domingo, 16 de abril de 2017

Prova dos 9: nos pés dos homens-gol, Vasco e Bota decidem Taça Rio

De volta após conseguir efeito suspensivo, Luis Fabiano tenta desencantar pelo Cruz-Maltono, enquanto Sassá, artilheiro do Alvinegro, é esperança em time reserva

Prova dos 9: nos pés dos homens-gol, Vasco e Bota decidem Taça RioProva dos 9: nos pés dos homens-gol, Vasco e Bota decidem Taça Rio
A numeração deles não é fixa no Campeonato Carioca, mas os camisas 9 são as esperanças de título na tarde deste domingo, no Estádio Nilton Santos. Vasco e Botafogo decidem o campeão da Taça Rio às 16h (de Brasília) depositando nos pés de seus homens-gol as esperanças do primeiro título em 2017: Luis Fabiano e Sassá. Artilheiro onde passou, o Fabuloso volta após suspensão buscando desencantar pelo Cruz-Maltino, enquanto o atacante da "Sassarrada" será o único em campo dos três goleadores do Alvinegro na temporada.
Luis Fabiano cumpriu duas das quatro partidas de suspensão que levou no TJD-RJ, por ter dado uma barrigada no árbitro durante o Vasco x Flamengo, mas está escalado amparado por um efeito suspensivo. Aos 36 anos, o camisa 9 colocará à prova as duas semanas de trabalho físico e voltará a ser a referência do Cruz-Maltino com força máxima e invicto sob o comando de Milton Mendes.
Por sua vez, Sassá divide o posto de artilheiro do Botafogo em 2017 ao lado de Roger e Pimpão, todos com cinco gols. Mas enquanto seus concorrentes ao posto de goleador estão no Equador para a Libertadores, o jovem de 23 anos vê na Taça Rio a chance de recuperar o espaço perdido após polêmicas extra-campo. Dividido para o Carioca, o Alvinegro vai com um time quase reserva.
Após acordo, Vasco x Botafogo será no Nilton Santos, e não mais no Maracanã (Foto: Marcelo Baltar)Após acordo, Vasco x Botafogo será no Nilton Santos, e não mais no Maracanã (Foto: Marcelo Baltar)
Após acordo, Vasco x Botafogo será no Nilton Santos, e não mais no Maracanã (Foto: Marcelo Baltar)
Além do duelo dos centroavantes, Vasco e Botafogo voltam a se enfrentar em uma final pela 13ª vez na história. Embora o Alvinegro tem vantagem nesses confrontos com nove títulos, o Cruz-Maltino levou a melhor nas últimas duas decisões de Carioca. Cada clube ainda conta cinco jogadores que participaram desses duelos dos últimos dois anos em seus elencos: Martín Silva, Rodrigo, Julio dos Santos, Thalles e Madson de um lado, e Renan Fonseca, Fernandes, Luis Ricardo, Helton Leite e o próprio Sassá de outro. No retrospecto geral, os dois clubes já se enfrentaram 330 vezes, com 142 vitórias vascaínas, 88 triunfos botafoguenses e mais 100 empates.
VASCO X BOTAFOGO
Prováveis escalações de Vasco x Botafogo têm força máxima de um contra reservas de outro (Foto: Arte Esporte)Prováveis escalações de Vasco x Botafogo têm força máxima de um contra reservas de outro (Foto: Arte Esporte)
Prováveis escalações de Vasco x Botafogo têm força máxima de um contra reservas de outro (Foto: Arte Esporte)
Local: Estádio Nilton Santos, Rio de Janeiro
Data e horário: domingo, às 16h (horário de Brasília)
Escalação provável do Vasco: Martín Silva; Gilberto, Rafael Marques, Rodrigo e Henrique; Jean, Douglas, Yago Pikachu, Nenê e Andrezinho; Luis Fabiano
Escalação provável do Botafogo: Helton Leite, Marcelo, Renan Fonseca, Igor Rabello e Gilson; Matheus Fernandes, Bruno Silva, Dudu Cearense e Leandrinho; Guilherme e Sassá
Desfalques do Vasco: Marcelo Mattos (transição física)
Desfalques do Botafogo: Jefferson, Gustavo Bochecha, Jonas, Marcinho, Airton e Montillo (DM)
Arbitragem: Bruno Arleu de Araújo, com os auxiliares Silbert Faria Sisquim e Jackson Lourenço dos Santos
Transmissão: O GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real com vídeos. A TV Globo transmite ao vivo para RJ, SC, MG (Juiz de Fora), ES, TO, SE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (com Luis Roberto, Junior, Juninho e Leonardo Gaciba); o Premiere e o Premiere HD para todo o Brasil (com Luiz Carlos Jr e Lédio Carmona). A Rádio Globo 98,1 FM e 1220 AM; CBN 92,5 FM e 860 AM (com Luiz Penido, Álvaro Oliveira Filho, Dé, Camila Carelli, Renan Moura, Rafael Marques e André Luiz)

Com técnicos iniciantes, mas em fases distintas, São Paulo e Corinthians duelam no Morumbi

Rogério Ceni aproveita status de ídolo para ousar no comando do Tricolor, enquanto Carille monta Timão a partir da defesa para se firmar em meio a desconfiança. Ambos buscam vaga na final do Paulistão

Os caminhos que São Paulo e Corinthians percorreram neste início de ano têm tudo a ver com o perfil de seus técnicos e com a maneira como eles são vistos por seus clubes, que se enfrentam neste domingo às 19h no Morumbi no jogo de ida de uma das semifinais do Campeonato Paulista. A volta será no próximo domingo, em Itaquera.
É preciso voltar alguns meses no tempo para explicar porque veremos hoje o ofensivismo são-paulino ainda em construção de Rogério Ceni contra a segurança corintiana já algo consolidada de Fábio Carille.
Em 24 de novembro de 2016, o São Paulo anunciou Rogério Ceni como seu técnico, exatamente um ano depois de ele ter pendurado as luvas – período que ele usou para fazer estágios na Europa e se preparar para a assumir o cargo.
Enquanto isso, o Corinthians titubeava. Terminou o Brasileiro com Oswaldo de Oliveira, depois demitido apesar de ter ouvido a promessa de que ficaria. Falou-se em Vanderlei Luxemburgo e Guto Ferreira, flertou-se com Reinaldo Rueda e Dorival Júnior. Sem mais opções, o Corinthians ficou com o auxiliar que já estava lá: Fábio Carille.
Rogério-Ceni e Fábio Carille, técnicos de São Paulo e Corinthians (Foto: infoesporte)Rogério-Ceni e Fábio Carille, técnicos de São Paulo e Corinthians (Foto: infoesporte)
Rogério-Ceni e Fábio Carille, técnicos de São Paulo e Corinthians (Foto: infoesporte)
Quando parou de jogar, Rogério deu uma entrevista ao GloboEsporte.com na qual afirmou que pretendia "ser dono do São Paulo". Quando Fabio Carille foi anunciado técnico do Corinthians, o GloboEsporte.com publicou uma reportagem para explicar quem ele é.
Não se trata de comparar as trajetórias de Ceni e Carille no futebol, mas se explicar como isso impacta a forma como seus times jogam. Amparado no capital infinito de ser o maior ídolo da história do clube, Rogério tem margem para ousar e errar. Sabe disso e põe a situação a serviço de suas ideias.
O ex-goleiro pegou o caminho mais difícil. Tenta estabelecer um padrão de jogo ofensivo, com intensa troca de passes e com mais posse de bola do que o rival. Custa caro. O São Paulo tem o melhor ataque do Paulistão, com 32 gols anotados em 14 partidas, mas tem a pior defesa entre os finalistas: 20 gols sofridos. Está bastante ameaçado de eliminação na Copa do Brasil.
Compare com o Corinthians de Carille, que nos mesmos 14 jogos tomou menos da metade dos gols sofridos pelo São Paulo (9) e também gritou menos da metade dos gols são-paulinos (14). Está a um empate sem gols (em Itaquera) de avançar na Copa do Brasil, em confronto contra o Inter.
Fábio Carille sabe que era o plano B, ou C, ou D do Corinthians. Sempre soube que bastaria um punhado (pequeno) de maus resultados para o clube voltar a procurar um medalhão para sentar no banco de reservas e mandá-lo de volta à condição de auxiliar – ou ao RH, mesmo.
A esse cenário, somam-se suas convicções como treinador. Ao contrário do rival de hoje, o técnico corintiano escolheu armar o time de trás para a frente, da defesa para o ataque. Seu time se expõe pouco, arrisca só quando pode, não corre riscos. Não à toa, cita Mano Menezes (de quem foi assistente) como sua maior influência. Você sabe o que aconteceu nesta semana entre o Cruzeiro de Mano e o São Paulo de Ceni.
O único duelo entre Corinthians e São Paulo em 2017 terminou empatado: 1 a 1 no Morumbi, num jogo em que o time da casa teve mais posse e mais passes, mas não conseguiu transformar tal domínio em vantagem no placar e sofreu com a alta eficiência de Jô em clássicos.
Os clássicos, aliás, são o grande cartão de visitas de Carille em sua primeira chance como treinador efetivo, não-interino: foram duas vitórias por 1 a 0 Santos e Palmeiras (esta com um jogador a menos durante todo o segundo tempo), além do empate com o São Paulo. Sempre com desempenho elogiável, com a estratégia que deve ser repetida hoje – proteger-se e deixar que o rival corra riscos.
Rogério tem a comemorar hoje a volta de Cueva, que nunca teve um substituto à altura nos sete jogos em que ficou fora (por convocação à seleção do Peru e uma lesão). Boa notícia para quem enfrenta hoje a tripla missão de se recuperar da derrota sofrida no meio da semana, consolidar uma maneira sofisticada de jogar e dar mais um passo rumo a um título que o clube não conquista desde 2005.
Veja as informações do clássico de ida das semifinais do Paulistão:
Local: Morumbi, São Paulo Data e horário: domingo, às 19h (de Brasília) 
Provável São Paulo: Renan Ribeiro; Araruna, Maicon, Rodrigo Caio e Junior Tavares; Jucilei, Thiago Mendes e Cícero; Wellington Nem (Cueva), Lucas Pratto e Luiz Araújo 
Desfalques do São Paulo: Sidão, Buffarini, Bruno, Lucas Fernandes e Chavez 
Pendurados do São Paulo: Lugano, Breno e Cícero 
Provável Corinthians: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô 
Desfalque do Corinthians: Giovanni Augusto 
Pendurados do Corinthians: Fagner, Jô e Gabriel 
Ingressos: clique aqui para saber valores e como comprar 
Arbitragem: Luiz Flavio de Oliveira, com Danilo Ricardo Simon Manis e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa 
Transmissão: Premiere, Premiere HD e PFCI (com Milton Leite e Luiz Ademar) 
Tempo Real: GloboEsporte.com, a partir das 17h