quarta-feira, 26 de julho de 2017

Em casa, Germaine de Randamie volta ao peso-galo e pega Marion Reneau

Depois de perder o cinturão dos penas ao recusar luta com Cris Cyborg, lutadora
ganha lugar no card de Roterdã, na Holanda, onde nasceu, no dia 2 de setembro

Por Roterdã, Holanda
Germaine de Randamie UFC 208 (Foto: Getty Images)Após perder cinturão dos penas, Germaine de Randamie volta ao peso-galo e luta em casa, na Holanda (Foto: Getty Images)
Após ganhar o cinturão inaugural do peso-pena feminino, Germaine de Randamie decidiu que não enfrentaria a desafiante brasileira Cris Cyborg e voltaria ao peso-galo. E assim acontecerá no dia 2 de setembro, no UFC Roterdã, na Holanda, onde a lutadora nasceu. Ela enfrentará a americana Marion Reneau, conforme anunciou o próprio Ultimate nesta quinta-feira. A luta principal do evento será entre os pesos-pesados Stefan Struve e Alexander Volkov.
Germaine de Randamie, de 33 anos e dona de um cartel com sete vitórias e três derrotas, tem uma sequência de três vitórias em suas últimas lutas, vencendo Holly Holm (no peso-pena), Anna Elmose e Larissa Pacheco. Sua última derrota foi para a atual campeã Amanda Nunes, em novembro de 2013.
Sua próxima adversária, de 40 anos, vem de um empate em Fortaleza. Em março, Marion Reneau lutou com a brasileira Bethe Correia, e os juízes viram empate no confronto. Antes, ela havia vencido a russa Milana Dudieva. Sua última derrota foi diante de Ashlee Evans-Smith, em fevereiro de 2016.
UFC Holanda
2 de setembro, em Roterdã
CARD DO EVENTO (até o momento):
Peso-pesado: Stefan Struve x Alexander Volkov
Peso-galo: Germaine de Randamie x Marion Reneau
Peso-meio-pesado: Francimar Bodão x Aleksandar Rakic
Peso-meio-pesado: Marcos Pezão x Saparbek Safarov
Peso-leve: Michel Trator x Islam Makhachev
Peso-pesado: Abdul-Kerim Edilov x Bojan Mihajlovic
Peso-leve: Rustam Khabilov x Desmond Green
Peso-meio-médio: Bryan Barberena x Leon Edwards
Peso-meio-médio: Siyar Bahadurzada x Abu Azaitar

Cyborg descarta rótulo de imbatível e celebra luta em seu peso: "Treino feliz"

Brasileira se apresenta pela primeira vez no UFC na divisão dos penas, onde disputa o cinturão com Tonya Evinger, e revela: "Quem sabe posso fazer uma luta de boxe"

Por Anaheim, EUA

No próximo sábado, 29 de julho, o UFC 214 terá em seu card três disputas de cinturão, com Cris Cyborg podendo se tornar campeã peso-pena do Ultimate, caso vença a americana Tonya Evinger. Esta será a terceira luta da brasileira na organização, porém, pela primeira vez, se apresentará na sua divisão de origem, os 66kg, onde foi campeã do evento de MMA feminino Invicta FC. No entanto, apesar do amplo favoritismo, a lutadora paranaense, que não perde um combate há 11 anos, descarta o rótulo de imbatível e comemora o fato de poder "comer mais" no camp de preparação. 
- Treino bastante, após a minha última luta eu continuei treinando e é um treino feliz, podendo comer um pouquinho mais e lutando na minha categoria. Trabalhar feliz é a melhor coisa. Estou muito ansiosa pra essa luta, mas procuro não pensar na pressão que existe. Foco mais em fazer o que faço na academia todos os dias e o cinturão vai ser consequência. Não penso que sou imbatível e isso me motiva a treinar cada vez mais. Sempre treino como se eu fosse a desafiante número 1 a disputar o cinturão. Mesmo sendo campeã, eu nunca deixei de treinar, procurando evoluir o meu jogo, sei que as adversárias me estudam pra achar um jeito de ganhar de mim, então não posso parar no tempo - disse Cyborg no "Revista Combate".   
Cris Cyborg, painel Mulheres do UFC, INternational Fight Week (Foto: Adriano Albuquerque)Cris Cyborg comemora o fato de poder lutar em sua categoria de origem (Foto: Adriano Albuquerque)
Apesar da confiança pelo longo tempo de invencibilidade, a brasileira vai enfrentar uma lutadora que é campeã peso-galo do Invicta FC e que pode se aproveitar do "efeito surpresa", já que Cris Cyborg foi escalada inicialmente para enfrentar a australiana Megan Anderson. A paranaense, no entanto, analisou os perfis das duas rivais e garantiu que entrará no octógono consciente de todos os riscos que Tonya Evinger pode apresentar. 
- Sempre procuro treinar tudo, no MMA a gente não pode ir com apenas um plano pra luta, porque várias coisas podem acontecer. Treino jiu-jítsu, MMA, wrestling e, quando eles trocaram minha adversária, você muda um pouco a estratégia de luta, mas não tudo. A Tonya vai ser uma grande adversária, a Megan Anderson não tem tanta experiência quanto a Tonya, que é a campeã da divisão de baixo no Invicta, então talvez pode até ser a luta da noite - afirmou.    
Cris Cyborg ainda detalhou como foi a participação da campeã olímpica de boxe Claressa Shields em seu camp de treinamento para a luta pelo cinturão dos pesos-penas do UFC. De acordo com a brasileira, a pugilista americana trouxe muito aprendizado e ainda deixou no ar a possibilidade de, no futuro, se apresentar em um ringue, lutando na "nobre arte". 
- Gosto muito de boxe, foi muito bom trabalhar com a Claressa, uma campeã olímpica, e quero sempre treinar com os melhores. Eu venho do MMA, é muita coisa pra aprender no boxe, mas é bom treinar com alguém que tem um nível em outra especialidade melhor que o seu. Me dá oportunidade de melhorar meu boxe, é perfeito. No treino, na luta, você não pode só dar um "atraso" em alguém. Tem também que levar um "atraso", porque nisso você evolui cada vez mais. Isso que me fez trazer a Claressa pro treinamento. A gente vai continuar treinando juntas, após a minha luta quero ir a Michigan participar do camp de treinamento dela no boxe e evoluir meu jogo. Quem sabe, no futuro, posso fazer uma luta de boxe - concluiu Cris Cyborg.
Claressa Shields; Cris Cyborg (Foto: Reprodução Facebook)Claressa Shields auxiliou Cris Cyborg nos treinos de boxe para luta no UFC 214 (Foto: Reprodução Facebook)

Canal Combate transmite o UFC 214 ao vivo no sábado a partir de 19h15 (horário de Brasília). O Combate.com acompanha em Tempo Real, com vídeo ao vivo das duas primeiras lutas do card preliminar. Nesta sexta-feira, site e canal exibem a pesagem cerimonial ao vivo a partir de 20h50. 

Confira a programação completa:
UFC 21429 de julho, em Anaheim (EUA)
CARD PRINCIPAL (a partir de 23h, horário de Brasília):Peso-meio-pesado: Daniel Cormier x Jon Jones
Peso-meio-médio: Tyron Woodley x Demian Maia
Peso-pena: Cris Cyborg x Tonya Evinger
Peso-meio-médio: Robbie Lawler x Donald Cerrone
Peso-meio-pesado: Jimi Manuwa x Volkan Oezdemir
CARD PRELIMINAR (a partir de 19h30, horário de Brasília):Peso-pena: Ricardo Lamas x Jason Knight
Peso-casado (63,5kg): Aljamain Sterling x Renan Barão
Peso-pena: Renato Moicano x Brian Ortega
Peso-pena: Andre Fili x Calvin Kattar
peso-palha: Kailin Curran x Alexandra Albu
Peso-mosca: Eric Shelton x Jarred Brooks
Peso-leve: Josh Burkman x Drew Dober

Jéssica Bate-Estaca aceita lutar contra Cláudia Gadelha: "Daríamos um show"

Peso-palha paranaense explica que seria difícil entrar no octógono com a compatriota, mas que, por falta de rivais à altura, topa o desafio: "Será um belo confronto"

Por Rio de Janeiro
Depois de ficar com a medalha de prata no evento Gracie Pro, no último domingo, no Rio de Janeiro, Jéssica Andrade "Bate-Estaca" afirmou que aguardava um contato do UFC para definir quando e contra quem poderia retornar ao octógono, após perder para a campeã peso-palha Joanna Jerdzejczyk, em maio. Com o desejo de se apresentar no final do ano, em São Paulo ou na Polônia, a lutadora paranaense (número 4 na categoria) revelou que queria enfrentar uma adversária também bem ranqueada na divisão, como a americana Tecia Torres (número 5 no ranking) ou até a também brasileira Cláudia Gadelha (atual número 1).
Jéssica Bate-Estaca x Cláudia Gadelha (Foto: Reprodução Instagram)Jéssica Bate-Estaca posta mensagem afirmando que aceita luta contra Cláudia Gadelha (Foto: Reprodução Instagram)

O "desafio" de Bate-Estaca foi prontamente aceito por Claudinha Gadelha, que, através de seu perfil em uma rede social, afirmou estar apenas esperando uma ligação do UFC para assinar o contrato de luta com a compatriota. As declarações no mundo virtual continuaram na noite da última segunda-feira, e Jéssica explicou que não seria fácil enfrentar a compatriota, mas que as duas lutadoras dariam um show dentro do octógono. 
- Então, as pessoas interpretam errado o que a gente fala. O que foi perguntado para mim era qual seria minha próxima adversária para lutar no UFC e, como nunca sabemos quem será nossa adversária, pois é o UFC que decide e fecha as lutas, eu disse que em uma próxima luta, o UFC podia fechar uma luta com alguma das garotas que estão ranqueadas, como Tecia Torres, Rose Namajunas ou a Cláudia Gadelha. Mas, já que nunca encontram adversárias, nem para a Cláudia Gadelha nem para mim, acho que juntas daríamos um show. Não é mesmo, Cláudia Gadelha?? É difícil ter que lutar com uma compatriota, mas, se essa luta acontecer, eu tenho certeza que será um belo confronto. Sim, eu aceito! - escreveu Bate-Estaca em sua conta no Instagram, marcando Dana White e Sean Shelby.
Cláudia Gadelha é a número 1 do ranking peso-palha, que tem a polonesa Joanna Jedrzejczyk como dona do cinturão. Com 15 vitórias na carreira, a lutadora potiguar tem apenas duas derrotas em seu cartel, ambas para a atual campeã. Sua última luta foi no início de junho, no UFC Rio 8, quando venceu a polonesa Karolina Kowalkiewicz.
Jéssica Bate-Estaca, número 4 da divisão, vem de derrota na luta pelo título com Jedrzejczyk, em maio, no UFC 211. A lutadora da equipe PRVT tem 16 vitórias e seis derrotas em seu cartel, e antes de perder para a polonesa, tinha alcançado três triunfos seguidos, contra Jessica Penne, Joanne Calderwood e Angela Hill.

Organizadora do 1º Gracie Pro, Kyra celebra sucesso do evento: "Foi épico"

Pentacampeã mundial de jiu-jítsu revela ansiedade da família antes da luta principal 
e decreta: "Após a vitória, Roger se consolidou como o grande nome da geração"

Por Rio de Janeiro
Casa dos Jogos Rio 2016, o Parque Olímpico foi palco no último final de semana da primeira edição do Gracie Pro, evento de jiu-jítsu que trouxe de volta à Cidade Maravilhosa os "tempos áureos" da arte suave. Com grandes nomes do esporte, além de outros atletas de alto nível do MMA, como, por exemplo, a peso-palha Jéssica Bate-Estaca, a luta que todos os presentes na Arena Carioca 1 aguardavam foi realizada entre Roger Gracie e Marcus Buchecha, únicos lutadores decacampeões mundiais.
O tira-teima entre Roger e Buchecha (os dois empataram no Metamoris, em 2012) fez com que a Arena Carioca 1 fosse tomada por um (sadio) clima de "clássico no Maracanã". Apesar da ampla maioria do público expressar efusivamente sua torcida pelo "atleta da casa", os torcedores de Marcus Buchecha faziam bastante barulho no Parque Olímpico, com camisas personalizadas, promovendo uma bonita rivalidade nas arquibancadas. A vitória de Roger Gracie, aos 6m52s, por finalização (estrangulamento), no entanto, fez o ginásio explodir em alegria.   
Kyra Gracie Pro (Foto: Alexandre Fernandes)Kyra organizou a primeira edição do Gracie Pro, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro (Foto: Alexandre Fernandes)
Organizadora do evento, Kyra Gracie fez um balanço positivo desta primeira edição do Gracie Pro. Com status de "pop star", ouvindo gritos e pedidos de fotos das crianças que se espalhavam pelas arquibancadas da Arena Carioca 1, a pentacampeã mundial de jiu-jítsu já faz planos para que o evento volte em 2018 com o mesmo apelo da estreia. 
- O evento começou com o pé direito, realmente. Pelo feedback dos atletas, do público em geral, posso afirmar com certeza que foi o evento de jiu-jítsu mais organizado que teve no Brasil. Trouxe uma emoção para torcer pelos melhores atletas do mundo, teve a luta que o público esperava há muito tempo e foi histórico. Queria agradecer aos atletas por acreditarem no meu trabalho e, agora, o problema vai ser ter uma segunda edição com uma luta que possa barrar, em termos de importância e expectativa, essa que foi entre o Roger e o Buchecha - afirmou Kyra ao Combate.com, antes de completar.
- Meu objetivo era trazer um evento inovador para o esporte. Sou apaixonada pelo jiu-jítsu e é minha missão elevar o nível das competições. O jiu-jítsu nasceu no Brasil, se consolidou no Rio de Janeiro, temos histórias de grandes lutas realizadas aqui e, principalmente, com membros da família Gracie. Então, ter o Roger como o campeão dessa geração, foi muito bom ter ele para dar essa luz nessa primeira edição. Quero colocar o Gracie Pro no calendário do Rio de Janeiro. A gente vive uma situação bem delicada no país, é muito difícil conseguir um patrocínio, mas eu acredito no jiu-jítsu, acredito que nosso país vai dar a volta por cima, espero que as coisas melhorem e a gente tem que trabalhar e correr atrás das coisas. 
Roger Gracie Pro (Foto: Alexandre Fernandes)Roger Gracie finalizou Marcus Buchecha na "super luta" do Gracie Pro (Foto: Alexandre Fernandes)

No fim, com a vitória de Roger Gracie na luta principal do evento, Kyra revelou que o clima nos bastidores era de apreensão, dado o alto nível do combate. Deixando o lado empresarial um pouco de lado, a comentarista do Canal Combate falou da emoção em entrar no tatame com o tio Renzo e o avô Robson, e decretou: "Roger se consolidou como o grande nome da geração na família". 
- A família Gracie estava toda lá, foi uma luta muito importante para a história da minha família. Era a luta mais aguardada, o Buchecha é um atleta duríssimo, decacampeão mundial e estávamos todos apreensivos nos bastidores, justamente porque é aquele tipo de luta que os dois têm condições de vencer. Não tem favorito nunca. E a vitória do Roger, pela maneira como aconteceu, foi épico. Ele já estava na história da família e, agora, se consolidou como o grande nome da família nessa geração. É sempre uma emoção muito grande representar a minha família, estar com eles, estamos na 5ª geração da família Gracie e a nossa missão sempre foi fazer o jiu-jítsu competitivo, formar campeões, dar oportunidade aos atletas, então foi muito bom. Foi maravilhoso estar com meu avô, agora patriarca, meus tios e sobrinhos - concluiu Kyra.
Kyra Gracie Pro (Foto: Alexandre Fernandes)Família Gracie presente no evento  (Foto: Alexandre Fernandes)