terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Dana White comenta atitude de GSP de abdicar do título: "Ninguém ficou chocado"

Presidente do Ultimate diz que canadense escolheu duelo com Michael Bisping a dedo e não quer enfrentar nenhum lutador dos pesos-meio-médios

Por Combate.com, Fresno, EUA
 
Quando Georges St-Pierre finalizou Michael Bisping e conquistou o cinturão dos pesos-médios (até 84kg) do Ultimate, Dana White declarou que ficaria "muito irritado" caso o canadense não defendesse o título contra o então campeão interino Robert Whittaker. Entretanto, nesta semana GSP abriu mão do posto mais alto da categoria, o que fez o neozelandês herdar a posição. Mas engana-se quem acha que o presidente do UFC ficou surpreso com a decisão de St-Pierre.
- Tem uma razão para eu ter colocado isso no contrato. Estou chocado? Acho que ninguém ficou chocado. Ele escolheu a dedo o Bisping e saiu de novo. Foi isso. Achei que eu ficaria muito irritado, mas não estou. Esperava por isso. Eu tive que assinar um contrato com ele que dizia que ele defenderia contra o Whittaker por um motivo: porque sabia que ele não faria isso - afirmou.
Dana White disse que St-Pierre escolheu Bisping a dedo e não faz ideia de qual será o próximo passo do canadense (Foto: Jason Silva)Dana White disse que St-Pierre escolheu Bisping a dedo e não faz ideia de qual será o próximo passo do canadense (Foto: Jason Silva)
Dana White disse que St-Pierre escolheu Bisping a dedo e não faz ideia de qual será o próximo passo do canadense (Foto: Jason Silva)
Sobre o futuro de St-Pierre, Dana White mostrou não ter ideia do que esperar do canadense. Segundo o dirigente, o lutador não quer enfrentar ninguém da divisão até 77kg, que é a sua categoria de origem, onde foi campeão por muitos anos.
- Ele não quer lutar com ninguém nos meio-médios. Por isso ele lutou com Bisping. Não quis lutar com Woodley, não quis lutar com Thompson, não quis lutar com nenhum daqueles caras. Quis lutar com Bisping, fez isso e agora está fora de novo. Não estou chocado, não estou irritado, é assim que é - concluiu.

Frustrado por revés, Sheymon quer largar emprego de motorista e focar no MMA

Brasileiro acredita que necessidade de dinheiro o atrapalhou em sua estreia, há cerca de duas semanas, contra Zabit Magomedsharipov. Plano é de voltar no UFC Belém

Por Raphael Marinho, Rio de Janeiro
 
Considerado uma das principais promessas do Brasil no MMA, Sheymon Moraes, de 27 anos, sofreu sua segunda derrota na carreira em sua estreia no Ultimate, quando foi finalizado pela também promessa Zabit Magomedsharipov, há cerca de duas semanas no UFC China. A atuação deixou o brasileiro frustrado e ele acredita que o longo período sem lutar, quase um ano e meio, foram fundamentais para que ele não conseguisse impor seu jogo.
- Foi frustrante porque estava muito bem preparado. Acho que foi a vez que treinei melhor na minha vida. Sabia que tinha uma pedreira pela frente, mas estava muito confiante. Infelizmente, na hora da luta meu corpo travou. Foi muito tempo sem lutar, estava há quase 18 meses. Acho que essa foi a diferença. Estava sem ritmo de luta, sem o timing, parecia que tinha uns 50 elásticos me segurando. Mesmo assim, não fui tão mal para um cara que estava quase dois anos sem lutar. Encarei um cara que vai chegar rápido no top 5 e está na ativa, lutando muito. Acho que ele não fez nada comigo. Mesmo eu não conseguindo lutar, ele não fez nada, não me machucou, não senti força dele, não senti a porrada dele. Só não consegui lutar e toda hora que acabava o round pensava: "Que m***, não estou conseguindo lutar". Isso foi o mais frustrante porque não consegui mostrar um décimo do que evoluí. Fico chateado, partiu meu coração. Vocês ainda não viram verdadeiro Sheymon lutando - garantiu, em entrevista ao Combate.com.
Sheymon Moraes quer acabar com a rotina de ter dois empregos para focar apenas no MMA (Foto: Getty Images)Sheymon Moraes quer acabar com a rotina de ter dois empregos para focar apenas no MMA (Foto: Getty Images)
Sheymon Moraes quer acabar com a rotina de ter dois empregos para focar apenas no MMA (Foto: Getty Images)
O ritmo de luta não foi o único problema enfrentado por Sheymon para o duelo contra Magomedsharipov. Apesar de reconhecer que sua performance "foi irreconhecível, com o raciocínio muito lento e sem tempo de luta", o especialista em muay thai teve que conciliar os treinos com a vida de motorista no Uber para conseguir pagar suas contas nos Estados Unidos. De acordo com ele, a necessidade do dinheiro impactou diretamente em seu rendimento.
- Agora é tirar uns estresses da minha vida que vêm me atrapalhando para mostrar para o mundo quem é o verdadeiro Sheymon. Um deles é ter que dirigir para poder pagar as minhas contas. Falta de dinheiro é f***. Ter que conciliar treino com dirigir é f***. Até lesionei minhas costas, estava há muito tempo dirigindo, 12 horas direto sentado, dormindo cinco horas por dia, indo treinar em seguida. Essas paradas me estressam um pouco, tiram um pouco meu foco. Me deixou com muita pressão em querer ganhar o dinheiro. O que eu mais estava pensando era que precisava do bônus. Até nos intervalos dos rounds, córner falando comigo, e eu na cabeça: "Você precisa desse bônus! Você precisa desse bônus!". Isso com certeza me atrapalhou. Agora vou voltar para a minha família, ficar um tempo treinando e renovar as energias para voltar com tudo, sem pressão nenhuma. Agora é voltar o mais rápido possível para apagar essa derrota. Estou feliz, forte, indo para o Brasil ver a família e, com certeza, vocês verão na minha próxima luta o velho Sheymon, lutando com alegria, ousadia e aquela felicidade que sempre lutei. O leão está com fome, quer ir à caça e acordou. Quem sabe mais para a frente não batemos de frente e revemos esse revés - afirmou.
A vinda para o Brasil é para matar a saudade dos amigos e familiares, mas, com um filho nos Estados Unidos, Sheymon pretende voltar em breve para o país. Entretanto, caso tenha atendido seu desejo de lutar no dia 3 de fevereiro no UFC Belém, vai estender a permanência para fazer a preparação no Rio de Janeiro. Apesar da bolsa recebida pela luta na China ainda não ser suficiente para resolver sua vida, o lutador quer dar um tempo do volante para focar no MMA.
- Essa grana está longe de me fazer parar de trabalhar. Mas vou parar mesmo assim, tentar segurar a onda com o pouco dinheiro que ganhei, foi bem menos do que ganhava no WSOF, mas agora pelo menos entrou um dinheirinho a mais. Melhor do que eu ganhava dirigindo, óbvio, então dá para eu ficar pelo menos um, dois meses só treinando. Tomara que minha próxima luta seja no Brasil, gostaria muito. Todos que estão lendo a matéria, que acompanham meu trabalho, peçam Sheymon Moraes no UFC Brasil! Mesmo passando a luta ainda estou trabalhando para poder pagar minha ida para o Brasil e tirar o dinheiro do aluguel, comida do meu filho, gasolina, carro, os gastos daqui. Ainda estou trabalhando de Uber para pagar essa passagem para o Brasil porque está cara. Só queria lutar nesse evento do UFC em Belém. Nunca escolhi adversário, nunca vou escolher, só quero me divertir e apagar a derrota. Se me derem uma luta, será muito bom voltar a lutar no Brasil depois de tanto tempo - finalizou.

Slater volta após lesão e vê John John mais pressionado que Medina na luta pelo título

Recordista de vitórias em Pipeline pode ser fiel da balança na briga pelo troféu nesta temporada: "Quero disputar essa final, e eu espero que seja contra um desses dois caras"

Slater volta após lesão e vê John John mais pressionado que Medina na luta pelo títuloSlater volta após lesão e vê John John mais pressionado que Medina na luta pelo título
Por Carol Fontes e Lívia Laranjeira, Direto de Oahu, Havaí
 
Nenhum outro surfista venceu mais em Pipeline do que Kelly Slater. O onze vezes campeão mundial tem sete títulos na etapa do Havaí. Recuperado da lesão no pé direito, o americano voltou a competir na ilha de Oahu depois de cinco meses afastado do Circuito Mundial. Ele se machucou em uma sessão de freesurf em Boneyards, um dos picos de Jeffreys Bay, na África do Sul. Apesar de ter surfado o "Surf Classic", evento na piscina de ondas artificiais no seu rancho, na Califórnia, Kelly ainda não tinha voltado a competir na elite do surfe. Coroou o retorno com a vitória na estreia do PIpeline Masters sobre o francês Joan Duru e o americano Kolohe Andino.
A WSL paralisou as disputas após a nona bateria da primeira fase. Haverá uma nova chamada nesta terça-feira, às 15h30 (de Brasília). O SporTV.com transmite as baterias ao vivo.
- Eu dou ao meu pé 65% (de recuperação). Eu faltei a muitas etapas, mas depois de tantos anos sem parar, dia sim, dia não, foi bom ter alguns meses de folga. É bom voltar, mas é bom se afastar de algo que você ama e voltar e apreciá-lo - disse Slater.
Torcedores de diversas gerações aguardaram para ter o seu momento com Kelly Slater no Havaí (Foto: Carol Fontes)Torcedores de diversas gerações aguardaram para ter o seu momento com Kelly Slater no Havaí (Foto: Carol Fontes)
Torcedores de diversas gerações aguardaram para ter o seu momento com Kelly Slater no Havaí (Foto: Carol Fontes)
Feliz por voltar a vestir a lycra de competição, Slater ficou cerca de 1h30 dando autógrafos e atendendo aos pedidos do público após a vitória. Uma multidão de torcedores se aglomerou para ter um momento com o ídolo. Ele avançou diretamente à terceira fase e aguarda a definição de seu rival na próxima rodada no Havaí.
O americano conquistou o Pipeline Masters pela primeira vez em 1992, quando derrotou o local Sunny Garcia na decisão. Depois, venceu três anos seguidos (1994, 1995 e 1996), passando por Vetea David, Mark Occhilupo e Sunny nas finais. Voltou a erguer a taça em 1999 na vitória sobre Shane Wehner e repetiu a dose em 2008, após a bateria decisiva com Chris Ward. O último triunfo foi em 2013 sobre John John Florence, que nunca venceu a etapa no quintal de casa.
Kelly Slater passou cerca de 1h30 distribuindo autógrafos e conversando com a torcida que se aglomerou ao seu redor (Foto: Carol Fontes)Kelly Slater passou cerca de 1h30 distribuindo autógrafos e conversando com a torcida que se aglomerou ao seu redor (Foto: Carol Fontes)
Kelly Slater passou cerca de 1h30 distribuindo autógrafos e conversando com a torcida que se aglomerou ao seu redor (Foto: Carol Fontes)
Para Slater, o atual líder do ranking e campeão mundial sofre uma cobrança maior do que Medina na corrida pelo título de 2017. Ele diz que o brasileiro não deveria se sentir tão pressionado, já que vem de uma sequência de vitórias (Future Classic, Portugal e França) e fez o quase impossível para entrar na briga pelo caneco.
- Ele estava praticamente fora da disputa pelo título e aí ele foi melhor do que qualquer outra pessoa no mundo poderia. Se ele vencer aqui e garantir o título, é algo compatível com um campeão mundial. Eu acho que ele tem que colocar na cabeça que tem uma pressão, isso deve mantê-lo focado, mas, por outro lado, ele não tem pressão, porque ele nem deveria estar nessa posição. Ele teve uma perna europeia tão boa, ganhou o evento na piscina de ondas. Acho que Tom Curren é o único na história que já venceu quatro eventos seguidos no Tour... Eu sei que no caso do Gabriel, uma das vitórias não foi no Tour, mas acho que ele devia encarar dessa forma: eu atingi o auge - analisou.
- Nesse sentido, a pressão está no John, porque se o Gabriel "roubar" esse título, cara, seria uma coisa enorme na rivalidade deles. Eu estou contente por serem eles dois. Estou contente por vê-los se enfrentando - acrescentou.
Kelly Slater vence na estreia em Pipeline; veja a melhor onda do americano
Slater pode ter um papel fundamental no desfecho da história. O americano espera disputar a final com Medina ou John John. Mas prefere não escolher lados.
- Secretamente, eu espero ser (o fiel da balança). Eu encontrei o Charles (Saldanha, pai e treinador de Medina), outro dia, e ele disse "cara, eu preciso de você, nós precisamos de você". E eu disse "eu posso ser seu inimigo ou seu amigo, vamos ver". Mas eu espero estar lá, no fim. Quero disputar essa final, e eu espero que seja contra um desses dois caras - concluiu.
Torcida encantada com Kelly Slater nas areias da praia de Banzai Pipeline (Foto: Carol Fontes)Torcida encantada com Kelly Slater nas areias da praia de Banzai Pipeline (Foto: Carol Fontes)
Torcida encantada com Kelly Slater nas areias da praia de Banzai Pipeline (Foto: Carol Fontes)
Relembre a lesão de Slater em J-Bay:
Kelly Slater mostrou a fratura no pé em raio-X em julho deste ano (Foto: Reprodução)Kelly Slater mostrou a fratura no pé em raio-X em julho deste ano (Foto: Reprodução)
Kelly Slater mostrou a fratura no pé em raio-X em julho deste ano (Foto: Reprodução)
Baterias da primeira fase:
1: Jeremy Flores (FRA) 10.17, Jadson André (BRA) 6.33, Matt Wilkinson (AUS) 4.67
2: Josh Kerr (AUS) 12.17, Kanon Igarashi (EUA) 6.10, Owen Wright (AUS) 3.37
3: Conner Coffin (EUA) 10,50, Julian Wilson (AUS) 8,00 e Stuart Kennedy (AUS) 1,50
4: Jordy Smith (AFS) 16.57, Bede Durbidge (AUS) 11.43, Ethan Ewing (AUS) 3.00
5: Miguel Pupo (BRA) 14,83, Benji Brand (HAV) 12.64, Gabriel Medina (BRA) 12.43
6: John John Florence (HAV) 13,50, Dusty Payne (HAV) 6,83, Wiggolly Dantas (BRA) 5,63
7: Caio Ibelli (BRA) 12.83, Adriano de Souza (BRA) 11,27, Jack Freestone (AUS) 7,04
8: Kelly Slater (EUA) 12,47, Joan Duru (FRA) 11,90, Kolohe Andino (EUA) 7,60
9: Ezekiel Lau (HAV) 10,50, Filipe Toledo (BRA) 2,00, Michel Bourez (TAH) 2,00
10: Sebastian Zietz (HAV), Adrian Buchan (AUS) e Ian Gouveia (BRA)
11: Joel Parkinson (AUS), Connor O'Leary (AUS) e Leo Fioravanti (ITA)
12: Mick Fanning (AUS), Frederico Morais (POR) e Italo Ferreira (BRA)