Medina passa em 2º na estreia em Sunset: "Estou aqui para me divertir"
Líder do ranking mundial, brasileiro fica atrás de Dusty Payne e vai enfrentar
Alejo na quarta fase da etapa do WQS, segunda joia da Tríplice Coroa Havaiana
Por Carol FontesDireto de Oahu, Havaí
A
tempestade que se formou no Oceano Pacífico entre a Califórnia e o
Havaí chegou com força ao North Shore da ilha de Oahu, provocando ondas
de 3m. Debaixo de chuva e com o mar revolto,
Gabriel Medina
fez sua estreia na segunda etapa da Tríplice Coroa Havaiana, em Sunset
Beach, surfando sem pressão. Líder do ranking mundial, ele encarou o
americano Dane Gudaukas, o australiano Connor O'leary e o havaiano Dusty
Payne. Em disputa complicada, o brasileiro começou atrás dos rivais,
mas, aos poucos, foi se soltando, se recuperou e conseguiu um segundo
lugar, avançando para a a quarta fase da competição, válida pela divisão
de acesso (WQS) ao Circuito Mundial de Surfe (WCT).
Gabriel Medina passa em segundo na estreia em Sunset (Foto: ASP)
O
havaiano Dusty Payne venceu com uma soma de 16,17 (8,17 +8), contra um
12,17 de Medina (5,67 + 6,50). O resultado coloca o brasileiro na quarta
fase, já com rivais definidos: Alejo Muniz, o australiano Davey Cathels
e Jonathan González, das Ilhas Canárias.
Confortável nas
ondas do North Shore, Medina contou que queria apenas se divertir. Como
precisa disputar duas etapas do WQS, ele escolheu Maresias e Sunset
Beach, onda que considera "agradável e divertida".
Fã pede para tirar foto com Medina após a estreia em Sunset (Foto: Carol Fontes)
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Estou aqui apenas para me divertir, sem pressão. Participei de uma
etapa Prime e precisaria disputar outra, então escolhi essa. Gosto da
onda aqui em Sunset, é uma onda divertida e agradável de surfar. Estou
satisfeito, Sunset é uma onda divertida, e espero seguir em frente na
competição. Estou com uma boa prancha, e contente por estar competindo
aqui. Vim para me divertir e acabei passando (risos). Meu foco é Pipe -
disse o jovem de 20 anos, muito assediado ao sair da água, seja para
distribuir autógrafos em bonés e camisetas ou para fotos e "selfies".
Menino leva camisa do Brasil para fazer "selfie" dom Medina (Foto: Carol Fontes)
Medina
não competiu em Haleiwa, primeira joia da Tríplice Coroa
Havaiana, e usa o WQS de Sunset como preparação para o Pipe Masters,
última etapa do WCT, onde, a partir de
segunda-feira, ele, o australiano Mick Fanning e o americano Kelly
Slater lutam pelo título de campeão da temporada. Gabriel chegou ao
Havaí no dia 22 de novembro e desde então, tem treinado nos tubos
perfeitos de Pipeline. O atleta de Maresias, São Sebastião (SP), está
"blindado" e aproveitou os últimos swells para surfar no palco do evento
em que pode fazer história com o inédito título mundial para o Brasil.
A bateria
Dusty
Payne começou a bateria com tudo, com um 8,17 logo em sua primeira
onda. Medina tentou o troco, mas não conseguiu executar as melhores
manobras e acabou não finalizando a onda, tirando 0,77. Na segunda onda,
Medina conseguiu um 5,17 e manteve-se no segundo lugar com 5,94, atrás
de Payne, mas à frente de Gudauskas e O'leary. Com duas boas ondas, Dane
Gudauskas assumiu a ponta com um 8,23 (3,83 + 4,40), com Medina caindo
para terceiro.
Na segunda metade da bateria, Payne conseguiu uma
segunda boa onda, anotou 4,83, e chegou ao total de 13,00, reassumindo a
ponta. Em sua quinta onda, Medina tirou da cartola boas rasgadas e
batidas, anotando 5,67 e assumindo a segunda colocação, com 10,84, o
suficiente para seguir na competição. Payne, por sua vez, teve outra
ótima onda, chegando a uma combinação de 16,17 com um 8,00 cravado. No
finzinho da bateria, Medina fez sua melhor onda, com boas batidas e
velocidade, tirando um 6,17 e confirmando o segundo lugar.
Gabriel Medina está se preparando para a última etapa do WCT (Foto: Divulgação/ASP)
o que medina precisa para ser campeão do mundo
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Se Medina perder na segunda (25º) ou na terceira fase (13º) em
Pipeline, precisa torcer para Slater não vencer a etapa, e Fanning não
chegar às semifinais. Caso Fanning pare nas quartas, os dois farão uma
bateria homem a homem para decidir o caneco.
- Se perder na quinta fase (9º), tem que torcer para Mick não chegar à final.
- Se perder nas quartas (5º) ou nas semis (3º), tem que torcer para Mick não vencer a etapa.
- Se chegar à final, conquista o título, independentemente do resultado de Mick.