W. Paulista salva no fim, e Inter vence Xavante em 2º jogo do novo Beira-Rio
Time de Abel Braga joga pouco, mas consegue marcar aos 38 minutos do 2º tempo
Confronto da 11ª rodada marca segundo evento-teste do estádio da Copa 2014
Por Tomás HammesPorto Alegre
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A
história do remodelado Beira-Rio está apenas começando, mas já passa a
ser forjada pela marca dos centroavantes. No primeiro evento-teste,
contra o Caxias, Rafael Moura havia marcado duas vezes e confirmado sua
recuperação. Desta vez, no segundo jogo da casa gaúcha na Copa de 2014,
foi Wellington Paulista a saborear o gosto da redenção. Sem anotar desde
sua contratação, entrou aos 34 minutos do segundo tempo. Aos 38, aparou
cruzamento de Fabrício: 1 a 0 sobre o Brasil de Pelotas, pela 11ª
rodada do Gauchão, e classificação garantida às quartas de final com
quatro partidas de antecipação - é o líder do Grupo A, com 28 pontos.
O
Inter vinha de derrota, a única no ano, para o Veranópolis. Usou time
reserva. Wellington Paulista saiu do revés na serra gaúcha como um dos
vilões. Perdera chance clara na etapa final, preferindo o passe ao
chute. Eram cinco partidas no Colorado. Nenhum gol. Escolheu um jogo bom
para marcar, uma vez que o Brasil de Pelotas jogou bem, superior ao
mandante em muitos momentos do confronto. Perdeu chances claras, teve
seu técnico expulso e acabou castigado. Mesmo assim, ainda é a melhor
campanha do Interior, vice-líder do Grupo A, com 19 pontos.
O
Inter já retorna a campo na sexta-feira. Embora mandante, jogará no
Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, diante do Esportivo, em partida
antecipada da 14ª rodada. O Brasil de Pelotas enfrenta o Juventude no
Bento Freitas apenas na quinta-feira, após o carnaval.
D'Alessandro comandou apertada vitória do Inter no novo Beira-Rio (Foto: Itamar Aguiar/Agência Estado)
Chuva, atraso e retranca
Muito
antes de a bola rolar, já era possível prever uma noite pouco honrosa à
beleza do novo Beira-Rio. Primeiro, pela chuva forte, que em nenhum
momento deixou de cair. Não atrapalhou muito os jogadores, é verdade,
mas transformou o acesso dos 10 mil sócios contemplados no check in
(além dos 250 fãs do Xavante) numa empreitada à base de muita lama. A
satisfação em conhecer o estádio remodelado, uma vez que os associados
não poderiam ser os mesmos do primeiro evento-teste, diante do Caxias,
goleada de 4 a 0.
O Inter estreou os telões, em que D'Alessandro e
Abel Braga foram os mais ovacionados. Tentou fazer uma entrada no
gramado à la Copa do Mundo, como reza o famoso padrão Fifa. Mas não
conseguiu. Cansou-se de esperar pelo Brasil de Pelotas e deixou a fila
no túnel, entrando sozinho com as bandeiras do clube, do estado e do
país. Era a primeira amostragem de que o Xavante não estava a fim de
facilitar.
De dar sono
A estratégia do
rival, que ingressou no campo como a melhor campanha do Interior, atrás
apenas da dupla Gre-Nal, se tornou nítida desde o primeiro apito de
Márcio Chagas da Silva. Os comandados de Rogério Zimmermann estavam
dispostos a defender. E como se resguardaram. Formaram uma barreira
quase intransponível. A ponto de as melhores chances do Inter serem
sempre em chutes de fora da área, como aos 28 minutos, quando Aránguiz
quase marcou, contando com desvio na zaga. A bola acabou saindo após
raspar na trave.
Foi o volante, aliás, quem conseguiu pisar na
área de Luiz Muller. Aos 31 minutos, após lançamento de D'Alessandro, o
chileno atirou, encostou na bola, mas o insuficiente para desviar com
força. Está certo que o Brasil também teve seus momentos, além, claro,
do destaque a Leandro Leite, pela truculência no meio-campo. Como aos
21, em sobra de escanteio mal aproveitada na área por Alex Amado. Aos
38, Cleiton arriscou de muito longe e quase abriu o placar. Quase.
Palavra-chave de um primeiro tempo morno.
- Eles ficam atrás
da linha da bola, tem que ter paciência. Chegamos sem muita claridade,
precisamos afinar o último passe. É sempre aquela história, fazer o
primeiro para eles se abrirem - receitou D'Alessandro.
De criticado a salvador
O
primeiro minuto do segundo tempo até que foi promissor. O mesmo D'Ale
cobrou escanteio para cabeceio perigoso de Rafael Moura. No entanto,
parou por aí. Quem passou a dominar as ações foi o valente Brasil de
Pelotas. Fracassou no capricho. Sozinho, o zagueiro Fernando Cardozo,
ex-Inter como Luiz Muller, Edu Silva e Marcio Hahn, errou o golpe de
cabeça. Aos 10 minutos, reclamação em suposto toque de mão de He-Man na
área. Aos 12, Alex Amado aproveitou furada do instável Willians e só não
marcou porque Dida salvou.
O Inter começou a equilibrar o
jogo com as mudanças. Entraram Alan Patrick e Otávio nas vagas de Alex e
Jorge Henrique. Mas foi o velho D'Ale de guerra que quase anotou, em
cobrança de falta espalmada por Luiz Muller. A expulsão do técnico
Rogério Zimmermann sepultou qualquer nova reação do Xavante, que passou a
se contentar com o empate. Tática equivocada. Porque, mesmo sem jogar
bem, o Inter acabaria impondo o castigo aos rivais. Justamente com o
antes criticado Wellington Paulista, após passe preciso de Fabrício
dentro da área. O centroavante só precisou desviar, aos 38, quatro
minutos após ingressar no gramado. 1 a 0, redenção pessoal,
classificação antecipada do time. O novo Beira-Rio começa a construir
uma história de superação e sucesso.