quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

W. Paulista salva no fim, e Inter vence Xavante em 2º jogo do novo Beira-Rio

Time de Abel Braga joga pouco, mas consegue marcar aos 38 minutos do 2º tempo
Confronto da 11ª rodada marca segundo evento-teste do estádio da Copa 2014

Por Porto Alegre
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A história do remodelado Beira-Rio está apenas começando, mas já passa a ser forjada pela marca dos centroavantes. No primeiro evento-teste, contra o Caxias, Rafael Moura havia marcado duas vezes e confirmado sua recuperação. Desta vez, no segundo jogo da casa gaúcha na Copa de 2014, foi Wellington Paulista a saborear o gosto da redenção. Sem anotar desde sua contratação, entrou aos 34 minutos do segundo tempo. Aos 38, aparou cruzamento de Fabrício: 1 a 0 sobre o Brasil de Pelotas, pela 11ª rodada do Gauchão, e classificação garantida às quartas de final com quatro partidas de antecipação - é o líder do Grupo A, com 28 pontos.
O Inter vinha de derrota, a única no ano, para o Veranópolis. Usou time reserva. Wellington Paulista saiu do revés na serra gaúcha como um dos vilões. Perdera chance clara na etapa final, preferindo o passe ao chute. Eram cinco partidas no Colorado. Nenhum gol. Escolheu um jogo bom para marcar, uma vez que o Brasil de Pelotas jogou bem, superior ao mandante em muitos momentos do confronto. Perdeu chances claras, teve seu técnico expulso e acabou castigado. Mesmo assim, ainda é a melhor campanha do Interior, vice-líder do Grupo A, com 19 pontos.
O Inter já retorna a campo na sexta-feira. Embora mandante, jogará no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, diante do Esportivo, em partida antecipada da 14ª rodada. O Brasil de Pelotas enfrenta o Juventude no Bento Freitas apenas na quinta-feira, após o carnaval.
D'alessandro, Internacional x Brasil de Pelotas (Foto: Itamar Aguiar/Agência Estado)D'Alessandro comandou apertada vitória do Inter no novo Beira-Rio (Foto: Itamar Aguiar/Agência Estado)
Chuva, atraso e retranca
Muito antes de a bola rolar, já era possível prever uma noite pouco honrosa à beleza do novo Beira-Rio. Primeiro, pela chuva forte, que em nenhum momento deixou de cair. Não atrapalhou muito os jogadores, é verdade, mas transformou o acesso dos 10 mil sócios contemplados no check in (além dos 250 fãs do Xavante) numa empreitada à base de muita lama. A satisfação em conhecer o estádio remodelado, uma vez que os associados não poderiam ser os mesmos do primeiro evento-teste, diante do Caxias, goleada de 4 a 0.

O Inter estreou os telões, em que D'Alessandro e Abel Braga foram os mais ovacionados. Tentou fazer uma entrada no gramado à la Copa do Mundo, como reza o famoso padrão Fifa. Mas não conseguiu. Cansou-se de esperar pelo Brasil de Pelotas e deixou a fila no túnel, entrando sozinho com as bandeiras do clube, do estado e do país. Era a primeira amostragem de que o Xavante não estava a fim de facilitar.

De dar sono
A estratégia do rival, que ingressou no campo como a melhor campanha do Interior, atrás apenas da dupla Gre-Nal, se tornou nítida desde o primeiro apito de Márcio Chagas da Silva. Os comandados de Rogério Zimmermann estavam dispostos a defender. E como se resguardaram. Formaram uma barreira quase intransponível. A ponto de as melhores chances do Inter serem sempre em chutes de fora da área, como aos 28 minutos, quando Aránguiz quase marcou, contando com desvio na zaga. A bola acabou saindo após raspar na trave.

Foi o volante, aliás, quem conseguiu pisar na área de Luiz Muller. Aos 31 minutos, após lançamento de D'Alessandro, o chileno atirou, encostou na bola, mas o insuficiente para desviar com força. Está certo que o Brasil também teve seus momentos, além, claro, do destaque a Leandro Leite, pela truculência no meio-campo. Como aos 21, em sobra de escanteio mal aproveitada na área por Alex Amado. Aos 38, Cleiton arriscou de muito longe e quase abriu o placar. Quase. Palavra-chave de um primeiro tempo morno.
- Eles ficam atrás da linha da bola, tem que ter paciência. Chegamos sem muita claridade, precisamos afinar o último passe. É sempre aquela história, fazer o primeiro para eles se abrirem  - receitou D'Alessandro.

De criticado a salvador
O primeiro minuto do segundo tempo até que foi promissor. O mesmo D'Ale cobrou escanteio para cabeceio perigoso de Rafael Moura. No entanto, parou por aí. Quem passou a dominar as ações foi o valente Brasil de Pelotas. Fracassou no capricho. Sozinho, o zagueiro Fernando Cardozo, ex-Inter como Luiz Muller, Edu Silva e Marcio Hahn, errou o golpe de cabeça. Aos 10 minutos, reclamação em suposto toque de mão de He-Man na área. Aos 12, Alex Amado aproveitou furada do instável Willians e só não marcou porque Dida salvou.
O Inter começou a equilibrar o jogo com as mudanças. Entraram Alan Patrick e Otávio nas vagas de Alex e Jorge Henrique. Mas foi o velho D'Ale de guerra que quase anotou, em cobrança de falta espalmada por Luiz Muller. A expulsão do técnico Rogério Zimmermann sepultou qualquer nova reação do Xavante, que passou a se contentar com o empate. Tática equivocada. Porque, mesmo sem jogar bem, o Inter acabaria impondo o castigo aos rivais. Justamente com o antes criticado Wellington Paulista, após passe preciso de Fabrício dentro da área. O centroavante só precisou desviar, aos 38, quatro minutos após ingressar no gramado. 1 a 0, redenção pessoal, classificação antecipada do time. O novo Beira-Rio começa a construir uma história de superação e sucesso.

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