogo deste domingo, 23.660 pagantes geraram uma renda de R$ 589.050 na Arena da Baixada.
Antes do início da partida, os jogadores do Corinthians entraram em campo com uma faixa em homenagem a Vitor Gurman, de 24 anos, que morreu atropelado na última semana, na Vila Madalena, quando voltava a pé para casa. Com os dizeres “Não espere perder um amigo para mudar sua atitude no trânsito”, a mensagem tinha como objetivo conscientizar os motoristas. Após a morte, um grupo de amigos decidiu se mobilizar e criar o movimento “Viva Vitão”, sem fins lucrativos, que pretende mudar o atual panorama do trânsito em São Paulo e no Brasil.
Furacão sai na frente com Cleber Santana
A péssima condição do gramado da Arena da Baixada não impediu que Atlético-PR e Corinthians fizessem um primeiro tempo de várias oportunidades de gols e, principalmente, muito equilíbrio. Com a torcida a favor, o Furacão tentou impor o ritmo de quem reagiu no nacional com duas vitórias consecutivas, mas recebeu respostas perigosas de um dos principais candidatos ao titulo nacional.
Danilo foi o melhor em campo na primeira parte. Com Alex escalado no lugar de Emerson, o Timão ganhou um estilo mais cadenciado, beneficiando o armador. As melhores chances alvinegras passaram por ele: em uma cabeçada e um chute de longe, ambos interceptados pelo goleiro Renan Rocha. Da cabeça do armador veio também um passe preciso para Willian, quase na pequena área, chutar para cima o melhor momento da equipe.
Morro Garcia Atlético-PR Ralf Corinthians (Foto: Ag. Estado)O uruguaio Morro Garcia (na bola com o corintiano Ralf) perdeu um gol feito no 1º tempo (Foto: Ag. Estado)
Se a qualidade técnica pertenceu aos paulistas, a eficiência esteve com os paranaenses. Edilson e Madson testaram o estreante goleiro Danilo Fernandes com bombas de fora da área e assustaram. O ataque, porém, não esteve bem. Apesar da velocidade do setor, o número de passes errados comprometeu a chegada da bola a Morro Garcia, que perdeu um gol claro nos minutos finais.
Em uma das poucas vaciladas na defesa corintiana, o Atlético-PR ficou em vantagem. Weldinho foi desarmado por Madson na saída de bola e cometeu pênalti quando o baixinho entrava em velocidade na área. Cleber Santana bateu forte no meio do gol, sem chances para Danilo.
Timão empata, também de pênalti
O Corinthians voltou para o segundo tempo com o atacante Emerson e o volante Edenílson nas vagas de Jorge Henrique e de Weldinho, respectivamente. A mudança que surtiu efeito, contudo, foi uma tática que havia funcionado na rodada passada. Paulinho ganhou mais liberdade para encostar no ataque. Demorou apenas dois minutos para o empate chegar. O volante recebeu belo passe de Alex na área foi derrubado antes de finalizar. Alex cobrou o pênalti no canto direito e igualou o placar.
O gol sofrido fez o Atlético-PR tentar pressionar, mas sem tanta eficiência. Branquinho perdeu boa chance ao finalizar para fora após boa jogada na área. A maior ofensividade atleticana permitiu que o Corinthians encontrasse espaços no ataque. Danilo, sempre perigoso, acertou a trave e, em outro lance, parou em boa defesa de Renan Rocha.

Esbarrando no bom posicionamento defensivo do Timão, o ímpeto rubro-negro foi caindo com o passar do tempo, irritando a torcida da casa. O Corinthians também não se arriscou tanto. Tite retraiu toda a equipe para trás à espera de um “golpe final” que não veio. Edilson, aos 41, perdeu a última boa chance de fazer o gol da vitória ao chutar na barreira uma perigosa falta na meia-lua.
América-MG bate o Flu por 3 a 0 em Sete Lagoas e respira no Brasileiro
Apático, Tricolor volta a mostrar sua irregularidade e perde com gols no início das duas etapas. Coelho chega aos 11 pontos, mas ainda é o lanterna
A CRÔNICA
por Edgard Maciel de Sá
Uma tarde em que tudo deu certo para o América-MG e nada funcionou para o Fluminense. Assim pode ser descrita a vitória do Coelho sobre o Tricolor, por 3 a 0, neste domingo, em Sete Lagoas, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os mineiros, que só haviam triunfado na estreia na competição, chegam aos 11 pontos e renovam suas esperanças, embora continuem na lanterna. Já os cariocas, que vinham de boas vitórias sobre Ceará e Internacional, deixaram claro por que a palavra irregularidade os acompanha no nacional. Estão na nona colocação, com 21 pontos. O jogo também foi marcada por uma reação inusitada de Marquinho, que atuou como capitão tricolor e rasgou a própria camisa após o terceiro gol.
Estreante da noite, o técnico Givanildo de Oliveira deixou a Arena do Jacaré ovacionado pela torcida, que curiosamente terminou a partida exaltando seus jogadores com o grito "Time de Guerreiros", criado pelos tricolores durante a arrancada que livrou o Fluminense do rebaixamento em 2009. O América-MG volta a campo no próximo sábado, para enfrentar o Botafogo, às 21h, no Engenhão. Já o Fluminense vai a Porto Alegre para encarar o Grêmio, no dia seguinte, às 18h30m, no Olímpico.
Domínio tricolor, golaço do América-MG
Diante de um estádio com poucos torcedores (2.782 pagantes e renda de R$ 23.984), América-MG e Fluminense começaram a partida se estudando. Sob o sol forte que fazia na Arena do Jacaré, o Tricolor dominava a posse de bola, mas foi o Coelho que surpreendeu logo no início. Após linda jogada só com toques de primeira, o lateral Marcos Rocha cruzou da direita, e Rodriguinho acertou o ângulo de Diego Cavalieri, que nada pôde fazer: 1 a 0.
Em desvantagem antes mesmo dos dez minutos do primeiro tempo, o Fluminense sentiu o gol. Continuava dominando as ações, mas tocava a bola sem objetividade. A primeira grande chance surgiu dos pés de Mariano. O lateral-direito foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para Rafael Moura. O atacante chutou cruzado e a bola passou raspando a trave do goleiro Neneca. Sem Carlinhos, suspenso, e Diguinho, machucado, o Tricolor tinha dificuldades na ligação entre o meio e o ataque.
O técnico Givanildo de Oliveira esbravejava à beira do campo pedindo mais movimentação a seus jogadores. Depois do gol, o time resolveu apostar nos contra-ataques, sem sucesso, e só chegou ao gol de Cavalieri em jogadas de bola parada. A atuação tricolor também não parecia convencer Abelão, que mandou o atacante Araújo para o aquecimento no meio do primeiro tempo. O Fluminense ainda quase chegou ao empate em duas oportunidades, com Marquinho e Rafael Moura, mas o primeiro chutou para fora e o segundo parou em Neneca.
Sem camisa, Marquinho joga com 'Ciro' às costas
O técnico Abel Braga desceu para o intervalo enfurecido, dando socos na porta do vestiário. A bronca e a entrada de Araújo no lugar de Rafael Sobis tinham como intenção acordar o Fluminense. Mas a estratégica não fez efeito, e o Tricolor voltou a sofrer um gol no início da etapa. Após erro de Edinho no meio-campo, Léo roubou a bola, avançou até a área e se jogou. O árbitro Sandro Meira Ricci marcou pênalti inexistente de Gum, que tocou apenas na bola. Alessandro cobrou bem e aumentou a vantagem mineira.
O segundo gol deixou o Fluminense ainda mais apático, e os jogadores do América-MG nem precisavam mais se esforçar para chegar perto do gol de Diego Cavalieri. O terceiro quase saiu dos pés de Marco Rocha, mas o goleiro tricolor fez grande defesa. Na arquibancada, os tricolores pediam raça, e os americanos festejavam o retorno do técnico Givanildo de Oliveira, que via seu time recuar para novamente explorar os contra-ataques.
Comemoração gol América-MG (Foto: Ag. Estado)Jogadores do América-MG comemoram gol na Arena do Jacaré (Foto: Ag. Estado)
Desesperado, Abel tirou o lateral Julio Cesar, deslocando Marquinho parra a esquerda, e colocou o atacante Matheus Carvalho em campo. As atuações apagadas de Souza e Fernando Bob, no entanto, atrapalhavam as tentativas de reação. O Fluminense até chegou a balançar a rede de Neneca com Araújo, mas a arbitragem marcou impedimento.
A essa altura, a partida já tinha virado ataque contra defesa. O Fluminense conseguia alternar bons ataques com jogadas bisonhas. E quem quase chegou novamente foi o América-MG, outra vez com Rodriguinho, em chute que passou raspando a trave direita. As coisas ficaram piores para o clube carioca quando Gum fez falta em Léo, aos 26, e recebeu o segundo amarelo e o vermelho. Foi o suficiente para o Coelho ampliar o placar, com Marcos Rocha.
Na noite em que nada deu certo para o Fluminense, até Marquinho virou Ciro após uma reação inusitada. Ao rasgar a própria camisa e sem uma reserva à mão, o apoiador precisou pegar a do atacante já no fim da partida para seguir jogando. Rafael Moura ainda teve tempo de desperdiçar um pênalti, bem defendido por Neneca. Melhor para o América-MG, que confia em Givanildo para evitar o rebaixamento para a Série B. De quebra, manteve a escrita de jamais ter perdido para o adversário na Série A: agora são três vitórias e quatro empates.
 
 
Inter faz 3 a 2 no Beira-Rio e joga a crise para cima do Cruzeiro
Mineiros chegam a quatro derrotas seguidas. Gols de D’Alessandro, Andrezinho e Damião aliviam momento vermelho
A CRÔNICA
por Alexandre Alliatti
A crise namorava os dois lados, mas parecia mais propensa a abraçar o Cruzeiro. Dito e feito. Com vitória de 3 a 2 no Beira-Rio, o Inter aliviou sua situação e fez o adversário mergulhar em questionamentos. Foi a quarta derrota seguida da equipe de Joel Santana, que corre risco de demissão. Os gaúchos voltaram a vencer após duas rodadas de seca.
Anselmo Ramon abriu o placar para o Cruzeiro. Ainda no primeiro tempo, o Inter virou com D’Alessandro, de pênalti, e Andrezinho, de falta. Na etapa final, com os mineiros superiores em campo, Leandro Damião ampliou - em passe de D’Alessandro, que discutia com torcedores de dentro de campo. Leandro Guerreiro diminuiu, mas a Raposa não teve forças para buscar novo empate. Os visitantes foram prejudicados por um gol mal anulado pela arbitragem.
Com o resultado, o Inter subiu para 22 pontos, na sétima colocação. O Cruzeiro caiu para 11º, com 18 pontos. O jogo teve público de 16.286 pessoas, com renda de R$ 216.240,00. Na próxima rodada, os mineiros recebem o Avaí no sábado, e os colorados visitam o Bahia no domingo.

Mais D’Alessandro do que Montillo
D’Alessandro e Montillo, ambos argentinos, cérebros de chuteiras, cada qual com o número 10 às costas de suas camisas, trocaram abraços antes de começar o jogo. Era responsabilidade deles, mais do que de quaisquer outros atletas em campo, ajudar suas equipes a viver dias melhores. Ali estava o poder de criação de Inter e Cruzeiro. No primeiro tempo, o gringo colorado se deu melhor.
El Cabezón comandou um Inter desfigurado, com mais de um time inteiro de desfalques. Especialmente na metade inicial do primeiro tempo, o time colorado fez órbita em torno de D’Ale. Ele quase abriu o placar cedo, com dez minutos, em pancada por cima do gol de Fábio. Em seguida, o Cruzeiro surpreendeu.
Montillo esteve menos ligado que D’Alessandro. Mesmo assim, incomodou, mas não tanto quanto Wallyson, a melhor figura celeste em campo. Caído pelo lado direito, o jogador tirou suor da zaga colorada. Foi ele que originou o gol dos visitantes. Ao cruzar para a área, viu Muriel soltar a bola na cabeça de Anselmo Ramon. Falha feia do goleiro vermelho.
O Inter não se assustou com o gol. Foi para o ataque, manteve o estilo de jogo e conseguiu a virada. Gilberto, é bem verdade, deu uma força ao cometer pênalti desnecessário em D’Alessandro. O próprio argentino foi para a cobrança, certamente com a lembrança carregada pela batida errada contra o Fluminense. Não foi por acaso que ele comemorou muito ao ver a bola encostar na rede cruzeirense. Soltou um berro - de alívio. Era o empate colorado.
A Raposa tentou reagir, sempre com Wallyson. O atacante chutou forte, em diagonal, para fora. Fez o contrário de Andrezinho, que bateu falta pelo lado esquerdo e viveu segundos de expectativa ao ver a bola passar pela zaga adversária, pelos atacantes colorados, pelo goleiro Fábio, pela linha. E aí saiu comemorando, feliz da vida com o gol da virada vermelha.
Andrezinho gol Internacional (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)Andrezinho comemora o gol da virada do Inter sobre o Cruzeiro (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)
Cruzeiro no ataque, Inter no gol: 3 a 1
O Cruzeiro perdeu Wallyson, lesionado, no fim do primeiro tempo. Voltou com Ortigoza no lugar dele para o período final. Apesar do desfalque, o time mineiro se apresentou muito melhor do que nos 45 minutos iniciais. Multiplicou-se em campo, passeou pelo ataque, esteve em vias de empatar a cada instante.
A torcida do Inter se irritou especialmente depois de duas demonstrações claras da superioridade dos mineiros em campo. Muriel fez, em dose dupla, defesa inacreditável: primeiro, espalmou pancada de Gilberto; na sequência, teve que se erguer às pressas para defender o rebote de Ortigoza. Impressionante.
A pressão do Cruzeiro rendeu um gol, mas a arbitragem anulou o lance. E errou. Montillo e Ortigoza tramaram boa jogada. Anselmo Ramon completou, mas foi apontado impedimento. Ele estava em posição legal.
A Raposa pagou caro pela pressão infrutífera. Pior em campo, o Inter fez mais um. D’Alessandro, em momento em que discutia com torcedores, esbravejando de dentro de campo, encaixou cruzamento perfeito na cabeça de Leandro Damião. É raro ele perder gol ali. Na conclusão, Damião acertou a bola no travessão, e na queda ela entrou.
Virou jogaço. E o Cruzeiro voltou a colocar o Inter sob risco. Em cruzamento para a área, Leandro Guerreiro, ex-colorado, cabeceou sem chances para Muriel. Eram 36 minutos do segundo tempo. A partida estava viva. Vítor apareceu de surpresa na área e quase empatou. Quase. A bola bateu na trave. O Beira-Rio viveu momentos de pânico até o apito final. E aí o jogo acabou. O alívio é vermelho. A pressão é azul.
Santos não é brilhante, mas bate o Ceará e deixa a zona de rebaixamento
Equipe da Vila Belmiro não vencia desde o dia 16 de julho, quando bateu o Atlético-MG. Já o Vovô acumula três derrotas seguidas
A CRÔNICA
por Adilson Barros
Santos e Ceará entraram em campo pressionados, neste domingo à tarde, no Pacaembu, pela 15ª rodada do Brasileirão. Vinham de derrotas consecutivas e levando muitos gols. O time de Muricy Ramalho havia sofrido dez em seus três últimos jogos. O de Vagner Mancini sofreu oito no mesmo periodo. Marcação era prioridade. No fim, prevaleceu a melhor qualidade técnica dos donos da casa, que venceram por um magro 1 a 0. O Santos ainda foi uma equipe sem criatividade, amarrada, mas ao menos venceu, o que não acontecia desde o dia 16 de julho, quando bateu o Atlético-MG por 2 a 1. Já o Ceará acumula sua terceira derrota consecutiva.
Com o triunfo, o Santos sai da zona de rebaixamento. Pula da 18ª para a 16ª posição, com 14 pontos. Volta a campo na próxima quarta-feira, para enfrentar o Corinthians, na Vila Belmiro, em jogo atrasado da quinta rodada. O Ceará, com 18, está em 12º lugar e também tem como próximo adversário o Timão, mas no domingo, no Pacaembu, pela 16ª rodada.
Mexida melhora o Peixe
O Santos começou o jogo adormecido, como foi contra Vasco e Atlético-PR. Uma equipe presa, sem a menor criatividade, com Borges isolado à frente, sozinho. Sem Neymar, suspenso, Muricy Ramalho optou por cinco jogadores no meio de campo, todos com bom toque de bola: Arouca, o estreante Henrique, Ibson, Ganso e Elano. No entanto, ficou evidente a falta de entrosamento. Atrapalhados, os meias ocupavam uns os lugares dos outros. Erros de passe a torto e a direito.
O Ceará buscava surpreender atacando pela esquerda, com Egídio e Osvaldo caindo às costas do lateral-direito Leandro Silva, que também estreava. Perdido, o ala santista não sabia para onde correr. Era envolvido facilmente. Quando tinha espaço para atacar, não conseguia completar os lances. Percebendo que sua equipe sofria riscos por causa da instabilidade de Leandro, Muricy mexeu na equipe. Tirou o novato, colocou o atacante Diogo e passou Arouca para a lateral direita. Fosse um jogo de xadrez, o treinador alvinegro teria dado um xeque-mate.
Com Arouca pela direita, o Peixe cresceu. Ganhou em marcação no setor e em presença de um jogador fazendo as jogadas pela ponta direita. Em seu primeiro lance na nova função, Arouca criou a lance do gol de Borges. Desceu como um ponta, chutou cruzado, o goleiro Diego deu rebote, e o camisa 9 santista estava lá para marcar o seu oitavo gol no Brasileirão. Na comemoração, o artilheiro pegou a câmera do repórter fotográfico do GLOBOESPORTE.COM, Marcos Ribolli.
- Fui tirar umas fotos da torcida! - comentou o atacante.
O Ceará tentou responder na base do abafa, mas errou demais o último passe e não conseguiu ameaçar efetivamente Rafael.
Borges gol Santos fotógrafo (Foto: Ag. Estado)Borges pega uma câmera emprestada para comemorar seu gol no Pacaembu (Foto: Ag. Estado)
Ceará melhora, mas não ameaça
O Vovô voltou para o segundo tempo com sua marcação mais adiantada, dificultando as saídas de bola do adversário. Borges voltou a ficar isolado como nos primeiros minutos da etapa inicial. No entanto, embora tivesse mais a bola, a equipe cearense não tinha qualidade para criar jogadas perto da área. Passes errados, chutes tortos.
O Santos, mais qualificado tecnicamente, chegava menos, mas com mais perigo. Elano, por exemplo, exigiu excelente defesa de Diego num chute de esquerda já dentro da área. Faltava ao Peixe, porém, um pouco mais de ambição para buscar ao menos o segundo gol. Tinha espaço, pois o Ceará se lançava à frente, mas faltava gana. Assim, a equipe de Muricy Ramalho levou o jogo em banho-maria até o fim.
 
Atlético-GO tenta, mas Bahia leva a melhor no duelo dos desesperados
Tricolor faz 2 a 1 no Dragão em Pituaçu com golaço de Jobson e cabeçada de Fahel. Juninho marca para o time goiano
A CRÔNICA
por Tamires Fukutani
Dono da casa e precisando de um triunfo para recuperar o moral depois do decepcionante 3 a 0 sofrido no Morumbi, na última quinta-feira. O Bahia entrou em campo neste domingo sob olhares desconfiados de 12.147 pagantes, o pior público no Pituaçu neste Campeonato Brasileiro. Do outro lado, o Atlético-GO queria deixar para trás a derrota para o xará paranaense dentro de casa, pelo mesmo placar. As duas equipes se reencontraram na Série A depois de 25 anos, para selar um confronto equilibrado, que valia o distanciamento da zona da degola. Na partida dos desesperados, válida pela 15ª rodada, o mando de campo falou mais alto: 2 a 1.
O Bahia, que chegou à vitória com um golaço de Jobson e uma cabeçada de Fahel, chegou a 18 pontos, na 13ª colocação. Na próxima rodada, recebe o Inter, às 18h30m de domingo. O Atlético-GO, que ainda pôs 1 a 1 no placar com um gol de Juninho, entrou no Z-4 após a vitória do Santos sobre o Ceará. Está em 17º lugar, com 13 pontos. No sábado, tentará se recuperar diante do próprio Santos, no Serra Dourada, às 18h30m.
Estrela de Jobson brilha no primeiro tempo
Desde o início da partida, Jobson já dava sinais de que estava em um bom dia. O Bahia começou pressionando, abusando da velocidade característica do ataque tricolor. No entanto, outro ponto marcante do homem de frente falou mais alto: Jobson, o rei da banheira do campeonato, teve duas grandes chances nos dez primeiros minutos, mas foi pego em impedimento por muito pouco.
No meio do primeiro tempo, o Atlético-GO acordou em Pituaçu e passou a procurar caminhos rumo à meta de Marcelo Lomba. Felipe ameaçou com um belo chute, que possibilitou ao goleiro uma grande defesa. Aos 26 minutos, no entanto, Jobson tratou de findar a festa do Dragão com um golaço: o jogador recebeu passe de Reinaldo, tirou o zagueiro do lance e mandou de perna esquerda no ângulo.
Foi o suficiente para que a energia do time goiano sofresse uma baixa. Sem conseguir aproveitar os espaços deixados pela defesa tricolor, o Atlético-GO esmoreceu em campo e não conseguiu igualar o placar até a descida para o vestiário.

Fahel gol bahia (Foto: Ag. Estado)Fahel marca de cabeça e comemora o gol da vitória sobre o Atlético-GO no Pituaçu (Foto: Ag. Estado)
Dragão ameaça, mas Tricolor segura a vitória
O intervalo fez com que o Dragão acertasse a postura que deveria ter diante do Bahia. Voltou ao segundo tempo com gás, partindo para cima. Sem deixar o adversário respirar, Juninho empatou a partida logo aos dois minutos, aproveitando passe de Thiaguinho. Reinaldo ainda tentou desempatar, de cabeça, mas o segundo tento do Bahia estava reservado para outro jogador.
Vendo o time no sufoco, o técnico René Simões foi aos poucos recorrendo a substituições. Reinaldo, Lulinha e Marcos deram lugar a Júnior, Jones e Gabriel. Com as mudanças, o Bahia ganhou velocidade e, apesar dos muitos passes errados, respondeu às investidas do Atlético-GO. Juninho ainda tentou aumentar a vantagem do visitante, mas Fahel estava no lugar certo para assegurar a vitória dentro de casa. Aos 29 minutos, Ricardinho cobrou escanteio, e Fahel mandou de cabeça para a rede, depois de uma cabeçada de Jones.
No fim do confronto, apesar do bom ritmo imposto pelos visitantes, Jobson ainda se deu ao luxo de perder dois gols dignos do Inacreditável Futebol Clube. Mas as falhas do atacante não fizeram tanta falta.
Após o apito final, o volante Fabinho sentou no gramado e desmaiou em seguida. A ambulância demorou para entrar em campo e realizar o atendimento. De acordo com os médicos do clube baiano, o jogador teve fraqueza e tontura e ficou inconsciente por poucos minutos. Acordado, Fabinho foi retirado de campo na ambulância para passar por uma avaliação médica em um hospital próximo ao estádio de Pituaçu.
 

Diretoria do Atlético-MG anuncia demissão do técnico Dorival Júnior

Reunião com Alexandre Kalil e Eduardo Maluf definiu a rescisão contratual. Caminho do treinador pode ser o Inter

Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte
Dorival Júnior Atlético-MG (Foto: Flickr do Atlético-MG)Dorival, em seu último jogo pelo Galo, na derrota
para o Figueirense (Foto: Flickr do Atlético-MG)
A diretoria do Atlético-MG confirmou a saída do técnico Dorival Júnior. O treinador não resistiu à derrota para o Figueirense, nesse sábado, por 2 a 1, no Ipatingão. Em reunião realizada na tarde deste domingo, entre o presidente Alexandre Kalil, o diretor de futebol do clube, Eduardo Maluf, e o treinador, a diretoria decidiu pela saída. O acerto entre as partes já foi feito. A partir de agora, a diretoria do Galo busca um novo treinador.
Já o caminho de Dorival pode ser o Inter, que vem sendo comandado de forma interina por Osmar Loss desde a saída de Paulo Roberto Falcão, há 19 dias. O Inter já havia se interessado por Dorival, mas, diante da negativa do Galo em liberá-lo, cogitava efetivar Loss. Com a queda do treinador, as negociações devem ser retomadas.
O próximo compromisso já será nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), diante do Botafogo, novamente no Ipatingão, pela Copa Sul-Americana. Caso a diretoria não consiga contratar um treinador a tempo, o comandante da equipe campeã da Taça BH de Futebol Júnior, Rogério Micale, poderá assumir o cargo interinamente.
Ficou devendo
Dorival Júnior chegou ao Atlético-MG no fim de setembro do ano passado, para substituir Vanderlei Luxemburgo, atual treinador do Flamengo. Naquele momento, faltavam 14 rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, e o Galo estava na zona de rebaixamento. Com um aproveitamento de 57% dos pontos, Dorival teve sete vitórias, três empates e quatro derrotas, números que livraram o time da degola e ainda garantiram uma vaga na Copa Sul-Americana de 2011.
Neste ano, o Galo de Dorival foi eliminado na Copa do Brasil pelo Grêmio Prudente (atual Grêmio Barueri) e perdeu a final do Mineiro para o rival Cruzeiro. No Brasileirão, é o 13º colocado, após 15 rodadas. No total, Dorival Júnior comandou o Atlético-MG em 50 jogos, com 25 vitórias, dez empates e 15 derrotas - um aproveitamento de também 57%.

Diretoria do Atlético-MG anuncia demissão do técnico Dorival Júnior

Reunião com Alexandre Kalil e Eduardo Maluf definiu a rescisão contratual. Caminho do treinador pode ser o Inter

Por GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte
Dorival Júnior Atlético-MG (Foto: Flickr do Atlético-MG)Dorival, em seu último jogo pelo Galo, na derrota
para o Figueirense (Foto: Flickr do Atlético-MG)
A diretoria do Atlético-MG confirmou a saída do técnico Dorival Júnior. O treinador não resistiu à derrota para o Figueirense, nesse sábado, por 2 a 1, no Ipatingão. Em reunião realizada na tarde deste domingo, entre o presidente Alexandre Kalil, o diretor de futebol do clube, Eduardo Maluf, e o treinador, a diretoria decidiu pela saída. O acerto entre as partes já foi feito. A partir de agora, a diretoria do Galo busca um novo treinador.
Já o caminho de Dorival pode ser o Inter, que vem sendo comandado de forma interina por Osmar Loss desde a saída de Paulo Roberto Falcão, há 19 dias. O Inter já havia se interessado por Dorival, mas, diante da negativa do Galo em liberá-lo, cogitava efetivar Loss. Com a queda do treinador, as negociações devem ser retomadas.
O próximo compromisso já será nesta quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), diante do Botafogo, novamente no Ipatingão, pela Copa Sul-Americana. Caso a diretoria não consiga contratar um treinador a tempo, o comandante da equipe campeã da Taça BH de Futebol Júnior, Rogério Micale, poderá assumir o cargo interinamente.
Ficou devendo
Dorival Júnior chegou ao Atlético-MG no fim de setembro do ano passado, para substituir Vanderlei Luxemburgo, atual treinador do Flamengo. Naquele momento, faltavam 14 rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, e o Galo estava na zona de rebaixamento. Com um aproveitamento de 57% dos pontos, Dorival teve sete vitórias, três empates e quatro derrotas, números que livraram o time da degola e ainda garantiram uma vaga na Copa Sul-Americana de 2011.
Neste ano, o Galo de Dorival foi eliminado na Copa do Brasil pelo Grêmio Prudente (atual Grêmio Barueri) e perdeu a final do Mineiro para o rival Cruzeiro. No Brasileirão, é o 13º colocado, após 15 rodadas. No total, Dorival Júnior comandou o Atlético-MG em 50 jogos, com 25 vitórias, dez empates e 15 derrotas - um aproveitamento de também 57%.
 


Luxa diz que R10 é diferente e sugere: ‘Se quiser moleza, vai mastigar água’

Técnico do Fla destaca que camisa 10 sempre receberá forte marcação. Jogador foi garçom de Jael, que marcou gol da vitória sobre o Coriti

Ronaldinho Gaúcho encarou forte marcação diante do Coritiba, sofreu quatro faltas, conseguiu apenas duas finalizações e teve dificuldades para achar espaços em campo. Mas, aos 44 minutos do segundo tempo, o camisa 10 foi atrás de um chutão para o alto dado por um adversário em direção à lateral do campo e colocou a bola na cabeça de Jael, que marcou o gol da vitória por 1 a 0.

- Se o Ronaldinho quiser moleza, vai ter que mastigar água. Terá marcação dura sempre, não tem jeito. Mas em apenas uma bola ele decide e coloca o companheiro na cara do gol. Sempre digo que não pode tirar o craque, pois num lance ele pode decidir. Foi o que aconteceu. Ronaldo é um jogador diferente - afirmou Vanderlei.
Ronaldinho contra o Coritiba:
Finalizações: 2
Bolas levantadas: 5
Falta cometida: 1
Faltas recebidas: 4
Passes errados: 5
Passes certos: 28
Roubada de bola: 1
O camisa 10, que está novamente pendurado com dois cartões amarelos, após simular falta contra o Coxa, levantou cinco bolas na área. Uma delas resultou no gol de Jael e garantiu a felicidade de Ronaldinho.

- Aqui é minha casa, estou muito feliz por dar alegria ao torcedor do Flamengo, um clube com tantos ídolos, e ainda mais com esse número, só me faz querer sempre dar o meu máximo em campo - afirmou Ronaldinho Gaúcho, ainda no gramado do Engenhão.

Depois de fazer a assistência para o gol de Jael, Ronaldinho Gaúcho abriu os braços. Aos seus pés, Junior Cesar e o atacante se ajoelharam para reverenciar o craque. O lateral-esquerdo jogou o camisa 10 no chão, eles dançaram, fizeram a festa. Ronaldinho não mastigou água, roeu o osso, mas no fim saboreou a vitória.

ba


Por Janir Júnior Rio de Janeiro

Galo bate Flu com golaço de Bernard e conquista o penta da Taça BH

Atlético-MG garante o título com vitória por 1 a 0 em Sete Lagoas e termina competição invicto, com 100% de aproveitamento, e sem sofrer gol algum

Por Edgard Maciel de Sá Sete Lagoas, MG
Jogo disputado, forte calor, e com direito a golaço nos minutos finais. Foi assim que o Atlético-MG conquistou o título da Taça BH de Futebol Júnior de 2011, neste domingo, em Sete Lagoas (MG). A vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense, gol do camisa 10 Bernard, garantiu o pentacampeonato ao clube mineiro, que alcançou o rival Cruzeiro como maior vencedor da competição. Já o Tricolor foi vice-campeão pela segunda vez.
A campanha do Galo foi perfeita: nove vitórias, 20 gols feitos e nenhum sofrido. 100 % de aproveitamento e quinto título da Taça BH. A equipe já tinha saído vencedora em 1988, 1989, 2005 e 2009. O Fluminense também estava invicto até a decisão e terminou o torneio com seis vitórias, dois empates e uma derrota. Essa foi a segunda final do Tricolor, que também saiu derrotado em 2004 pelo Cruzeiro.
atlético-MG campeão taça BH (Foto: Edgard Maciel de Sá / Globoesporte.com)Jogadores do Atlético-MG levantam a Taça BH de 2011: clube mineiro chegou ao quinto título e igualou o rival Cruzeiro como maior vencedor da competição (Foto: Edgard Maciel de Sá / Globoesporte.com)
O primeiro tempo começou com o Atlético-MG partindo para cima. Logo aos 2 minutos, Paulinho Silva tabelou com Paulo Henrique, que chutou rasteiro e acertou a trave do goleiro Clériston. A resposta tricolor não demorou muito. Na chance mais clara da etapa inicial, Marcos Júnior tentou encobrir o Paulo Victor e acertou o travessão. A bola sobrou para Michael Vinícius, que chutou em cima do zagueiro Igor. No terceiro rebote, Marcos chutou para fora.
Apesar de dominar a posse de bola, o Galo não conseguia transformar sua superioridade em gols. Aos 20 minutos, o clube mineiro pediu pênalti em Bernard, mas o árbitro assinalou falta fora da área. Na cobrança o próprio Bernard acertou a barreira. Aos poucos, o Fluminense acertou de vez a marcação e diminuiu o ímpeto atleticano, apostando suas fichas nos contra-ataques para matar o jogo.
No intervalo, o técnico tricolor Marcelo Veiga colocou em campo o atacante Pedro, autor do gol que garantiu a vitória do Fluminense sobre o Atlético-PR na semifinal. E bastou a segunda etapa começar para clube carioca ter um gol anulado. Aos 5 minutos, Lucas Patinho cobrou falta da esquerda, a bola passou por todos os jogadores, quicou na pequena área e entrou no ângulo. A arbitragem alegou impedimento de Pedro, que teria atrapalhado Paulo Victor.
atlético-MG campeão taça BH (Foto: Edgard Maciel de Sá / Globoesporte.com)Jogadores comemoram o título com a torcida
(Foto: Edgard Maciel de Sá / Globoesporte.com)
O Galo só conseguiu responder aos 12, novamente com Bernard. O meia tentou deslocar Clériston e finalizou rente à trave. A partida seguida muito disputada e com o mesmo enredo da primeira etapa. O Atlético-MG dominando a posse de bola e o Tricolor realizando uma marcação eficiente, sempre tentando resolver nos contra-ataques. A estratégia carioca quase funcionou quando Pedro recebeu na cara do gol. O atacante chutou por baixo do goleiro Paulo Victor, mas o lateral Pavão conseguiu tirar em cima da linha.
A grande chance perdida pelo Fluminense custaria caro. De tanto pressionar, o Atlético-MG chegou ao gol do titulo aos 37. Bernard recebeu na frente, driblou dois zagueiros e chutou cruzado, sem chances para Clériston. O clube carioca até tentou ensaiar uma pressão no fim, mas sem resultado. E ainda terminou com um homem a menos após a expulsão do zagueiro Wellington. Apito final, título garantido e festa atleticana em Sete Lagoas.
ATLÉTICO-mg 1 X 0 FLUMINENSE
Paulo Victor, Roger, Igor, Jemerson e Fernando Pavão (Vitão); Lucas (Café), Paulinho Silva (Álvaro), Luan (Cácio) e Bernard; Leleu e Paulo Henrique. Técnico: Rogério Micale. Clériston, Gilberto, Léo, Wellington e Lucas (Fabinho); Everton, Gullithi, Bruno Smith (Marquinhos) e Lucas Patinho; Marcos Júnior (Nelinho) e Michael Vinícius (Pedro). Técnico: Marcelo Veiga.
Gols: Bernard, aos 37 minutos do segundo tempo.
Cartões Amarelos: Paulinho, Lucas, Luan, Igor e Bernard (ATL); Everton, Lucas Patinho, Lucas, Léo e Gullithi (FLU) Cartão vermelho: Wellington (FLU).
Estádio: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG). Data: 07/08/2011. Arbitragem: Wanderson Alves de Souza, auxiliado por Mauro dos Santos e Valdeci da Silva.


Maradona começa a treinar o Al Wasl e rouba as atenções em Dubai

Segundo jornal dos Emirados Árabes, time de juniores parou treinamento para observar argentino em campo com os profissionais

Por GLOBOESPORTE.COM Dubai, Emirados Árabes Unidos
Diego Maradona já é o dono das atenções no futebol dos Emirados Árabes. Na noite da última quinta-feira, o argentino comandou o primeiro treino como técnico do Al Wasl e sua presença fez o estádio Zabeel ficar cheio de jornalistas e torcedores. Segundo o diário local "The National", até o time de juniores parou de trabalhar no campo ao lado para ver o Pibe de perto.
O primeiro contato de Maradona com os atletas do Al Wasl durou cerca de duas horas no gramado. O ex-camisa 10 fez questão de conversar com todos os jogadores do clube e chegou a abraçar alguns deles.
Diego Maradona no primeiro treino com o Al Wasl (Foto: Divulgação)Diego Maradona fez questão de cumprimentar todos os jogadores do Al Wasl (Foto: Divulgação)
Assim como fazia na Copa do Mundo quando comandava a Argentina, o Pibe deu um show de habilidade no final do treinamento ao brincar com a bola, para alegria dos fotógrafos e torcedores presentes.
O Al Wasl só terá jogos oficiais a partir de setembro, quando começa a Copa dos Emirados Árabes. O campeonato nacional está marcado para o início de outubro. No Al Wasl, Maradona conta com os auxiliares argentinos Héctor Enrique e Roberto Trotta na comissão técnica.
Os principais reforços do time para a temporada são sul-americanos: o chileno Edson Puch e o uruguaio Juan Manuel Olivera. Mas a "família argentina" vai aumentar: o clube anunciou o acerto com o meia Mariano Donda, que estava no Godoy Cruz.
Diego Maradona no primeiro treino com o Al Wasl (Foto: Divulgação)Após o treino, Maradona demonstrou habilidade com a bola no gramado (Foto: Divulgação)

Luiz Gustavo superou a morte da mãe para fazer sucesso na Alemanha

Convocado por Mano Menesez, volante leva a família na pele, em tatuagens; 'vaiado', deixou o Brasil aos 18 anos e até cogitou defender a seleção alemã

Por GLOBOESPORTE.COM Munique, Alemanha
A história de Luiz Gustavo tinha tudo para ter um final triste. O menino de Pindamonhangaba, cidade do interior de São Paulo, queria ser jogador de futebol. Ele fez testes no Santos, mas foi reprovado, e com apenas 15 anos decidiu tentar a sorte em Alagoas. Jogou no Corinthians local e no CRB. Aos 18, sua vida mudou completamente. Ao mesmo tempo que ganhou uma chance no futebol alemão, para defender o Hoffenheim, Luiz Gustavo perdeu a mãe em um infarte fulminante.
Seis anos depois, o volante, que hoje é titular absoluto do Bayern de Munique, mostra que teve paciência suficiente e pés no chão para superar a perda da mãe Mariane. Ele leva a família na pele, literalmente. Tem tatuado no corpo as imagens da mãe, da avó, do irmão, do pai e de Maria.
- Tenho certeza que tudo que ela queria que eu fizesse eu continuo fazendo. Se ela estivesse viva estaria me aconselhando a fazer as mesmas coisas. Eu era muito novo, mas ela me deixou preparado para o mundo. Sei que de onde ela está, ela está feliz - disse emocionado em entrevista ao "Esporte Espetacular".
Brasil quase perdeu o volante para a Alemanha
E parece que a paciência é uma das grandes virtudes desse brasileiro de 24 anos. Apesar das boas atuações que garantiram o respeito dos alemães, o Brasil parecia não se lembrar dele. Luiz Gustavo chegou ao ponto de cogitar vestir a camisa da seleção alemã.
Luiz Gustavo veste camisa da seleção EE (Foto: João Ramalho / TV Globo)Luiz Gustavo posa para foto com a 'amarelinha'
(Foto: João Ramalho / TV Globo)
- Falei comigo mesmo: 'Não é possível, será que ninguém vai me ver? Não vai acontecer alguma coisa?'. Pelo menos para falar 'a gente tá te vendo'. Já poderia pegar o passaporte e talvez uma naturalização e jogar pela Alemanha.
Mas aconteceu. Na última convocação da Seleção Brasileira, o técnico Mano Menezes chamou o jogador para o amistoso do dia 10 de agosto, justamente contra a Alemanha, em Stuttgart. A calma que Luiz Gustavo teve para esperar o chamado de Mano não foi repetida pelos torcedores do CRB seis anos antes. Uma história engraçada acabou determinando sua transferência para a Europa.
O início em Alagoas
O "Esporte Espetacular" foi até Alagoas para conhecer um pouco mais da história do início da carreira do volante. Ele passou por alguns pequenos times, como Ipanema, Cururipe e Universal, até chegar ao Corinthians Alagoano, um dos clubes com maior vocação exportadora no país. Dali saíram craques como Deco, Pepe, Hulk e Marcelinho Paraíba. E quem conta como o olheiro do Hoffenheim resolveu levar Luiz Gustavo para a Alemanha é o presidente do clube, João Feijó:
- O observador do Hoffenheim foi atraído para vir a Maceió, e na época o Luiz Gustavo estava emprestado ao CRB. Tinha um jogo contra o Santo André, pela Série B, o estádio estava tomado. Aí vazou a informação de que o Luiz Gustavo estava sendo observado. O CRB tomou 1 a 0. Durante o primeiro tempo todo e mais da metade do segundo, ele foi vaiado, vaiado mesmo... Aí eu disse: 'Pronto, furou a negociação'. Quando cheguei em casa, recebi o telefonema do alemão pedindo para eu o encontrar no hotel. Lá ele me disse: 'nas vaias, ele me mostrou personalidade suficiente para jogar na Alemanha. Eu quero o jogador'. Me surpreendi com aquela observação.

Em final equilibrada, Brasil derrota a Argentina e conquista as eliminatórias

Com a vaga para a Copa do Mundo assegurada, seleção brasileira coroa a sua boa campanha com vitória por 6 a 2 sobre a arquirrival na decisão do torneio

Por Igor Christ Rio de Janeiro
A seleção brasileira entrou em quadra neste domingo com a vaga para a Copa do Mundo assegurada, mas faltava o título para coroar a sua boa campanha nas eliminatórias sul-americanas. E foi preciso suar a camisa para conquistá-lo. Em final equilibrada e de muita rivalidade, o Brasil deslanchou no fim e superou a arquirrival Argentina por 6 a 2, fazendo a festa da torcida verde-amarela na Arena Copacabana, no Rio. André, Larreta (contra), Sidney, Buru, Benjamin e Anderson marcaram para o time canarinho na partida oficial de número 400, enquanto Ezeiza, com dois tentos, fez os gols dos hermanos. (confira os gols no vídeo ao lado)
Além da classificação para o Mundial, que será realizado na cidade italiana de Ravenna (Itália), em setembro, e do título das eliminatórias, o Brasil garantiu três prêmios individuais. Com 12 gols, o atacante Bruno Malias levou para casa o troféu de goleador e craque da competição, e Mão foi eleito o melhor goleiro do torneio. Na campanha brasileira, foram seis vitórias em seis jogos, 56 gols marcados e apenas dez sofridos. No retrospecto com a Argentina, 48 vitórias do Brasil e apenas uma derrota.
- A Argentina tem um grande time e sabíamos que eles iriam dificultar no início do jogo, marcando em cima. Mas estávamos jogando bem e o gol era questão de tempo. Mostramos nosso futebol no final e vencemos nossos rivais na areia. Agora, é buscar o penta na Itália - disse Benjamin.
O jogo
Empurrado pela torcida, o Brasil começou o jogo no ataque e pressionando bastante. Aos dois minutos, Buru chutou de longe, tirando do goleiro, e só não abriu o placar porque o defensor Larreta salvou em cima da linha. A Argentina respondeu com Leguizamón, que arriscou pela direita e mandou a bola raspando o travessão. Bem postada na zaga e forte na marcação, a equipe albiceleste diminuiu os espaços do ataque brasileiro, que teve dificuldades para finalizar. A jogada mais perigosa foi uma bicicleta de Bruno Malias, que passou rente à trave.
futebol de areia bruno malias brasil argentina (Foto: Agência EFE)Bruno Malias enfrenta dura marcação argentina no início do jogo (Foto: Agência EFE)
A seleção canarinho voltou mais ligada para o segundo período, adiantou a marcação em quadra e passou a atacar mais. Aos três, Bruno Malias pegou de voleio e obrigou o goleiro Mendonza a fazer grande defesa. No lance seguinte, Buru bateu falta de muito longe, e o arqueiro argentino espalmou novamente. Sentindo o forte calor, os hermanos passaram a ter dificuldades para acompanhar o ritmo dos brasileiros e faziam muitas faltas. Numa delas, veio o primeiro gol do Brasil. Pela esquerda, André cobrou com precisão, no alto, sem chances para Mendonza. E André estava mesmo inspirado. No minuto final, ele arrancou pela direita, bateu cruzado e Dallera, de carrinho, fez contra: 2 a 0.
futebol de areia sidney brasil argentina (Foto: Agência EFE)Sidney briga pela bola com dois (Foto: Agência EFE)
No terceiro período, a Argentina entrou disposta a atacar e diminuiu em linda bicicleta de Ezeiza, aos três minutos. Menos de um minuto depois, Buru dominou pela esquerda e achou Sidney, que só desviu para a rede para fazer 3 a 1 e tranquilizar a torcida. Aos cinco, Buru foi derrubado na área e o árbitro marcou pênalti. O defensor bateu no cantinho esquerdo do goleiro e ampliou para o time canarinho. Aos sete, Ezeiza aproveitou recuou errado para o goleiro Mão e empurrou para a rede para marcar o segundo dele e da Argentina na partida. Mais ainda havia tempo para mais gols. Benjamin, capitão do time, avançou pela esquerda e chutou cruzado, no ângulo, para fazer o quinto. Faltando 36 segundos para o fim do jogo, Anderson cobrou falta da área brasileira e surpreendeu o goleiro: 6 a 2. Título nas areias de Copacabana e uma equipe pronta para buscar o penta na Itália.
- Eu tive a felicidade de pegar bem na bola e mandar com efeito, surpreendendo o goleiro. Esse título vai coroar a campanha maravilhosa que fizemos nessas eliminatórias. Estamos prontos para o Mundial - afirmou Anderson.
Venezuela garante a terceira vaga para a Copa do Mundo
Na disputa pela última vaga para a Copa do Mundo da Itália, melhor para a Venezuela, que arrancou a virada por 5 a 2 sobre a Colômbia e também carimbou o seu passaporte.
Perez abriu o placar para a Colômbia, em chute de longe, com menos de um minuto de jogo. Aos sete, Cristo carregou a bola pelo alto e mandou a bomba do meio da quadra para fazer 2 a 0. No minuto inicial da segunda etapa, a Venezuela diminuiu. Miguel bateu cruzado pela direita e o goleiro espalmou para dentro.
Aos quatro minutos, Longa recebeu a bola pela esquerda, girou rápido e chutou cruzado para empatar. Três minutos depois, veio a virada da equipe 'Vino Tinto'. Landaeta acertou lindo chute, que pegou no travessão e entrou: 3 a 2. O gol animou os venezuelanos, que fizeram mais um, aos cinco minutos do terceiro período. Oportunista, Marcos observou o goleiro adiantando e mandou por cobertura da sua própria quadra. A três minutos para o fim do jogo, Miguel fez mais um, após falha da zaga colombiana. Vitória da Venezuela e vaga inédita no Mundial: 5 a 2.
Brasil, Argentina e Venezuela de juntam a outros 13 países que já haviam conquistado vagas na Copa do Mundo: Itália (país-sede), Rússia, Ucrânia, Suíça, Portugal, México, El Salvador, Taiti, Omã, Japão, Irã, Nigéria e Senegal. .

Aos 16 anos, brasileiro é campeão do US Open júnior em Huntington Beach

Filipe Toledo leva a melhor na final da competição: 'Eu não consigo acreditar'

Por GLOBOESPORTE.COM Huntington Beach, EUA
De convidado a principal estrela. No sábado, Filipe Toledo se consagrou campeão do US Open Junior, disputado nas águas de Huntington Beach, nos Estados Unidos. O jovem paulista, de 16 anos, levou a melhor no confronto contra alguns dos principais surfistas do mundo de até 21 anos.
surfe filipe toledo campeão em Huntington Beach, Califórnia (Foto: Divulgação)Filipe Toledo comemora vitória em Huntington Beach, Califórnia (Foto: Divulgação)
Na final, Filipe superou os americanos Kolohe Andino e Conner Coffin e o havaiano John John Florence. O brasileiro abusou dos aéreos e, com notas 7.67 e 7.50, conseguiu o maior somatório e levou o título.
- Eu não consigo acreditar. As ondas aqui em Huntington quebram na praia, assim como no Brasil, e eu acho que sou um bom surfista nesse tipo de ondas. Mas é inacreditável vencer aqui. Eu acho que essa vitória me coloca ao lado de outros brasileiros, como Alejo (Muniz), Miguel (Pupo) e Jesse (Mendes). Eu vou voltar para o Brasil e participar de alguns campeonatos ASP. Espero ir bem.
surfe filipe toledo campeão em Huntington Beach, Califórnia (Foto: Divulgação)Filipe Toledo comemora o título nos braços da torcida em Huntington Beach, Califórnia (Foto: Divulgação)

Em final emocionante, Belo Acteon vence o GP Brasil de Turfe no Rio

Montado pelo jovem Henderson Fernandes, cavalo triunfa em prova disputada

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeir
Durante toda a prova, Belo Acteon soube manter ao menos um corpo de vantagem sobre os rivais. No últimos metros, porém, o cavalo cansou, os adversários se animaram e a vitória chegou a ficar ameaçada. Ficou só no susto. Em chegada emocionante, Belo Acteon, montado pelo jóquei Henderson Fernandes, de 19 anos, venceu o Grande Prêmio Brasil de Turfe, no Jockey Club do Brasil, no Rio de Janeiro, com o tempo de 2m26s21.
Too Friendly e Jeca chegaram a ameaçar Belo Acteon na reta final. Mas, na linha de chegada, Acteon conseguiu manter praticamente uma cabeça de vantagem e conquistar o GP.
Turfe GP Brasil (Foto: Iivo Gonzalez / O Globo)Belo Acteon venceu o GP Brasil no Rio de Janeiro (Foto: Iivo Gonzalez / O Globo)
 

Botafogo x Vasco: possível tira-teima em duelo de equilíbrio recente

Time cruz-maltino leva grande vantagem no duelo pelo Brasileirão, mas histórico recente na competição é de empates

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Caio Júnior botafogo Ricardo Gomes Vasco (Foto: Montagem sobre foto da Agif)Caio Júnior e Ricardo Gomes duelam neste
domingo (Foto: Montagem sobre foto da Agif)
Clássico é quase sempre sinônimo de equilíbrio. No entanto, no caso de Botafogo x Vasco pelo Campeonato Brasileiro, a igualdade que caracteriza o duelo nos últimos anos é comprovada nos números. As duas equipes entram em campo neste domingo, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão, podendo fazer uma espécie de tira-teima. Afinal, ficaram empatadas as últimas quatro partidas entre os rivais na competição.
Em 2008, Botafogo e Vasco empataram por 1 a 1 nos dois turnos. O mesmo aconteceu no jogo de ida do Brasileirão de 2010. No returno, a igualdade foi de 2 a 2. Em toda a história do Campeonato Brasileiro, os cruz-maltinos têm ampla vantagem: 17 vitórias, 15 empates e sete derrotas.
Neste domingo, o Botafogo vai em busca da vitória para se recuperar dos 2 a 0 sofridos diante do Figueirense, em Florianópolis, e seguir na briga por uma vaga no G-4. A equipe do técnico Caio Júnior soma 22 pontos. O Vasco, que tem a classificação para a Libertadores assegurada por ser o campeão da Copa do Brasil, tem 27 pontos e está há seis rodadas sem perder.
O árbitro da partida será Marcelo de Lima Henrique, auxiliado por Rodrigo Pereira Joia e Dibert Pedrosa Moisés, todos do Rio de Janeiro e do quadro da Fifa. O Premiere FC exibe o jogo para todo o Brasil, pelo sistema pay-per-view, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha o duelo em Tempo Real.

header o que esta em jogo (Foto: arte esporte)
Botafogo: a fraca atuação na derrota por 2 a 0 para o Figueirense acendeu o alerta em General Severiano. A falta de objetividade, apesar da boa posse de bola, chamou a atenção. Assim, a partida contra o Vasco é vista como a oportunidade perfeita para que a equipe mostre a força necessária para seguir na briga por uma vaga no G-4.
Vasco: invicto há seis jogos, o time joga o primeiro clássico carioca do Brasileiro na tentativa de se manter na briga pelo título - atualmente está a quatro pontos do Corinthians, dono do melhor aproveitamento do campeonato.

header as escalações 2
Botafogo: o técnico Caio Júnior decidiu pela volta de Fábio Ferreira, que se recuperou de lesão muscular e entra no lugar de Gustavo na zaga. O meia Felipe Menezes é o principal candidato a ocupar uma vaga no meio-campo. O Botafogo deve entrar em campo com a seguinte formação: Jefferson, Alessandro, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Cortês; Marcelo Mattos, Renato, Felipe Menezes e Elkeson; Herrera e Loco Abreu.
Vasco: a formação da equipe tem alguns pontos de interrogação. O técnico Ricardo Gomes tem a opção de escalar novamente um meio de campo com Romulo, Felipe, Juninho e Diego Souza, com Jumar ou Marcio Careca na lateral. Porém, já acenou com a possibilidade de colocar Jumar para auxiliar na proteção da zaga. Neste caso, Juninho ou Felipe ficaria como opção no banco. Os prováveis titulares contra o Bota são: Fernando Prass, Fagner, Dedé, Anderson Martins e Marcio Careca (Juninho); Romulo, Jumar, Felipe e Diego Souza; Eder Luis e Alecsandro.

quem esta fora
Botafogo: Maicosuel cumpre suspensão automática. O meia Everton se recupera de uma cirurgia no ombro esquerdo, e o atacante Caio torceu o tornozelo.
Vasco: Eduardo Costa está com um edema na coxa esquerda e não foi liberado para o jogo. Nilton, Cesinha, Max, Douglas e Kim estão em processo de recondicionamento físico. Diego Rosa levou o terceiro amarelo na partida contra o Santos e terá que cumprir suspensão automática.

header pendurados
Botafogo: Herrera e Somália.
Vasco: Bernardo, Dedé e Elton.

header fique de olho 2
Botafogo: com atuações irregulares nas últimas rodadas depois de um ótimo início de campeonato, Elkeson vem sendo cobrado por torcedores. O técnico Caio Júnior garantiu confiar no jogador, tendo a certeza de que ele ainda vai construir uma bela trajetória no clube, a começar pelo clássico deste domingo.
Vasco: depois da excelente partida contra o Santos, com direito a golaço, Diego Souza entra em campo com o moral em alta. E o Botafogo traz boas recordações a ele. Foi contra a equipe de General Severiano que fez sua estreia pelo Vasco, marcando um belo gol e ajudando na vitória por 2 a 0. O jogador chegou a ser dúvida para este domingo por causa de dores na coxa, mas foi liberado.

header o que eles disseram (Foto: arte esporte)
Caio Júnior, técnico do Botafogo: "O Vasco vive um grande momento. Depois de ser campeão da Copa do Brasil, manteve uma sequência de alto nível. É time de muita qualidade, principalmente no meio-campo, com jogadores que desequilibram. Mas o Botafogo faz um grande campeonato e tem todas as condições de vencer."
Ricardo Gomes, técnico do Vasco: "O Botafogo tem atuado bem, assisti aos últimos jogos. Espero mais uma grande partida. Queremos dar sequência, pontuar, dar vida longa a essa fase o máximo possível. Por enquanto a tabela ainda está bastante embolada.”

header números e curiosidades
* Quem venceu mais? Confira o histórico do confronto na Futpédia.
* A última vez que houve um vencedor no clássico, valendo pelo Campeonato Brasileiro, foi em 2007. O Vasco ganhou por 2 a 1 o Botafogo, no dia 14 de outubro.

* Dodô é o maior artilheiro da história do confronto pelo Campeonato Brasileiro. Foram cinco gols marcados, todos a serviço do Botafogo. Com a camisa do Vasco, ele balançou a rede três vezes na goleada por 6 a 0 em 2010, mas pelo Campeonato Carioca.

Botafogo e Vasco se enfrentaram pela última vez em 20 de março, no Engenhão, pela Taça Rio. No dia em que fez sua estreia pela equipe cruz-maltina, Diego Souza abriu o placar aos 15 minutos do segundo tempo. Aos 25, Eder Luis acertou um belo chute e selou a vitória por 2 a 0 sobre o Alvinegro. A derrota acabou causando a saída do técnico Joel Santana de General Severiano.

Perto dos 80, 'menino' Zagallo se diverte com Disney e Santos 4 x 5 Fla

Tetra mundial retorna de viagem aos EUA, onde se encantou por Las Vegas, e diz que futebol no clássico na Vila jamais será visto numa Copa

Por Márcio Mará Rio de Janeiro
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"Um menino de 8 anos aos 80." Com essa frase, Mario Jorge Lobo Zagallo definiu a sua atual fase às vésperas de se tornar octogenário. Curiosamente, "Menino Zagallo" tem 13 letras. Superstição perfeita para as comemorações do Velho Lobo nesta terça-feira, dia 9. O maior defensor da "amarelinha", como costuma se referir à camisa da Seleção Brasileira, acabou de chegar com a alma renovada de divertida viagem com a família pelos Estados Unidos, onde matou a saudade de duas cidades que adora. Na Disney, em Orlando, os golfinhos e baleias superaram o Mickey Mouse na preferência. Mas Las Vegas deixou o tetracampeão mundial  de boca aberta, especialmente a apresentação que viu do Cirque du Soleil.
- Foi o maior show que vi na minha vida. Como uma final maravilhosa de Copa do Mundo. Com o Brasil, é claro - comparou o tetracampeão mundial, que não tira o futebol da cabeça.
Zagallo é assim desde pequeno. Apesar de ter nascido em Maceió, sua vida foi toda no Rio de Janeiro, para onde a família se mudou quando tinha apenas oito meses de idade. A infância, na Tijuca, era recheada de grandes peladas, principalmente na Praça da Bandeira. Ali, Mario Jorge já era chamado pelo sobrenome Zagallo e temido pelos seus adversários. Jogava no Ameriquinha, que tinha duelos fantásticos com o Cruz de Malta, outro time das cercanias. Na época, era o habilidoso driblador que deixava os adversários no chão e praticamente entrava com bola e tudo. Ao contrário do que se pode pensar, vestia a camisa 10.
Foi logo para o América, onde começou a carreira em 1948.  No primeiro clube de coração, do qual o pai era sócio e frequentador assíduo, já havia trocado de posição e escolhido a camisa 11. Achava que teria mais chances de um dia jogar na Seleção. Veja só. A amarelinha já era sua paixão. O menino de 18 anos e o sonho, no entanto, tiveram um encontro triste em 1950. Como soldado, na Polícia do Exército, acabou escalado como seu pelotão para trabalhar na final da Copa do Mundo entre Brasil e Uruguai. Posicionado no anel superior do Maracanã, ao lado do gol onde estava o goleiro brasileiro Barbosa, viu Gigghia sacramentar a virada por 2 a 1 que levou às lágrimas os 200 mil torcedores espremidos no Maracanã e os milhões no resto do Brasil.
mini header Zagallo 1 (Foto: Editoria de Arte)
O sofrimento daquela derrota só fez crescer em Zagallo o sentimento cívico poucas vezes visto em um atleta. Nascia ali um dos maiores soldados dos gramados. Do América para o Flamengo, Zagallo começou sua transformação. Na Gávea, conheceu Fleitas Solich, técnico paraguaio chamado de bruxo por causa de suas mudanças estratégicas. Foi ele, o bruxo, que convenceu o ponta-esquerda a mudar sua característica. Trocar os dribles pelo jogo coletivo. Recuar para ajudar na marcação. Nascia o Formiguinha, que foi tricampeão carioca em 1955 e ganhou logo vez na Seleção Brasileira.
Com boa "condição orgânica", como costuma dizer, foi importante na conquista da primeira Copa, em 1958. Acompanhado de Pelé e dos alvinegros Garrincha, Didi e Nillton Santos, entre outros craques, repetiu a dose em 1962, já pelo Botafogo, onde também  foi bicampeão carioca no meio de outros jogadores de Seleção - como Amarildo -, pendurou as chuteiras e começou a carreira de treinador. Ali, em General Severiano, o "soldado" virava "coronel". Primeiro nas categorias de base. Nos profissionais, deu outro bicampeonato ao clube, comandando  a outra geração de craques como Gerson, Jairzinho, Paulo Cezar, Rogério, Sebastião Leônidas...
O Botafogo foi o pulo para a Seleção Brasileira. No lugar de João Saldanha, fez as mexidas na base da equipe considerada por muitos e pelo próprio Zagallo como a "melhor que o mundo pôde ver jogar". O tricampeonato em 1970 provou que ele estava certo ao juntar, do meio-campo para frente, craques típicos de um time dos sonhos: Clodoaldo, Gerson, Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino, fora o reserva de luxo Paulo Cezar, o Caju, que seria titular em qualquer outro país. Atrás, um capitão genial como Carlos Alberto Torres, além de uma zaga formada pelo xerife Britto e o improvisado e bom Piazza. Os eficientes Félix, no gol, e Everaldo, na lateral esquerda, completavam a formação da grande vitória no México.
Que partida é essa, Santos e Flamengo? Sensacional. Foi como se tivesse visto um jogo do passado"
Zagallo
Depois, o tetra como coordenador técnico, em 1994, o vice como treinador novamente em 1998, na França, partidas, títulos memoráveis, derrotas sofridas, seja na Seleção ou nos clubes por onde passou, como Flamengo, Botafogo, Fluminense e Vasco, mostram que Zagallo, nos quase 60 anos dedicados ao futebol, foi o grande onipresente. Em entrevista por telefone, após ter ido ver as obras do Maracanã, diz que está "ótimo" de saúde aos 80, volta a afirmar que é torcedor da "Seleção" e tem paixão dividida pelo Fla e Botafogo. Relembra grandes momentos, como as conquistas com a amarelinha e o tri rubro-negro no gol de Pet. Sobre o futebol atual, achou a Copa América nivelada por baixo, torce por final Brasil x Uruguai em 2014 e  vibrou com o épico Santos 4 x 5 Fla.
- Que partida é essa? Sensacional. Foi como se tivesse visto um jogo do passado. Tinha muito espaço para jogar, como antigamente. Mas isso não vai acontecer numa Copa do Mundo - disse, em meio aos vários toques do celular, enquanto falava com o GLOBOESPORTE.COM.
Confira abaixo a entrevista:
mini header Zagallo 2 (Foto: Editoria de Arte)
GLOBOESPORTE.COM: Perto dos 80, você fez uma viagem pelos Estados Unidos, foi à Disney, Las Vegas. Deu para dar boa relaxada? Como se sente? Um menino de 8 aos 80?
ZAGALLO: Exatamente isso, um menino de 8 anos aos 80. Foi maravilhoso. Sinto-me ótimo, com saúde completa. Já tinha ido outras duas vezes, mas sempre corrido. Agora, passei 15 dias, fui com a minha família. Minha mulher, filha, genro, dois netos. Brinquei com os golfinhos, as baleias, foi o que eu mais gostei da Disney. Mas não mergulhei com eles não... Ainda fiz umas compras por lá. Mas eu achei Las Vegas o ponto alto da viagem. Curti mais. É uma cidade diferente. O grande problema foi o calor. Mais de 50 graus. Um bafo enorme. O jeito era ir para os hotéis, para aproveitar o ar-condicionado. E no Hotel Inn, vi um lindo espetáculo com pessoas no palco dentro d'água, uma beleza. Foi o melhor show que vi na minha vida. Como uma final maravilhosa de Copa do Mundo. Com o Brasil, é claro.
Esse assédio que tem recebido pelos 80 anos não o incomoda? Os telefones não param de tocar, dá para ouvir do outro lado da linha...
De forma alguma. É muito melhor ter a procura do que passar despercebido. Estou me sentindo cortejado. Sou sempre procurado. Nas ruas, me param para lembrar da frase "vocês vão ter que me engolir". Até crianças. Certamente, os pais contam, né? É muito divertido isso...
Zagallo durante entrevista no Maracanã (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Zagallo lembra que, jno jogo do aviãozinho, em amistoso contra a África do Sul, em 1996, fez boa mexida no intervalo, fundamental para a virada do Brasil de 2 a 0 para 3 a 2 (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Foi o fato que mais o aborreceu na carreira? Teve também a caricatura do Romário, a derrota em 1998... O que mais o deixou triste?
Ah, sem dúvida, o que aconteceu com o Ronaldo antes da derrota na final da Copa de 1998 (o jogador teve uma convulsão). Não foi bom vê-lo daquela maneira. Depois, ele me pediu: "Pelo amor de Deus, não me deixe de fora." Eu achei que tinha de escalá-lo. Infelizmente, perdemos por 3 a 0. O "vocês vão ter que me engolir" eu disse como resposta aos críticos, mas a frase pegou, ficou uma coisa engraçada, virou um bordão. A caricatura do Romário eu botei na Justiça e ganhei. Tive problemas com ele em 1998. Foi a ressonância que cortou o Romário. Eu só comuniquei. Mas ele achou que fui eu. E ainda botou o Zico na história, que não tinha nada a ver. Eu não falo mais do Romário como pessoa. Como jogador, foi excepcional, e ponto.
Na sua fase de jogador, qual momento destacaria?
A Seleção de 70 foi a melhor que o mundo pôde ver jogar. Em 1958 não teve televisão"
Zagallo
A conquista da primeira Copa, em 1958. Ali, participei de uma mudança tática, com o técnico Feola, em 1958. Antes do Mundial, quando jogávamos no esquema 4-2-4, só estávamos tomando ferro. Foi quando o Feola me botou para fazer o terceiro homem, o do vaivém, que recuava para ajudar o meio-campo. O jogador de 100 metros. Deu tudo certo. Tenho que agradecer a dois técnicos por isso: o Fleitas Solich, no Flamengo, que mudou minhas características, e o Feola, que me deu a chance na Seleção. Antes disso, eu era a terceira opção para a ponta esquerda. . Na minha frente tinha o Canhoteiro, do São Paulo, e o Pepe, do Santos. Mesmo assim, eu não me entreguei, aproveitei a chance. Estreei na Seleção contra o Paraguai, e fiz dois gols. Pouco antes do começo da Copa, num treino, machuquei o dedo num chute do Bellini, tenho a marca até hoje. Eu e Pelé treinávamos no gol no dois toques. Tínhamos essas opções para um caso urgente no meio do jogo... Fiquei com o braço na tipoia. Pensei que não fosse jogar. O Ricardo Serran, jornalista de "O Globo", é que me avisou no avião que eu seria o titular. Aí, foi o que todo mundo viu depois...
E como treinador?
O tricampeonato mundial em 1970. As mudanças que fiz no time quando assumi no lugar do João Saldanha. Mudanças técnicas e táticas. Passamos do 4-2-4 para o 4-3-3. Tirei o Rivellino e o Clodoaldo do banco. Recuei o Piazza para a quarta zaga. E o Tostão como um pivô de basquete, na frente. Fora o Carlos Alberto, um lateral que funcionava como ala. Mas o principal foi botar o Rivellino na ponta esquerda, voltando para ajudar o meio de campo. O Paulo Cezar Caju é que seria o ponta-esquerda. Foi para o banco...
Ele não ficou contrariado?
Nada. Entendeu pefeitamente a situação. Foi tranquilo. Nunca tive qualquer problema com o PC. Depois ele entrou no time, fez um partidaço. Vou te dizer uma coisa... Ele foi o melhor ponta-esquerda que eu vi jogar. Era aquele jogador de 100 metros. Habilidoso, veloz...
E a Seleção de 70, acha que foi a melhor de todos os tempos?
A melhor que o mundo pôde ver jogar. Em 1958 não teve televisão. As duas foram muito boas, as melhores. Todas cheias de craques. O maior jogo de Copas para mim foi Brasil 1 x 0 Inglaterra, em 1970.
Das seleções que não ganharam Mundial, quais o impressionaram?
A Holanda de 1974, o Brasil de 1982 e de 1998. O Carrossel Holandês montado pelo Rinus Michels era cheio de gênios que não ganharam uma Copa. Perderam a final para a Alemanha, que tinha também uma boa seleção. Mas o time laranja eu chamava de "Crush" da época. Perdemos deles por 2 a 0. Mesmo assim, tivemos chances de vencer aquele jogo. Jairzinho e Paulo Cezar perderam dois gols feitos.
mini header Zagallo 3 (Foto: Editoria de Arte)
E o Brasil de 1982?
Era um grande time, mas não chegou nem em quarto lugar. Foi uma pena. Em 1998, conseguimos chegar à final, apesar dos problemas. Houve aquele imprevisto com o Romário, depois aquela semifinal com a Holanda nos pênaltis, em que eu ia de um a um para passar confiança. Mas na decisão, depois daquele problema com o Ronaldo, o time foi apático.
Arrepende-se de alguma decisão que tomou? Em 1970, por exemplo, muitos reclamam que não foram convocados para o México Dirceu Lopes, Zé Carlos, Ademir da Guia, Eduzinho...
Não me arrependo de nada não. Os que eu tinha que tirar, eu tirei. Foram o Zé Carlos e o Dirceu Lopes, do Cruzeiro. Não tinha jeito. Eu precisava levar dois atacantes de área. Levei o Dario e o Roberto. que, inclusive, jogou a Copa. O que eu mais lamentei de não ter ido foi o Sebastião Leônidas, zagueiro do Botafogo. Estava em grande fase, e tive que cortá-lo por contusão. Talvez fosse o titular ali. Mas não dá para afirmar. Na vida, as coisas mudam de forma surpreendente.
Gostaria de escolher um jogo especial em que sua atuação no banco como treinador foi mais decisiva para uma vitória?
Ah, teve aquele do aviãozinho, contra a África do Sul, em 1996. Um amistoso. Eles fizeram 2 a 0, e a cada gol que marcavam, o técnico deles (Cliver Barker) fazia aquela gracinha na comemoração, imitando um avião. Fiquei quieto. Afinal, não podia fazer nada... Depois, efetuei uma substituição que não me recordo direito (foi a entrada de Zé Elias no meio-campo no lugar de Jamelli) que melhorou muito o time. O Flávio Conceição diminuiu. Fiquei na minha. O Rivaldo empatou. Continuei quieto. quando o Bebeto virou o jogo, com aquele sem-pulo... Não resisti. Corri fazendo o aviãozinho também...
Nos clubes, qual foi o momento mais especial?
Zagallo com as taças da Copa do Mundo (Foto: AFP)Zagallo com as taças da Copa do Mundo (Foto: AFP)
O tricampeonato carioca no Flamengo, em 2001. Aquele gol do Pet, faltando dois minutos para acabar o jogo, foi demais. Uma emoção como se fosse uma Copa do Mundo. Faltavam dois minutos. O Eurico Miranda, presidente do Vasco na época, estava no fosso, fumando aquele charuto. O Joel Santana, o técnico, de  um lado para o outro. A torcida do Vasco comemorava. O Flamengo vencia por 2 a 1, mas o resultado ainda era deles. Precisávamos de dois gols de diferença. Na hora daquela cobrança, segurei o meu Santo Antônio no bolso. O Pet meteu aquela bola no ângulo... Até hoje me arrepio quando revejo aquela cena.
 Zagallo, afinal, qual é o seu time de coração?
Meu time é Seleção Brasileira... E gosto dos dois clubes. No Flamengo eu fui tricampeão como jogador, depois como técnico. No Botafogo, fui bicampeão como jogador, depois me tornei técnico e também fui bicampeão. Tenho forte ligação com os dois clubes. E ainda tem o América, que foi o primeiro clube para o qual torci. Comecei minha vida ali. eu morava na Professor Gabizo, na Tijuca. Tinha o meu time de pelada, o Ameriquinha, muito bom por sinal. Os duelos com o Cruz de Malta... Mas minha paixão maior, sem dúvida, é a Seleção Brasileira.
Por falar em Seleção, o que achou da Copa América?
Para mim, o nível técnico ficou por baixo. As equipes que tinham que chegar não chegaram, como Brasil e Argentina. O Uruguai é que soube marcar bem e fazer os gols. Foi a que fez melhor o vaivém, por isso mereceu o título.
Acha que o Uruguai surge como um dos favoritos para 2014?
Não acredito. Mas até gostaria. Queria ver uma final novamente entre Brasil e Uruguai no Maracanã. Torço para ver o Brasil bater o Uruguai... Estava no Maracanã em 1950... Agora, fui lá para fazer entrevistas, vi a reforma. Vai ficar ótimo.
Muito se falou sobre a partida Santos 4 x 5 Flamengo. Viu o jogo? O que achou?
Que partida foi essa? Sensacional. Foi como se tivesse visto um jogo do passado. Tinha muito espaço para jogar, como antigamente. Os times marcando mal... Saíram nove gols. Mas isso não vai acontecer numa Copa do Mundo. Imagina um Brasil x Inglaterra assim?. Mas pelo visual e para o torcedor, foi muito bom. Fiquei vibrando. Torcendo para o Flamengo, lógico. Estava num jantar, o Santos fez 2 a 0. Quando cheguei em casa, o Flamengo já estava reagindo. "Caramba, que jogo é esse?", pensei. Depois, o Santos voltou a ficar na frente, e o Flamengo virou. Ronaldinho mostrou muita evolução, Neymar estava fantástico...
Imagino que, quando viu o Maracanã em obras para 2014, veio um filme de 1950 na cabeça e os outros momentos que viveu no estádio...
Passou esse filme, sim. Em 1950, estava ali na parte superior da arquibancada, como soldado na Polícia do Exército. Foi muito duro ver aquela tristeza toda do povo com a derrota. Nunca podia imaginar que, oito anos depois, estaria no campo ajudando o Brasil a ganhar a primeira Copa na Suécia. E depois, participar de tudo que participei. Bom demais...