quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Mari Paraíba no Paparazzo: 'Os homens têm medo de chegar em mim'

Atleta do vôlei, cortada às vésperas da Olimpíada, conta que está há dois anos sem namorar e que recebe cantadas de mulher dentro e fora do esporte.

Laís GomesDo EGO, no Rio
Mari Paraíba posa para o Paparazzo (Foto: Anderson Barros / Paparazzo)Mari Paraíba posa para o Paparazzo (Foto: Anderson Barros / Paparazzo)
Difícil acreditar que um mulherão como Mari Paraíba está solteira. Com 72kg muito bem distribuídos em seus 1.80m, a jogadora de vôlei admite que intimida os homens. "A maioria tem receio. Os caras, quando tem coragem de chegar em mim falam: 'Nossa, você intimida'. Alguns homens têm medo de chegar em mim", conta.
A atleta - que foi cortada às vésperas da Olimpíada Rio 2016 - diz que a 'dificuldade' de namorar, se deve ao fato de estar quase sempre viajando. Mas ela também confessa ser um pouco difícil: "Eu sou muito chata pra homem. Não gosto de cara novinho, gosto de caras mais velhos. E também não tenho paciência pra homem que não entende o meu trabalho, imagina se eu tiver que explicar desde o começo?" (risos).
Para realizar este sonho, ela lista o que um homem precisa ter para despertar seu interesse. "Gosto de homem com atitude, decisão. Se quer, quer, fala que quer e não fique enrolando. Também gosto de homem engraçado, simples e com caráter", afirma a atleta.
E se os homens se intimidam com Mari, o mesmo ela não pode dizer sobre as mulheres, que são um pouco mais saidinhas quando o assunto são as cantadas. Ela conta que já ouviu vários elogios e recebeu propostas para sair com mulheres dentro e fora do universo do esporte.
"Recebo, sim (cantadas de mulheres). Tenho muitas amigas lésbicas e como o é o ambiente em que vivo, recebo muitas. Dentro de quadra nunca me cantaram, até porque você está ali para jogar, mas dentro do esporte sim. Quando elas sabem que você não é homossexual, te respeitam muito, mas sempre tem umas que querem te levar para o mesmo caminho", diverte-se, antes de alertar: "Mas já aviso logo, tô fora".

O ensaio de Mari Paraíba vai ao ar nesta sexta, 05, dia de abertura da Rio 2016.
Mari Paraíba posa para o Paparazzo (Foto: Anderson Barros / Paparazzo)Mari Paraíba posa para o Paparazzo (Foto: Anderson Barros / Paparazzo)
Making of Mari Paraíba no Paparazzo (Foto: Anderson Barros / Paparazzo)Making of Mari de Paraíba no Paparazzo (Foto: Anderson Barros / Paparazzo)

Boxeadoras dos EUA rejeitam MMA, mas pedem por "Dana White do boxe"

Claressa Shields ressalta importância de presidente do UFC no crescimento do MMA feminino; Mikaela Mayer diz que profissionalização no boxe é arriscada para mulheres

Por Rio de Janeiro
Mikaela Mayer, boxe, Rio 2016, EUA (Foto: Adriano Albuquerque)Mikaela Mayer quer trabalhar junto a Claressa Shields para fomentar o boxe feminino (Foto: Adriano Albuquerque)
Homens que conquistam medalhas olímpicas no boxe têm seu futuro traçado: se profissionalizam pouco depois dos Jogos, na maioria das vezes com muito sucesso. Foi assim com Muhammad Ali, Mike Tyson, Oscar De La Hoya, Sugar Ray Leonard, Wladimir Klitschko, George Foreman, entre muitos outros. O boxe feminino, contudo, ainda é novidade na Olimpíada - esta é apenas a segunda edição de que as mulheres participam - e seu circuito profissional não chega perto dos valores ou da mídia que os homens recebem.
Para lutadoras como as americanas Claressa Shields, em busca do bicampeonato olímpico na Rio 2016, e Mikaela Mayer, uma transição para o MMA provavelmente seria mais lucrativa que para o boxe profissional. Basta ver o exemplo de Holly Holm, multicampeã mundial no boxe, mas que jamais experimentou no ringue a exposição que recebeu ao derrotar Ronda Rousey no UFC, no ano passado.
Mayer, em particular, provavelmente faria uma transição tranquila para as artes marciais mistas, visto que treinou kickboxing e muay thai antes de se dedicar exclusivamente ao boxe mais tradicional. Contudo, a loura de 26 anos, conterrânea de Ronda, prefere permanecer como amadora a mudar para o MMA, e vê o boxe profissional num futuro mais distante.
- Ainda tenho tanto que quero conquistar no boxe. Tenho 26 anos, mas sinto que ainda tenho muito a aprender. Quero ir aos Jogos de 2020 em Tóquio, então planejo ir a outra Olimpíada. Sinto que o boxe profissional precisa de mulheres como eu e Clarissa, para ajudar a trazer atenção ao nosso esporte também no nível profissional. Espero que possamos nos tornar profissionais algum dia e fazer barulho - discursa a peso-ligeiro (-61kg).
Shields talvez já seja capaz de atrair atenção para o boxe feminino se desejar se profissionalizar após a Olimpíada. Já com uma medalha de ouro conquistada em Londres 2012, a pugilista peso-médio (-75kg) de Flint teve um documentário sobre sua vida exibido em TV aberta nos EUA e, se vencer no Rio novamente, será a primeira americana, homem ou mulher, a se sagrar bicampeã olímpica no boxe. Entretanto, Mayer acredita que a amiga, com apenas uma derrota em quase 80 lutas amadoras, dificilmente teria adversárias no boxe profissional.
- Quantas garotas iriam querer enfrentá-la? Ela só conseguiria duas ou três lutas por ano. A pior coisa que pode acontecer a um boxeador é não poder lutar; se não podemos fazer o que amamos, de que adianta? Teria que ser sob as circunstâncias certas. (...) Eles realmente colocam as mulheres na TV no MMA, elas ganham bom dinheiro, estão recebendo o mesmo reconhecimento que os homens recebem, então acho que algumas estão seguindo essa direção, mas acho que o boxe precisa de garotas como eu e Claressa para fortalecê-lo. Se nós abandonarmos nosso esporte, quem vai nos ajudar? - indaga Mayer.
Para Shields, é necessário um promotor disposto a promover as mulheres como grandes estrelas, como Dana White fez no UFC com Ronda. Ela mencionou o empresário Al Haymon, que tem em sua carteira de clientes nomes como Floyd Mayweather Jr, Andre Berto, Adrien Broner e Julio César Chávez Jr, como alguém que potencialmente poderia cumprir esse papel.
- Em algum momento, quero lutar profissionalmente, mas agora não há uma plataforma para isso. Posso construir a plataforma para isso, mas como no UFC foi preciso o Dana White apoiar a Ronda Rousey, no boxe vai ser preciso um Al Haymon apoiando uma grande pugilista feminina para as pessoas quererem ver. Mas agora, não sei nem como seria. Nunca falei com o Al Haymon, não sei como ele se sentiria em apoiar uma boxeadora - analisa Shields.

Atleta do UFC diz que não gosta de lutar: "Só faço isso para pegar mulher"

Japonês não esconde obsessão: "O que importa para mim é pegar mulheres"

Por Las Vegas, EUA
Teruto Ishihara x Julian Erosa UFC 196 (Foto: Jason Silva)Teruto Ishihara tem uma vitória e um empate no UFC (Foto: Jason Silva)
Poucas pessoas podem dizer que amam o que fazem. Teruto Ishihara não é uma delas. Atleta do UFC, o japonês diz que odeia lutar - ele só o faz para conseguir se relacionar com mulheres. Ishihara deixou de lado o discurso padrão dos esportistas e revelou, em entrevista ao site "Yahoo", seu real propósito de ser um lutador de MMA.
- Eu não gosto de MMA. Não gosto de boxe. Não gosto de wrestling. Não gosto de grappling. Eu só gosto de mulher. Eu não quero lutar. Não quero mesmo. Não estou tentando ser diferente nem falando isso para conseguir fãs. Eu não quero lutar. Só faço isso porque é a melhor forma que conheço para pegar mulher. Se você luta e consegue o nocaute, você consegue garotas. Isso é o que importa para mim, pegar mulheres - afirmou.
O japonês, que tem luta marcada para o próximo sábado, contra Horacio Gutierrez, no UFC: Rodriguez x Caceres, garante só estar no Ultimate para conquistar garotas. 
- Eu quero pegar o máximo de mulheres possível. A razão de eu estar no UFC é que tem muita gente que assiste e esse é o melhor jeito de me ajudar a ficar o mais popular possível com elas. O MMA é uma coisa na qual eu brilho e, quando estou lutando, estou no meu auge. Acho que, quando luto, é quando fico mais atraente para as garotas. Se eu pensasse que fosse bom em outra coisa que atraísse a atenção das mulheres, eu faria. Se fosse preciso jogar futebol para conseguir isso, eu jogaria. Cantar, eu cantaria. Eu faria até um programa de culinária se isso me trouxesse mulheres.
Teruto Ishihara (Foto: Reprodução Facebook)Teruto Ishihara (primeiro à esquerda) só está no UFC para conseguir mulheres (Foto: Reprodução Facebook)
O lutador diz que sua obsessão pelo sexo oposto é natural. Seu pai, segundo ele, tinha a mesma vontade de se relacionar com mulheres. 
- Meu pai era um grande playboy. Ele me levava com ele para encontrar suas amantes. Não era incomum. Eu cresci vendo esse tipo de coisa.
Com um cartel de oito vitórias, dois empates e duas derrotas, Ishihara afirma que não teria um treinador que o priva de fazer sexo durante um camp de preparação para um luta.
- As pessoas que falam isso (que não fazem sexo durante o camp) são tímidas. Eu paro 10 dias antes de qualquer luta, mas, durante o camp de treinamentos, é quando estou no meu modo mais selvagem.
Combate transmite o evento ao vivo e com exclusividade neste sábado, a partir de 19h30 (horário de Brasília).O Combate.com acompanha em Tempo Real, e com vídeo ao vivo das duas primeiras lutas do card preliminar, no mesmo horário. Na sexta-feira, site e canal exibem a pesagem ao vivo. Confira o card completo abaixo:

UFC: Rodríguez x Caceres
6 de agosto, em Salt Lake City (EUA)
CARD PRINCIPAL (a partir de 23h de Brasília):
Peso-leve: Yair Rodriguez x Alex Caceres
Peso-pena: Dennis Bermudez x Rony Jason
Peso-médio: Thales Leites x Chris Camozzi
Peso-meio-médio: Santiago Ponzinibbio x Zak Cummings
Peso-médio: Trevor Smith x Joseph Gigliotti
Peso-palha: Maryna Moroz x Danielle Taylor
CARD PRELIMINAR (a partir de 19h30 de Brasília):
Peso-meio-médio: Court McGee x Dominique Steele
Peso-pesado: Viktor Pesta x Marcin Tybura
Peso-leve: David Teymur x Jason Novelli
Peso-pena: Teruto Ishihara x Horacio Gutiérrez
Peso-pena: Cub Swanson x Tatsuya Kawajiri
Peso-pesado: Chase Sherman x Justin Ledet 

Curtinhas: "Alguém me drogou antes da luta contra GSP", diz Nick Diaz

Faltando 17 dias para o UFC 202, organização anuncia luta entre as pesos-palhas Cortney Casey e Randa Markos no evento, que acontece em Las Vegas, EUA

Por Las Vegas, EUA

Nick Diaz MMA UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Nick Diaz relembrou em entrevista polêmica decisão da Comissão Atlética Canadense de dar mais tempo para GSP bater o peso (Foto: Evelyn Rodrigues)
Após um ano e meio de suspensão, por ter sido pego no antidoping com metabólitos de maconha após sua luta contra Anderson Silva, Nick Diazfinalmente está liberado para voltar ao octógono.
E o americano já voltou a provocar polêmica. Em entrevista à ESPN americana, Nick afirmou que acredita ter sido drogado antes de sua luta contra Georges St-Pierre, em Quebec, no Canadá, em 2013.
- Quando eu lutei contra o GSP no Canadá, primeiro de tudo, alguém me drogou. E ele não bateu o peso. A comissão veio até mim e disse que ele não estava tentando bater o peso e que, se tivesse um pound ou não de tolerância, não importava. Se a luta tivesse sido em Las Vegas, onde deveria ter sido, eles teriam não apenas feito o antidoping na gente, como também não iriam dar um pound de tolerância. Sendo assim, ele teria que ter batido o peso todo - declarou o lutador, que ainda não tem data para voltar a lutar.
CORTNEY CASEY X RANDA MARKOS É ADICIONADA AO UFC 202

Randa Markos - TUF 20 Finale (Foto: Evelyn Rodrigues)Randa Markos volta ao octógono em 17 dias (Foto: Evelyn Rodrigues)
Faltando 17 dias para o card do UFC 202, em Las Vegas, o evento acaba de ganhar a sua 13ª luta: o duelo entre as pesos-palhas Cortney Casey e Randa Markos.
O combate foi anunciado pela organização nesta quarta-feira e deve acontecer no card preliminar.
Com um cartel de cinco vitórias e três derrotas, Casey vem de vitória por nocaute sobre Cristina Stanciu no último mês. Já Randa, tem seis triunfos e três revezes na carreira e venceu duas das quatro lutas que fez no Ultimate.
UFC 202
20 de agosto, em Las Vegas (EUA)
CARD DO EVENTO (até o momento):
Peso-meio-médio: Conor McGregor x Nate Diaz
Peso-meio-pesado: Anthony Johnson x Glover Teixeira
Peso-meio-médio: Rick Story x Donald Cerrone 
Peso-meio-médio: Neil Magny x Lorenz Larkin
Peso-meio-médio: Tim Means x Sean Strickland
Peso-galo: Cody Garbrandt x Takeya Mizugaki
Peso-meio-médio: Hyun Gyu Lim x Sultan Aliev
Peso-galo: Raquel Pennington x Elizabeth Phillips
Peso-médio: Alberto Uda x Marvin Vettori
Peso-pena: Artem Lobov x Chris Avila
Peso-galo: Ning Guangyou x Marlon Vera
Peso-meio-médio: Colby Covington x Max Griffin
Peso-palha: Cortney Casey x Randa Markos
UFC 204 TERÁ STRUVE X MAGOMEDOV E OSP X MANUWA

O UFC volta para a Inglaterra no dia 8 de outubro e, aos poucos, o card do evento vai tomando forma. Nesta quarta-feira, o site "MMA Fighting" anunciou que a organização planeja o combate entre os pesos-meio-pesados Ovince St. Preux e Jimi Manuwa para o evento, que também deve contar com o duelo de pesados entre Stefan Struve e Ruslan Magomedov.
Com cartel de 15 vitórias e duas derrotas, Manuwa não luta desde a derrota para Anthony Johnson, em setembro. Já OSP tem 19 triunfos e oito revezes e não pisa no octógono desde que perdeu para Jon Jones, em abril.
Struve, por sua vez, tem 27 vitórias e oito revezes na carreira e vem de derrota para Antonio Pezão em maio. Já Magomedov vem de nove triunfos seguidos, incluindo três no UFC.
UFC 204
8 de outubro, em Manchester (ING)
CARD DO EVENTO (até o momento):
Peso-médio: Michael Bisping x Dan Henderson
Peso-médio: Vitor Belfort x Gegard Mousasi
Peso-meio-pesado: Ovince St. Preux x Jimi Manuwa
Peso-pesado: Stefan Struve x Ruslan Magomedov
Peso-leve: Léo Santos x Adriano Martins

Werdum promete polêmica se vencer Rothwell: "Meu lado bonzinho acabou"

Ex-campeão dos pesados se diz ciente de que Cain Velásquez pode ser o próximo desafiante ao título e revela campanha da esposa para que se aposente em breve

Por Los Angeles, EUA

São 11 horas da manhã de uma sexta-feira em Huntington Beach, na Califórnia, dia de sparring pesado na Kings MMA, academia liderada pelo técnico Rafael Cordeiro. Dentro do octógono, o ex-campeão peso-pesado do UFC, Fabricio Werdum, encerra uma sessão de treinos com Renato Babalu e outros companheiros de academia. Exausto, ele repete os movimentos para ter certeza de que os está desenvolvendo com perfeição. 
- Foram 45 minutos de sparring sem descanso - revela Babalu, decretando o final da sessão. Satisfeito com o desempenho, "Vai Cavalo" tira o celular da mochila e começa a registrar momentos de descontração com a equipe nas redes sociais. É a deixa para o Combate.cominiciar a entrevista.
Os momentos que se sucederam à derrota pelo cinturão no Brasil ainda não foram esquecidos, mas o brasileiro garante que já foram superados. O foco, agora, é em conquistar nova chance de disputar o título, e a oportunidade para isso será no duelo contra Ben Rothwell, marcado para o dia 10 de setembro, em Cleveland, nos EUA.
- Eu pedi para lutar no mesmo dia que o Stipe Miocic ia defender o cinturão contra o Alistair Overeem. O Joe Silva (matchmaker do UFC) até se surpreendeu porque eu já queria lutar, mas é por isso mesmo, para poder ter essa chance de ver essa luta de perto. A minha vai ser uma luta antes, já quero sentar, nem ir para o vestiário, já vou esperar ali mesmo para poder ver a luta principal. E, na entrevista pós-luta, por exemplo, é sempre bom fazer uma “polemicazinha”. Acho que o meu lado bonzinho acabou. Eu vou ser igual como sempre, mas vou tentar fazer alguma coisa a mais para poder chamar a atenção para poder lutar, né? - declara.
Fabricio Werdum; treino; Los Angeles (Foto: Evelyn Rodrigues)Werdum enfrenta Ben Rothwell na co-luta principal do UFC Cleveland, dia 10 de setembro (Foto: Evelyn Rodrigues)
Durante o extenso bate-papo, o gaúcho falou sobre a preparação para o duelo, a enxurrada de críticas recebidas dos fãs, e revelou que sua esposa, Karine Werdum, já pediu para que ele se aposente.  Confira o bate-papo na íntegra
Como está a preparação para a luta contra o Rothwell?
A preparação eu estou fazendo faz tempo já. Na verdade, eu só paro depois de lutar por umas duas ou três semanas, depende da situação, dos compromissos, pois sempre tem alguma coisa certa já depois de luta. Por exemplo, claro que se eu tenho uma vitória, depois de uma luta tenho vários seminários e aparições. Com a derrota não é tanto, mas tem os compromissos que você já tinha assumido antes. Às vezes demora um pouco mais, às vezes um pouco menos, dessa vez acabei demorando um pouco mais para voltar a treinar por causa da derrota no Brasil, que foi difícil de superar no começo. Foi um evento muito legal no Brasil, fizeram pela primeira vez num estádio de futebol, mas agora já está completamente superado. Estava treinando na Tailândia com o mestre Rafael Cordeiro, fui para lá para fazer um filme, o Kickboxer 2, e aproveitei para levar o mestre porque eu não queria parar de treinar. A gente aproveitou para visitar a academia de muay thai de lá, que é muito tradicional. Fiquei lá por 10 ou 12 dias e foi bem legal. Foi uma experiência diferente, só eu e o mestre, ficava por conta do filme, mas sempre que dava a gente treinava certo. E agora, voltando a Los Angeles, normalmente de segunda, quarta e sexta eu treino com o Rafael Cordeiro, o Renato Babalu e a galera que me ajuda aqui e terças e quintas no Cobrinha. Às segundas e quartas eu também treino com o Nick Curson, que é o mesmo treinador do Lyoto Machida e do Rafael dos Anjos.
Como foi essa negociação para você lutar no mesmo card em que o Stipe Miocic fará a sua primeira defesa de cinturão?
Foi praticamente uma estratégia pelo fato de me promover já para a próxima luta pelo cinturão. Claro que depende muito de como vai ser a luta. Tenho que ser consciente também de que oCain Velásquez lutou muito bem contra o Travis Browne. A galera se surpreendeu porque o Cain deu um chute rodado. Eu não achei nada demais, mas tudo bem, né? (risos) Ele lutou bem realmente, lutou muito bem, e meio que já se credenciou para lutar pelo cinturão, pelo fato de ser americano…tem que ser bem realista, não gosto de ficar passando a mão por cima, mas é verdade. O Cain é americano, então tem aquela coisa dele ir direto pelo cinturão. Eu não acho justo 100%, mas ele está ali entre os melhores, pode ser que, pela vitória que teve, ele vá direto disputar o cinturão. Porém, depende muito dessa luta, como estratégia, porque eu pedi para lutar no mesmo dia que o Stipe Miocic ia defender o cinturão contra o Overeem. O Joe Silva até se surpreendeu porque eu já queria lutar, mas é por isso mesmo, para poder ter essa chance de ver essa luta de perto. A minha vai ser uma luta antes, já quero sentar, nem ir para o vestiário, já esperar ali mesmo para poder ver a luta. E, na entrevista pós-luta, por exemplo, é sempre bom fazer uma “polemicazinha”. Acho que o meu lado bonzinho acabou. Eu vou ser igual como sempre, mas vou tentar fazer alguma coisa a mais para poder chamar a atenção para poder lutar, né?
Fabricio Werdum; Renato Babalu; Kings MMA (Foto: Evelyn Rodrigues)Werdum brinca com Renato Babalu ao final do treino (Foto: Evelyn Rodrigues)
Que tipo de polêmica você pretende fazer? Pode revelar alguma coisa?

Claro que eu tenho que ganhar para poder fazer isso e falar tudo o que estou pensando, por isso que estou planejando isso tudo para o futuro. Já estou imaginando tudo como sempre imaginei. Vou falar alguma coisa, criar uma polêmica, de repente dar uma rasteira no Dana White (risos), levantar a mesa…Tenho que fazer alguma coisa, porque eu já vi que o que eu fiz a vida inteira deu certo, mas quando dá errado as pessoas te criticam muito. A vida inteira eu brinquei, eu sou do jeito que sou, sou brincalhão mesmo, e não vou mudar. Por exemplo, uma coisa que eu não gostei... a “happy face” é uma coisa que eu faço desde pequeno e as pessoas criticaram muito depois que eu perdi, porque aí associaram a “happy face” ao fato de eu estar brincando muito e que foi por isso que não me concentrei pra luta. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. A campanha “happy face” foi uma coisa e outra coisa foi que eu, de repente, estava ansioso para essa luta tão esperada no Brasil . É impossível não ficar ansioso. Nervoso eu não fico, mas estava ansioso. Não tinha pressão, eu realmente cometi um erro, fui para cima e aconteceu. As pessoas criticaram, mas por exemplo, agora não é o momento de eu fazer a “happy face”, só que seu eu tivesse ganho, a “happy face” ia ser o maior sucesso. É assim que funciona. 
Como você analisa o Ben Rothwell?

O Ben Rottweil é um cara bastante forte, é um cara da minha altura, tem um 1,93 metros, é bem no limite do peso, tem 120 kg e corta peso para poder lutar na categoria. Eu sei que é um cara perigoso e eu sempre digo que não existe luta fácil. As pessoas falam: “Ah, essa luta é fácil, vai ser boa para ti”, não é bem assim. A gente já viu muitas vezes que, às vezes tem um favorito e o outro vai lá e surpreende. Então, eu tenho que ter muito cuidado com o Ben Rothwell, ele é um cara que tem a mão pesada realmente, tem aquela guilhotina dele de frente que ele coloca o peso todo e que é perigosa, ele finalizou o Josh Barnett assim…Então, estou pensando em tudo isso, não estou pensando que vai ser uma luta fácil, sei que vai ser uma luta difícil, mas acredito no meu potencial e sei que vou sair com essa vitória. E acho também que tem que ser uma vitória que me dê essa credencial para que eu possa lutar pelo cinturão de novo, então não pode ser uma luta meio morna, por pontos, depende da situação, porque o Cain já está ali esperando. Vai depender muito dessa luta para ver quem é que vai ser o próximo a disputar o título. 
Aniversário; Fabricio Werdum; 39 anos (Foto: Evelyn Rodrigues)Werdum comemorou 39 anos no dia 30 de julho. A esposa Karine já iniciou "campanha" para que ele pare de lutar em breve (Foto: Evelyn Rodrigues)




Como tem sido dividir a sua carreira de lutador com a de ator e comentarista?
Acabei de completar 39 anos no dia 30 de julho. Não sinto que tenho essa idade, acho que estou bem jovem mentalmente, me sinto bem, meu corpo também está respondendo muito bem ainda. Não é que nem antes, pois eu me achava mais ágil antes, pelo tempo, pela idade. Desde que comecei no jiu-jítsu até hoje faz 19 anos que luto já. Mas é ter cuidado com o Ben Rothwell e fazer uma boa estratégia... O Rafael Cordeiro é um dos melhores treinadores do mundo, é muito calmo na hora de falar com a gente no intervalo da luta, e é só ter a estratégia certa para lutar pelo cinturão novamente. Eu acho que eu mereço. Muitas pessoas falaram que eu merecia essa revanche, eu estava vindo de seis vitórias seguidas e não me deram. Eu não estava esperando, não estava na expectativa de ter a revanche, já tinha colocado na minha cabeça que não ia acontecer, não fiquei assim em depressão. Fui fazer as minhas coisas, fui fazer os meus compromissos. Como eu comentei, já estou no segundo filme, indo para o terceiro já, gravei agora com o Van Damme, fiz o primeiro com o Mike Tyson, gravei com o Antonio Banderas, e pouco a pouco tem que fazer essa vida paralela, não posso só pensar na minha profissão de lutador. E as pessoas também criticam muito isso, né? Se você tá gravando um filme, elas falam: “Ah, vai treinar!”. Não é bem assim, eu também sou comentarista do UFC na América Latina, então tenho que fazer muitas coisas paralelas para poder viver depois também. Não posso ficar só pensando na luta e quando me aposentar ver o que vou fazer. Já estou pensando nisso desde agora já.
Mas já passa pela sua cabeça a possibilidade de se aposentar? Até quando você se vê lutando?

O lutador sempre diz uma data: daqui a dois anos, daqui a três anos, mas nunca acontece. A minha esposa já quer que eu pare, quer que eu faça essa luta e diz ter certeza de que vou ganhar o cinturão de novo e que, quando fizer isso tenho que parar. Mas não é assim que funciona, não é assim chegar, pegar o cinturão e parar. Então, eu não tenho essa coisa na minha cabeça de: “Ah, vou me aposentar em dois anos” e eu também não vou dizer. Eu gosto de ser bem sincero porque, no momento em que eu disser que me aposentei o cachê baixa, ninguém mais chama como antes, não tem aquelas aparições, as presenças vips, que é uma coisa que a gente ganha bastante, diminui o número de seminários. No momento que eu falar essa palavra aposentado, já muda o cachê, muda tudo, então não tem motivo para eu falar quando vou me aposentar. Ninguém vai ouvir essa palavra na minha boca, só quando eu tiver 50 anos - o que não falta muito (risos).
Junior Cigano Fabricio Werdum UFC 90 (Foto: Getty Images)Werdum e Cigano já se enfrentaram, em 2008, com o atleta de Caçador levando a melhor por nocaute (Foto: Getty Images)
O que você achou das declarações do Cigano de que se arrependeu de ter te provocado para tentar cavar uma luta entre vocês quando você ainda era o campeão da divisão?

Também aconteceu comigo isso. O Cigano perdeu o cinturão, depois teve alguma vitória sobre o Ben Rothwell, fez uma luta bem estratégica e aconteceu a mesma coisa comigo. Eu também queria lutar com ele e me promovi em cima dele. Na época em que eu não tinha o cinturão, eu disse que queria lutar com o Cigano, mas na verdade eu queria o cinturão. Então, ele pensa igual. Agora que eu perdi, ele não quer mais lutar comigo, mas é óbvio que ele queria só o cinturão. Ele queria fazer uma polêmica, alguma coisa assim, porque como eu era o campeão, eu era o alvo, mas agora o alvo é o Stipe Miocic, que é o bombeiro. Quando passa um bombeiro aqui eu fico meio que com medo (risos). Outro dia passou o caminhão de bombeiro aqui e até me escondi (risos).
Você que já enfrentou os dois...quem você acha que leva a melhor nessa luta? Miocic ou Overeem?

O Stipe Miocic tem a pancada forte mesmo. Vou te falar que eu não senti, porque foi uma pancada muito certeira. Me nocauteou, então eu não consegui sentir uma dor assim: “Ah, pegou muito forte!”. Pegou certeiro, no ponto certo. Mas o Overeem também é um cara que tem muita experiência, ele lutou muito bem com o Cigano, também nocauteou muito bem. E o Cigano é um cara muito perigoso, que nocauteou várias pessoas na categoria. O Overeem também está sendo mais estratégico agora porque ele está sem o "café da manhã" especial. Ele está sem aquele "café da manhã", não está podendo tomar o cafezinho dele, então está diferente realmente e está lutando com mais estratégia. Se ele fizer a estratégia certa, acho que leva essa luta, mas o Stipe Miocic já nocauteou vários e pode nocautear o Overeem também, depende de como o holandês vai entrar mentalmente. Se ele entrar bem confiante, ele leva, mas se entrar meio com medo o Miocic o nocauteia também.
O que você achou dessa polêmica do Brock Lesnar ter sido pego no antidoping antes e no dia do UFC 200?

Acho que o Brock Lesnar já sabia, não tem como ele não saber. Um cara que faz os ciclos dele já, que é normal, e eu não sou contra ele fazer um evento no qual isso pode, que é o WWE, que é um evento que pode tomar, que não tem porquê não tomar. E, com certeza, ele sabia disso, mas o UFC chamou, não sei se ele falou pro UFC, acho que não, senão o UFC não ia deixar que ele participasse do evento, mas ele deve ter escondido porque deve ter pensado no financeiro. Financeiramente ele deve ter pegado um bom dinheiro e eu acho que o Mark Hunt está no direito dele dessa luta ser anulada para poder reclamar o que ele falou mesmo, a metade da bolsa, ou o que for, como também até sair do evento. Ele não está feliz e não é justo para o Mark Hunt. Ele lutou contra um cara que estava completamente bombado, tinha feito um ciclo, que realmente estava muito forte, e a gente sente a diferença na hora da luta. Foi até por isso que eu comentei outro dia que eu acho que se o TRT (Terapia de Reposição de Testosterona) voltasse ia ser bom para todo mundo. Nós gastamos muita energia, é um desgaste muito grande, de muitos anos, então acho que o TRT não teria problema. Pode ser opcional, toma se quiser, se tivesse um limite, um número, até 800 pode ir, por exemplo, passou de 800 é doping, isso podia ser bom, mas para todo mundo. Não como era antes, que só alguns podiam e outros não. Direitos iguais, ou para ninguém ou para todo mundo. Acho que podia fazer isso sim, porque os atletas iam render muito mais. Esse é um esporte de alto rendimento, então não vejo porque não. 
Você disse que dá pra sentir quando está enfrentando um lutador "bombado". Já enfrentou alguém e percebeu isso dentro do octógono?

Acho que o Overeem, né? Quando lutei contra ele em Dallas, na segunda vez que a gente se enfrentou, ele estava no auge do negócio, no auge do "café da manhã”. E deu para ver nitidamente, eu senti muito. Estava em "overtraining" aquela vez, não estava me sentindo muito bem, passei do ponto realmente. Não é desculpa, mas foi o que aconteceu, foi a única vez que passei do ponto assim de treinar demais. E o Overeem estava no auge, tanto que até foi engraçado. Eu me lembro de falar pro pessoal da comissão atlética: “Ah, eu quero começar a aquecer. Quando vai ser o antidoping?”. E aí me responderam: “Não, aqui não tem doping”. E eu pensei: “Puxa, não acredito! (risos) Eu podia ter tomado um café da manhã também (risos)”.