quarta-feira, 28 de março de 2012

Edmundo marca duas vezes, ouve gritos de 'fica', e Vasco goleia: 9 a 1
Craque veste camisa 10 e braçadeira de capitão, faz golaço, repete comemoração de 1997 e se emociona diante de mais de 21 mil vascaínos
 
 
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Craque, veloz, polêmico, goleador, habilidoso, ídolo. Animal. Em 17 anos de carreira, Edmundo marcou seu nome na história do futebol brasileiro e especificamente do Vasco. Faltava apenas uma festa de despedida. Na noite desta quarta-feira, 21.247 torcedores presenciaram esse ritual e abriram seus braços em São Januário para receber o craque pela última vez em uma partida. E ele, vestindo a camisa 10, retribuiu a presença da torcida com dois gols, belos passes, dribles, agradecimentos e lágrimas. Os companheiros também contribuíram para a festa, aplicando uma goleada marcante por 9 a 1 sobre os equatorianos do Barcelona de Guayaquil, em reedição da final da Libertadores de 1998 - na qual Edmundo não esteve presente, num motivo de lamento até hoje, tanto para ele quanto para vascaínos.
Revelado pelo Vasco e aposentado desde o fim de 2008, Edmundo teve cinco passagens por São Januário. Principal nome do título brasileiro de 1997, ele disputou ao todo 241 partidas e marcou 137 gols, já contando com a partida de despedida. A reverência dos torcedores ao ídolo fez com que nesta quarta o público pagante (16.021) fosse maior do que em qualquer jogo da Libertadores.
E a entrega em campo do camisa 10, hoje com 40 anos, foi tamanha que os torcedores pediram até o seu retorno, com gritos de "Volta, Edmundo" e "Fica, Edmundo". O craque fez lembrar seus áureos tempos em alguns momentos. Em seu segundo gol, mostrou categoria e visão de jogo ao iniciar o lance, num belo lançamento para Fagner. Completou o cruzamento de primeira e comemorou da mesma maneira que na fase semifinal do Campeonato Brasileiro de 1997, quando o Vasco eliminou o Flamengo: balançando os braços no alto e rebolando. Antes, já havia marcado de pênalti, numa falta em Thiago Feltri fora da área.
- Precisava disso na minha vida. Acho que estou fechando minha carreira com chave de ouro - disse Edmundo, no intervalo, momentos antes de jogar sua camisa em direção à arquibancada.
O ponto final da participação de Edmundo veio aos 40 minutos do segundo tempo. Com o hino vascaíno sendo tocado pelo sistema de som de São Januário, ele passou a braçadeira de capitão para Felipe, recebeu a bola do jogo e foi substituído por Wiliam Barbio. Emocionou-se e saudou a torcida nas cadeiras sociais, agradecendo:
- Muito obrigado, do fundo do meu coração.
Edmundo gol vasco (Foto: Marcos de Paula / Ag. Estado)Edmundo comemora como em jogo pelo Brasileiro de 1997 (Foto: Marcos de Paula / Ag. Estado)
Os outros gols da vitória foram de Allan (dois), Alecsandro, Juninho, Eder Luis, Fellipe Bastos e Diego Souza. Asencio, que participou da final de 1998 e foi convidado para o jogo desta quarta, marcou para os equatorianos.
Após a festa, o Vasco pensa agora na Taça Rio, entrando em campo no sábado para enfrentar o Macaé, às 16h, no Estádio Cláudio Moacyr. Na terça-feira seguinte, o compromisso será pela Libertadores, contra o Alianza Lima, fora de casa.
Festa, emoção, dois gols e genialidade
Com os refletores do estádio apagados, Edmundo entrou em campo sozinho para ser saudado pelos torcedores. Com o número 10 às costas, ele não segurou a emoção e precisou enxugar as lágrimas. O próximo passo foi receber a braçadeira de capitão do apoiador Juninho Pernambucano. Depois de uma longa queima de fogos, típica da década de 90, Edmundo recebeu uma placa do presidente Roberto Dinamite e cumpriu o papel de ídolo ao cantar o hino vascaíno em coro com os torcedores.
Com o seu time titular, o Vasco não demorou a se impor sobre o Barcelona, que misturou reservas e juniores. O astro da noite, aposentado desde o fim de 2008, mostrou disposição e boa movimentação após cinco dias de treinos com o elenco. Sofreu a primeira falta da partida, com menos de 30 segundos, e teve uma boa chance aos dez minutos: recebeu passe de Eder Luis e chutou por cima do travessão.
O primeiro gol de Edmundo saiu pouco tempo depois, graças a uma ajuda do árbitro Marcelo de Lima Henrique, que assinalou pênalti em falta em Thiago Feltri fora da área. Marcado na carreira por alguns pênaltis decisivos desperdiçados, o ídolo foi para a cobrança e não decepcionou. Bola de um lado, goleiro de outro, e muita festa dos jogadores e da torcida: 1 a 0, aos 12 minutos.
Edmundo participava de todas os lances ofensivos, o que acontecia a todo momento, já que o jogo praticamente se resumia a ataque contra defesa. O segundo gol veio aos 23 minutos, e com o toque do craque. Ele recebeu lançamento na área, donimou com categoria, limpou o zagueiro e tocou para Fagner. O lateral deu um belo giro de corpo e passou a bola para Alecsandro, que ainda limpou outro defensor antes de ampliar. A homenagem ao ex-jogador veio com o polegar e o dedo mindinho esticados, em comemoração tantas vezes usada por Edmundo.
O principal momento da noite, no entanto, ainda estava por vir. Pouco depois de perder gol feito, Edmundo descolou belo lançamento para Fagner, que se esforçou, impediu a saída da bola e cruzou de trivela para o camisa 10 pegar de primeira: 3 a 0.
Os últimos minutos da etapa final ainda reservaram um gol do Barcelona, marcado por Asencio, em rara falha de Dedé, e o quarto do Vasco, anotado por Juninho Pernambucano, sendo o primeiro sem a participação de Edmundo.
Apagão e gols em profusão
Veio o segundo tempo, e o show de gols continuou. Com um minuto de jogo e após cinco substituições na equipe titular, o Vasco marcou seu quinto gol. Eder Luis recebeu cruzamento de esquerda e tocou de calcanhar. A bola desviou na zaga e matou o goleiro equatoriano. Momentos depois, houve queda de energia em São Januário, paralisando a partida por pouco menos de 20 minutos.
Luz restabelecida, mais gols no placar. Fellipe Bastos fez o sexto em cobrança de falta, após falha do goleiro Vera. O sétimo foi de Allan, que tabelou com o próprio Bastos dentro da área. Aos 30 minutos, Diego Souza chutou cruzado para marcar 8 a 1. A cada bola na rede, novas homenagens a Edmundo.
O adeus se deu aos 40. Com o público de pé, a placa de substituição anunciou a saída do ídolo para a entrada de Wiliam Barbio. Visivelmente emocionado, Edmundo passou a braçadeira de capitão para Felipe, recebeu a bola do jogo e deixou o gramado pela última vez, ao som do hino do Vasco. Durante a volta olímpica, ele nem viu o nono e último gol, marcado novamente por Allan. Mas nada mais importava. Naquele momento, Edmundo enfim cumpria seu sonho, de reencontrar a torcida numa partida de despedida.
- Posso dizer que, neste dia 28 de março de 2012, sou o cara mais feliz do mundo - afirmou.
Edmundo vasco x barcelona  (Foto: Marcos de Paula/Agência Estado)Edmundo entra em campo em São Januário e acena para torcida (Foto: Marcos de Paula/Agência Esta

Nem Ibra, nem Messi. Milan e Barça fazem jogo duro e empatam por 0 a 0

Clube catalão não passava um jogo em branco pela Liga dos Campeões desde 2009. Time cria chances, mas esbarra na força defensiva italiana

Por GLOBOESPORTE.COM Milão, Itália
Para quem esperava gols de Ibrahimovic ou show de Messi no duelo entre Milan e Barcelona nesta quarta-feira, decepção. Em partida amarrada e bastante pegada no estádio San Siro, principalmente no segundo tempo, italianos e espanhóis ficaram no 0 a 0 no jogo de ida pelas quartas de final da Liga dos Campeões.
O time rossonero saiu, de certa forma, comemorando o resultado. Afinal, conseguiu não levar gol do adversário que havia marcado nas oito partidas que disputara nesta Champions. Na verdade, o Barça não passava em branco no torneio continental desde 4 novembro de 2009, quando ficou no 0 a 0 diante do Rubin Kazan.
Agora, o clube catalão, que dominou a maior parte do confronto, precisa vencer os rossoneri no Camp Nou, na próxima terça-feira, para avançar às semis. O mesmo vale para o Milan, que, mesmo sem Thiago Silva, foi forte na defesa e segurou o ímpeto rival. Se arrancar um novo empate na volta, mas com gols – como conseguiu na atual fase de grupos (2 a 2) -, a equipe da Velha Bota passa de fase.
Ibrahimovic e Messi - Milan X Barcelona (Foto: Agência Reuters)Ibrahimovic e Messi: nada de gols (Foto: Agência Reuters)
Robinho perde gol incrível
Com Robinho e Ibrahimovic formando a dupla de ataque, o Milan começou em cima do Barcelona , que tinha os desfalques dos laterais-esquerdos Adriano e Abidal (Puyol jogou improvisado no setor, com Mascherano deslocado para zaga). E logo aos dois minutos, essa pressão sobre a defesa catalã surtiu efeito. Seedorf roubou a bola, tocou para Robinho que passou para Ibrahimovic chutar em cima da zaga. No rebote, o ex-atacante do Santos, sozinho na pequena área, foi querer bater de primeira e mandou na arquibancada (assista no vídeo ao lado).
A resposta do Barça não demorou. Aos cinco, Messi bateu falta errado e escorregou. Mas craque é craque. O erro virou um "passe": a bola sobrou à feição de Keita, que acabou desperdiçando boa chance.
Aos nove, Xavi achou Messi na esquerda. O argentino bateu rasteiro, e Abbiati deu rebote que, por pouco, não se transformou no primeiro gol culé por intermédio de Daniel Alves.
Messi - Milan X Barcelona (Foto: Agência AFP)Artilheiro da atual edição da Champions, Messi encara a marcação de Bonera (Foto: Agência AFP)
Barça pede pênalti
Os dois lances abalaram um pouco o Milan, que recuou e passou a ver o Barça destilar seu conhecido toque de bola. E, de pé em pé, os espanhóis ficaram próximos de abrir o marcador. Aos 15, após cobrança de falta ensaiada, a bola sobrou para Sánchez na pequena área. Ao tentar tirar de Abbiati, o chileno foi tocado pelo goleiro e caiu. Pênalti? Não para o árbitro sueco Jonas Eriksson, que deu tiro de meta para desespero de Pep Guardiola no banco de reservas.
ibrahimovic milan - MilanX Barcelona (Foto: Agência AFP)Ibra lamenta chance perdida (Foto: Agência AFP)
Entrincheirado, o Milan, que não contou com Thiago Silva e Alexandre Pato (ambos lesionados), conseguiu voltar a passar do meio de campo somente aos 19. Seedorf deu lindo passe para Ibrahimovic no meio da zaga. O sueco dominou com estilo, mas, na hora do arremate, bateu em cima de Valdés.
Depois do susto, o Barça voltou a encurralar o Milan que parecia um time visitante em pleno San Siro – ainda mais pelo fato de jogar com sua segunda camisa. Apesar das inúmeras tabelinhas, da posse de bola elevada (em média, 65%) e dos quase dez chutes ao gol – todos com muito ou relativo perigo -, o time de Messi, Iniesta e companhia saiu para o intervalo sem conseguir furar a meta de Abbiati.
Jogo duro no segundo tempo
Na volta para o segundo tempo, o Milan buscou valorizar mais a posse de bola e assim diminuir um pouco o ritmo intenso do rival. Com o jogo mais amarrado, até Messi deu uma de brucutu e fez falta feia em Seedorf. No entanto, nada de amarelo para o jogador.
Quem também recebeu pancada de argentino foi Robinho. O camisa 70 rossonero levou um pisão de Mascherano, que não foi advertido, e acabou tendo de ser substituído pelo jovem El Shaarawy, de apenas 19 anos, aos seis. O veterano Nesta devolveu com juros e correção monetária as bordoadas dos hermanos e, aos 12, acertou uma tesoura voadora em Messi na entrada da área. Amarelo merecido para o defensor italiano (assista no vídeo ao lado).
robinho mascherano milan x barcelona (Foto: Reuters)Robinho disputa jogada com Mascherano (Foto: Reuters)
Clone de Robinho entra
Aos 20, vendo que precisava ser um pouco mais incisivo, o técnico Pep Guardiola sacou o medalhão Iniesta, que pouco produziu na partida, e colocou o jovem atacante Tello aberto na ponta esquerda. Logo em seguida, Allegri mudou o time do Milan novamente, trocando Boateng por Robinho, ou melhor, Emanuelson, meia holandês que é muito parecido com o brasileiro.
messi nesta milan x barcelona (Foto: AP)Seedorf disputa jogada com Daniel Alves.
Holandês foi o melhor do Milan (Foto: AP)
As mudanças não mudaram muito a cara do jogo, que seguiu amarrado. Somente aos 26 saiu o primeiro lance de perigo. Tello recebeu na entrada da área pelo lado direito da defesa rossonera, driblou um marcador e chutou na rede pelo lado de fora. Messi, entretanto, reclamou com a revelação culé argumentando que poderia ter recebido o passe.
Apesar da cara feia do camisa 10, o lance empolgou o Barcelona que, já com Pedro na vaga de Sánchez, passou a pressionar mais o Milan. Aos 32, após cobrança de escanteio, Puyol apareceu como um raio na marca do pênalti e, de peixinho, cabeceou rente à trave. O veterano defensor, por sinal, completou diante do Milan 549 jogos com a camisa do Barcelona, igualando a marca de Migueli. Acima dos dois, apenas Xavi, que tem 617 partidas.
No último lance, o Milan ainda teve a chance de levantar uma bola na área, mas Seedorf não encontrou Ibrahimovic como queria.
MILAN 0 X 0 BARCELONA
Abbiati; Bonera, Nesta (Mesbah), Mexès, Antonini; Nocerino, Ambrosini, Seedorf, Boateng (Emanuelson); Robinho (El Shaarawy), Ibrahimovic. Valdes, Daniel Alves, Piqué, Mascherano e Puyol; Busquets, Keita e Xavi; Iniesta (Tello), Messi e Alexis Sánchez (Pedro).
Técnico: Massimiliano Allegri Técnico: Pep Guardiola
Cartões amarelos: Seedorf, Nesta, Ambrosini (Milan). Keita (Barcelona)
Estádio: San Siro (Milão, Itália). Data: 28/03/2012. Árbitro: Jonas Eriksson (SUE)

Gaviões da Fiel divulga nota sobre incidentes no domingo

Principal torcida organizada do Corinthians se manifesta publicamente pela primeira vez

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo
Pedras são encontradas aos montes na Inajar de Souza (Foto: Rodrigo Faber / Globoesporte.com)Pedras são encontradas na Inajar de Souza
(Foto: Rodrigo Faber / Globoesporte.com)
A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, divulgou na tarde desta quarta-feira nota oficial sobre os incidentes antes e após o clássico contra o Palmeiras, no último domingo.
Antes da partida, um confronto entre palmeirenses e corintianos na Avenida Inajar de Souza, na Zona Norte da capital, deixou dois mortos. No Pacaembu, alguns torcedores entraram em conflito com a Polícia Militar na Praça Charles Miller e também na arquibancada do estádio.
Devido aos incidentes, a Federação Paulista de Futebol divulgou comunicado na última segunda-feira proibindo a entrada das torcidas Gaviões da Fiel e Mancha Alviverde nos estádios. Na terça-feira, Policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos e Intolerância (Decradi) inspecionaram a quadra das duas torcidas e apreenderam computadores nas duas sedes. Sete mandados de prisão já foram expedidos pela Justiça.
Confira a nota na íntegra:
Indiscutivelmente, lamentáveis os fatos ocorridos. As diversas imagens veiculadas – Briga na Avenida Inajar de Souza; Polícia reprimindo torcedores do lado externo do Pacaembu; e briga entre torcedores na arquibancada verde – foram fatos distintos, mas que a intolerância imperou em todos eles.
O rico histórico da entidade dos Gaviões da Fiel na sociedade paulistana e brasileira, desde nossa fundação, de nossas contribuições na luta contra a ditadura, a favor das Diretas Já ou até nos trabalhos sociais e culturais, em que mostramos os bons valores dos Gaviões. Porém, é importante ressaltar que nenhuma benfeitoria justificará tais atos de violência.
Neste domingo, a diretoria dos Gaviões, como sempre, organizou seus mais de quarenta coletivos, tanto da capital como do interior com uma única orientação: ir para a sede da torcida, concentrar-se, participando das festividades e seguir para o jogo com a escolta da Polícia Militar, assim como o combinado no Plano de Ação Preventivo.
Nós, não somos responsáveis pelos atos de domingo. Se corinthianos acreditam que a forma de viver a vida e o futebol são aquelas, nós ressaltamos que estes, estão fazendo um mau uso do livre arbítrio e prejudicando a entidade. A maneira de viver e de ser Gaviões é outra. O verdadeiro Gavião vai ao estádio para torcer e jogar com o Corinthians nas arquibancadas. Essa é nossa essência e o nosso objetivo, ir aos estádios. Temos muitos sócios, a torcida corinthiana é grande e, infelizmente, uma minoria realiza este tipo de ação. Abriu-se inquérito policial sobre o ocorrido e, caso seja comprovado à participação de algum membro dos Gaviões, será imediatamente expulso de nosso quadro associativo.
Além de expulsarmos, continuaremos contribuindo com o Plano de Ação em vigência, temos propostas para contribuir nas melhorias, mas infelizmente, o direito de nossa participação, como garantido no Estatuto do Torcedor, é limitado. Acontecem fatos lamentáveis entre torcedores e caímos na descriminação novamente, regredindo em todos os trabalhos.
Muito é dito sobre a melhoria quanto à redução de atos violentos nas imediações dos estádios. Fruto de um conjunto de ações que também contribuímos. Muito é dito também que os problemas são os trajetos, nos meios de transportes, distante do estádio e afirmamos que a deficiência é neste ponto. Eis a parte do Plano de Ação que deve ser aperfeiçoado e com muita participação e comprometimento das torcidas organizadas.
O conhecimento da organização de cada torcida é fundamental para a prevenção dar certo. Nós, dos Gaviões, atuamos em cada coletivo com muitas orientações, buscando o bem estar, mas, nem todos optam ir ao estádio de forma organizada e não podemos nos responsabilizar por eles.
Enxergamos que a violência na sociedade, no Brasil e no mundo está extrapolada. A formação de nossa sociedade brasileira é deformada. Nosso ensino público deficiente, saúde precária, falta de emprego, falta de oportunidade para a maioria, o individualismo, dentre muitas questões que analisamos. Como podem cobrar uma postura perfeita de torcedores e nos responsabilizar por todos?
Temos propostas para melhorias também, mas não somos ouvidos. Nossa entidade sempre foi contra impunidade e a favor das melhorias para o torcedor. Prova disto é que fomos a primeira e única Torcida Organizada a apoiar a formulação e aprovação do Estatuto do Torcedor. Faltava à legislação para acabar com a impunidade que imperava, hoje desejamos que seja aplicada corretamente. As Torcidas Organizadas estão sendo suspensas sem que os casos referidos sejam totalmente apurados, comprovando a culpa da direção das entidades.
Nestes casos lastimáveis, enxergamos certo oportunismo e afirmações caluniosas de quem “apura”. Já denunciamos a Avenida Inajar de Souza como ponto de risco às autoridades. A avenida, usada como acesso de todos os torcedores como caminho único, torna-se um local com alto potencial de risco. Ressaltamos isso muitas vezes. Quando joga dois times grandes da capital, o local torna-se ponto de risco.
Alguns locais de acesso dos torcedores recebem contingentes relevantes, circulam cerca de 200, até 500 torcedores, e poucas viaturas atuam nestes locais em caso de encontro de torcedores, nem sempre conseguem conter o possível conflito. É necessário aperfeiçoar esse plano de organização e estamos dispostos a ajudar.
Em consequência deste fato lamentável, a direção dos Gaviões responderá o inquérito policial aberto. Nesta terça-feira, a Polícia Civil, o DHPP, através do Decradi, cumpriu mandato de busca em nossa sede. Levaram nosso movimento administrativo e nossos computadores para avaliações, pois acreditam que essas brigas são agendadas por internet.
Nos veículos de comunicação, tendenciosamente ou não, informaram que o dinheiro recolhido na busca é de atividade não confirmada. Esclarecemos às autoridades, logo na apreensão, que esta referida quantia trata-se de pagamento que devemos fazer ao Corinthians Paulista dos ingressos do jogo do último domingo. Prática de cada jogo, no qual o Corinthians já comprovou às autoridades, inclusive com documentos.
Nossa direção é comprometida com os bons valores dos Gaviões e do ser humano e, infelizmente, uma minoria nos prejudica. Com torcida ou não, maus torcedores existirão. Os mecanismos existentes precisam funcionar de forma ordenada e não ferir a maioria dos associados das Torcidas que vão aos estádios torcer pelo seu time

Uma casa à prova de paparazzi


qua, 28/03/12
por Cíntia Barlem |
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Shakira e Piqué estão cansados dos holofotes. Para evitar o assédio dos paparazzi, o casal está construindo uma mansão perto de Barcelona longe do alcance da imprensa.
Segundo a edição espanhola da revista In Touch, a casa tem por toda sua extensão vidros escuros que não permitem a visão de nenhum detalhe interno. O empreendimento fica em Tiana, região fora da capital catalã.
Esta será a terceira moradia do casal. Primeiro, Shakira foi viver no apartamento de Piqué. Logo depois, se mudaram para uma casa que ela alugou do nadador David Meca.

Novo salário de 'Messi alemão' será o maior do Borussia: R$ 920 mil por mês

Mario Götze renovou com time de Dortmund até 2016, mas ainda está muito aquém dos valores do craque do Barcelona. Ele recebia R$ 200 mil, diz jornal

Por GLOBOESPORTE.COM Dortmund, Alemanha
gotze borussia dortmund gol bayern de munique (Foto: Agência AP)Götze receberá quase R$ 1 mi por mês (Foto: AP)
Após frustrar os planos de gigantes do continente ao renovar com o Borussia Dortmund até junho de 2016, o meia Mario Götze teve os valores de seu novo salário divulgados pelo jornal "Bild". Chamado de "Messi alemão" por Franz Beckenbauer, o jovem jogador terá o maior salário do clube, mas ainda muito abaixo do craque argentino do Barcelona.
De acordo com a publicação, Götze receberá um valor próximo a R$ 920 mil por mês (cerca de R$ 11,1 milhões por ano). O montante, no entanto, não chega nem perto ao de Lionel Messi, que fatura R$ 25,2 milhões por temporada, segundo a revista francesa "France Fooball" - o português Cristiano Ronaldo leva R$ 31,1 milhões no mesmo período.
O aumento foi considerável, visto que o salário anterior de Götze era aproximado a R$ 200 mil mensais. Agora, o Borussia tentará renovar o vínculo com Shinji Kagawa, grande destaque da campanha do líder do Campeonato Alemão. O japonês tem contrato até junho de 2013 e poderá assinar com outro clube em dezembro.

Havelange fará nova drenagem no tornozelo para conter infecção

Boletim médico divulgado no início da noite desta quarta-feira afirma também que presidente de honra da Fifa respira sem ajuda de aparelhos

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
João Havelange, Presidente de Honra da FIFA (Foto: Getty Images)João Havelange segue internado em estado grave
no Hospital Samaritano, no Rio (Foto: Getty Images)
O presidente de honra da Fifa João Havelange, de 95 anos, segue internado em estado grave no Hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O boletim divulgado no início da noite desta quarta-feira pelo médico João Mansur Filho diz que Havelange fará uma segunda drenagem cirúrgica no tornozelo direito. A intenção é conter a infecção.
João Havelange foi internado no último dia 18 de março apresentando um quadro de infecção bacteriana no tornozelo direito. Os médicos estão fazendo uso de antibióticos para combater o problema. O dirigente respira sem ajuda de aparelhos desde a última quinta-feira e já apresentou melhora. Ele respira sem ajuda de aparelhos e sua pressão arterial está controlada.
Leia abaixo a íntegra do boletim médico divulgado nesta quarta-feira:
João Havelange, 95 anos, permanece internado na Unidade Coronariana do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Segundo o médico João Mansur Filho, depois de visita hoje, 28.03.12, o estado clínico do Presidente de Honra da Fifa ainda é grave e inspira cuidados.
O médico Alcino Fonseca, ortopedista, fará uma segunda drenagem cirúrgica no tornozelo direito do paciente, com o objetivo de conter a infecção.
João Havelange respira sem a ajuda de aparelhos e está com a pressão arterial controlada.
Não há previsão de alta.
João Mansur Filho
Cardiologista
Chefe da Unidade Coronariana do Hospital Samaritano – RJ

Alcino Affonseca
Ortopedista

Brasileiro vira 'samurai' no Japão, troca de time e é comparado a Kaká

Destaque do Kyoto Sanga, atacante Júnior Dutra, ex-Santo André, acerta com Kashima Antlers e será treinado por Jorginho, ex-auxiliar de Dunga

Por Marcelo Hazan Santos, SP
Junior Dutra Kashima Antlers (Foto: Divulgação)Dutra, o samurai (Revista oficial do Kyoto Sanga)
Pode não parecer, mas a foto ao lado de um rapaz vestido de samurai não se trata de nenhum maluco, mas, sim, de um jogador de futebol: Júnior Dutra. Ídolo do Kyoto Sanga, time da segunda divisão do Japão, o ex-atacante do Santo André, de 23 anos e formado nas categorias de base do Santos, fechou com o Kashima Antlers por empréstimo até o final do ano.
E no clube onde Zico é quase Deus, o "samurai" brasileiro está hospedado justamente no quarto que pertencia ao Galinho. Além disso, será treinado por Jorginho, ex-auxiliar técnico de Dunga na Seleção Brasileiro. O treinador, aliás, avalizou o apelido de "Kaká", craque do Real Madrid, dado a Júnior pelos japoneses por conta, segundo eles, das semelhanças entre os dois.
- Estou muito feliz pelo acerto, o Kashima é uma grande equipe aqui no Japão, onde brasileiros históricos jogaram, como Zico. Espero corresponder às expectativas do clube e do Jorginho, que me recebeu muito bem. É um time muito popular, a responsabilidade aumenta, mas espero dar o meu melhor - afirmou.
Junior Dutra Kashima Antlers (Foto: Divulgação)Júnior Dutra: cheio de moral no futebol japonês (Foto: Revista oficial do Kyoto Sanga)
O apelido de samurai veio justamente no Kyoto Sanga. Após tirar fotos como o tradicional guerreiro japonês para uma revista do clube, o atleta não parou mais de fazer gols - marcou 14 pela equipe em 68 jogos. Por isso, o personagem virou uma marca do jogador, que sempre comemora seus gols "matando" os companheiros com uma espada imaginária.
- Foi legal me passar por samurai e aprender mais sobre a cultura japonesa. A fantasia ficou legal, tiveram essa ideia por causa da minha identificação muito forte com o clube e com a torcida do Kyoto. Fico muito contente pelo reconhecimento - agradeceu.
Junior Dutra Kashima Antlers (Foto: Divulgação)Júnior Dutra vive boa fase no Japão (Divulgação)
A função de centroavante, aliás, não era a que tradicionalmente Júnior desempenhava no Santo André, clube onde ganhou destaque no Brasil pelas atuações nas temporadas de 2008 e 2009. Antes meia, o jogador virou atacante no Japão, posição em que acabou se dando bem.
No Ramalhão, ele usava a camisa 11, a mesma do amigo Neymar no Peixe. Natural de Santos e ex-jogador do clube, por onde atuou dos 10 aos 15 anos na base, Júnior admite que tem o sonho de um dia atuar pelo Alvinegro.
- Convivi minha vida inteira no Santos, pois além de jogador, na época meu pai era diretor (da base). Minha família é santista, tenho um carinho imenso pelo time. Um dia, se tiver oportunidade, gostaria de voltar a atuar com a camisa do Santos, já que não tive oportunidade de chegar ao profissional, e realizar o sonho do meu pai, que é santista roxo - contou.

Ring Girls nada! 'Showgirls' mostram que brasileiras também estão em alta

Provando que não deixam nada a desejar às animadoras do UFC, modelos do showbol viram atração esbanjando sensualidade pelo país afora

Por Flávio Dilascio Rio de Janeiro
Criada nos EUA, a cultura dos animadores de eventos esportivos invadiu o Brasil. No showbol, um time de modelos vem fazendo a alegria do público masculino desde o início do ano. Com idades entre 18 e 26 anos, meninas dos mais variados típicos físicos são as novas estrelas da modalidade. Mostrando que não deixam nada a desejar às famosas ring girls do UFC, as brasileiras esbanjam simpatia e sensualidade nas competições pelo país afora.
Belas modelos roubam a cena no showbol (Foto: Divulgação)Modelos roubam a cena no showbol e viram uma atração à parte nas competições (Foto: Divulgação)
No Campeonato Paulista, que terá a sua fase final neste final de semana, as "showgirls" que vêm se destacando são as louras Juliana Mello, Kathleen Guedes e Kathelly Brittz, a mulata Catarina Braga e a morena Kelly Menezes. Escolhidas através de uma seleção de modelos, as quatro sabem que, além de beleza, é preciso ter muito carisma para lidar com o público.
- Estava fazendo animação de um show musical em Mangaratiba, quando conheci o Bola Sete (principal animador do showbol). Ele me falou que estava havendo uma seleção de meninas para trabalharem no showbol e me indicou à organização. Acabou que fui selecionada e hoje estou aqui - conta Kathleen.
Moradora de Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, a loura de 19 anos é uma apaixonada por esportes em geral, principalmente o futebol. Ex-jogadora de Fluminense e Flamengo, Kathleen desfila diariamente o seu talento nas areias de Ipanema, onde pratica futevôlei, sua nova paixão.
Modelos chamam a atenção no Carioca de showbol (Foto: Ricardo Cassiano/Divulgação)Kelly (à esq.) e Kathelly esbanjam sensualidade em
partida de showbol (Foto: Ricardo Cassiano/Divulgação)
- De todas as meninas do showbol, sou a que tem mais intimidade com a bola. Sou apaixonada por futebol desde pequena e, por isso, estou sempre fazendo embaixadinhas e jogando altinho nos intervalos dos jogos de showbol - diz ela que tem a showgirl Bruna Stucchi como principal parceira de altinho.
Flamenguista, Kathleen revela que está "enrolada". De acordo com a loura, o seu ficante não tem ciúmes da sua profissão. Ela diz, inclusive, que o parceiro lhe dá apoio.
- Ele me incentiva porque é um trabalho como qualquer outro - destaca.
Demonstrando bom humor, ela afirma que o assédio dos torcedores é inevitável, embora o contato maior seja com as crianças.
- Elas acham que nós somos de outro mundo e nos tratam como super-heroínas - diverte-se a "musa dos baixinhos".
Belas modelos roubam a cena no showbol (Foto: Ricardo Cassiano/Divulgação)Time de showgirls tem beldades para todos os gostos (Foto: Ricardo Cassiano/Divulgação)
Diferentemente de Kathleen, a showgirl Catarina Braga tinha pouco contato com futebol antes de ser chamada para trabalhar no showbol. Com 1,74m de altura, a mulata de 21 anos já jogou vôlei e praticou natação, antes de tornar-se modelo profissional de eventos.
- Não conhecia o showbol antes de me candidatar à seleção e ser chamada para trabalhar aqui. Estou adorando, pois está sendo uma experiência muito diferente - afirma ela, que também trabalha em eventos para empresas ou lançamentos de produtos.
Torcedora do Fluminense, Catarina jura que trabalha com a mesma animação, mesmo quando o seu Tricolor não está nos melhores dias.
Juliana Mello, modelo do showbol (Foto: Reprodução Facebook)Juliana Mello: 'Eles assediam, mas não de uma forma
ofensiva (Foto: Reprodução Facebook)
- Torço pelo Fluminense, mas, em primeiro lugar, torço por mim, e a minha função é animar a torcida independentemente do resultado - ressalta.
Moradora de Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio, ela tem namorado e, em breve, ficará noiva. Sincera, a mulata diz que o assédio nos jogos existe, mas de uma forma respeitosa.
- Os torcedores brincam muito, tiram fotos, elogiam, mas nunca me desrespeitaram. Os jogadores também sempre me trataram com respeito e isso é muito bom. Meu namorado aceita a minha função numa boa. Gostar eu não sei se ele gosta, aliás, nenhum namorado de modelo gosta, não é? - brinca a bela.
Se Catarina está comprometida, o mesmo não se pode dizer da colega Juliana Mello. Aos 24 anos, a loura está solteira, mas, mesmo assim o contato com os torcedores e fãs mais animados é absolutamente profissional.
- Eles assediam, mas não de uma forma ofensiva. Acho que isso é inevitável em um lugar onde há muitos homens. Se eu tivesse namorado, talvez ele não gostasse do meu trabalho por causa disso. Acho que há um certo preconceito com as mulheres que trabalham em eventos - comenta.
Belas modelos roubam a cena no showbol (Foto: Divulgação)Catarina (à esq.) chama a atenção pelos seus 1,74m de altura (Foto: Divulgação)
Moradora de Bangu, na Zona Oeste do Rio, Juliana concilia a função de showgirl com o trabalho no departamento de pessoal de uma firma carioca. Flamenguista, ela afirma que sempre gostou de assistir futebol.
- Sempre gostei de futebol e agora estou tendo a oportunidade de ver grandes jogadores de perto - frisa ela.
Belas modelos roubam a cena no showbol (Foto: Divulgação)Meninas recebem o time do São Paulo, em partida do
Campeonato Paulista deste ano (Foto: Divulgação)
Motivada com a função, ela espera que o trabalho de animadora de eventos esportivos cresça ainda mais no país.
- Todo mundo gosta do nosso trabalho, que antes era uma coisa que quase não existia no Brasil. Quem sabe no futuro isso não se estende a outros esportes - finaliza.
O Campeonato Paulista de showbol recomeça neste sábado, com a disputa da semifinal. Classificado como líder do grupo A, o Santos enfrenta o Guarani, enquanto o São Paulo, primeiro do grupo B, pega a Ponte Preta. O SporTV transmite as duas partidas ao vivo, a partir das 11h30m. A decisão está marcada para domingo.

Da briga pelo título à crise na Ferrari, três anos conturbados para Massa

Após beliscar o campeonato em 2008, sequência de acontecimentos negativos põe o brasileiro em momento difícil na F-1, sem conseguir pontuar nas provas

Por Felipe Siqueira Rio de Janeiro
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Massa busca reação na F-1 (Foto: Getty Images)Massa busca reação na F-1 (Foto: Getty Images)
Há pouco mais de três anos, Felipe Massa esteve a uma curva de chegar ao topo da Fórmula 1. Na prova histórica de 2008 em Interlagos, viu o campeonato escapar após cruzar a bandeirada, quando Lewis Hamilton se sagrou campeão. Àquela altura, o brasileiro parecia destinado a brigar por títulos, mas uma avalanche de acontecimentos negativos o empurrou ladeira abaixo. O grave acidente de 2009, a chegada de Fernando Alonso como companheiro de equipe; as profundas mudanças no regulamento da categoria; a Ferrari penando para se adaptar... e o resultado é que o Massa de 2012 não consegue sequer avançar ao Q3 nos treinos classificatórios ou pontuar nas corridas.
Após terminar o GP da Malásia em 15º lugar e ver Alonso levar a criticada Ferrari ao lugar mais alto do pódio, Massa se encontra diante de uma encruzilhada. E em vez de aproveitar as três semanas de folga da F-1 para visitar a família no Brasil, seguiu para a fábrica da escuderia em Maranello para trabalhar com engenheiros e, quem sabe, buscar respostas para algumas perguntas: o que o futuro lhe reserva? A vaga na Ferrari está ameaçada? Quando tudo começou a dar errado?
- Quando veio aquela ordem na Alemanha, a casa dele caiu – lembra Luciano Burti, comentarista de Fórmula 1 da TV Globo, referindo-se à mensagem da Ferrari pelo rádio no GP em 2010.
Chefe da Ferrari com Alonso e Massa no pódio da Alemanha em 2010: situação constrangegora (Foto: AFP)Chefe da Ferrari com Alonso e Massa no pódio da Alemanha em 2010: situação constrangedora (Foto: AFP)
Na ocasião, a equipe pediu que o brasileiro abrisse passagem para o espanhol, com a famosa frase “Fernando está mais rápido que você”. Burti acredita que as mudanças na carreira de Massa envolvem uma série de fatores, mas vê a prova na Alemanha como um momento simbólico, justamente quando completava exatamente um ano do acidente de 2009, em que foi atingido por uma mola do carro de Barrichello e precisou se afastar do restante da temporada.
Placar em corridas:
Massa x Companheiros
2011 Massa 3 x 16 Alonso
2010 Massa 5 x 14 Alonso
2009 Massa 5 x 4 Raikkonen
2008 Massa 12 x 6 Raikkonen
2007 Massa 5 x 12 Raikkonen
- Quando ele voltou, seu parceiro era Alonso, e a Ferrari já não tinha um carro tão bom. Antes ele era o querido da equipe. O Raikkonen, frio, não cativava ninguém lá dentro. E o Alonso tem muita força, tem um jeitão latino, fala italiano, é influente, conquistou a equipe. Felipe foi perdendo espaço. A prova na Alemanha seria sua recuperação, era um ano depois do acidente em que ele quase morreu. Era simbólico. Aquilo teria mudado a história. Isso deve ter abalado a autoconfiança dele. Ali percebeu que não tinha o apoio que tinha antes, que era segundo piloto. E quando o cara está sem confiança, está sobrecarregado, começa a tentar pilotar mais do que o carro. É o que chamamos de "overdriving", "escorregar na baba". O cara "baba" tanto em busca de ser mais rápido que exagera, freia mais tarde, vira o volante mais do que o necessário e acaba errando - analisa Burti.
E os números depõem a favor da teoria. Quando retornou às pistas após o acidente, mesmo não estando 100%, começou bem a temporada de 2010, subindo ao pódio no Bahrein (2º) e na Austrália (3º). Mas do episódio na Alemanha em diante, os resultados expressivos tornaram-se cada vez mais raros. O brasileiro chegou entre os três primeiros apenas mais duas vezes nas 29 corridas até hoje, tendo passado em branco em 2011, tornando-se o primeiro piloto titular da Ferrari desde Ivan Capelli em 1992 a não subir ao pódio em uma temporada.
Massa Interlagos 2008 2 (Foto: AFP)Massa já viveu bons momentos na Fórmula 1. Em 2008, esteve perto de conquistar o título  (Foto: AFP)
Números de Massa na Ferrari
Ano Pódios Vitórias Provas
2011 0 0 19
2010 5 0 19
2009 1 0 9
2008 10 6 18
2007 10 3 17
2006 7 2 1
Algo muito diferente dos momentos de brilhantismo que já teve na F-1. Vale lembrar, que dos 30 brasileiros que já passaram pela principal categoria do automobilismo mundial, Massa é um dos seis que venceram corridas, 11 ao todo. Em 2008, além de bater com folga o companheiro Raikkonen, quase quebrou um jejum de 17 anos do país sem títulos, o que o colocaria no seleto grupo de campeões nacionais, formado por Ayrton Senna, Nelson Piquet e Emerson Fittipaldi.
Lito Cavalcanti, comentarista de automobilismo do SporTV, concorda que o episódio na Alemanha possa ter abalado Massa, mas acredita que o piloto já tenha o superado.

- O ocorrido na Alemanha pode o ter abatido naquele momento. Ele era o filho querido na Ferrari, e de repente levou uma punhalada nas costas. De caçulinha, passou a filho bastardo. Mas acredito que ele já tenha superado. Felipe tem uma resistência psicológica muito grande. Ele não é de sensibilidade aflorada, não acredito que tenha tanta influência até hoje - disse.
Felipe Massa rodou em Melbourne e abandonou treino (Foto: EFE)DIficuldades com os novos compostos (Foto: EFE)
Para Lito, a grande dificuldade do brasileiro é adaptar seu estilo de pilotagem à nova geração de pneus Pirelli, que possuem um desgaste acentuado proposital, com o objetivo de aumentar o número de ultrapassagens e movimentar as corridas.
- Vejo uma possibilidade muito forte de a mudança de pneus ter influenciado diretamente nesta fase dele. Antes, a Bridgestone não tinha concorrência e fornecia pneus duros, muito resistentes, com as laterais reforçadas, que permitia os pilotos entrarem nas curvas pisando no freio, muito diferente dos compostos atuais da Pirelli. Agora os carros exigem um estilo de pilotagem muito diferente. E o Felipe Massa acabou não se adaptando. Assim como o Schumacher também não, o Webber é outro que também tem dificuldades - completou.
Jogo de equipe
GP da Alemanha 2010
Antes 30 pódios em 72 corridas
na Ferrari
Depois 5 pódios em 39 corridas na Ferrari
Acidente
GP da Hungria 2009
Antes 28 pódios em 62 corridas na Ferrari
Depois 5 pódios em 39 corridas na Ferrari
Recentemente, o Dr. Sid Watkins, delegado da equipe médica e de segurança da F-1 por 26 anos, afirmou que o prazo de recuperação em acidentes como o sofrido por Massa é bem longo e que a volta dele às pistas teria sido um pouco precipitada, o que poderia ter prejudicado o piloto. Para Watkins, apenas este ano o brasileiro estaria recuperando sua forma plena e poderia voltar a crescer. Entretanto, as exibições de Massa nas duas primeiras provas do ano não deram sinais de reação.
Com contrato válido apenas até o fim de 2012 e com uma temporada ruim em 2011 nas costas, a permanência de Felipe Massa na Ferrari no próximo ano é complicada. Além disso, os rumores que apontam Sergio Pérez, piloto da Sauber e membro da Academia da Ferrari, como substituto do brasileiro cresceu após a brilhante atuação do mexicano no GP da Malásia. Para Burti, a fase é difícil, mas não é impossível de ser revertida.
- A situação de Massa na Ferrari não é irreversível, mas é muito complicada. Ele precisa de uma boa exibição para recuperar a confiança, um bom resultado, principalmente superando o Alonso. Pode ser o empurrão que ele precisa, pode fazer a diferença - concluiu. Como o próprio presidente da escuderia, Luca di Montezemolo, alertou no início do ano: "Massa tem que fazer algo grande, depois de uma temporada não tão positiva".