segunda-feira, 21 de abril de 2014

Smash Fight anuncia parceria com gigante chinesa de motocicletas

Disputas de título e superlutas terão motos como prêmios para vencedores

Por Rio de Janeiro
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O Smash Fight acertou uma parceria com uma montadora chinesa, a Dayang, e vai passar a dar motos para os vencedores de disputas de cinturão e superlutas. A primeira vez que a novidade vai passar a valer é já na próxima edição, marcada para 30 de maio, no Rio de Janeiro.
Smash Fight 2 (Foto: acervo)Próxima edição do Smash Fight será no dia 30 de maio, no Rio de Janeiro (Foto: acervo)
Serão duas lutas valendo título - no peso-mosca e no peso-galo -, além de mais duas superlutas, com um total de quatro motos a serem distribuídas entre os vencedores. Os nomes dos atletas devem ser anunciados na próxima semana.
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Para o evento do Rio de Janeiro, estão previstas duas disputas de cinturão (no peso-mosca e no peso-galo) e duas superlutas (no peso-meio-médio e no peso-pesado, além de outras quatro lutas no card. Ou seja, serão quatro motos Dayang em jogo na noite.

Werdum esquece parte da luta e lamenta ficar sem bônus: "Merecia"

Brasileiro não se lembra de knockdown, apesar de ter resistido bem, e diz: "Acho que aguento bastante porrada porque não levei muitas na vida ainda"

Por Direto de Orlando, EUA
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Fabricio Werdum se apresentou muito bem na noite de sábado, em Orlando (EUA), e conquistou uma vitória dominante sobre o americano Travis Browne após cinco rounds de luta. O peso-pesado brasileiro, no entanto, não foi agraciado com o bônus de US$ 50 mil para as duas melhores performances da noite, que o UFC deu para Donald Cerrone e Alex White. De forma bem-humorada, ele lamentou a decisão e disse que merecia o prêmio:
- Pô, fiquei chateado. Eu estava empolgadão, porque eu lutei bem, né? É difícil falar agora porque não vi a luta, e sempre quando você vê a luta depois é outra coisa. Eu queria ter ganhado. É um dinheiro a mais. Sempre é bom, né? Acho que eu merecia. Vamos ver se o Dana de repente me enxerga uma mixaria (risos) - afirmou, em entrevista ao Combate.com.
O único momento de perigo para Werdum ocorreu na metade do primeiro round, quando sofreu um knockdown após levar socos de Browne em pé e conseguiu inverter a situação, caindo por cima de forma brilhante. Mas o gaúcho, curiosamente, não se lembra muito bem do que aconteceu:
- Eu não me lembro disso aí, velho. Ele veio e "bum!", e eu chamei na raspada (inverter a posição no solo). Para você ver só. Essa movimentação a gente está fazendo direto com o Cobrinha - declarou, referindo ao seu preparador físico e treinador de jiu-jítsu Charles Cobrinha.
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Fabricio Werdum x Travis Browne UFC MMA (Foto: Getty Images)Fabricio Werdum comemora vitória sobre Travis Browne (Foto: Getty Images)
O brasileiro contou que, depois de levar os primeiros golpes de Browne na luta, sentiu que não seria nocauteado e ressaltou sua boa absorção:
- Eu estava bem confiante. Sem subestimar o Travis, senti que a pancada dele é muito forte, mas vi que não iria me nocautear. Claro que, se pega uma em cheio, é óbvio que nocauteia, isso é uma coisa óbvia. Mas eu senti que podia aguentar, porque a minha tolerância é muito boa. Sem ser prepotente, acho que aguento bastante porrada porque não levei muitas na vida ainda, então não estou muito "sonado", como a gente diz, que é quando o cara toma um tapa e já lembra de tudo o que passou. Estou muito feliz, a luta foi muito boa. Os três primeiros rounds foram bem emocionantes, a galera estava indo à loucura mesmo.
Sempre irreverente, Werdum comemorou o momento em que estava no chão e fez uma acrobacia para ficar de pé. Segundo ele, foi resultado de muito treino:
Fabricio Werdum x Travis Browne UFC MMA (Foto: Getty Images)Fabricio Werdum fecha os olhos para soltar o
golpe em Travis Browne (Foto: Getty Images)
- Pude fazer uma coisa que estava louco para fazer. Botei na cabeça que iria fazer aquela levantada. Eu nunca tinha feito e sempre via os caras mais leves da academia fazendo. Aí falei para o Cobrinha que eu queria fazer também. Ele falou para a gente treinar então. Comecei a treinar, vi que estava mais forte a parte abdominal e, quando vi, consegui fazer uma, duas, três. Fiquei muito feliz. Comecei a fazer várias seguidas. Quando rolou a oportunidade na luta, aí "hey! Nem me viu!" - disse, usando um de seus bordões.
Outra situação inusitada do duelo ocorreu no intervalo dos rounds. Werdum notou um problema no adversário e brincou com o árbitro central "Big" John McCarthy:
- Eu cheguei no córner e falei para o árbitro: "Acho que ele quebrou o nariz. Não quer parar a luta?" (risos).
E Werdum mais uma vez escolheu uma música que é sucesso da atualidade no Brasil para entrar no octógono. A de sábado foi o "Lepo Lepo", hit do cantor Psirico:
- A galera curtiu o Lepo Lepo, que é moda no Brasil. Foi só para me identificar e a galera curtir, achar engraçado. Já estou fazendo isso tem um tempo. Sempre boto a música do momento no Brasil. Acho que o Lepo Lepo estava no momento mesmo.
A próxima luta de Fabricio Werdum será contra o campeão Cain Velásquez. O UFC já havia confirmado que o combate será no México, mas ainda não há cidade nem data definidas. Existe a possibilidade de os dois serem os treinadores do primeiro The Ultimate Fighter no México, conforme disse o presidente da organização, Dana White, na coletiva de imprensa pós-evento.

Dana dá bronca em Wand e Sonnen
e expulsa André Dida do TUF Brasil 3

'Você deveria ser preso', diz o presidente ao assistente de Wanderlei. Márcio
Lyoto bate Paulo Borrachinha e conquista primeiro ponto para o Time Sonnen

Por São Paulo
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As imagens da briga entre Wanderlei Silva e Chael Sonnen chegaram até o presidente do Ultimate, Dana White, e o dirigente decidiu reunir treinadores e assistentes para dar uma bronca geral e também anunciar a expulsão de André Dida do TUF Brasil 3. Dida, que era o responsável pela parte de trocação da equipe de Wand, acertou alguns socos por trás em Sonnen enquanto o americano estava no chão com o ex-lutador do Pride.
André Dida TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)André Dida (calção azul) acerta Chael Sonnen por trás durante a briga do americano com Wand (Foto: TV Globo)


O sétimo episódio desta temporada também mostrou a quinta luta das quartas de final. E finalmente a equipe de Chael Sonnen conquistou a primeira vitória, com Márcio Lyoto derrotando Paulo Borrachinha em um duelo equilibradíssimo.

O episódio

O programa deste domingo começou com uma visita de Wanderlei Silva a um hospital de São Paulo. Wand procurou atendimento porque estava sentindo dores em uma das mãos após a briga com Chael Sonnen.
Wanderlei Silva com a mão machucada TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Wanderlei Silva tem a mão enfaixada após receber atendimento médico (Foto: TV Globo)

Depois de examinar o lutador, o médico comunicou que Wanderlei teve uma distensão em um dos músculos da mão. O treinador do time amarelo deixou o hospital com o antebraço direito enfaixada.

- Por isso que a gente tem que colocar uma bandagem na mão e também a luva (para lutar). Qualquer golpe que você dá, há o risco de uma lesão - disse Wanderlei.

Do lado da equipe de Chael Sonnen, a primeira baixa do programa. A lesão no dedo de Cabo Job fez com que a produção do TUF Brasil 3 decidisse que ele não poderia continuar.
Cabo Job com a mão machucada TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Cabo Job com a mão machucada após a luta contra Rick Monstro (Foto: TV Globo)




O próprio Chael Sonnen fez o comunicado a Cabo Job e se mostrou bastante emocionado. Job foi ao encontro dos colegas de equipe e pediu para que todos continuassem firmes no programa. A emoção tomou conta do grupo.

A bronca

Através de uma teleconferência, Dana White reuniu Wanderlei Silva, Chael Sonnen e os assistentes técnicos para uma conversa sobre a briga entre os dois treinadores. O presidente do UFC logo anunciou a expulsão de André Dida.

- Eu gostaria de começar falando com o Dida. Eu gostaria que você deixasse o show. Você tem que sair. O que você fez foi uma desgraça. Bater em Chael enquanto ele estava no chão com o Wanderlei... Isso não corresponde ao que é este esporte, e você tem que deixar o show. Você deveria ser preso, para ser honesto - disse Dana.
Reunião com Dana White TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Dana White reúne os comandantes das duas equipes para anunciar expulsão de Dida (Foto: TV Globo)


Logo depois, o dirigente voltou a sua ira para os Wanderlei Silva e Chael Sonnen. Dana pediu uma trégua entre os dois até o fim das gravações.

- Sobre vocês (Wanderlei Silva e Chael Sonnen), eu sei que um não gosta do outro. É divertido, legal... Mas temos viajado o mundo por anos tentando regulamentar este esporte. Se vocês querem lutar de graça, eu vou adorar não ter de pagar vocês. Seria ótimo! Vocês são atletas profissionais, nós pagamos muito dinheiro para vocês competirem e assim decidir quem é o melhor. Vocês estão em um programa comandando jovens lutadores, e o que eles vão fazer depois de ver isso? Façam-me um favor: mostrem um pouco de respeito pelo esporte, mostrem um pouco de respeito por vocês mesmos e vamos manter as coisas no lugar até o fim da temporada.

Wanderlei Silva e Chael Sonnen concordaram, e o brasileiro foi até o seu time comunicar a saída de André Dida. Wand assumiu que todos erraram. E Dida tentou se explicar:

- Primeiro, eu queria separar, mas, quando cheguei perto, já era outra situação. Era meu coração que estava ali, não era minha mente. Então eu quis fazer...

- Fez o que todo mundo queria fazer, que era bater nesse filho da p... E agora vai ficar ruim para todo mundo - declarou Wanderlei Silva, interrompendo Dida e dando a entender que o grupo ficará mais motivado.
Wanderlei Silva e André Dida TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Wanderlei Silva comunica à equipe a saída de André Dida (dir.) (Foto: TV Globo)

Com a bronca dada, chegou a hora de anunciar a próxima luta. Wanderlei Silva continuava com o direito de escolha e convocou Paulo Borrachinha, da sua equipe, para enfrentar Márcio Lyoto. É a terceira luta das quartas do peso-médio. Wagnão Alves e Ricardo Demente já estão nas semifinais.

- Borrachinha foi a minha segunda escolha, e o Lyoto foi a primeira deles. Então, é um combate de alto nível. A gente está muito confiante de que vai sair vitorioso deste combate também - explicou Wand.

- Temos um cara que gosta de socar e chutar, que é o Lyoto. E temos outro que gosta de trabalhar a luta no chão, o Borrachinha. Vai ser a luta mais dura que poderíamos ver - analisou Chael Sonnen.

Shogun visita equipe de Wanderlei

Paulo Borrachinha e Márcio Lyoto são dois lutadores fortes para a categoria, mas conseguiram bater o peso sem maiores problemas. Borrachinha bateu 83,9kg, contra 83,7kg de Lyoto.
Na preparação para o duelo, Maurício Shogun fez uma visita à equipe de Wanderlei Silva. No encontro, a revelação dos apelidos dos dois na época em que treinavam juntos na Chute Boxe de Curitiba: Wand chamou o amigo de "Bolinha", e Shogun retribuiu com "Lambreta".
Maurício Shogun e Wanderlei Silva TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Maurício Shogun, o "Bolinha", encontra o amigo Wanderlei "Lambreta" Silva (Foto: TV Globo)




Antes da luta, foi revelada mais uma candidata a musa do TUF Brasil 3. Patrícia Andrade tem 29 anos, é atriz e gosta de surfar. Ela disse que para ser a musa, tem que entender um pouco de luta.
Patrícia Andrade TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Patrícia Andrade é a candidata a musa do TUF Brasil 3 do sétimo episódio (Foto: TV Globo)


Márcio Lyoto venceu Paulo Borrachinha por decisão dividida

Sem muitos estudos por parte dos atletas, a luta foi para o clinch logo no início. Após trocas de pegadas, Borrachinha conseguiu desequilibrar o rival e levou a luta para o chão. O lutador do time amarelo controlou bem o adversário e trabalhou o ground and pound com direito a um soco fortíssimo de cima para baixo. Logo depois deste golpe, Márcio Lyoto se ajoelhou para tentar se levantar. Borrachinha não perdeu a chance e pulou em suas costas.
Márcio Lyoto x Paulo Borrachinha TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Borrachinha tem a chance de finalizar com uma guilhotina, mas não consegue (Foto: TV Globo)
Mesmo com Lyoto em pé, Paulo Borrachinha continuou em suas costas e esteve bem perto de encaixar o mata-leão. O lutador do time verde não se desesperou e defendeu o estrangulamento de forma bem técnica. Ele conseguiu girar, mas caiu em uma guilhotina do rival. Borrachinha mais uma vez teve a vitória nas mãos. Lyoto teve que se jogar no chão para defender o golpe. Nos segundos finais, ele enfim saiu de baixo.

No segundo round, Márcio Lyoto voltou mais ativo na trocação. Ele acertou uma sequência de chutes variados e obrigou Paulo Borrachinha a buscar o clinch de novo. Desta vez, porém, o lutador do time verde defendeu bem as quedas. Lyoto ainda arriscou um triângulo de mão enquanto o adversário queria derrubá-lo.

Paulo Borrachinha pressionava o rival contra a grade, mas não acertava golpes. Para completar, levou uma bela queda de Márcio Lyoto. A luta voltou para a trocação, e Borrachinha acertou um bom jab. Eles voltaram para o clinch, e o round terminou com a dúvida de quem venceu o segundo período. Os jurados, porém, avisaram que seria necessário um terceiro para decidir o vencedor.

Assim como no segundo round, Márcio Lyoto variou bem os chutes no início. Um deles acertou o rosto de Paulo Borrachinha, que balançava a cabeça como se quisesse mostrar que os golpes não tinham efeito. O lutador da equipe de Sonnen acertou um forte direto e levou o adversário a knockdown. Borrachinha buscou a reação e derrubou o adversário, mas não o manteve por muito tempo por baixo.
Márcio Lyoto x Paulo Borrachinha TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Direto de Márcio Lyoto pega em cheio no rosto de Paulo Borrachinha (Foto: TV Globo)


Márcio Lyoto se levantou, e a luta ficou travada no clinch. O árbitro interferiu e mandou ambos se levantarem. Cansado, Borrachinha pulou nas pernas do rival para derrubar. Não conseguiu e ficou caído. Com outra interferência do árbitro, o duelo voltou para a trocação.

Sabendo que estava em vantagem, foi a vez de Márcio Lyoto buscar o clinch. Os dois lutadores ficaram disputando a melhor pegada, até que o integrante do time de Sonnen derrubou nos segundos finais. Na decisão dos jurados, deu Lyoto por decisão dividida.

- Esta com certeza foi a luta mais difícil da minha carreira. Foi um lutão. Graças a Deus deu tudo certo, e veio mais uma vitória - comentou Lyoto.

O duelo, entretanto, trouxe consequências ruins para o lutador do time verde. Ele machucou o pé esquerdo em um dos chutes baixos que deu em Paulo Borrachinha. Saiu do octógono mancando e foi parar no hospital.
Márcio Lyoto TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Márcio Lyoto tem o pé esquerdo enfaixado após a luta (Foto: TV Globo)


Time Wanderlei recupera poder de escolha

Apesar da vitória de Márcio Lyoto, Chael Sonnen não terá a oportunidade de escolher a próxima luta, no peso-pesado. Em novo desafio entre as equipes para decidir quem teria a opção de casar o combate, o time de Wanderlei Silva mais uma vez levou a melhor.

A prova era simples: quatro lutadores de cada equipe foram enrolados e colocados no chão. Para vencer, todos os componentes tinham que se levantar sem a ajuda de ninguém.
Prova TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Enrolados, lutadores tinham que se levantar sem a ajuda das mãos (Foto: TV Globo)


Os quatro lutadores do time amarelo se levantaram antes mesmo do primeiro da equipe de Chael Sonnen e venceram a prova. Assim, Wanderlei irá escolher a próxima luta.

"Luto com Sonnen se for preciso para provar que não sou covarde", diz Dida

Treinador expulso do TUF Brasil 3 entende decisão de Dana White, apesar de ter achado as palavras usadas duras demais, e afirma não saber se repetiria seu ato

Por Rio de Janeiro
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Um dos treinadores auxiliares do time de Wanderlei Silva na terceira temporada do The Ultimate Fighter Brasil, André Dida ganhou os holofotes ao entrar no meio da briga do amigo e dar socos em Chael Sonnen. Como consequência de seu ato, foi expulso do reality show pelo presidente do UFC, Dana White, que o condenou com veemência e disse até que ele deveria ser preso, conforme mostrou o episódio do último domingo. Bombardeado nas redes sociais, Dida se defendeu. Ele admitiu que errou e afirmou ter agido no instinto, e que por isso não sabe se faria de novo. Após ser chamado de covarde por Sonnen, o treinador e lutador fez um desafio.

- Se fosse covarde não subiria no ringue, ficaria em casa. Já lutei com grandes nomes da minha categoria durante minha carreira e estou dentro do maior evento de muay thai do mundo, que é o K-1. Minha luta está fechada para julho. Me julgam pela minha atitude, mas sei que posso terminar o que comecei. Luto com Sonnen se for preciso para provar que não sou covarde - declarou, em entrevista por e-mail.
Wanderlei Silva e André Dida TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Wanderlei Silva e André Dida após o comunicado de Dana White (Foto: TV Globo)
Dida entendeu a medida tomada por Dana White, apesar de ter achado as palavras usadas exageradamente duras, e afirmou que faria o mesmo se estivesse na posição dele:

- Se eu fosse o dono do evento e do programa, teria a mesma postura, pois é preciso agir assim até para dar o exemplo aos outros participantes. E ele não poderia expulsar o Wanderlei e nem o Sonnen, pois aí o programa acabava. Então eu tive que ser punido para que todos aprendessem com a situação. Mas acho que não precisava ter sido tão duro com as palavras, as regras no Brasil são diferentes. Exemplo: nos EUA é normal eles se ofenderem verbalmente, ficam quase rosto com rosto, muito próximos, mas se eles se tocarem vão presos. Já no Brasil é diferente, o brasileiro tem mais cuidado com as palavras, pois se começa a agredir verbalmente, para nós isso já é uma agressão e um início para uma briga

André Dida também saiu em defesa de Wanderlei Silva e criticou a parte do povo brasileiro que está a favor de Sonnen após todo o histórico dele de provocações ao país. Ele acredita que não terá sua carreira de treinador prejudicada de alguma forma pelo acontecido. E a metade da camisa que arrancou das costas do americano no futuro pode virar quadro em sua academia, a Evolução Thai, em Curitiba. A seguir, veja a entrevista com Dida na íntegra:

GLOBOESPORTE.COM: Como tem sido a repercussão da sua participação na briga? As pessoas têm te condenado muito nas ruas, nas redes sociais?
ANDRÉ DIDA: Pessoalmente a maioria das pessoas aperta a minha mão e me dá os parabéns, fala que fariam o mesmo, mas nas redes sociais fui muito condenado, sim. Acharam minha atitude covarde. Para mim foi o contrário. Covarde seria se não tivesse feito nada para ajudar meu amigo que considero um irmão. Essas pessoas que estão me julgando pelo jeito só estão acompanhando o TUF 3 e não sabem de toda a história do Sonnen contra os brasileiros e o desrespeito dele à nossa nação e aos outros atletas, como Anderson Silva, Minotauro e Wanderlei. Além disso, se fosse covarde não subiria no ringue, ficaria em casa. Já lutei com grandes nomes da minha categoria durante minha carreira e estou dentro do maior evento de muay thai do mundo, que é o K-1. Minha luta está fechada para julho. Me julgam pela minha atitude, mas sei que posso terminar o que comecei. Luto com Sonnen se for preciso para provar que não sou covarde.

 Já lutei com grandes nomes da minha categoria durante minha carreira e estou dentro do maior evento de muay thai do mundo, que é o K-1. Minha luta está fechada para julho. Me julgam pela minha atitude, mas sei que posso terminar o que comecei
André Dida, sobre briga com Sonnen
 De alguma maneira você se arrepende do que fez? Faria de novo?
Sempre faço de tudo para evitar brigas. Concordo que devemos lutar e não brigar. Na minha academia minha filosofia é não brigar na rua, e é claro que dou minha punição aos alunos ou atletas que fazem isso. Na hora ali, no calor do momento, foi meu instinto que falou mais alto. Se faria de novo, não sei, só passando por isso novamente para saber como agiria. Talvez não, não sei. As pessoas que me conhecem sabem da minha postura e conduta, e não é à toa que já treinei com grandes nomes que estão no UFC e já fui e estou sendo treinador de grandes atletas, como vocês têm acompanhado meu trabalho.

Vamos voltar à cena do acontecimento. Conte-nos o que passou pela sua cabeça naquele exato momento.
Estávamos todos esperando para entrar na gravação. O Wand e o Sonnen estavam próximos, e nós estávamos olhando por uma fresta dentro do vestiário, pois só os dois podiam estar ali para a cena da gravação no momento. Quando eu vi o Wand se posicionando para lutar, saí correndo para evitar esse confronto. Minha intenção era segurar o Wanderlei, pois sabia que ele iria partir para cima. Quando cheguei, o cenário já era outro, o inimigo número 1 do Brasil agredindo meu "irmão", que estava por baixo. Eu não queria que ele agredisse o Wanderlei e comecei a bater para que ele saísse de cima e viesse para cima de mim. Mas não foi isso que aconteceu. Aí os atletas seguraram a situação. Mas não parei de bater nele, pois vi que ele continuava resistente naquela posição e não largava o Wanderlei. Cheguei a rasgar a camiseta dele, pois puxei de cima e mesmo assim ele não saiu. Engraçado que, além de toda a m*** que ele falou de uma nação, ele parte para cima do Wanderlei e não quer parar a briga. E eu que fiquei como o covarde (risos).

Você me disse que faria um quadro com a camisa do Sonnen e colocaria na sua academia. Está de pé isso? Já fez?
No momento não, mas talvez eu vá colocar, sim, pois não deixa de ter sido um fato que marcou a minha vida.

O Dana White foi duro ao te expulsar do TUF e disse que você deveria ser preso. Acha que ele foi injusto? 
Se eu fosse o dono do evento e do programa, teria a mesma postura, pois é preciso agir assim até para dar o exemplo aos outros participantes. E ele não poderia expulsar o Wanderlei e nem o Sonnen, pois aí o programa acabava. Então eu tive que ser punido para que todos aprendessem com a situação. Mas acho que não precisava ter sido tão duro com as palavras, as regras no Brasil são diferentes. Exemplo: nos EUA é normal eles se ofenderem verbalmente, ficam quase rosto com rosto, muito próximos, mas se eles se tocarem vão presos. Já no Brasil é diferente, o brasileiro tem mais cuidado com as palavras, pois se começa a agredir verbalmente, para nós isso já é uma agressão e um início para uma briga. Nesse caso foi isso, o Sonnem começou a agressão verbal, pois estava acostumado a isso, é da cultura dele, mas como o Wand é brasileiro e tem outra cultura, a briga acabou acontecendo principalmente pelo contato físico (empurrão) do Sonnen no corpo do Wanderlei.
Reunião com Dana White TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Reunião com Dana White no centro de treinamento do TUF Brasil (Foto: TV Globo)
Os lutadores defendem o lema do "não brigue, lute". Como você acha que fica a imagem do Wanderlei e do Sonnen após essa briga?
Realmente o lema é não brigar e sim lutar. Toda e qualquer luta deve acontecer apenas dentro de um octógono ou ringue. Esse é o correto. Infelizmente, o Wanderlei também está sendo muito julgado, e é triste saber que o brasileiro está contra um brasileiro que vem representando muito bem nosso país. E estão a favor de uma pessoa que já desrespeitou tanto a nossa nação. Estamos nos tornando muito individualistas, e por isso o Brasil está a m*** que está.

Você acha que esse episódio pode prejudicar sua carreira de treinador daqui pra frente?
Não, não mesmo. Isso não vai mudar o meu conhecimento, minhas condutas e nem minha postura. As pessoas me conhecem. Quem está comigo está. Agora é bola para a frente, isso já é passado. Tenho muito trabalho para realizar.

"Luto com Sonnen se for preciso para provar que não sou covarde", diz Dida

Treinador expulso do TUF Brasil 3 entende decisão de Dana White, apesar de ter achado as palavras usadas duras demais, e afirma não saber se repetiria seu ato

Por Rio de Janeiro
Comente agora
Um dos treinadores auxiliares do time de Wanderlei Silva na terceira temporada do The Ultimate Fighter Brasil, André Dida ganhou os holofotes ao entrar no meio da briga do amigo e dar socos em Chael Sonnen. Como consequência de seu ato, foi expulso do reality show pelo presidente do UFC, Dana White, que o condenou com veemência e disse até que ele deveria ser preso, conforme mostrou o episódio do último domingo. Bombardeado nas redes sociais, Dida se defendeu. Ele admitiu que errou e afirmou ter agido no instinto, e que por isso não sabe se faria de novo. Após ser chamado de covarde por Sonnen, o treinador e lutador fez um desafio.

- Se fosse covarde não subiria no ringue, ficaria em casa. Já lutei com grandes nomes da minha categoria durante minha carreira e estou dentro do maior evento de muay thai do mundo, que é o K-1. Minha luta está fechada para julho. Me julgam pela minha atitude, mas sei que posso terminar o que comecei. Luto com Sonnen se for preciso para provar que não sou covarde - declarou, em entrevista por e-mail.
Wanderlei Silva e André Dida TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Wanderlei Silva e André Dida após o comunicado de Dana White (Foto: TV Globo)
Dida entendeu a medida tomada por Dana White, apesar de ter achado as palavras usadas exageradamente duras, e afirmou que faria o mesmo se estivesse na posição dele:

- Se eu fosse o dono do evento e do programa, teria a mesma postura, pois é preciso agir assim até para dar o exemplo aos outros participantes. E ele não poderia expulsar o Wanderlei e nem o Sonnen, pois aí o programa acabava. Então eu tive que ser punido para que todos aprendessem com a situação. Mas acho que não precisava ter sido tão duro com as palavras, as regras no Brasil são diferentes. Exemplo: nos EUA é normal eles se ofenderem verbalmente, ficam quase rosto com rosto, muito próximos, mas se eles se tocarem vão presos. Já no Brasil é diferente, o brasileiro tem mais cuidado com as palavras, pois se começa a agredir verbalmente, para nós isso já é uma agressão e um início para uma briga

André Dida também saiu em defesa de Wanderlei Silva e criticou a parte do povo brasileiro que está a favor de Sonnen após todo o histórico dele de provocações ao país. Ele acredita que não terá sua carreira de treinador prejudicada de alguma forma pelo acontecido. E a metade da camisa que arrancou das costas do americano no futuro pode virar quadro em sua academia, a Evolução Thai, em Curitiba. A seguir, veja a entrevista com Dida na íntegra:

GLOBOESPORTE.COM: Como tem sido a repercussão da sua participação na briga? As pessoas têm te condenado muito nas ruas, nas redes sociais?
ANDRÉ DIDA: Pessoalmente a maioria das pessoas aperta a minha mão e me dá os parabéns, fala que fariam o mesmo, mas nas redes sociais fui muito condenado, sim. Acharam minha atitude covarde. Para mim foi o contrário. Covarde seria se não tivesse feito nada para ajudar meu amigo que considero um irmão. Essas pessoas que estão me julgando pelo jeito só estão acompanhando o TUF 3 e não sabem de toda a história do Sonnen contra os brasileiros e o desrespeito dele à nossa nação e aos outros atletas, como Anderson Silva, Minotauro e Wanderlei. Além disso, se fosse covarde não subiria no ringue, ficaria em casa. Já lutei com grandes nomes da minha categoria durante minha carreira e estou dentro do maior evento de muay thai do mundo, que é o K-1. Minha luta está fechada para julho. Me julgam pela minha atitude, mas sei que posso terminar o que comecei. Luto com Sonnen se for preciso para provar que não sou covarde.

 Já lutei com grandes nomes da minha categoria durante minha carreira e estou dentro do maior evento de muay thai do mundo, que é o K-1. Minha luta está fechada para julho. Me julgam pela minha atitude, mas sei que posso terminar o que comecei
André Dida, sobre briga com Sonnen
 De alguma maneira você se arrepende do que fez? Faria de novo?
Sempre faço de tudo para evitar brigas. Concordo que devemos lutar e não brigar. Na minha academia minha filosofia é não brigar na rua, e é claro que dou minha punição aos alunos ou atletas que fazem isso. Na hora ali, no calor do momento, foi meu instinto que falou mais alto. Se faria de novo, não sei, só passando por isso novamente para saber como agiria. Talvez não, não sei. As pessoas que me conhecem sabem da minha postura e conduta, e não é à toa que já treinei com grandes nomes que estão no UFC e já fui e estou sendo treinador de grandes atletas, como vocês têm acompanhado meu trabalho.

Vamos voltar à cena do acontecimento. Conte-nos o que passou pela sua cabeça naquele exato momento.
Estávamos todos esperando para entrar na gravação. O Wand e o Sonnen estavam próximos, e nós estávamos olhando por uma fresta dentro do vestiário, pois só os dois podiam estar ali para a cena da gravação no momento. Quando eu vi o Wand se posicionando para lutar, saí correndo para evitar esse confronto. Minha intenção era segurar o Wanderlei, pois sabia que ele iria partir para cima. Quando cheguei, o cenário já era outro, o inimigo número 1 do Brasil agredindo meu "irmão", que estava por baixo. Eu não queria que ele agredisse o Wanderlei e comecei a bater para que ele saísse de cima e viesse para cima de mim. Mas não foi isso que aconteceu. Aí os atletas seguraram a situação. Mas não parei de bater nele, pois vi que ele continuava resistente naquela posição e não largava o Wanderlei. Cheguei a rasgar a camiseta dele, pois puxei de cima e mesmo assim ele não saiu. Engraçado que, além de toda a m*** que ele falou de uma nação, ele parte para cima do Wanderlei e não quer parar a briga. E eu que fiquei como o covarde (risos).

Você me disse que faria um quadro com a camisa do Sonnen e colocaria na sua academia. Está de pé isso? Já fez?
No momento não, mas talvez eu vá colocar, sim, pois não deixa de ter sido um fato que marcou a minha vida.

O Dana White foi duro ao te expulsar do TUF e disse que você deveria ser preso. Acha que ele foi injusto? 
Se eu fosse o dono do evento e do programa, teria a mesma postura, pois é preciso agir assim até para dar o exemplo aos outros participantes. E ele não poderia expulsar o Wanderlei e nem o Sonnen, pois aí o programa acabava. Então eu tive que ser punido para que todos aprendessem com a situação. Mas acho que não precisava ter sido tão duro com as palavras, as regras no Brasil são diferentes. Exemplo: nos EUA é normal eles se ofenderem verbalmente, ficam quase rosto com rosto, muito próximos, mas se eles se tocarem vão presos. Já no Brasil é diferente, o brasileiro tem mais cuidado com as palavras, pois se começa a agredir verbalmente, para nós isso já é uma agressão e um início para uma briga. Nesse caso foi isso, o Sonnem começou a agressão verbal, pois estava acostumado a isso, é da cultura dele, mas como o Wand é brasileiro e tem outra cultura, a briga acabou acontecendo principalmente pelo contato físico (empurrão) do Sonnen no corpo do Wanderlei.
Reunião com Dana White TUF Brasil 3 (Foto: TV Globo)Reunião com Dana White no centro de treinamento do TUF Brasil (Foto: TV Globo)
Os lutadores defendem o lema do "não brigue, lute". Como você acha que fica a imagem do Wanderlei e do Sonnen após essa briga?
Realmente o lema é não brigar e sim lutar. Toda e qualquer luta deve acontecer apenas dentro de um octógono ou ringue. Esse é o correto. Infelizmente, o Wanderlei também está sendo muito julgado, e é triste saber que o brasileiro está contra um brasileiro que vem representando muito bem nosso país. E estão a favor de uma pessoa que já desrespeitou tanto a nossa nação. Estamos nos tornando muito individualistas, e por isso o Brasil está a m*** que está.

Você acha que esse episódio pode prejudicar sua carreira de treinador daqui pra frente?
Não, não mesmo. Isso não vai mudar o meu conhecimento, minhas condutas e nem minha postura. As pessoas me conhecem. Quem está comigo está. Agora é bola para a frente, isso já é passado. Tenho muito trabalho para realizar.

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Por Rio de Janeiro
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Khabib Nurmagomedov e Rafael dos Anjos fizeram no sábado, em Orlando (EUA), um duelo de lutadores que vinham de cinco vitórias seguidas no peso-leve. Fechando o card preliminar do UFC: Werdum x Browne, o russo levou a melhor na decisão dos jurados, após dominar boa parte do duelo no clinch e aplicando quedas. Khabib mandou um recado para quem deseja tirar sua invencibilidade no MMA, que agora é de 22-0.
- Eu acho que todos os top 10 realmente precisam aprender wrestling se eles quiserem lutar comigo - disse o russo ao site "MMAjunkie".
UFC 160 Khabib Nurmagomedov; Abel Trujillo (Foto: Getty Images)Khabib Nurmagomedov usa seu wrestling contra Abel Trujillo no UFC 160  (Foto: Getty Images)
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Com a vitória de sábado, Khabib Nurmagomedov apareceu na quinta colocação no ranking oficial do Ultimate, atualizado nesta segunda-feira, exatamente onde estava Rafael dos Anjos. O russo melhorou duas posições.
- Acho que eu tive um adversário muito difícil. Ele (Rafael dos Anjos) estava classificado como o número 5, e acho que fui muito bem - encerrou.

"Ganhando esse cinturão, vou ficar só como comentarista", brinca Werdum

Peso-pesado gaúcho se enxerga na melhor fase da carreira: "Vou treinar muito jiu-jítsu e muito muay thai para poder fazer a melhor luta da minha vida"

Por Direto de Orlando, EUA
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Aos 36 anos, Fabricio Werdum terá a oportunidade de se tornar campeão do UFC, direito conquistado ao vencer Travis Browne em Orlando (EUA), no último fim de semana. Se o gaúcho também derrotar Cain Velásquez, em seguida colocará o cinturão em jogo contra o próximo desafiante, certo? Em tom de brincadeira, Werdum afirmou ao Combate.com que vai pendurar as luvas se bater o campeão.
- Estou bem feliz, no melhor momento da minha carreira não só como lutador, mas também como comentarista e embaixador do UFC na América Latina. Acho que, eu ganhando esse cinturão do Cain, vou ficar só como comentarista mesmo (risos) - disse ele, que trabalha como comentarista do canal oficial do Ultimate para alguns países da América Latina, principalmente o México.
velasquez x werdum (Foto: Instagram)Cain Velásquez e Fabricio Werdum vão se enfrentar no México em data a ser divulgada (Foto: Instagram)
Werdum voltou a analisar o jogo de Velásquez, com quem ele acha ter um casamento de estilos favorável ao seu lado, e mostrou muita empolgação para o duelo:
- Eu acho que o jogo do Cain casa com o meu. Ele gosta de ir para o chão. Não sei se ele vai manter isso, mas acho que vai, porque o Cain é um cara bem confiante no chão. Ele bate muito bem ali. Tem aquele jogo bem chato, bate muito bem em cima, controla muito bem no chão. Vou treinar muito jiu-jítsu e muito muay thai para poder fazer a melhor luta da minha vida.
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O combate entre Fabricio Werdum e Cain Velásquez será no México, conforme já foi anunciado pelo presidente do UFC, Dana White, mas ainda não há uma definição em relação à data e a cidade que vai sediar o evento.

Werdum passa Cigano e assume a ponta dos pesados no ranking do UFC

No sábado, gaúcho conquistou sua quarta vitória em quatro lutas nesta sua segunda passagem pelo Ultimate. Belfort volta a ficar na frente de Lyoto

Por Rio de Janeiro
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A vitória sobre Travis Browne no último sábado, em Orlando (EUA), elevou Fabrício Werdum ao primeiro lugar no ranking do peso-pesado no Ultimate. O gaúcho deixou para trás o compatriota Junior Cigano. Vale lembrar que o campeão, Cain Velásquez, fica fora da lista, assim como acontece com os donos de cinturão de todas as categorias.
Derrotados em Orlando, os pesos-leves brasileiros Rafael dos Anjos e Edson Barboza viveram situação inversa a de Werdum. Em quinto na semana passada, Rafael caiu para oitavo. Já Edson perdeu uma posição e agora é o 13º.
Fabricio Werdum x Travis Browne UFC MMA (Foto: Getty Images)Fabricio Werdum conecta golpe em Travis Browne no UFC de sábado (Foto: Getty Images)
Algoz de Rafael dos Anjos, Khabib Nurmagomedov deixou a sétima colocação para assumir a quinta. Donald Cerrone, que derrotou Edson Barboza, avançou uma posição e é o sétimo.
No peso-médio, o cubano Yoel Romero foi mais um a ganhar três posições. Ele derrotou Brad Tavares no sábado e passou a ser o 11º na categoria. Tavares caiu de 13º para 14º.
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Ainda no peso-médio, Vitor Belfort voltou a trocar de posição com Lyoto Machida. O carioca, que havia reclamado do ranking na semana passada, é o segundo, atrás apenas de Anderson Silva. Em quarto, Ronaldo Jacaré completa o quarto brasileiro nas quatro primeiras colocações.
Na lista atualizada no fim da tarde desta segunda-feira, 62 jornalistas que têm direito a voto atualizaram seus rankings.
Ranking UFC (Foto: Editoria de Arte)

Advogado contradiz presidente e mantém ação na Justiça contra CBF

Depois de Ilídio Lico dizer que havia desistido da Série A, José Luiz Ferreira de Almeida diz que clube aguarda decisões. “Isso pode durar o campeonato inteiro”

Por São Paulo
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Ilidio Lico presidente portuguesa advogado José Luiz Ferreira de Almeida portuguesa (Foto: Marco Ambrosio/Agência Estado)Advogado da Lusa, José Luiz Ferreira de Almeida
(Foto: Marco Ambrosio/Agência Estado)
A Portuguesa não desistiu de jogar a Série A. Ao menos é essa a posição do departamento jurídico do clube. Depois de o presidente Ilídio Lico ter jogado a toalha no último domingo, o advogado José Luiz Ferreira de Almeida disse nesta segunda-feira que mantém esperanças de rever o time na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
Depois de a CBF cassar a liminar do torcedor Renato de Britto Azevedo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, José de Almeida afirma que agora aguarda o andamento das ações de outros torcedores. Ele também diz que a própria Portuguesa não vai retirar o seu processo da Justiça.
O advogado, no entanto, admite que caso a Lusa ou outros torcedores não obtenham novas vitórias nos tribunais, o time entrará em campo no sábado para enfrentar o Santa Cruz, pela segunda rodada da Série B. O problema, segundo ele, pode perdurar durante toda a competição.
Hoje é Série B. Se não acontecer nada até o fim de semana, a Portuguesa vai jogar a Série B. Mas, se acontecer, não vamos jogar. As ações de torcedores e da Portuguesa continuam
José Luiz Ferreira de Almeida, advogado
 – Hoje é Série B. Se não acontecer nada até o fim de semana, a Portuguesa vai jogar a Série B. Mas, se acontecer, não vamos jogar. As ações de torcedores e da Portuguesa continuam. Se sair uma nova decisão mesmo depois de sábado, não entraremos em campo na rodada seguinte. E caso haja uma ação favorável lá na frente que dê ganho de causa para a Portuguesa, vai ter de anular tudo. Há um pedido de reconsideração da cassação (da ação da Lusa, e não do torcedor Renato Azevedo). E ainda será julgado o agravo da decisão liminar. Tudo pode cair, mas, se nada acontecer, jogaremos a Série B – disse o advogado da Lusa.
José de Almeida também diz não temer punições esportivas do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) por ter abandonado a partida contra o Joinville. Ele diz que o clube não teve culpa no episódio e se respaldou em uma decisão judicial - uma liminar, obtida pelo torcedor Renato Azevedo na 3ª Vara Cível do Foro Regional da Penha, em São Paulo. Apesar disso, a Portuguesa pode ser penalizada com perda de pontos, multa e até a exclusão da Série B.
– A Portuguesa não tem culpa de nada. Foi feita uma armação lá atrás, em que a Portuguesa foi prejudicada, porque teve seu resultado de campo cassado, e só estamos buscando os nossos direitos. Agora, se a Portuguesa ficar na Série B, vão ter de marcar outro jogo, porque o ato foi cumprido por ordem judicial. Mas por enquanto estamos na expectativa pelas ações e isso (remarcar a partida) é um problema da CBF. Só olharemos isso se ficarmos na Série B – finalizou José de Almeida.
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No Acre, atacante pega de primeira antes do meio-campo e faz golaço

Gessé atua improvisado na lateral do Atlético-AC, constrói obra-prima no fim do jogo, mas admite sorte: "Fui rebater para tirar o perigo para longe do nosso gol"

Por Rio Branco, AC
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Gessé pode se orgulhar de ter feito um gol que mistura dois lances geniais de Pelé - e em ambos a bola não parou na rede. O atacante do Atlético-AC, que atuou improvisado na lateral direita, aproveitou um chutão do goleiro do Andirá, pegou de primeira e, de antes do meio-campo, marcou por cobertura. Foi na vitória por 4 a 1 do seu time, líder do Acreano, nesse domingo, no estádio Florestão.
Os dois lances de Pelé que foram condensados no gol de Gessé aconteceram na Copa do Mundo de 1970. Num deles, tentou um chute de antes do meio-campo, surpreendendo o goleiro da Tchecoslováquia, Viktor. No outro, aproveitou um tiro de meta mal cobrado por Mazurkiewicz, do Uruguai, e pegou de bate-pronto. O goleiro defendeu.
Após a partida, Gessé reconheceu que não tinha a intenção de chutar para o gol:
- Estava me posicionando para uma segunda bola rebatida no meio de campo. A equipe adversária chutou, fui tirar o perigo para longe do nosso gol, e a bola acabou tomando a direção do gol adversário, encobrindo o goleiro deles. Foi um belo gol, um dos mais bonitos que fiz na carreira. Além disso, foi muito importante para a nossa caminhada. Acabou a primeira parte de um campeonato muito complicado, e sabemos que o segundo turno vai ser mais difícil ainda.
Gessé, atacante do Atlético-AC, marca golaço de antes do meio-campo no Florestão (Foto: Reprodução)Imagem mostra onde estava Gessé, atacante do Atlético-AC, no momento do chute (Foto: Reprodução)

Gessé estava no banco de reservas e foi acionado no segundo tempo pelo técnico Zé Marco para substituir o jovem Matheus Damasceno, que atuava no lugar do suspenso Ley. Ao jogar fora de sua posição de origem, o camisa 21 ressaltou que o importante é o pensamento coletivo.
Gessé, atacante, Atlético Acreano (Foto: Duaine Rodrigues)Gessé festeja com o técnico Zé Marco o golaço marcado contra o Andirá (Foto: Duaine Rodrigues)
- A gente sempre comenta com o professor Zé Marco no dia a dia que, onde ele precisar, estaremos prontos para ajudar. Um grupo não se faz com a mesma posição. Se for preciso entrar de goleiro, vamos, sempre pensando no coletivo e não no individual - ressaltou.
O atacante aproveitou para prestar uma homenagem dedicando o gol ao narrador esportivo Luciano do Valle, que faleceu no sábado, vítima de infarto.
- Nesse dia triste para nós que lidamos com o futebol, pois perdemos no sábado um narrador esportivo como o Luciano do Valle, fica o nosso muito obrigado e que Deus esteja confortando sua família. Sabemos que a morte é algo que não conseguimos superar nunca. Quero dedicar esse gol a toda minha família, que sempre esteve comigo, e também à família dele, que deve estar sofrendo com a perda, mas sabendo que está em um lugar muito mais especial - afirmou Gessé.

Zanetti busca adaptação ao novo
código pelo ouro na casa de rivais

Campeão olímpico tem maior nota na carreira em Santos, mas diz que precisa se
adaptar à mudança de regra para conquistar o bi do Mundial, na China, em outubro

Por Santos, SP
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A boa apresentação e a maior nota da carreira em Santos foram um estímulo extra para o restante da temporada de Arthur Zanetti. Mas o campeão olímpico e mundial das argolas sabe que tem duros desafios pela frente. O principal deles é o Mundial da China, em outubro, quando defenderá seu título em um código de pontuação atualizado. Aos poucos, ele vai enquadrando sua série às novas regras.
Segundo Zanetti, a principal mudança no código da Federação Internacional de Ginástica (FIG) é o fato de não ser mais permitido ficar mais de dois segundos na sua posição ''vela'' (apoiado nos braços, pernas esticadas para cima). A outra alteração é não poder mais sair da posição de ''Cristo'' com braços dobrados.
- A série fica um pouco mais dinâmica e exige mais resistência muscular. O que mais me preocupa é mudança na ''vela''. Minhas passagens do ''Cristo'' já são estendidas. Estou fazendo diferente já nos treinos. Na competição (Torneio Internacional de Santos) eu parei dois segundos só na primeira vela. Estou começando a me adequar - explicou Arthur.
Arthur Zanetti santos ginastica artistica (Foto: Ricardo Bufolin/CBG  )Arthur Zanetti conquistou o ouro no Torneio Internacional de Ginástico (Foto: Ricardo Bufolin/CBG )
O Mundial deste ano é importante para todos os ginastas da equipe brasileira. Afinal, a disputa vale vaga no Pré-Olímpico de 2015. E Zanetti já parou para pensar no fato de o Mundial de 2014 ser disputado justamente na China, país onde os ginastas têm tradição em seu aparelho. Quando o brasileiro levou o ouro em Londres, foi contestado pelo chinês Yibing Chen, medalhista de prata.
- É complicado (risos). Já parei para pensar nisso (fato de disputar na China). Tenho que ir bem preparado, com uma série bem limpa e conseguir arrancar mais uma vez o resultado de algum chinês - disse.
A imprensa internacional chegou a afirmar que o campeão olímpico de 2008, Yibing Chen, estava aposentado. Mas ainda não se sabe se o atleta de 29 anos pode ou não retornar no Mundial deste ano, em sua terra natal.
- Alguns dizem que ele se aposentou, mas ninguém sabe. Tirar alguma informação da China é difícil. Para falar a verdade, não seria bom enfrentá-lo. Mas, se ele estiver, vai estar bem preparado e vamos fazer nossa parte também - concluiu o brasileiro.
No torneio de Santos, Zanetti fez uma apresentação impecável, com 16.000 (sua melhor nota no aparelho na carreira) de pontuação. Antes, o melhor resultado de Zanetti era um 15.925, em 2012, em etapa da Copa do Mundo na Bélgica.

Cielo critica bloco de partida, mas faz seu melhor tempo do ano e leva ouro

Tricampeão mundial abre o revezamento 4x50m livre do Minas com a marca de 21s71 em noite de recorde sul-americano de Graciele Hermann

Por São Paulo
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Atual tricampeão mundial da prova dos 50m livre, Cesar Cielo estreou pelo Minas Tênis em competições nacionais com a "mão direita", com uma medalha de ouro no Troféu Maria Lenk, que teve início nesta segunda-feira, na piscina do Ibirapuera, em São Paulo. Ele abriu o revezamento 4x50m livre com o tempo de 21s71, melhorando em três centésimos sua marca no ano, e comandou a vitória da equipe mineira, que ainda contou com Felipe Martins, Fernando Souza e Giovane Paula (veja no vídeo). Apesar da vitória e de sua melhor marca da temporada, o nadador não ficou contente com o resultado
- Podia ter sido um pouco melhor. Sair nesse bloco está difícil, é diferente. Preciso aprender a sair nesse bloco. A piscina está boa, mas o que atrapalha mesmo são os blocos. Agora na prova individual quero fazer o melhor tempo do mundo. Vou ver o vídeo até quarta-feira, dia da prova, e ver o que eu posso melhorar - contou o atleta, que segue como o terceiro melhor do mundo na temporada, atrás do australiano Eamon Sullivan (21s65) e do francês Florent Manaudou (21s70).
Cesar Cielo no Troféu Maria Lenk (Foto: Divulgação/ Minas Tênis) Cielo faz boa marca, mas reclama do bloco de partida no Maria Lenk (Foto: Divulgação/ Minas Tênis)
Para a maioria dos atletas, o Torneio Pan-Pacífico é a principal competição da temporada, já que será disputada em piscina longa, na Austrália, e reunirá os melhores nadadores dos Estados Unidos e do país anfitrião, maiores potências da modalidade. Para Cielo, porém, o foco está no Campeonato Mundial em piscina curta, que será realizado em dezembro, em Doha, no Qatar.
- O objetivo grande é o Mundial no fim do ano. Quero segunda-feira já começar os treinos em piscina curta. Eu ganhei o Pan-Pacífico em 2010, e se a gente for gastar "a bala da munição" em 2014 será no Mundial. Vou disputar o Pan-Pacífico como caminho para o Mundial em piscina curta - explicou o velocista.
Cesar Cielo conquista primeiro ouro à frente do Minas no Maria Lenk (Foto: Divulgação/ Minas Tênis)Cesar Cielo conquista primeiro ouro à frente do Minas no Maria Lenk (Foto: Divulgação/ Minas Tênis)
Recorde sul-americano
Se Cielo saiu insatisfeito da piscina, Graciele Hermann, do Grêmio Náutico União, estava eufórica. Na abertura do revezamento 4x50m livre, ela cravou o tempo de 24s76 e igualou o recorde sul-americano dos 50m livre, que pertence à venezuelana Arlene Sameco. Graciele comemorou a marca.
- Eu estou muito feliz, você olhar para o placar e ver 24s76 é incrível. Mas é bom falar que essa é a primeira vez de muitas que eu vou baixar dos 25s - festejou a velocista.
O recorde brasileiro pertencia a Flávia Delaroli, que nadou a prova em 24s98 em 2009. A marca de Graciela a coloca na 11ª posição do ranking mundial deste ano.
Fabio Santi vence os 100m costas no Maria Lenk (Foto: Ricardo Bufolin/ Pinheiros)Fabio Santi vence os 100m costas no Maria Lenk
(Foto: Ricardo Bufolin/ Pinheiros)
Surpresa supera Thiago Pereira
Fabio Santi foi a grande surpresa do primeiro dia de finais do Maria Lenk ao vencer os 100m costas. Em uma prova que contava com o recordista sul-americano Guilherme Guido e com o medalhista olímpico Thiago Pereira, Fabio nadou na raia 2 e garantiu a medalha de ouro com o tempo de 54s32, que é índice para o Pan-Pacífico.
- Eu bati na parede, olhei para o placar e não acreditava que eu tinha ganhado. Agora meu foco está nos 200m costas, que é minha prova principal. Vou mais empolgado ainda agora - disse o atleta de 25 anos.
O segundo colocado foi Thiago Pereira com 54s90, e o terceiro lugar ficou com Guiherme Guido, 55s24. Daniel Orzechowski, que representou o Brasil nas Olimpíadas de Londres nesta prova, não participou da disputa no Ibirapuera por estar se recuperando de lesão.
Nicolas e Larissa vencem 200m
As duas primeiras provas do Troféu Maria Lenk foram os 200m livre feminino e masculino. Entre os homens, o título ficou com Nicolas Oliveira, do Minas, que terminou a prova com o tempo de 1min47s17. Apesar da vitória, o atleta não ficou satisfeito com o resultado.
- Fiquei a 18 centésimos do meu melhor tempo, ficou próximo do que eu queria, mas não foi o ideal - disse o atleta que nadou 1min46s99 no Campeonato Mundial do ano passado.
A marca da final é a 11ª melhor do mundo em 2014 e dá a vaga no Pan-Pacífico ao nadador do Minas, que terá a companhia do vice-campeão João de Lucca, do Pinheiros, na competição na Austrália.
- É uma honra poder participar da seleção brasileira. É minha primeira classificação em prova individual. Não gostei muito como nadei à tarde - declarou João de Lucca.
Entre as mulheres, Larissa Oliveira levou a medalha de ouro com a marca de 2min00s94.
- Essa vitória significa muito para mim. Dedico essa vitória ao meu técnico, André Ferreira, o Amendoim, treinador do Pinheiros.
Poliana Okimoto vence os 1.500m livre do Maria Lenk (Foto: E5 Comunicação/ Divulgação)Poliana Okimoto sobrou nos 1.500m livre do
Maria Lenk (Foto: E5 Comunicação/ Divulgação)
Primeiro trabalho completo
Poliana Okimoto terá uma longa jornada no Troféu Maria Lenk. Nesta segunda-feira ela completou o primeiro trabalho ao vencer os 1.500m livre com o tempo de 16min47s44. Até sábado ela ainda disputará os 400m e os 800m livre, o revezamento 4x200m livre, além da prova de 5km, que será disputada pela primeira vez na história da competição. Campeã mundial dos 10km, Poliana explicou qual é seu real objetivo no ano.
- Esse ano é um ano tenso para mim porque eu estou fazendo o Circuito Mundial de águas abertas, estou totalmente focada nas provas de maratonas. O tempo de hoje não foi bom mas foi tudo dentro do normal, meu foco está nas águas abertas.
"É um pouco estranho, mas estou amadurecendo"
Nos últimos dois anos, algumas das principais nadadoras brasileiras anunciaram aposentadoria: as finalistas olímpicas Flavia Delaroli, Gabriella Silva e Joanna Maranhão, além de Tatiana Lemos e Michele Lenhardt, que há anos faziam parte da seleção. Com todas elas "pendurando o maiô", a responsabilidade de levar a natação feminina brasileira caiu nos braços de Etiene Medeiros, de apenas 23 anos, que venceu nesta segunda-feira a prova dos 100m costas no Maria Lenk, com o tempo de 1min01s37. Após a prova, ela afirmou não se sentir pressionada por ser o principal nome da natação brasileira feminina no momento.
- É uma responsabildiade. Eu comecei em 2008 na seleção com todas elas, e de repente todas sumiram. Foi uma transformação bastante significativa. Agora, a gente tem que dar exemplo, é um pouco estranho, mas estou amadurecendo cada vez mais.

Brasil Afora: time "mora" em chácara
e tem um Adriano que é Antônio

Com elenco quase voluntário, Náuas supera falta de estrutura e faz boa campanha no Acre. Time tem goleiro-promessa, pintor, servente de obras e técnico "faz tudo"

Por Rio Branco, AC
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Futebol profissional só na teoria. O que prevalece no Náuas, clube do município de Cruzeiro do Sul, que tem 80 mil habitantes e fica localizado a cerca de 640km de Rio Branco, capital do Acre, é a superação. Candidato a brigar contra o rebaixamento no início do Campeonato Acreano 2014, o Cacique do Juruá, como é conhecido, surpreendeu e está entre os quatro melhores do estadual. Uma campanha comandada por um elenco de trabalhadores. Trabalhadores mesmo. Entre eles, servente de construção civil, serrador e até agricultor, além de um técnico "faz tudo". Destaque para Adriano, pintor, volante e artilheiro do time. E que, na verdade, se chama Antônio. (O pai dele se atrapalhou na hora de registrar o filho)

Longe do eixo milionário do futebol, cada um dos jogadores vai ganhar R$ 3 mil para vestir a camisa do clube durante toda a competição, que começou em 23 de março e tem previsão para terminar em 8 de junho. Uma história de superação na terra onde o futebol não é prioridade para investimento.
Mosaico Nauas Cacique (Foto: Arte / Globoesporte)

O Náuas completa 91 anos em outubro desta temporada (é o segundo clube mais antigo do estado, atrás apenas do Rio Branco, da capital), se profissionalizou em 2008, foi rebaixado no ano passado, mas voltou à elite do futebol acreano graças à desistência do Juventus-AC. Tudo começou em 1923, e o nome veio de uma tribo indígena da região.
- O clube foi fundado por um gaúcho, Thaumaturgo de Azevedo (coronel do Exército), que tentou desbravar a floresta amazônica, chegou ao extremo norte do país e encontrou uma terra habitada por indígenas, que hoje é Cruzeiro do Sul. Lá, ele fundou a cidade no lugar onde estava uma tribo indígena chamada Náuas, por isso terra dos Náuas. Somos Náuas. Quase tudo no município tem algo relacionado ao nome Náuas, que é uma tribo que existe até hoje - explicou o presidente, diretor de futebol, técnico e roupeiro do clube, Zacarias Lopes, que também é funcionário público.
Zacarias Lopes presidente do Náuas (Foto: Duaine Rodrigues)Zacarias Lopes, o "faz tudo" no Náuas (Foto: Duaine Rodrigues)
O dirigente assumiu a presidência em 5 de março de 2012, e o mandato termina no mesmo dia de 2016. O projeto, segundo ele, é divulgar a cidade, os costumes e a cultura da região. Zacarias pegou um clube cheio de dívidas e organizou a casa, mesmo sem tê-la. Hoje, o Cacique não tem sede administrativa e nem um campo para treinar. O time tem apenas uma sacola para carregar o estatuto e a ata de eleição. Utiliza, quando é liberada, a Arena do Juruá para realizar as atividades com bola à noite, já que a maioria do elenco trabalha durante o dia.
- Nossa pretensão era resgatar o Náuas da segunda divisão com todos os jogadores e comissão técnica da casa. Conhecemos nossa fragilidade e falta de estrutura, por isso não esperávamos voltar este ano. O trabalho que programamos para a segunda é o mesmo que estamos fazendo hoje. Juntando com a sorte e outros fatores, conseguimos uma vaga no G-4. Isso é raro, é sorte. Se tivéssemos estrutura, dava para pensar em título, mas dessa forma não tem como. Por enquanto, vamos curtir esse momento.
As dificuldades se multiplicam quando se fala do setor financeiro. Dos R$ 45 mil que o clube vai receber do convênio com o poder público (única fonte de tenda), 60% do recurso ficará bloqueado pela justiça trabalhista - dívidas com jogadores que defenderam o clube nas temporadas passadas. O time, que representa cinco municípios da região do Vale do Juruá (Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves, todos localizados na zona oeste do Acre), não recebe apoio de nenhuma prefeitura e nem de empresários locais.
- O faturamento é zero. O futebol profissional é cercado de leis que geram logísticas grandes. A falta de conhecimento do profissionalismo em Cruzeiro do Sul fez com que o Náuas cometesse alguns erros. Hoje, por exemplo, nosso principal patrocinador é o governo e temos pendências com jogadores que entraram na justiça contra o clube - explicou Lopes.
O convênio será repassado em três vezes. A cada R$ 15 mil, o clube fica com R$ 6 mil. Em um acordo com os jogadores, cada um vai receber R$ 3 mil para todo o estadual. O dinheiro, porém, só será pago quando o clube tiver condições. Ou seja, o tempo para o pagamento é indeterminado.
Para disputar o estadual, o time enfrenta uma verdadeira saga. Com a Arena do Juruá, estádio de Cruzeiro do Sul, sem condições para receber jogos (os laudos só foram concluídos este mês), o time precisou jogar todo o primeiro turno na capital. Por sorte, o Náuas conseguiu uma chácara em Rio Branco, cedida por uma juíza criminal que mora na capital, pagou R$ 15 mil (do bolso do presidente) para bancar o transporte na cidade e tem apoio de um empresário da capital para a alimentação dos jogadores.
No alojamento improvisado em Rio Branco, 18 pessoas, incluindo jogadores e comissão, se dividem em três quartos. Com treinos pela manhã, o elenco ganha folga à tarde e a balada à noite é limitada. O toque de recolher é às 22h. Para passar o tempo, os atletas brincam com a bola na piscina, jogam vídeo game, conversam e passeiam pelas praças da região.
"Grupo de guerreiros"
Se a história do atual grupo do Náuas se entrelaça com a palavra superação, pode ter certeza que o volante Pelim não poderia ficar fora. Cleilson Maciel Gomes, de 27 anos, é funcionário de uma empresa de prestação de serviço para a Universidade Federal do Acre (Ufac), Campus de Cruzeiro do Sul.O jogador se divide entre o trabalho formal, os treinos e até mesmo os estudos.
Pelim, do Náuas, se divide entre o futebol e o trabalho formal (Foto: GloboEsporte.com)Pelim, do Náuas, se divide entre o futebol e o trabalho formal (Foto: GloboEsporte.com)

- Limpo, troco bebedouro. Entro 5h e saio de lá 16h. Chego em casa, tomo banho e vou ao treino. Às 19h, vou para a aula (está concluindo o ensino médio) e vou dormir depois de meia-noite. O outro dia é tudo de novo. Vale a pena, se Deus quiser vamos ser recompensados. Trabalho com um grupo de guerreiros.
Joia no gol
Matheus goleiro do Náuas (Foto: Duaine Rodrigues)Matheus, goleiro do Náuas: apenas 17 anos (Foto: Duaine Rodrigues)
Sob a desconfiança de muitos, Zacarias Lopes desafiou os prognósticos aos apostar no jovem goleiro Matheus de Araújo, de apenas 17 anos - único arqueiro no elenco. O camisa 1 estreou no ano passado no futebol profissional quando defendeu o próprio Náuas nos três últimos jogos do estadual - tinha 16 na época. É estudante do ensino médio na escola Ancelmo Maia, em Cruzeiro do Sul, e se divide entre a sala de aula e o campo.
- Está sendo uma responsabilidade muito grande. Estou trabalhando forte desde o ano passado com o técnico e espero fazer um bom campeonato. É difícil, pois ainda estou pegando experiência, mas estamos fazendo um bom trabalho. O que eu quero é ser jogador de futebol, mas o estudo também é importante. Vou seguir nos dois.
Apesar da boa fase, os números não são tão favoráveis à jovem promessa do futebol do Juruá. Em seis jogos disputados pelo estadual, ele tem o segundo gol mais vazado da competição. Levou 11.
Pintor artilheiro
O Náuas não tem o melhor ataque do Campeonato Acreano. Longe disso. Mas tem o artilheiro: o volante Antônio Arisson Souza, conhecido por Adriano. O jogador de 23 anos já balançou a rede em seis oportunidades e trabalha como pintor no município de Cruzeiro do Sul para sustentar a esposa e o filho. Ele explica o apelido, que não tem conexão alguma com o nome da identidade.
- Meu pai ia colocar meu nome de Adriano, mas na hora de registrar esqueceu e colocou Antônio (risos).
Adriano, volante do Náuas (Foto: João Paulo Maia)Adriano, volante do Náuas, comemora gol. Ele é o artilheiro do time com seis gols (Foto: João Paulo Maia)

De fora da área, de canela, enfim, não importa o jeito. Apesar de jogar no setor que dá suporte à defesa, Adriano é o goleador do time. Entre a tinta e a rede, ele aproveita os dias de fama na região.
- É uma rotina difícil, mas a gente vem buscando fazer um bom trabalho, treinando diariamente e fazendo um bom campeonato. Não é que o ataque não esteja funcionando, mas às vezes vou ao ataque e a bola sobra para eu fazer os gols para ajudar a equipe. Comecei a jogar no futebol adulto em 2010 com a camisa de um time amador da cidade. Todo mundo tem um sonho, se um dia for preciso ir para fora do estado com certeza será o melhor para mim - completou.
Viagem nas águas para treinar
Do Miritizal ao Náuas. O meio-campo Edvaldo Nogueira da Páscoa, ou Som, não é titular, mas sempre entra no segundo tempo. O jogador de 26 anos foi descoberto pelo técnico Zacarias Lopes quando vestia a camisa do time do bairro Miritizal, no Campeonato Interbairros de Cruzeiro do Sul, na última temporada.
Como servente de construção civil, ganha R$ 750 por mês para ajudar no sustento da família e encara uma viagem diária para chegar aos treinos. Ele mora no bairro da Olivença e sobe o Rio Juruá de barco para chegar à cidade.
- Tenho que pegar um barco para chegar ao trabalho. Todos os dias são 30 minutos para ir e 30 minutos para voltar. Meu sonho era jogar futebol, e agora tenho essa experiência. Aqui só tem craques. Estamos construindo nossos sonhos aos poucos - comentou.
Segredo é a farinha
Com sete pontos e na quinta posição do estadual, o Náuas é a surpresa da temporada no futebol acreano. E qual é o segredo do time de guerreiros? A opinião dos atletas e da comissão técnica é unânime: a famosa farinha de Cruzeiro do Sul é o que dá gás à equipe.
joagadores do náuas seguram saco de farinha de cruzeiro do sul (Foto: João Paulo Maia)Farinha de Cruzeiro do Sul é o "gás" do Náuas (Foto: João Paulo Maia)

- O segredo é a farinha de Cruzeiro do Sul, o peixe da nossa região, a tapioca, esses negócios da Amazônia (risos). Acho que o segredo mesmo é a grande quantidade de jogadores talentosos que temos na região no Juruá e no Acre. Nossa região produz muitos talentos, mas falta oportunidade - opinou o técnico.
Para o volante Adriano, artilheiro da equipe, a boa fase do clube se deve ao companheirismo do elenco. A coletividade, segundo ele, está fazendo a diferença a favor do Cacique.
- A união do grupo é o segredo. Cada um vai incentivando o outro - finalizou.