domingo, 4 de dezembro de 2011

PARABENS A FIEL.


Timão segura empate contra o maior rival e conquista o penta Acompanhe a emoção dos jogadores corintianos depois da vitória No dia do adeus ao Doutor, Corinthians dedica o título ao herói Técnico Tite agradece e dedica o título à mulher e à filha

Lutas para mulheres: confira os benefícios das modalidades que lotam as salas das academias

ASSUNTOS: Boa forma

Atividades queimam muitas calorias e trabalham diferentes grupos musculares

Por Renata Demôro

Não é de hoje que as lutas deixaram de ser atividades exclusivamente masculinas. A promessa de queimar muitas calorias e definir o corpo em aproximadamente 1 hora de aula atrai cada vez mais mulheres. A maioria das aulas exige avaliação física prévia na própria academia, mas o professor Sérgio Salvino, da Academia da Praia, no Rio de Janeiro, orienta: “Quem sente dores nos joelhos ou coluna também deve procurar a orientação de um ortopedista ou reumatologista antes de começar a praticar lutas. Somente um profissional especializado pode avaliar a extensão do problema e liberar o aluno, ou não”. Descubra abaixo qual é a sua luta.

  • 1
    Muay Thai
    O muay thai está entre as aulas mais concorridas das academias. O professor Lincoln Cavalcante, da Cia Athletica, do Rio de Janeiro, explica os benefícios fazem jus a fama. “Cada aula de 1 hora queima cerca 700 calorias, onde todos os grupamentos musculares são trabalhados, com predominância nas coxas, ombros, costas e peitoral”. O professor explica que, apesar de ser uma aula puxada, o condicionamento físico vem com o tempo. “Quem já pratica outras atividades físicas também pode sentir dificuldade, já que o preparo é específico para essa modalidade”, diz Lincoln.
  • 2
    Boxe
    O professor Felipe Fragata, da Cia Athletica, no Rio de Janeiro, explica que o boxe caiu nas graças das mulheres porque queima muitas calorias em uma aula sem monotonia. “Cada hora queima de 600 a 800 calorias, e ainda define braços, pernas, glúteos e abdômen. A atividade também é muito procurada por quem deseja mandar o estresse embora”, diz o professor.
  • 3
    Jiu-jitsu
    Sérgio Salvino, professor da Academia da Praia, explica que o jiu-jitsu é muito bem-vindo para as mulheres. “Os grupamentos musculares mais trabalhados são os abdominais, além de membros inferiores e superiores”. Com gasto de cerca de 700 calorias por 1 hora e meia de aula, é ideal também para quem ainda não pratica nenhuma atividade. De acordo com o professor Marco Loureiro, da Cia Athletica, no Rio de Janeiro, “mesmo uma mulher sedentária pode dar início à prática do jiu-jitsu. O condicionamento físico para essa aula é bem específico e gradativo”.
  • 4
    Capoeira
    De acordo com Sérgio Silvino, a atividade não é uma dança. “A capoeira é uma luta completa, já que todos os músculos estão envolvidos com os movimentos. As alunas ganham experiência de forma gradativa, mas existem golpes mais bem complexos e difíceis de executar”. 
  • 5
    MMA Fitness
    O MMA Fitness não é uma luta, mas seus movimentos são inspirados em golpes do muay thai, jiu-jitsu e submission. Gustavo Braga, professor de MMA Fitness na Body Tech, explica que “a modalidade atrai as mulheres por que trabalha todo o corpo, em aulas com alto gasto calórico”.
  • 6
    Body Combat
    De acordo professor Sérgio Salvino, “o body combat não é uma luta, mas as aulas simulam movimentos do boxe, muay thai, caratê e kick boxing, sem nenhum contato entre seus praticantes”.

Grupos e alguns duelos da Taça Libertadores 2012 já estão definidos

Brasileiros pegam times da Colômbia e da Bolívia na pré-Libertadores; Santos pode ter quinto colocado do Campeonato Brasileiro em sua chave

Por GLOBOESPORTE.COM Luque, Paraguai
A Conmebol sorteou, nesta sexta-feira, em Luque (Paraguai), os grupos da fase principal e os confrontos preliminares da Libertadores 2012. A exemplo do que ocorreu na edição de 2011, com um objetivo de "democratizar" a competição, foram mantidos apenas dois cabeças de chave do Brasil (Santos e o campeão brasileiro) e da Argentina. Os outros quatro são Uruguai 1, Paraguai 1, Chile 1 e Bolívia.
A disputa da pré-Libertadores está marcada para os dias 25 de janeiro e 1º de fevereiro. A fase de grupos começa na semana seguinte e se encerra em 25 de abril. As finais estão previstas para 27 de junho e 4 de julho.
Antes do sorteio, o presidente do Santos, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, recebeu o troféu Fair Play e uma réplica da Taça Libertadores 2011, conquistada pelo Peixe.
luis alvaro santos nicholas leoz sorteio libertadores 2012 (Foto: AP)Luis Alvaro recebe réplica da Libertadores de Nicholas Leoz (Foto: AP)
Santos
Atual campeão da Libertadores, o Peixe pode ter o quinto colocado do Brasileirão em seu grupo: o ganhador do confronto 5 da pré-Libertadores - Brasil  6 x Colômbia 3 (time de maior pontuação na temporada). Os outros integrantes são Peru 1 e Bolívia 2, ainda indefinidos.
Vasco
Vencedor da Copa do Brasil, o Cruz-Maltino já tem um adversário definido, o Nacional do Uruguai. Os outros integrantes da chave são Peru 2, ainda indefinido, e o ganhador do confronto 4 da pré-Libertadores (Paraguai 3 ou Equador 3). A Conmebol, no entanto, não levou em consideração a possibilidade de o Vasco ser campeão brasileiro, o que lhe daria direito a ser um dos cabeças de chave.
Outros brasileiros
Brasil 2: melhor do Brasileirão, fora o Vasco; está no Grupo 6
Brasil 4: segundo melhor do Brasileirão, fora o Vasco; está no Grupo 4
Brasil 5: quarto colocado do Brasileirão; enfrenta Bolívia 3 na pré-Libertadores
Brasil 6: quinto colocado do Brasileirão; enfrenta Colômbia 3 na pré-Libertadores
Grupos da Libertadores 2012 CORRIGIDO 2 (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
Confira os confrontos da pré-Libertadores:
1- Argentina 5 x Peru 3
2- Brasil 5 (quarto colocado do Brasileiro) x Bolívia 3
3- Peñarol (URU) x Caracas (VEN)
4- Paraguai 3 x Equador 3
5- Brasil 6 (quinto colocado do Brasileiro) x Colômbia 3
6- Tigres (MEX) x Chile 3
Veja como estão configuradas as vagas de cada país por enquanto:
Argentina
Os "hermanos" já têm dois representantes: Veléz Sarsfield, campeão do Torneo Clausura 2011, e o Arsenal de Sarandí, classificado por ser o argentino mais bem colocado na Copa Sul-Americana - o posto seria do semifinalista Vélez, que já tinha sua vaga assegurada. As outras três vagas em aberto são as de campeão do Apertura 2011, com fim previsto para dezembro e atualmente liderado com folga pelo Boca Juniors (oito pontos de vantagem em relação ao vice-líder), e os dois times de maior pontuação na temporada. Nesse caso, os favoritos são Boca, Lanús e Godoy Cruz.
Bolívia
Estão classificados o Bolívar (que fica com a vaga Bolívia 1) e o Real Potosí, campeão e vice do Torneo Adecuación 2011. Resta um lugar destinado ao campeão do Torneo Apertura 2011 (Bolívia 2), com fim previsto para dezembro. Os times ainda estão disputando uma fase de grupos, e o vencedor da competição será conhecido após mata-mata. O atual líder do Grupo A é o Potosí. No B, o Oriente Petrolero está no topo.
Chile
O Universidad de Chile fica com a vaga Chile 1 por ser o atual campeão do Torneo Apertura 2011. Como tem também a melhor pontuação da temporada, cede essa vaga para o outro Universidad, Católica (que em princípio é Chile 3). O outro lugar (Chile 2) ficará com o campeão do Torneo Clausura 2011, com término previsto para o fim de dezembro e liderado hoje pelo Universidad de Chile. Se superar o rival e ficar com o título, o Católica mudaria seu posto de Chile 3 para Chile 2. E abriria a vaga de melhor pontuação, que teria como favoritos o Unión Española e o Colo Colo.
Colômbia
Apenas o Nacional de Medellín tem lugar assegurado (é o Colômbia 1), por ser campeão do Apertura 2011. As outras duas vagas serão destinadas ao vencedor do Torneo Finalización 2011, que tem como atual líder o Junior de Barranquilla, e ao dono da melhor pontuação geral na temporada (Once Caldas e Tolima são os favoritos). O Finalización será decidido no mata-mata e termina em dezembro.
Equador
Já estão classificados Emelec e Deportivo Quito, respectivamente vencedores da primeira e da segunda partes do Campeonato Equatoriano. Entre os dias 11 e 18 de dezembro, os dois farão uma final para decidir campeão (Equador 1) e vice (Equador 2). No mesmo período, os times com maior pontuação no geral disputarão uma repescagem para apontar o terceiro representante do país (Equador 3). A LDU, por ser semifinalista da Copa Sul-Americana, também já tem sua vaga garantida, pois Vasco, Vélez Sarsfield e Universidad de Chile já estão classificados. Se por acaso a LDU entrar como Equador 3 (é o melhor colocado dos times que disputarão a repescagem equatoriana), a vaga via Sul-Americana será para o próximo time de melhor campanha do torneio.
México
Chivas (México 1), Cruz Azul (México 2) e Tigres (México 3) são os representantes mexicanos, por serem o primeiro, o segundo e o terceiro colocados da primeira fase do Apertura.
Paraguai
O único representante paraguaio já conhecido é o Nacional, campeão do Torneo Apertura 2011. Resta conhecer o vencedor do Clausura, que tem como atual líder o Libertad e termina apenas no dia 18 de dezembro. A outra vaga é destinada ao clube de maior pontuação na temporada (Olímpia e Libertad são os favoritos nesse quesito).
Peru
Somente o Alianza Lima está classificado para a Libertadores até então, pois é o único já garantido na decisão do Torneo Finalización 2011. Avançam à competição sul-americana os finalistas da competição e o terceiro colocado.
Uruguai
Todas as vagas uruguaias já são conhecidas: Nacional (Uruguai 1), Defensor (Uruguai 2) e Peñarol (Uruguai 3), primeiro, segundo e terceiro colocados, respectivamente, do Campeonato Uruguaio 2010-2011
Venezuela
Também já foram conhecidos os representantes venezuelanos: Deportivo Táchira, campeão do Torneo Apertura 2010; Zamora, vencedor do Clausura 2011; e Caracas, dono da maior pontuação na temporada.

brasileirão série a 2011

CLASSIFICAÇÃOPJVEDGPGCSG%
1
Corinthians
71
38
21
8
9
53
36
17
62.3
2
Vasco
69
38
19
12
7
57
40
17
60.5
3
Fluminense
63
38
20
3
15
60
51
9
55.3
4
Flamengo
61
38
15
16
7
59
47
12
53.5
5
Internacional
60
38
16
12
10
57
43
14
52.6
6
São Paulo
59
38
16
11
11
57
46
11
51.8
7
Figueirense
58
38
15
13
10
46
45
1
50.9
8
Coritiba
57
38
16
9
13
57
41
16
50
9
Botafogo
56
38
16
8
14
52
49
3
49.1
10
Santos
53
38
15
8
15
55
55
0
46.5
11
Palmeiras
50
38
11
17
10
43
39
4
43.9
12
Grêmio
48
38
13
9
16
49
57
-8
42.1
13
Atlético-GO
48
38
12
12
14
50
45
5
42.1
14
Bahia
46
38
11
13
14
43
49
-6
40.4
15
Atlético-MG
45
38
13
6
19
50
60
-10
39.5
16
Cruzeiro
43
38
11
10
17
48
51
-3
37.7
17
Atlético-PR
41
38
10
11
17
38
55
-17
36
18
Ceará
39
38
10
9
19
47
64
-17
34.2
19
América-MG
37
38
8
13
17
51
69
-18
32.5
20
Avaí
31
38
7
10
21
45
75
-30
27.2
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Pacaembu
    COR
    0 0
    PAL
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Romildo Ferreira
    SPO
    4 1
    SAN
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Beira Rio
    INT
    1 0
    GRE
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Arena do Jacaré
    CRU
    6 1
    CAM
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Serra Dourada
    ACG
    5 1
    AMG
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Arena da Baixada
    CAP
    1 0
    CFC
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Pituaçu
    BAH
    2 1
    CEA
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Ressacada
    AVA
    1 1
    FIG
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Raulino de Oliveira
    BOT
    1 1
    FLU
  • Dom 04/12/2011 - 17h00 Engenhão
    VAS
    1 1
    FLA
Taça LibertadoresSul-AmericanaRebaixados
P pontosJ jogosV vitóriasE empatesD derrotasGP gols próGC gols contraSG saldo de gols(%) aproveitamento

Um bando em êxtase: Timão empata clássico e conquista o título brasileiro

Em jogo de quatro expulsões e briga entre os jogadores, Corinthians fica no 0 a 0 contra Palmeiras, no Pacaembu, e sagra-se campeão pela quinta vez

Por Carlos Augusto Ferrari e Leandro Canônico São Paulo
Em um campeonato marcado pelo equilíbrio técnico, venceu quem foi mais regular. Líder em 27 das 38 rodadas, o Corinthians teve de esperar até o último jogo para celebrar seu quinto título brasileiro. A festa em um Pacaembu lotado só veio depois do sofrimento que a Fiel tanto aprendeu a saborear ao longo de 101 anos de história. Com o arquirrival Palmeiras disposto a estragar qualquer comemoração, o Timão lutou para superar o nervosismo, empatar por 0 a 0 e voltar a ser campeão nacional depois de seis anos. No fim do clássico, uma briga generalizada entre os jogadores manchou a rodada decisiva.
A difícil igualdade no clássico, que teve Valdivia, Wallace, João Vitor e Leandro Castán expulsos no segundo tempo, foi mais do que suficiente para a taça voltar ao Parque São Jorge. No Rio, o Vasco não passou de um empate por 1 a 1 contra o Flamengo, no Engenhão, e ficou com o vice-campeonato. O Timão encerra o Brasileirão com 71 pontos contra 69 dos cariocas. Já o Palmeiras fica com 50, em 11º, classificado para a Copa Sul-Americana.
Willian, Corinthians x Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)Willian, do Corinthians, disputa com Gerley, do Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)
O domingo, porém, começou triste para os corintianos. O ídolo Sócrates, de 57 anos, morreu durante a madrugada, em São Paulo, vítima de um choque séptico. O ex-jogador foi homenageado pelo Timão antes da partida no Pacaembu com uma faixa colocada no gramado com uma frase dita pelo craque: "O Corinthians não é um time e uma torcida. É um estado de espírito". Crianças formaram o número 8 no campo e receberam a equipe com o braço direito levantado e o punho fechado, comemoração característica do "Doutor" em suas comemorações. O gesto foi repetido pelos titulares corintianos durante um minuto de silêncio.
jogadores de Corintians e Palmeiras homenageiam Sócrates (Foto: Léo Pinheiro/Agência Estado)Atletas de Corintians e Palmeiras homenageiam
Sócrates (Foto: Léo Pinheiro/Agência Estado)
Os números da campanha corintiana são incontestáveis. Além de ter liderado o torneio por mais tempo, a equipe obteve também a melhor série de resultados na história dos pontos corridos: nove vitórias e um empate nas dez primeiras rodadas. Nem mesmo a crise que viveu no segundo turno foi capaz de atrapalhá-lo. O Timão nunca esteve abaixo do quinto lugar e foi quem obteve o o maior número de triunfos (21) e a defesa menos vazada entre os 20 participantes (36 gols). Foram 71 pontos - 62,3% de aproveitamento.
Com a conquista, o Corinthians iguala-se ao Flamengo em número de títulos brasileiros, todos na “era moderna” da competição. Os clubes com as maiores torcidas do país estão abaixo apenas de São Paulo, com seis, e de Palmeiras e Santos, com oito, ambos beneficiados com a unificação dos extintos Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Taça Brasil.
Vencer o principal torneio do país tem um sabor especial para Tite. Depois de balançar no cargo em alguns momentos da temporada, o maior título da carreira faz o treinador afastar a desconfiança de uma ala da torcida e assegura a permanência dele em 2012. A missão agora volta a ser acabar com o eterno desejo alvinegro de conquistar a Taça Libertadores.
Quem também se fortalece é o presidente Andrés Sanches, novo chefe de Seleções da CBF. Em um mandato caracterizado pelo aumento de receitas e por contratações badaladas, como Ronaldo, Roberto Carlos e Adriano, o dirigente obtém seu maior triunfo no campo, fechando um clico considerado de "redenção" pelos dirigentes – sob a gestão dele, o clube venceu também a Copa do Brasil e o Paulistão de 2009. Ele se afasta do cargo no dia 15 de dezembro, mas deixa seu grupo ainda mais fortalecido para vencer as eleições de fevereiro. Mário Gobbi Filho é o candidato da situação.
henrique liedson corinthians x palmeiras (Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)Liedson e Henrique em disputa de bola
Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)
Corinthians joga mal; Palmeiras dominaA empolgação dos mais de 34 mil corintianos que lotaram o Pacaembu se transformou em nervosismo para o Timão. A pressão que a equipe tentou impor nos primeiros minutos não surtiu efeito diante de um Palmeiras bem posicionado e paciente. A velocidade aplicada pelos alvinegros foi controlada com faltas simples que impediram qualquer aproximação perigosa. Em cinco minutos, foram cinco infrações e nenhum trabalho para Deola.
A dificuldade em se aproximar da área, gradativamente, enervou o Corinthians. O excesso de passes errados no setor ofensivo deu ao Palmeiras a chance de controlar o jogo. Sem pressa, o time dirigido por Luiz Felipe Scolari apostou em lançamentos pelo alto para tentar surpreender os zagueiros Paulo André e Leandro Castán. Valdivia levou a melhor em boa parte dos lances contra o improvisado volante Wallace, mas ficou aquém do esperado na criação para Luan e Ricardo Bueno. Apenas Marcos Assunção assustou em cobranças de faltas.
Enquanto o Corinthians sofria para se acertar, o Vasco ficou em vantagem contra o Flamengo, no Engenhão, e manteve o sonho de levar a taça a São Januário. O sistema de som do Pacaembu, que vinha anunciando todos os outros resultados da última rodada, ignorou o gol de Diego Souza a pedido da direção corintiana. Os jogadores do Timão desceram aos vestiários sem saber a vantagem do rival na briga pelo título.
Antes de o primeiro tempo acabar, o Corinthians reclamou de um pênalti em lance duvidoso. Willian recebeu passe de Alessandro na área, recebeu um toque do joelho de Henrique e caiu ao trombar com Leandro Amaro. A bola sobrou para Liedson, que finalizou contra um marcador e perdeu boa chance. Os atletas ainda pressionaram o árbitro Wilson Luiz Seneme, que nada marcou.

Valdivia e Wallace expulsos
O Corinthians voltou para o segundo tempo outra vez tentando pressionar. Agora, contudo, teve a ajuda de alguém que poderia desequilibrar do outro lado. Logo aos três minutos, Valdivia cometeu falta violenta sobre Jorge Henrique e foi expulso. Sem o Mago, o Verdão teve problemas para deixar a defesa e acabou permitindo que o Timão segurasse a bola no campo de ataque. Para ajudar, Renato Abreu empatou para o Flamengo. Desta vez, o sistema de som do Pacaembu informou o resultado e colocou fogo na Fiel.
Apesar de melhorar seu desempenho e do incentivo das arquibancadas cada vez maior, o Timão seguiu com problemas para passar pela defesa adversária. Alex foi bem marcado por Márcio Araújo e não conseguiu acionar Liedson.  O Palmeiras só respondia nas faltas com Marcos Assunção. Em uma delas, quase voltou a dar esperança ao Vasco. Fernandão desviou de cabeça e carimbou a trave.
O drama corintiano reapareceu dois minutos mais tarde, quando Wallace cometeu falta violenta em Maikon Leite e também foi expulso. O Verdão chegou a marcar, com Henrique, mas a arbitragem marcava impedimento de Fernandão no início da jogada. Por um instante, o silêncio tomou conta da parte alvinegra do Pacaembu.
A partir dos 40 minutos, perder o título parecia impossível. A festa começou aos poucos nas arquibancadas. Em campo, muita confusão. Jorge Henrique deu o famoso "chute no vácuo", criado por Valdivia, e deu início a um tumulto com João Vitor, que acabou expulso. Outros jogadores foram até a linha de fundo e a briga se generalizou. Tite e o trio de arbitragem tentaram apartar. Com o problema resolvido e o fim do jogo entre Vasco e Flamengo, o Pacaembu explodiu no coro de campeão.
Fla arranca empate com o Vasco e garante vaga na Libertadores em 2012
Jogo tem lances emocionantes e tensão - houve três expulsões. Vascaínos vibram, apesar de time não ganhar penta. R10 dá sinais de que fica no Fla 
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Há muito tempo que um Vasco x Flamengo não traduzia de forma tão literal a velha frase de que o duelo é um campeonato à parte. Mesmo com apenas o primeiro com chance de conquistar o Brasileirão 2011 em caso de vitória no Engenhão e derrota do Corinthians para o Palmeiras, a partida teve tensão e emoção do início ao fim, já que o Flamengo brigava por uma vaga na Libertadores e sonhava estragar possível festa do rival. E num confronto de bastante equilíbrio, com cada time superior em uma etapa, os rubro-negros conseguiram o empate por 1 a 1, que carimba o passaporte para a competição sul-americana - o adversário na Pré-Libertadores será o Real Potosí, na altitude da Bolívia.
Diego Souza, para o Vasco, no primeiro tempo, e Renato Abreu, para o Flamengo, no segundo, marcaram os gols da partida, que teve três expulsões - Jumar, Renato Abreu e o meia vascaíno Felipe. Apesar do resultado que não deu o sonhado penta brasileiro, a torcida vascaína, que reclama de pênalti não marcado em Diego Souza no primeiro tempo, comemorou o empate como conquista de título. É bom lembrar que, mesmo se os cruz-maltinos saíssem de campo com vitória, não teriam sido campeões, já que o Corinthians conseguiu o empate por 0 a 0 com o Palmeiras que lhe assegurava o primeiro lugar na tabela.
Do lado rubro-negro, o resultado, bastante celebrado também pela torcida rubro-negra, pode significar a permanência de Thiago Neves e Ronaldinho. O camisa 10, que teve um primeiro tempo apagado, fez boas jogadas na segunda etapa. O craque declarou, ao fim da partida, que se depender dele permanecerá no Rubro-Negro para a Libertadores, que terá três clubes cariocas na competição pela primeira vez.
ronaldinho gaucho flamengo dedé vasco (Foto: Maurício Val / Vipcomm)Num duelo de titãs, Dedé e Ronaldinho empurraram times no segundo tempo (Foto: Maurício Val / Vipcomm)
Vasco melhor
O Vasco, que entrou em campo com a faixa "Força, Ricardo Gomes, estamos com você", mostrou desde o primeiro minuto que tomaria a iniciativa do jogo. Com um time bem posicionado, consistente na defesa, marcador no meio-campo e perigoso no ataque, saiu com a vitória nos primeiros 45 minutos com toda justiça. O Flamengo, com  formação surpreendente de Vanderlei Luxemburgo, optando por Negueba no ataque ao lado de Ronaldinho, dava sinais que exploraria os contra-ataques, apesar de ter feito a primeira boa jogada, quando Fierro bateu cruzado, à direita de Fernando Prass.
Com Nilton, Romulo e Felipe Bastos marcando forte no meio-campo, o técnico Cristóvão Borges deixava claro que daria liberdade total a Felipe para criar. E surgiu dos pés do camisa 6 a primeira boa trama do Vasco, pela meia-direita, quando deu um belo passe para Fágner bater com força, de efeito, dando susto no goleiro Felipe.
No duelo de talentos, Ronaldinho - ironizado pela torcida do Vasco com música referente à polêmica de vídeo divulgado na internet no qual estaria se masturbando - ficava isolado pelo lado esquerdo e pouco se mexia. A melhor opção era pela direita, com um Léo Moura mais ofensivo. E dos seus pés começou troca de passes com Fierro e Negueba até parar em Thiago Neves, que mandou de canhota rente à trave. Foi a melhor jogada da equipe no primeiro tempo.
Gol vascaíno
Daí em diante, o Flamengo se empolgou e começou a deixar espaços, principalmente no seu lado direito defensivo. Foi por ali  que o Vasco fez a jogada que gerou muitas reclamações, e justas. Diego Souza arrancou pela meia-esquerda e foi puxado pela camisa por Wlillians até o interior da grande área. Pênalti claro que o árbitro Péricles Bassols não marcou.
O camisa 10 cruz-maltino começava a aparecer na partida. A forte marcação no meio-campo fez o Vasco retomar o domínio. O time se mexia mais. Jumar já continha a jogada de Fierro e Léo Moura. Felipe Bastos e Romulo davam velocidade à meia-cancha e até Nilton resolveu dar uma bela arrancada pelo lado direito. Passou como quis por Fierro e centrou para Diego Souza, livre de marcação, testar firme, sem defesa para Felipe: 1 a 0 Vasco, aos 29 minutos, com direito a comemoração do trem-bala.
A torcida vascaína se empolgou no Engenhão. Faltava o gol do Palmeiras sobre o Corinthians no Pacaembu para a festa ficar completa. O Flamengo sentia o golpe. Ronaldinho já buscava jogo pela direita, mas sem a menor inspiração. Thiago Neves acabou prejudicado após uma dividida com Dedé e custou a retomar o ritmo da partida. Confuso, Negueba saía muito da área, o que facilitava a marcação vascaína.
A tensão era visível dos dois lados. Willians e Felipe Bastos se estranharam após uma dividida.  O meia Felipe reclamava da arbitragem e estimulava os companheiros. Alecsandro levou perigo mais duas vezes ao gol rubro-negro. Na segunda, obrigou Felipe a mandar para escanteio um tiro perigoso pela direita. E o primeiro tempo acabava com gostinho de superiodade vascaína.
Fla muda e empata
Vanderlei reconheceu o erro na escalação inicial e mudou os planos. Saíram Negueba e Fierro, entraram Deivid e Muralha. Com a derrota parcial, o Flamengo corria risco de ficar fora da Libertadores. O segundo tempo começou com emoção para os dois lados. Primeiro foi o Vasco, com Felipe rolando mais uma vez para Fágner quase ampliar. Do lado rubro-negro, o despertar de Ronaldinho Gaúcho deu início à reação: primeiro, o camisa 10 serviu no meio para Muralha bater com perigo, à direita de Prass. Depois, R10 lançou na esquerda para Deivid limpar a jogada e tocar para Renato Abreu, que se livrou da marcação e colocou de canhota, no fundo das redes, empatando a partida aos 10 minutos.
Mais bem armado, com Muralha saindo mais para o jogo e Alex Silva bem na defesa, o Flamengo cresceu, e aos 21 minutos o time reclamou de pênalti de Dedé em Ronaldinho Gaúcho, em lance duvidoso. O árbitro mandou seguir.
Cristóvão mexeu no Vasco. E mexeu mal. Tirou Felipe e Felipe Bastos, dois dos maiores destaques do time, e pôs Bernardo e Eduardo Costa. Logo em seguida, Junior César arrancou pela direita - isso mesmo, pela direita - até levar entrada por trás de Jumar, que já tinha cartão amarelo. O árbitro Péricles Bassols não hesitou em dar o vermelho.
Emoção até o fim
Mesmo com 10 em campo, o Vasco precisava arriscar. Para armar o time, sobrou Dedé. Foi dele o passe açucarado para Bernardo desferir uma bomba bem defendida por Felipe, um dos mellhores em campo. Pouco depois, Junior César sentiu e teve de sair. Vanderlei chegou a ensaiar pôr Thomás e deslocar Renato Abreu para a lateral, mas o jogador sinalizou que não tinha condições físicas. Entrou Rodrigo Alvim.
O sufoco vascaíno continuava. O gigante Dedé empurrava o time. Mas o Flamengo também ameaçava. Léo Moura, em alta velocidade, puxou contra-ataque e lançou Ronaldinho, que obrigou Fernando Prass a uma das defesas mais bonitas da rodada.
Cristóvão trocou Diego Souza por Elton. Renato Abreu simulou falta, foi expulso e por pouco não agrediu Péricles Bassols na mesma hora em que ocorria confusão também em Corinthians x Palmeiras. O Vasco pressionou, mas não conseguiu a vitória. No fim, Felipe, o vascaíno, reclamou com Bassols e foi expulso. Não se conformou com o resultado, que a sua torcida aplaudiu. Agora, há a expectativa de mais um grande duelo de gigantes. Além do Carioca, os dois poderão se encontrar na Libertadores. Haja coração

Prazer duplo: Inter vence Gre-Nal e vai à Libertadores

D'Alessandro, de pênalti, marca o gol da vitória do Inter, que fecha o Brasileirão em quinto

Por Alexandre Alliatti Porto Alegre
d'alesandro internacional x grêmio gol (Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM)D'Alessandro enlouquece: é dele o gol da vitória e
da vaga (Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM)
Em um estado onde o futebol é muito mais do que um jogo de bola, onde sujeitos correndo de vermelho ou de azul formam a identidade cultural de um povo, há duas tatuagens na pele de boa parte dos habitantes: o clássico Gre-Nal e a Libertadores da América. Experimente juntar as duas coisas. Tente imaginar o que seria vencer um Gre-Nal e, por causa dele, ir para a Libertadores da América. Ou pergunte a um colorado. Ele saberá responder o que representa a junção dos sentimentos, porque o Inter, com vitória de 1 a 0 sobre o Grêmio neste domingo, no Beira-Rio, garantiu presença na edição de 2012 da maior disputa do continente – aquela mesma que vermelhos e azuis ganharam duas vezes cada.
Foi um Gre-Nal histórico, reunindo um time louco pela vitória e outro doido para evitá-la. O Grêmio não foi mal. Deu provas factuais disso ao mandar duas bolas na trave de Muriel. Mas quem ganhou foi o Inter. Quem foi à Libertadores foi o Inter. O domingo é dos colorados. O fim do ano é deles.
O gol do Inter, nenhuma novidade, foi de D'Alessandro, a melhor figura em campo. Ele cobrou, no segundo tempo, pênalti sofrido por Oscar. Assim, permitiu que o Inter fechasse o Brasileirão na quinta colocação, com 60 pontos. O Grêmio vai para a Sul-Americana.
O agora. E nada mais
Jorge Luis Borges, escritor argentino que não dava a mínima para futebol, certa feita criou o conceito de Aleph. É, nos delírios dele, um pequeno ponto luminoso que, na prática, é o mundo todo. Nele, se vê tudo que acontece (e que já aconteceu): cada episódio ao mesmo tempo, sem limites de tempo e espaço, como a explosão de uma memória infinita. É o extremo oposto de um dia de Gre-Nal. Pelas paredes do estádio que recebe um clássico gaúcho, não passam lembranças, não interessa o passado – ninguém tem família, emprego, problemas. É tudo futebol. É tudo agora.
E o agora do Inter era vencer o Grêmio e ir à Libertadores. E o agora do Grêmio era impedir que isso acontecesse. Nada mais importava. Duas instantaneidades diferentes: uma apressada, afobada pelo gol; a outra parcimoniosa, dando tempo ao tempo. Desde o primeiro segundo de jogo, o Inter tentou acelerar os ponteiros do relógio do Gre-Nal. E o Grêmio, no primeiro tempo, conseguiu dar corda lenta neles.
Existe quase uma lei no clássico gaúcho: se é Gre-Nal, que se olhe para D’Alessandro. Se teve alguém chamando cada pedaço do couro da bola no primeiro tempo, foi o camisa 10. Se teve alguém disposto a arriscar de longe (uma, duas, três, quantas vezes fosse necessário), era D’Alessandro. Ele coordenou a tomada de espaço ofensivo do Inter. Mesmo bem marcado (por Fernando, geralmente), conseguiu incomodar. Mas o Grêmio teve Victor.
Foram quatro chutes do camisa 10 nos 45 minutos iniciais. Um foi para fora, e outros três foram espalmados pelo goleiro – vítima do argentino em outros clássicos. Victor ganhou no primeiro tempo. Passou por ele o 0 a 0.
A calma do Grêmio, porém, não foi sinônimo de falta de ambição, de desinteresse. Longe disso. Os visitantes foram ao ataque – embora sem sucesso. Muriel teve que se virar duas vezes – uma em chute de Marquinhos, outra em batida de Douglas. E ainda viu uma bola encontrar sua trave. Foi aos 28 minutos, com Marquinhos, em chute pela esquerda de ataque. Quase.
A pressa fez o Inter tropicar nas próprias pernas em parte de suas investidas ofensivas na etapa inicial. Leandro Damião não esteve bem. Gilberto correu mais do que as jogadas exigiam.
Oscar foi a contrapartida. Ele se apresentou como boa alternativa pela direita. Teve vitória pessoal. Em dois cruzamentos, quase levou o Inter a pular na frente. No primeiro, a bola desviou na zaga, e Leandro Damião conseguiu se atirar nela, mas sem precisão; na outra, Gilberto não conseguiu dar um toque que fatalmente renderia gol.
D'Alessandro. Sempre D'Alessandro
O Inter voltou voando no segundo tempo. E, de novo, sem precisão. O Grêmio, com mais organização do que pressa, seguiu ameaçando. Marquinhos bateu colocado, obrigando Muriel a fazer boa defesa. E aí Douglas quase fez história. Aos oito minutos, mandou cobrança de escanteio. A bola viajou. Cortou o céu do Beira-Rio. Atravessou a área. E parou no travessão de Muriel. Faltou um triz, um milímetro, para ser gol olímpico.
Virou jogaço. O Inter respondeu. D’Alessandro, sempre ele, acertou a rede por fora. Índio, histórico em Gre-Nais, cabeceou muito perto do gol. Cá e lá, lá e cá, cá e lá, lá e cá. Uma hora o gol sairia. E foi de pênalti.
Eram 14 minutos de um Beira-Rio que espumava tensão quando a bola caiu nos pés de Oscar. Ele estava dentro da área, frente a frente com Fábio Rochemback, feito num filme de faroeste, olhos nos olhos. Quem fosse mais rápido, venceria; quem sacasse sua arma primeiro, venceria. Oscar deu a finta. Rochemback esticou a perna. Pênalti.
O torcedor, esperto que é, não precisaria pensar muito para adivinhar quem pegou a bola para cobrar. Quanta história, quantos duelos, quanto significado naqueles segundos, pesados feito chumbo, em que D’Alessandro ficou separado de Victor por uma bola posicionado sobre a marca do pênalti. O argentino correu. E chutou. E viu Victor pular. E viu a bola entrar no cantinho, mansa – bola de Libertadores.
Era a maior notícia do mundo para os colorados. O Inter, com gol de seu ídolo máximo, de seu grande craque, estava indo para a Libertadores. O Beira-Rio entrou em surto. Mas havia uma eternidade pela frente – no jogo do time colorado e de seus concorrentes diretos por vaga na Libertadores.
Miralles entrou bem no Grêmio, em um aviso de que o jogo jamais poderia ser considerado história encerrada. O Inter poderia ter ampliado. Victor defendeu chute colocado de Leandro Damião. E caiu nos pés de Gilberto para evitar gol feito.
Celso Roth, em sua despedida, ainda tentou colocar Lúcio. Também Leandro. Mas não conseguiu o gol do empate, o gol que seria uma desgraça para os colorados. O Inter levou o jogo até o fim, garantiu a vitória, garantiu a vaga. E encerrou 2011 por cima.
Está encerrado o ano. Vem aí 2012, com novos Gre-Nais, com a Libertadores da América, com mais episódios dessa formação da identidade dos gaúchos - para quem o futebol é muito mais do que um jogo de bola.

Goleada de 6 a 1 sobre o Atlético-MG mantém Cruzeiro na Primeira Divisão

Placar elástico, garantido no primeiro tempo, encerra temporada terrível da equipe celeste e ainda tira a vaga do Galo na Copa Sul-Americana de 2012

Por GLOBOESPORTE.COM Sete Lagoas, MG
Nem o mais otimista dos cruzeirenses imaginaria um desfecho como o da tarde deste domingo, na Arena do Jacaré. Pressionado pelo risco de rebaixamento, o Cruzeiro enfrentou o Atlético-MG sob o drama de poder cair para a Segunda Divisão empurrado pelo maior rival. A insegurança, a aflição e o temor eram flagrantes no rosto de cada jogador e de cada torcedor celeste. Mas, assim que a bola rolou, o time da Toca da Raposa colocou os nervos em ordem e simplesmente massacrou o adversário, aplicando a maior goleada da história sobre o Galo. O placar de 6 a 1 fez justiça à equipe que jogou melhor e que esteve mais concentrada em campo. Apenas no primeiro tempo, o Cruzeiro fez quatro gols, com Roger, Leandro Guerreiro, Anselmo Ramon e Fabrício. Na segunda etapa, Wellington Paulista e Everton ainda fizeram mais dois, e Réver descontou para o Galo.
O Atlético-MG não conseguiu jogar, diante da marcação imposta pelo Cruzeiro, e, para piorar, a defesa alvinegra, até então a melhor do segundo turno do Campeonato Brasileiro, falhou em várias oportunidades. Os atacantes cruzeirenses, comandados pelo meia Roger, o melhor atleta em campo, levaram vantagem em quase todas as jogadas.
Com o resultado, o Atlético-MG se manteve com 45 pontos e caiu para a 15ª posição na tabela de classificação. O Cruzeiro, com mais três pontos, chegou aos 43, na 16ª colocação. Com o resultado, ambos se livraram do rebaixamento, mas também não conseguiram vaga na Copa Sul-Americana.
Agora, as duas equipes entram em férias e voltarão apenas em janeiro, na pré-temporada preparatória para a disputa do Campeonato Mineiro. O Cruzeiro, atual campeão, estreará na competição estadual no dia 29, em Ipatinga, diante do Nacional, de Nova Serrana. O Atlético-MG, por sua vez, vai encarar o Boa Esporte, também no dia 29, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Goleada impressionante
O clássico começou muito ríspido, com entradas duras de ambos os times. Logo nos primeiros minutos, Pierre e Fabrício fizeram faltas duríssimas. Em uma disputa na área do Atlético-MG, Charles deu uma cotovelada e Pierre, mas a arbitragem alegou que não viu nada. Se tivesse enxergado a agressão, o volante cruzeirense seria expulso.
Fabricio comemora gol do Cruzeiro sobre o Atlético-MG (Foto: Douglas Magno/Agência Estado)Fabricio comemora gol do Cruzeiro sobre o Atlético-MG (Foto: Douglas Magno/Agência Estado)
O Cruzeiro, com muita vontade, diminuía os espaços, com uma marcação forte e saía rapidamente nas jogadores de ataques. Em uma dessas jogadas, aos 9 minutos, Anselmo Ramon, pela direita, fez ótimo cruzamento para Roger. O meia, que substituiu Montillo, suspenso, teve apenas o trabalho de empurrar a bola para as redes atleticanas.
O Cruzeiro, empurrado pela torcida, continuou melhor na partida. A equipe celeste, mesmo em vantagem no placar, seguiu insistindo, em busca do segundo gol. E ele veio, aos 28 minutos, após cobrança de falta de Roger. O volante Leandro Guerreiro subiu mais que Pierre e tocou de cabeça, sem chances para Renan Ribeiro.
Tudo parecia perfeito para o Cruzeiro, mas a situação ficou ainda melhor. Aos 33 minutos, Réver falhou diante de Wellington Paulista, que tomou a bola, chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro. Anselmo Ramon girou sobre Leonardo Silva e tocou por baixo das pernas do goleiro atleticano.
Cuca, ainda na primeira etapa, tentou arrumar a casa e alterou o Atlético-MG. O treinador alvinegro colocou o atacante Magno Alves na equipe, na vaga de Serginho, que jogava improvisado na lateral direita. Assim, Carlos César, que foi escalado no meio-campo, voltou à posição de origem.
Mas quem chegou ao quarto gol foi o Cruzeiro. Aos 45 minutos, Fabrício pegou a bola na intermediária, avançou e bateu de longe. A bola ainda desviou em Leonardo Silva, enganando o goleiro Renan Ribeiro. Goleada incrível na Arena do Jacaré.
Maior goleada da história
No segundo tempo, continuou o martírio atleticano. A pressão do Cruzeiro continuou, e a torcida presente nas arquibancadas entrou na onda, mas de forma infeliz. Alguns torcedores arremessaram rojões no gramado. Aos 3 minutos, um deles estourou bem próximo ao goleiro Renan Ribeiro, que reclamou bastante de dores no ouvido. O árbitro pediu reforço policial, e a partida foi interrompida por três minutos.
Na sequência, o Cruzeiro chegou ao quinto gol. Aos 12 minutos, Roger, em tarde inspirada, fez grande jogada pela direita do ataque e cruzou na cabeça de Wellington Paulista, que, livre, cabeceou em direção ao gol. Leonardo Silva ainda tentou tirar a bola, mas não evitou o quinto da Raposa.
O Galo ainda chegou ao gol de honra. Os dois zagueiros foram para o ataque e conseguiram marcar. Aos 15 minutos, Leonardo Silva, pela direita, chutou forte e rasteiro para a área. Réver, muito oportunista, tocou de leve, apenas para tirar o goleiro Rafael de ação: 5 a 1.
Aos 32 minutos, o árbitro Marcelo de Lima Henrique mostrou o cartão vermelho para o zagueiro Werley, do Atlético-MG, e o atacante Wellington Paulista, do Cruzeiro. Os dois trocaram sopapos e foram merecidamente expulsos.
O Cruzeiro, a partir daí, se limitou a fazer o tempo passar. O Atlético-MG ainda ensaiou uma pequena pressão, mas também não mostrou forças para tentar algo melhor na partida. Aos 45 minutos, o time ainda fez mais um, o sexto. Ortigoza fez ótima jogada pela esqueda e cruzou para Everton, que tocou para o fundo das redes: 6 a 1. O placar elástico garantiu o time celeste na Série A e ainda tirou o Galo da Copa Sul-Americana.
Empate garante o terceiro lugar ao Flu e fim melancólico ao Botafogo
Fred marca apenas uma vez, não consegue igualar Borges, do Santos, na artilharia do Brasileiro e clássico termina 1 a 1, em Volta Redonda
 
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Num clássico marcado pelo desinteresse da torcida, Botafogo e Fluminense se despediram do Campeonato Brasileiro com um empate em 1 a 1, neste domingo, no Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. O resultado acabou com a esperança no milagre alvinegro de conquistar a vaga na Taça Libertadores e Fred ficou a um gol de se tornar artilheiro da competição, ao lado de Borges, do Santos.
O Fluminense, pelo menos, conseguiu seu objetivo, que era manter a terceira colocação e evitar a necessidade de passar pela fase eliminatória da Taça Libertadores, tendo que enfrentar o Real Potosí, da Bolívia, numa altitude de quatro mil metros. Nono lugar, o Botafogo, mais uma vez, terá de se contentar com a disputa da Copa Sul-Americana, desprezada pelo clube nesta temporada.
Depois de cinco derrotas seguidas, o Botafogo ainda começou o jogo atacando na esperança de que Coritiba, Figueirense, Internacional e São Paulo não vencessem seus jogos. Mas, aos cinco minutos, tomou uma ducha de água fria quando Fred aproveitou cruzamento de Diguinho e a falha de Cortês para matar no peito e abrir o placar, chegando a 22 gols no Brasileiro.
Fred chega a 22 gols
Com o placar aberto e o atacante do Fluminense a um gol de igualar Borges, a expectativa pelo bom rendimento do time não se concretizou, apesar da ilustre torcida do argentino Conca, campeão e melhor jogador do Brasileiro do ano passado. O Botafogo reagiu e empatou num belo gol de Felipe Menezes, aproveitando ótimo corta luz de Elkeson, aos 12 minutos.
Nesse momento, os resultados favoreciam o Botafogo. O time precisava apenas virar o jogo. Maicosuel teve uma grande chance, aos 14, depois de fazer um carnaval na defesa do Fluminense e ficar na marca do pênalti com a bola para finalizar paea fora. Diego Cavalieri ainda salvou o Fluminense numa dividida com Felipe Menezes. Mas, depois que o Sâo Paulo começou a vencer o Santos, a esperança no milagre alvinegro foi por água abaixo.
No primeiro tempo, o Botafogo ainda esteve perto de virar o jogo, aos 29, depois de um tabela de cabeça entre Felipe Menezes, Loco Abreu e Gustavo, que mandou para fora, mas viu o São Paulo terminar vencendo os reservas do Santos por 3 a 0 o mesmo período do jogo. Os resultados de Figueirense, Internacional e Coritiba seguiam favorecendo o time.
Já a torcida do Fluminense continuava alheia ao jogo. Ela vibrou mesmo quando o gol do Vasco no primeiro tempo do clássico com o Flamengo foi anunciado no estádio, o que apenas ajudava a confirmar a vaga na fase de grupos da Taça Libertadores.
Com o técnico Abel Braga fora do banco de reservas por causa de uma suspensão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o auxiliar Leomir mexeu no time no intervalo. Ele colocou o jovem Matheus Carvalho no lugar de Rafael Sobis, que não conseguiu aproveitar os espaços da defesa do Botafogo no primeiro tempo.
Cavalieri salva o Fluminense
Antes dos 10 minutos, os dois times perderam grandes chances. Aos oito, Fred poderia ter chutado para tentar igualar Borges, mas errou o passe para Matheus Carvalho. No ataque seguinte, foi a vez de Loco Abreu, chutando em cima de Diego Cavalieri, que salvou mais uma vez o Fluminense. O goleiro brilho novamente em bom chute Maicosuel.
Os técnicos resolveram mudar aos 19 minutos. Entraram Caio e Lanzini nos lugares de Elkeson e Deco. No seu primeiro toque, Caio fez um gol, de cabeça, mas o árbitro anulou alegando que a bola havia saído na cobrança de escanteio de Maicosuel. A resposta do Fluminense foi com Matheus Carvalho, em boa defesa de Jefferson. Aos 25, o Botafogo teve mais um gol anulado, corretamente, em impedimento de Loco Abreu.
Aos 30 minutos, por falta em Maicosuel, Valencia levou o segundo cartão amarelo e foi expulso. Mas nem isso foi suficiente para o Botafogo terminar o Brasileiro com uma vitória, às espera da chegada do novo treinador, apesar de uma boa defesa de Cavalieri em chute de Loco Abreu. O Fluminense, que já estava garantido na Libertadores, não conseguiu fazer de Fred artilheiro e repetiu a marca negativa de 1921, quando ficou uma temporada inteira sem vencer clássicos.

Raí cita o irmão Sócrates como um exemplo em todos os aspectos

Ídolo do São Paulo acompanha enterro do Doutor em Ribeirão Preto e lamenta não ter conseguido conversar com ele após última internação

Por Alexandre Massi Ribeirão Preto, SP
Raí, irmão do ex-jogador Sócrates, chega ao Cemitério Bom Pastor (Foto: Célio Messias / Ag. Estado)Raí presente no velório de Sócrates
(Foto: Célio Messias / Ag. Estado)
Presente no enterro de Sócrates, neste domingo, em Ribeirão Preto, Raí falou rapidamente com a imprensa. Abalado, o ídolo do São Paulo não pôde conversar com o irmão após a última internação, ocorrida na última quinta-feira, pois estava viajando e, quando voltou, o Doutor já se encontrava sedado. Ele havia viajado com a mãe para celebrar o aniversário de um irmão. O destino não foi revelado.
- Meu irmão foi um exemplo como atleta, como médico, para o Corinthians e por todos os clubes que passou - resumiu Raí ao citar o ídolo corintiano.
O enterro ocorreu no Cemitério Bom Pastor, no fim da tarde, e foi acompanhado por cerca de mil pessoas, entre torcedores de Corinthians e Botafogo-SP e amigos do "Magrão". Sócrates morreu na madrugada deste domingo, vítima de um choque séptico, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele tinha 57 anos e era pai de seis filhos.
São Paulo goleia o Peixe em Mogi, mas fica sem vaga na Libertadores
Tricolor faz a sua parte, marca 4 a 1 no rival, mas não comemora por causa da vitória do Internacional sobre o Grêmio por 1 a 0, no Beira-Rio


A CRÔNICA
por Marcelo Prado
O milagre precisava ser muito grande. Vitória sobre os reservas do Santos e ainda torcer para que Coritiba, Internacional e Figueirense não vencessem seus jogos. Entre 17h13m e 18h21m, tudo parecia conspirar a favor, e o São Paulo estava garantido na Taça Libertadores da América de 2012. Mas a tão sonhada combinação de resultados não aconteceu, e o Tricolor fecha mais um ano com desempenho abaixo do esperado.
Eliminado no Campeonato Paulista, na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana, o time comandado por Emerson Leão até que fez a sua parte neste domingo ao golear o Peixe por 4 a 1, mas a vitória do Colorado sobre o Grêmio por 1 a 0, no Beira-Rio, fez o domingo tricolor acabar em pesadelo. O clássico que encerrou o nacional para os dois paulistas foi realizado na tarde deste domingo, no estádio Romildo Gomes Ferreira, em Mogi Mirim
Com a vitória na despedida, os são-paulinos terminaram o Brasileirão na sexta colocação, com 59 pontos, seis a mais que o Peixe, que terminou em décimo. Mas, se para o Tricolor 2011 já acabou, para o Santos o melhor começa agora. O alvinegro praiano embarca nesta segunda para o Japão para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, em busca do seu terceiro título da história.
Tricolor resolve o jogo no primeiro tempo

Com muito calor e ótimo gramado, o São Paulo decidiu a partida em 45 minutos. Contando com sua força máxima diante de um Santos com apenas um titular (Elano), o Tricolor dominou amplamente as ações. Logo aos sete minutos, após falha de Vinícius Simon, Luis Fabiano invadiu a área e bateu para boa defesa de Vladimir. Seis minutos depois, Cícero lançou Fernandinho pela esquerda. Rapidamente, o atacante cruzou na cabeça do Fabuloso, que testou no contrapé do goleiro santista: 1 a 0. Como os outros jogos estavam empatados, neste exato momento o time entrava na zona da Taça Libertadores.
Luis Fabiano, São Paulo x Santos (Foto: Idário Café/Vipcomm)Luis Fabiano deixou a sua marca no primeiro tempo do clássico realizado em Mogi  (Foto: Idário Café/Vipcomm)
O jogo foi ficando cada vez mais fácil à medida em que o tempo passava. O Santos tentava algo com Diogo pelo lado esquerdo, mas o camisa 9 do Peixe era bem marcado por João Filipe. Os laterais santistas não passavam do meio-campo, e a dupla Ibson e Elano, que teoricamente seria a responsável por dar criatividade ao time, não foi notada em campo. O São Paulo marcava em cima e saía rápido para o contra-ataque, com destaque para os avanços de Denilson, preciso no passe. Aos 27, ele deixou Jean na cara do gol e o defensor, de pé direito, acertou o travessão adversário.
O segundo gol era apenas questão de tempo. E saiu aos 33, com Cícero, que arriscou de fora da área e acertou o ângulo direito do goleiro santista: 2 a 0. Logo depois, a torcida tricolor explodiu de alegria quando o sistema de som do estádio de Mogi anunciou o gol do Vasco contra o Flamengo. Na sequência, nova comemoração com mais um belo gol: Lucas, que avançou pelo meio, driblou seu marcador e bateu de pé direito, no canto direito de Vladimir: 3 a 0. Para completar a festa no primeiro tempo, o locutor do estádio anunciou o gol do Avaí contra o Figueirense

Jogo cai de rendimento no segundo tempo

Os dois times voltaram sem modificações para o segundo tempo. Satisfeito com o marcador, o São Paulo diminuiu o ritmo, enquanto o Santos não tinha muita qualidade para mudar o panorama da partida. Aos 11, Cícero, Luis Fabiano e Juan fizeram bela triangulação pelo meio e o lateral-esquerdo, cara a cara com Vladimir, bateu à direita da meta santista. Cinco minutos depois, o Peixe achou seu gol de honra: Elano, em cobrança de falta que passou no meio da barreira armada por Rogério Ceni.
Leão, então, resolveu dar novo gás ao time. Sacou Fernandinho e Cícero para as entradas de Marlos e Piris. Com isso, Jean foi para o meio-campo. O São Paulo chegou a acertar a trave de Vladimir, em lance confuso da defesa santista. No Peixe, o auxiliar Tata, que dirigiu o time, tirou o meia Felipe Anderson e colocou Breitner. Aos 35, com grande colaboração do goleiro Vladimir, Luis Fabiano marcou 4 a 1. Depois, foi esperar o tempo passar e torcer para o Grêmio empatar contra o Internacional. O que não aconteceu.