quinta-feira, 26 de maio de 2011

Aquino comemora decidir no Couto Pereira: 'A gente fica muito mais forte'

Para o atacante, que fez o gol da classificação para a final da Copa do Brasil, fazer o segundo jogo em Curitiba é melhor

Por Fernando Freire Curitiba
Anderson Aquino participa do Arena SporTV (Foto: Fernando Freire / Globoesporte.com)Atacante diz que é melhor decidir em casa
(Foto: Fernando Freire / Globoesporte.com)
O atacante Anderson Aquino, artilheiro do Coritiba na Copa do Brasil, comemorou o fato de o segundo jogo da final do torneio ser no Couto Pereira. O sorteio, na sede da CBF, ocorreu na tarde desta quinta-feira. O primeiro confronto será em São Januário, na próxima quarta-feira, dia 1º de junho, às 21h50m (de Brasília). A decisão está marcada para Curitiba, na semana seguinte, quarta-feira, dia 8 de junho, às 21h50m.
- É melhor, diante da nossa torcida, segundo jogo. Podendo comemorar o título ali no Couto Pereira, a gente fica muito mais forte - afirmou o jogador de 24 anos, que fez, contra o Ceará, o gol que garantiu a vaga na final da Copa do Brasil.
No Couto Pereira, em 2011, o Coritiba tem 16 vitórias e apenas uma derrota. Pelo Campeonato Paranaense, foram 11 triunfos no estádio. Pela Copa do Brasil, seis. A única derrota em casa na temporada foi diante do Atlético-GO, na estreia do Campeonato Brasileiro.

Vasco x Coritiba: venda de ingressos para sócios começa nesta sexta

Valor dos bilhetes para arquibancada serão vendidos a R$ 50. Na semifinal, o valor foi R$ 30

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Começa nesta sexta-feira a venda de ingressos, mas apenas para os sócios, para o jogo da final da Copa do Brasil, quarta-feira, às 21h50m (de Brasília), na Colina. Os bilhetes estarão disponíveis em São Januário e nas sedes da Lagoa e Calabouço. A partir de sábado, a venda será para todos os torcedores. O valor da arquibancada será mais caro do que nos jogos anteriores: R$ 50. A entrada de Social custa R$ 80 e a Poltrona, que dá direito a estacionamento pelo portão 16, vale R$ 150.
Os torcedores também poderão comprar os ingressos pelo site www.futebolcard.com.br. A relação dos postos de venda ainda será divulgada pelo clube.
Vale lembrar que os ingressos para o jogo de domingo, às 18h30m (de Brasília), contra o América-MG, pela segunda rodada do Brasileiro, também estão sendo comercializados.

Atletas do badminton passam dificuldade financeira na Malásia

Com o afastamento do presidente da CBBd, ajuda de custo não chega, e integrantes da seleção brasileira precisam se manter por conta própria

Por Débora Vives Rio de Janeiro
Atletas badminton na Malásia Paiola (Foto: Divulgação)Na Malásia, Daniel Paiola (dir.) e Hugo Arthuso ao
lado,com a equipe de badminton (Foto: Divulgação)
O atraso no envio de auxílio financeiro aos quatro integrantes da seleção brasileira de badminton que treinam na Malásia deixou os atletas em uma situação complicada este mês. A ajuda de custo, que estava sendo repassada desde fevereiro pela Confederação Brasileira de badminton (CBBd), não chegou a Hugo Arthuso, Yasmin Cury, Daniel Paiola e Fabiana Silva e e o quarteto teve de arcar com os custos mensais por conta própria..A equipe fica na Ásia até agosto e conta com o valor para gastos em viagens internacionais (quando precisam competir) e, principalmente, com alimentação.
O problema surgiu depois que Celso Wolf Júnior foi afastado da presidência da CBBd, em abril deste ano - até agora, inclusive, não houve nova eleição. A primeira acusação da irregularidade foi feita por uma pessoa que se diz muito próxima dos atletas. Embora não conheça o "amigo", Daniel Paiola confirma que o grupo passou por dificuldades.
Passamos o mês por conta própria"
Daniel Paiola
- Passamos o mês (de maio) por conta própria. A ajuda de custo, que é algo paralelo ao projeto, é de total responsabilidade da CBBd. Enfim, até hoje não recebemos. Apenas hoje pela manhã (quinta-feira) recebemos uma informação de que iremos receber até sexta - disse Daniel.
Quando Celso Wolf Júnior foi afastado do cargo, declarou que a decisão judicial poderia prejudicar diretamente os atletas no exterior que dependiam da entidade. No primeiro dia do mês seguinte, o problema se confirmou: ninguém havia recebido o auxílio.
- No começo, devido à alternância de administração, muita coisa ficou confusa em relação ao nosso projeto "Malásia", o que a princípio achamos normal. Antes da alteração na administração, a CBBd estava tomando conta de tudo, treinamento, torneios e ajuda de custo - acrescentou Paiola, que informou que o pagamento de abril ainda foi feito pela antiga administração.
Situação já estaria regularizada
Presidente interino da CBBd, Manoel Gori atribui o atraso do pagamento ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), também responsável pelo projeto.
- A responsabilidade era do COB, eles que faziam o pagamento. Passaram a responsabilidade para a CBBd anteontem, autorizando o pagamento de maio. Já solicitamos a regularização, inclusive, o pagamento de junho também - afirmou Gori.
O COB informou, através da assessoria de imprensa, que ficou impossibilitado de transferir o valor à CBBd durante esse período em função da intervenção na entidade, mas "que manteve contato permanente com os quatro atletas na Malásia e outros quatro no Brasil, de forma a colocá-los cientes do que estava ocorrendo". Além disso, garantiu que o valor dos pagamentos de maio e junho foi depositado na conta da CBBd nesta quinta, para que a entidade repasse aos atletas.
Daniel Paiola fez questão de esclarecer que o Comitê Olímpico Brasileiro está cumprindo com todas as suas obrigações - pagamento do treinamento, passagens e hospedagem para torneios. Mesmo assim, a instabilidade financeira mexe até com o psicológico dos atletas.
- Tem atleta que não tem a facilidade de pedir dinheiro emprestado para a familia, e fica o medo de não receber... - explicou Hugo Arthuso.
Contudo, a intervenção na confederação não atrapalhou o sonho da equipe de garantir vaga para as Olimpíadas de 2012.
- O que me deixa chateado, é que estamos treinando duro aqui na Malásia. Não recebemos fortuna para defender o Brasil no badminton. Fazemos apenas por paixão ao esporte, mas... bola para a frente - conclui Paiola.

Pentatleta Yane Marques chega à final da Copa do Mundo na China

Sexta colocada no ranking mundial, pernambucana tentará vencer a quarta e última etapa da competição para disputar a grande final na Inglaterra, em julho

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
pentlato moderno pentatleta Yane Marques vai para China (Foto: Divulgação) Pentatleta Yane Marques chega à final da última
etapa da Copa do Mundo,na China(Foto: Divulgação)
A pernambucana Yane Marques vai dusputar um lugar no pódio da quarta e última etapa da Copa do Mundo de pentatlo moderno, realizada na China, no próximo sábado, dia 28. A brasileira vai tentar se manter entre as primeiras para garantir sua participação na grande final da competição, prevista para 09 e 10 de julho, na Inglaterra. Na ocasião, vão estar presentes somente as 36 pentatletas mais bem colocadas do ano. Nesta quinta-feira, a pentatleta de 27 anos terminou em nono lugar na sua bateria, somando 3748 pontos e garantindo a quarta melhor colocação no torneio. A qualificação feminina reuniu na pequena cidade de Chengdu 56 pentatletas do mundo todo.
Na prova de natação, Yane nadou os 200m livre no quinto melhor tempo (2m16s64) e conquistou 1164 pontos. Na esgrima, a sexta colocada no ranking mundial venceu 12 combates, 13º melhor desempenho de seu grupo, o suficiente para somar 776 pontos a sua classificação. Já no evento combinado de tiro e corrida, conquistou 1808 pontos. Yane Marques fez as três séries de cinco disparos, alternadas com os 3 mil metros de percurso, no 14º melhor tempo de sua bateria - 13m18s98.

O hipismo não entrou nas disputas da semifinal. Como de praxe, a prova não é realizada em qualificações para não desgastar os animais em um momento que não é o principal de uma competição.

Alonso desbanca Vettel e termina dia de treinos livres na frente em Mônaco

Espanhol da Ferrari domina a tarde do principado e deixa líder do campeonato apenas na quinta posição. Felipe Massa fica em sexto e Barrichello, em 13º

Por GLOBOESPORTE.COM Monte Carlo
Pela manhã, o enredo do primeiro dia de treinos em Mônaco parecia que seria o mesmo das outras corridas: com Sebastian Vettel na frente. Mas um mordido Fernando Alonso tratou de mudar o cenário na tarde de quinta-feira. O espanhol já tinha ficado próximo do alemão da RBR na primeira sessão e melhorou ainda mais à tarde. Com o tempo de 1m15s123, ele foi o melhor do dia, 105 milésimos à frente do inglês Lewis Hamilton, da McLaren. O líder do campeonato foi apenas o quinto, atrás ainda de Nico Rosberg, da Mercedes, o terceiro, e de Jenson Button, o quarto.
fernando alonso ferrari gp de mônaco (Foto: agência Reuters)De capacete dourado, Fernando Alonso é a melhor do dia nos treinos em Monte Carlo (Foto: Reuters)
felipe massa ferrari gp de mônaco (Foto: Agência EFE)Massa ficou apenas em sexto (Foto: Agência EFE)
Após uma corrida muito ruim em Barcelona, quando sofreu com os pneus e abandonou com o câmbio quebrado, Felipe Massa andou bem na manhã monegasca, mas pareceu estar além do limite do carro à tarde. Após várias saídas de traseira e derrapadas, o brasileiro, que chegou a liderar o primeiro treino, acabou apenas na sexta posição, a 658 milésimos do companheiro de Ferrari.
Com uma Williams recheada de atualizações e em busca do primeiro ponto em 2011, Rubens Barrichello ficou apenas na 13ª posição do dia, mesma posição que conseguiu pela manhã. O brasileiro foi 2s447 mais lento que o primeiro colocado. Já Pastor Maldonado que tinha andado bem pela manhã, com a setima posição, caiu para o 15º lugar após a sessão vespertina.
michael schumacher mercedes gp de mônaco (Foto: agência Reuters)Schumi após errar na Sainte Devote (Foto: Reuters)
O novo asfalto colocado na curva Sainte Devote após o incêndio em um carro de serviço na terça-feira fez várias vítimas nesta quinta-feira. A sete minutos do fim do primeiro treino, Michael Schumacher foi a primeira vítima do novo asfalto colocado. O heptacampeão perdeu o ponto de freada, derrapou e acertou a barreira de pneus colocada à frente do guard rail. O alemão da Mercedes se recuperou à tarde e foi o sétimo colocado do dia. Além dele, Heikki Kovalainen (três vezes), Jaime Alguersuari e Maldonado saíram da pista na primeira curva do circuito de rua.
Pela manhã, o primeiro treino sofreu uma interrupção inusitada a 40 minutos do fim do tempo de 1h30m. Um vazamento de água na reta dos boxes, próximo à linha de chegada, forçou a direção de prova a mostrar a bandeira vermelha para que funcionários da organização pudessem verificar o problema. Aparentemente, um registro de água colocado no asfalto precisou ser melhor fechado. Após seis minutos de paralisação, a sessão foi reiniciada sem problemas.
Confira os melhores tempos do treinos livres desta quinta-feira para o GP de Mônaco:
1 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1m15s123 (66 voltas)
2 - Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes) - 1m15s228 (56)
3 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1m15s321 (64)
4 - Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes) - 1m15s448 (62)
5 - Sebastian Vettel (ALE/RBR-Renault) - 1m15s667 (71)
6 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - 1m15s781 (69)7 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - 1m16s356 (47)
8 - Mark Webber (AUS/RBR-Renault) - 1m16s642 (45)
9 - Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes) - 1m17s101 (70)
10 - Nick Heidfeld (ALE/Renault-Lotus) - 1m17s126 (57)
11 - Vitaly Petrov (RUS/Renault-Lotus) - 1m17s337 (51)
12 - Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari) - 1m17s541 (73)
13 - Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth) - 1m17s570 (63)14 - Sebastien Buemi (SUI/STR-Ferrari) - 1m17s581 (56)
15 - Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth) - 1m17s633 (79)
16 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari) - 1m17s706 (62)
17 - Jaime Alguersuari (ESP/STR-Ferrari) - 1m17s789 (43)
18 - Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Renault) - 1m18s266 (73)
19 - Jarno Trulli (ITA/Lotus-Renault) - 1m18s490 (66)
20 - Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes) - 1m19s053 (47)
21 - Jerome D'Ambrosio (BEL/MVR-Cosworth) - 1m19s185 (71)
22 - Timo Glock (ALE/MVR-Cosworth) - 1m19s338 (52)
23 - Daniel Ricciardo (AUS/STR-Ferrari) - 1m19s463 (25)
24 - Narain Karthikeyan (IND/Hispania-Cosworth) - 1m22s066 (70)
25 - Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth) - 1m22s840 (13)

Campeão da Copa do Brasil será conhecido no Couto Pereira

Vasco e Coritiba iniciam a decisão na próxima quarta-feira, em São Januário

Por Felippe Costa Rio de Janeiro
sorteio da CBF para a final da Copa do Brasil (Foto: Felippe Costa / GLOBOESPORTE.COM)Virgínio Elísio (esq) comanda sorteio na CBF
(Foto: Felippe Costa / GLOBOESPORTE.COM)
O segundo jogo da final da Copa do Brasil será realizado no estádio Couto Pereira, casa do Coritiba. O sorteio realizado na tarde desta quinta-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, determinou os mandos de campo da decisão. Na próxima quarta-feira, dia 1º de junho, Vasco e Coritiba se enfrentam em São Januário, no Rio, às 21h50m (de Brasília). Na semana seguinte, quarta-feira, dia 8 de junho, os times fazem o duelo decisivo em Curitiba, às 21h50m.
O resultado do sorteio foi anunciado pelo diretor de competições da CBF, Virgílio Elísio. O supervisor de logística do Vasco, Fabiano Lunz, acompanhou o processo. O Coritiba não mandou representantes. Os árbitros dos dois jogos finais serão definidos na próxima segunda-feira.
O Coritiba decidiu três vezes no Couto Pereira nesta Copa do Brasil. Na primeira fase, o time avançou ao bater o Ypiranga-RS em casa por 2 a 0. Na fase seguinte, a torcida coxa-branca foi decisiva para a vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-GO. Também foi no Paraná que o Coxa garantiu a vaga na final ao bater o Ceará por 1 a 0, depois de um empate fora.
Já o Vasco fez apenas uma decisão longe do Rio de Janeiro, justamente na semifinal contra o Avaí, quando bateu o rival por 2 a 0, na Ressacada, depois de um empate por 1 a 1 em São Januário.
Curiosamente, Coritiba e Vasco se enfrentam mais uma vez, entre as duas partidas que decidirão o campeão da Copa do Brasil, pelo Campeonato Brasileiro. A partida, válida pela terceira rodada da competição, será no domingo, dia 5 de junho, às 16h, no Couto Pereira.

Ciente de que rivais querem Alex Silva, Tricolor não antecipará rescisão

Jogador, que interessa a Santos e Corinthians, vai para Alemanha para acertar situação. Se houver negócio com time europeu, saída será facilitada

Por Marcelo Prado São Paulo
Alex Silva no treino do São Paulo (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)Jogador caiu em desgraça com os dirigentes do time
do Morumbi (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)
A saída de Alex Silva do São Paulo ainda causará muita polêmica. Descontente com o desempenho do atleta dentro de campo e principalmente, com a sua postura fora das quatro linhas, o clube do Morumbi desistiu de contratar o zagueiro e ainda o liberou para decidir sua situação com o Hamburgo (ALE) antes do término do empréstimo, que será no dia 31 de julho. Santos e Corinthians têm interesse no jogador e, sabendo disso, a diretoria tricolor já avisou que não antecipará a rescisão contratual para que o atleta possa acertar com algum rival direto.
- O São Paulo tem uma obrigação com o Hamburgo e vai cumprir isso até o final. O atleta está indo para a Alemanha para resolver sua situação. Se houver um acerto do Hamburgo com outro clube e nós julgarmos que isso é bom para o São Paulo, faremos a liberação antecipadamente sem problemas. Mas não vamos antecipar a rescisão para ele jogar em algum concorrente direto. Quando o contrato dele acabar, ele jogará onde quiser – afirmou o diretor do clube, Adalberto Baptista, que conversou com os jornalistas na tarde desta quinta-feira.
O dirigiente revelou que o clube desistiu de manter o jogador porque o clube julgou que o negócio não lhe taria benefícios. Para ficar com o zagueiro de 26 anos em definitivo, o clube teria que pagar € 3,5 milhões (R$ 8 milhões).
- Quando você analisa uma contratação desse porte, é preciso pesar todos os fatores. Quando jogos o atleta disputou na temporada, quanto tempo ficou lesionado, o número de vezes em que ele não treina, como foi o seu rendimento em campo. Não tomamos nenhuma decisão exatamente por causa dos últimos acontecimentos (desentendimentos do atleta com a diretoria). Só julgamos que a relação custo-benefício não era satisfatória para o São Paulo – afirmou o dirigente.
O jogador segue sem se pronunciar. A reportagem do GLOBOESPORTE.COM tentou contato com o atleta desde o início da manhã. Através de um amigo, que atendeu o seu telefone celular, ele disse que vai conceder uma entrevista coletiva nos próximos dias.

Envolvido com Libertadores, Muricy testa novo time para o Brasileirão

Como contra o Internacional, técnico santista tira principais atletas e faz time B para confronto com Botafogo, no Engenhão

Por Julyana Travaglia Santos, SP
maikon leite santos (Foto: Agência Estado)Maikon Leite aparece no time para o Brasileiro
(Foto: Agência Estado)
Muricy Ramalho já havia avisado logo depois da vitória por 1 a 0 sobre o Cerro Porteño, no Pacaembu. E logo no primeiro treino, na tarde desta quinta-feira, o treinador começou a desenhar a equipe que deve enfrentar o Botafogo, às 18h30m deste sábado, no Engenhão, sem seus principais atletas.
Em maratona por causa das semifinais da Taça Libertadores, o Santos deve entrar modificado na partida pelo Brasileirão, assim como ocorreu na primeira rodada do torneio, contra o Internacional (1 a 1). Com os titulares fazendo um trabalho de recuperação pós-jogo, Muricy aproveitou para montar uma equipe diferente.
- Acho importante (poupar) pela expectativa e pela grandeza da Libertadores. O Brasileiro tem vários jogos pela frente ainda e na Libertadores só restam três jogos para o título. Fizemos nosso papel em casa, que era vencer. Agora é esperar um jogo difícil lá – afirmou o meia Elano.
No treino no CT Rei Pelé, o time treinou contra o sub-20 com: Felipe; Bruno Aguiar, Bruno Rodrigo, Vinícius e Alex Sandro; Possebon, Charles, Alan Patrick e Roger; Keirrison e Maikon Leite.
Com o resultado diante dos paraguaios no Pacaembu, o Santos precisa de apenas um empate para avançar à final da Libertadores. Vitória por 1 a 0 do Cerro Porteño leva a decisão para os pênaltis.

Danilo renasce no Timão e destaca paciência durante período de baixa

Depois de ficar encostado no elenco, meia volta a ser titular e garante que nunca pensou em deixar o clube por ter amargado tanto tempo a reserva

Por Carlos Augusto Ferrari São Paulo
danilo corinthians x são bernardo (Foto: Gustavo Tilio/Globoesporte.com)Danilo em ação contra o São Bernardo
(Foto: Gustavo Tilio/Globoesporte.com)
Toda a calma que exibe no gramado Danilo teve que utilizar também fora dele. Contratado no início de 2010 para ser o maestro alvinegro, o meio-campista não se firmou como titular e precisou de paciência para permanecer no clube. Depois aparecer em várias listas de atletas que poderiam ser negociados pelo Corinthians, o jogador tem agora a chance de ser titular, contra o Coritiba, neste domingo, às 16h, em Araraquara, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.
- Tem que saber respeitar, principalmente o professor. É ele quem decide quem joga. Mesmo não concordando, você tem que continuar treinando da melhor forma possível. Foi o que eu fiz até hoje na minha carreira e não mudaria agora – afirmou.
Danilo chegou ao Corinthians ainda na era Mano Menezes para disputar a Libertadores do ano passado. Apesar de estar credenciado pelo título sul-americano obtido pelo rival São Paulo em 2005, o armador sofreu com a irregularidade e acabou na reserva. Mesmo assim, ele garante que nunca pensou em deixar o clube. No início do ano, o Cruzeiro surgiu como alternativa, mas a negociação não caminhou.
- É preciso ter tranquilidade. Em hora nenhuma eu pensei em sair. Por onde passei, cumpri meus contratos, cumpri minha palavra. Em alguns jogos, eu nem entrei, mas fiquei tranquilo esperando aparecer a oportunidade – ressaltou.

O meio-campista ganhou espaço no último fim de semana, depois da boa atuação que teve no segundo tempo da vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, em Porto Alegre. Como Ramírez foi convocado para a seleção peruana, o armador ganhou a posição nos treinamentos desta semana para enfrentar o Coritiba, domingo, às 16h, em Araraquara. Ele também deve ser titular diante do Flamengo, dia 5 de junho, no Rio de Janeiro, já que Cachito não estará disponível.
- Futebol é assim, as coisas aparecem desse jeito. Você nunca pode largar. A partir do momento que a chance aparece você tem de estar bem preparado. Espero fazer um grande jogo – completou o meia, autor de quatro gols em 63 partidas pelo Timão.

Falcão perde a paciência e expulsa D’Alessandro e Juan do treino

Jogador fica contrariado e argumenta que não discutiu com Juan, mas é retirado de campo mesmo assim

Por Alexandre Alliatti Porto Alegre
Paulo Roberto Falcão, sempre tão calmo, perdeu a paciência nesta quinta-feira e expulsou D’Alessandro e Juan do treinamento da tarde. O argentino e o zagueiro foram retirados depois de aparentemente discutirem. Falcão percebeu xingamentos de lado a lado. Como a situação não parecia se amenizar, o treinador optou por expulsar ambos.
D'Alessandro  expulso    Falcão internacional (Foto: Alexandre Alliatti/Globoesporte.com)D'Alessandro saiu de campo sem entender expulsão  (Foto: Alexandre Alliatti/Globoesporte.com)

D’Alessandro ficou contrariado. Primeiro, disse a Falcão, ainda em campo, que não tinha discutido; depois, reclamou de o ato ter sido tomado diante da imprensa. O argentino tirou o colete, que designa o time titular, e caminhou lentamente para fora do campo. No percurso, argumentou com colegas de time, incluindo o último homem no gramado, o goleiro Lauro. Juan, em seguida, também deixou o gramado.
Os dois conversaram no vestiário. D'Alessandro, ao deixar o local, falou com a imprensa no pátio do Beira-Rio. Conversou com toda a paciência com os jornalistas, mas dando claros sinais de incômodo com a situação.
- Não entendi nada, cara. É sempre comigo. É f.... Não aguento mais isso - disse ele.
Aí o argentino entrou no carro, andou alguns metros e falou novamente com a imprensa.
- Não foi nada. Não tenho que explicar nada. Vou explicar o quê?
Pouco depois, foi a vez de Falcão falar com os jornalistas, também no pátio do Beira-Rio, informalmente. Ele explicou o porquê da decisão de expulsar os atletas.
- Eles faltaram com respeito perante o grupo. Eles começaram a se xingar, e tem limite. A instituição está acima disso. Mas já é vida nova - afirmou o treinador.
Falcão disse que sequer pensou em eventuais punições aos atletas. E disse que sempre tomará a mesma atitude em casos parecidos.

Cachoeira vira cenário para pilotos do X-Fighters antes da competição

Australiano Robbie Maddison e brasileiro Gilmar 'Joaninha' Flores fazem demonstração no Salto Corumbá, com 50m de altura

Por GLOBOESPORTE.COM Corumbá de Goiás, GO
Antes do começo da etapa brasileira do X-Fighters, circuito mundial de motocross freestyle, os pilotos Robbie Maddison, da Austrália, e Gilmar “Joaninha” Flores, brasileiro, tiveram um belo cenário para seus saltos. Os dois fizeram manobras na cachoeira de Salto Corumbá, com 50m de altura e localizada a 110 km de Brasília, cidade que receberá a prova neste sábado.
Joaninha decola com a moto no Salto Corumbá (Foto: Divulgação)Joaninha decola com a moto na cachoeira de Salto Corumbá, que fica a 110 km de Brasília (Foto: Divulgação)

– Quando fazia os backflips (salto mortal para trás), conseguia ver a cascata inteira – contou Joaninha.
O SporTV transmite ao vivo a etapa brasileira do X-Fighters, que acontece na Esplanada dos Ministérios neste sábado, às 18h30m. Quatro pilotos brasileiros estarão na briga.
Robbie Maddison decola com a moto no Salto Corumbá (Foto: Divulgação)O australiano Robbie Maddison faz um Holy Grab com o Salto Corumbá  ao fundo (Foto: Divulgação)

Nove meses após derrota, Bolt bate Powell por 0s02 e leva ouro nos 100m

Recordista ganha disputa válida pela terceira etapa da Diamond League

Por GLOBOESPORTE.COM Roma
Bolt na prova de 100m na Itália (Foto: Reuters)Bolt completa os 100m na primeira vez em que
competiu em Roma (Foto: Reuters)
Nove meses após perder em Estocolmo uma prova dos 100m pela primeira vez em dois anos, Usain Bolt recuperou o topo do pódio - em sua estreia em Roma.
O campeão olímpico e mundial, além de recordista, venceu a etapa de Roma da Diamond League em 9s91, superando o compatriota Asafa Powell por dois centésimos: 9s93. O bronze foi para o francês Christophe Lemaitre, campeão europeu, que cravou 10s00.
- Estava nervoso. Era minha primeira corrida na temporada e não pensei que as coisas iriam bem nesta noite - admitiu Bolt. - De fato, foi uma corrida muito ruim. Só fico feliz porque venci.
O tempo de 9s91 é bem acima do recorde de 9s58, obtido por Usain Bolt no Campeonato Mundial de 2009, em Berlim.
Bolt não competia desde agosto, quando foi superado pelo americano Tyson Gay. O jamaicano, então, optou por se recuperar dos problemas físicos e ficou ausente do circuito. Ele sofria com dores nas costas e no tendão de Aquiles. Na ocasião, Gay venceu com o tempo de 9s84 contra 9s97 de Usain Bolt.
Agora, Bolt tem o histórico de nove vitórias em 10 confrontos com Powell, que só venceu o homem mais rápido do mundo em Estocolmo, em 2008, na última derrota de Bolt antes de ser superado por Gay, há nove meses, também na capital sueca.
- Acho que me preocupei demais com Usain no fim da prova. Sempre disse que esta era a prova para eu ganhar, mas não deu. Sabia que podia vencê-lo. Só tinha que estar concentrado e relaxado. Mesmo assim, estou mais confiante de que posso derrotá-lo - declarou Powell.

Pet 10 anos: 'Muitos craques não têm um momento como aquele gol'

Do abandono da concentração à curva da bola, sérvio relembra emoções de 2001. Camisa 10 também fala sobre despedida e planos de ser técnico

Por Janir Júnior e Luciano Cordeiro Ribeiro Rio de Janeiro
Petkovic ironiza quem atribui à sorte seu histórico gol de falta há dez anos.  O jogador deixou o frio da antiga Iugoslávia para trás, passou pela Europa, chegou ao Brasil e defendeu o Vitória. Mas foi em outro Rubro-Negro que sua vida mudou para sempre. O marco foi o dia 27 de maio de 2001. O Maracanã como palco. No roteiro, superação e emoção até o fim. No estádio, milhares de testemunhas viram o Flamengo conquistar o tricampeonato com uma cobrança mágica de longe, aos 43 do segundo tempo.
Para Pet, não apenas testemunhas, mas também responsáveis por dar direção à curva que a bola fez para entrar no espaço possível entre os dedos de Helton e a trave.
- A bola tomou aquela energia por conta da vibração da torcida, pois todo mundo acreditou no gol naquele momento. Acho que os torcedores levaram a bola para aquele ângulo – declarou Petkovic.
O sérvio lembra as promessas não cumpridas pela diretoria dos pagamentos de salários atrasados, o abandono da concentração às vésperas da decisão, a mística da camisa 10 de Zico, e a semelhança do gol com o da final da Copa dos Campeões, contra o São Paulo.
- Pouco depois tive de fazer outro, para mostrar que não foi sorte.
Petkovic durante entrevista (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)Pet está rindo à toa com as emoções desta agitada semana (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)

Pet vive um carrossel de emoções. Na noite desta quinta-feira, lançará no Brasil o documentário "O Gringo", sobre sua vida; na sexta, a data marcante dos 10 anos do gol de falta; e no próximo dia 5, contra o Corinthians, no Engenhão, sua despedida oficial do Flamengo.
- Essa torcida merece.
Você disse que já assistiu ao teipe do gol de falta milhões de vezes. O que enxerga de diferente a cada vez que recorda o lance?
Você não reage sempre da mesma maneira. Depende de quantas vezes assisto, em que momento, onde estou vendo, quem está te mostrando. Um dia desses, vi três vezes, pois pessoas na rua mostraram para mim no celular. Aí, é diferente. Isso acontece quase todo dia, o torcedor do Flamengo mostra a todo instante e agradece. Existem várias cópias e edições que fizeram... A torcida, a narração, realmente fazem voltar lembranças. Dez anos se passaram, mas parece que aconteceu ontem. A torcida vive como se fosse uma coisa recente. Vai ficar por um longo período na história. Arrepia até hoje, mesmo anos e anos depois.
E qual a lembrança mais forte do dia 27 de maio de 2001?
Não tem apenas uma lembrança. Foi uma coisa muito marcante, cheia de emoções que nos preencheram de maneiras diferentes. Posteriormente, pude perceber que aquele momento foi uma erupção de emoções. Mas durante o jogo, depois do gol de falta e da alegria, você fica com medo, vem a tremedeira. A partida não acaba, se o Vasco fizer um gol acaba com tudo isso, não pode acontecer. Eu quis fazer o gol, tenho competência, treinei... Mas a importância daquele gol só veio depois, quando percebi o que significou na minha vida e na de tantas famílias. Sempre encontro alguém que conta uma história, não imaginava o que eles viveram naquele momento. Pude ver como o futebol mexe com a cabeça, as emoções e a vida das pessoas. Sou muito afortunado por ter sido o principal causador de uma coisa tão importante e com tantas emoções diretamente na vida de tantos torcedores do Flamengo.
O que passou pela sua cabeça antes e no momento exato da cobrança da falta?
Helton Gol Petkovic Flamengo x Vasco 2001 (Foto: Hipólito Pereira / O Globo)Helton passou perto, mas não conseguiu evitar a festa rubro-negra (Foto: Hipólito Pereira / O Globo)

Lembro da minha concentração na hora da falta, o pensamento de que é agora ou nunca. Imaginei a trajetória da bola, por onde ela tinha que passar. Depois, a erupção, a corrida, minha caída de costas na comemoração. Foi um tombo forte, fiquei dolorido durante uma semana.  Depois, vem a lembrança de como foi minha atuação na partida, muitas coisas, o que antecedeu e o que aconteceu depois. Muitos craques e jogadores melhores tiveram uma carreira grandiosa, fizeram muitos jogos bons, conquistaram títulos, mas não têm um momento que podem destacar. Tenho alguns momentos desses, que foram um trampolim. O gol de falta foi na metade da minha carreira, e fez um ponto importante, que pulou para cima. Talvez isso diferencie minha carreira da de outros craques. Esse momento poucos  tiveram.
Como aquela bola entrou?
Bati como tinha que bater na bola, de cima para baixo, levantei, ela fez uma curva num ângulo muito bom. Estava um pouco longe. Normalmente, daquela distância, o jogador bate mais forte, dá uma pancada. Bati como se fosse mais perto. Ela tomou aquela energia por conta da vibração da torcida, pois todo mundo acreditou no gol naquele momento, e acho que levaram a bola para aquele ângulo, para tocar nos dedinhos da luva do Helton e dar aquela alegria para todos nós.
Você consegue imaginar como seria sua vida se aquela bola não tivesse entrado?
O talvez não existe. Tem o que acontece ou não. Não penso nisso. Não penso o que faria se não fosse jogador, por exemplo. Aceito meu destino, aquilo que Deus pensou quando plantou minha semente. Tento realizar tudo com muito esforço, dedicação. A única coisa que sempre pedi a Deus foi ter força para realizar o que foi pensado para mim. Deus me guiou bem, eu soube aproveitar da melhor maneira, mesmo tendo perdido algumas coisas e errado em outras.
Quase que você ficou fora do segundo jogo da decisão. Como foi essa história, a polêmica e a importância do seu amigo Wilsão, que fez com que você mudasse de ideia?
Depois do primeiro jogo da final, pagaram a todos, menos a mim. Disseram que, como me deviam oito meses, eu receberia dois de uma vez só. Foi a primeira coisa  gentil que eu ouvi. Depois, vi que era mentira. Fiquei chateado, apelei mesmo"
Foi na sexta-feira, dia 25 de maio. Aconteceu um episódio antes mesmo da primeira partida, quando fiz um gol na derrota por 2 a 1. O Flamengo tinha problemas financeiros, que já naquela época não eram novos, eram comuns. Mas existiam promessas sempre antes de jogos decisivos e importantes. O clube fazia isso para deixar os jogadores mais tranquilos. Tinham prometido efetuar alguns pagamentos e não fizeram. Fomos para o primeiro jogo, a diretoria disse que pagaria na segunda-feira. Todo mundo acreditou, ficamos um pouco mais tranquilos, apesar de estarmos há meses sem receber. Na terça-feira, depois da primeira partida, pagaram todo mundo, menos a mim. Fui perguntar o que aconteceu e os dirigentes disseram: "Ah, para você devemos oito meses, para os outros três, quatro, então decidimos que é justo pagar dois meses de atraso. Vamos pagar na quinta". Muito bom, naquele momento era a primeira coisa, digamos, boa, gentil, lógica que escutei. Chegou quinta e não aconteceu. Eles falaram que seria no dia seguinte. Na sexta, disseram que seria na outra semana. Aí vi que era mentira. Fiquei chateado, apelei mesmo, briguei com eles e fui embora para casa, não fui para concentração. Liguei para o meu amigo (Wilsão), falei que não ia jogar. Ele tentou me convencer, ficamos juntos até meia-noite, quando ele conseguiu me convencer que estava jogando pela torcida, que os dirigentes eram passageiros. O Wilsão me disse para depois do jogo explicar para todo mundo, ir embora, mas conversou comigo, falou: "Sem você nossas chances diminuem ainda mais". Falei "tá bom". Fui para concentração, cheguei ao restaurante por volta de 0h30m, estava toda cúpula do futebol. Sem falar com eles, sentei numa mesa. O gerente de futebol (Chimello) veio falar comigo e perguntou: "Parceiro, estamos dentro?". Respondi: "sS não estivesse, eu viria para cá?!". Ele pediu desculpas e falou: "Está com fome, quer jantar?". Eu disse: "Não vim aqui falar com vocês, lógico que quero jantar". Ele pediu para sentar, deixei, mas avisei que os outros nem deveriam se aproximar. Jantei e fui dormir.
Como foi a reação do grupo?
No dia seguinte, sem falar com ninguém, fui treinar.  Zagallo entendeu toda situação. Se não fosse a experiência dele, poderia simplesmente jogar a culpa no jogador. Mas ele achava que eu era importante para o time, perguntou se eu queria jogar e eu disse: "Claro". "Então vamos para dentro. Sei que você fará o melhor possível", o Zagallo respondeu. O Maurinho, meu parceiro de quarto, estava preocupado, me ligou um milhão de vezes: "Estava onde, está maluco?".  "Tô, mas eu vim". Todos os companheiros entenderam, pois eles estavam chateados. O Julio César falou: "Vamos lá, depois a gente quebra com eles". Descansei bem, fui para o jogo e deu no que deu. Fomos campeões, aí não tinha como, eles tinham que pagar o dinheiro que deviam. Depois arrumaram dinheiro, não sei se foi com patrocinador. E passaram o cheque com fundos, mas porque não era do Flamengo, mas sim do patrocinador.
E os seus problemas com o Edílson?
(Muda o semblante e interrompe). Não tinha problema com Edílson, foi depois...
Então, o que você acha de o Edílson ter declarado que gostaria que aquela falta tivesse batido na trave e sobrado para ele, que faria seu terceiro gol na partida?
(Risos). É brincadeira dele. Edílson foi muito bom jogador, ajudou o Flamengo, foi artilheiro. Eu fiz muitas assistências para ele. Acho que coloquei o Edílson na Seleção naquela época. Não só ele como o Juan. Dos gols que o Edílson fez, 90% das assistências foram minhas. Juan também ia de cabeça nos escanteios, dei muitos passes. Tínhamos um time muito bom. Depois, logicamente, Edílson tinha brigado com um e com outro, teve a discussão comigo... Só que comigo toma dimensão maior do que com os demais. Ele já tinha brigado com outros jogadores de menor expressão. Mas se brigam dois jogadores mais importantes, os craques do time, todos querem se meter. Mesmo com toda essa discussão, no dia seguinte, já dava passes para fazer gols. Meu lema é o time. Vou dar o passe para ele, mas não preciso falar, posso brigar, acontece. Você briga com seu amigo, imagina com um colega de trabalho. Depois, isso foi superado. Ganhamos o Carioca, a Copa dos Campeões. Ganharíamos a Mercosul, mas a final foi adiada por conta de problemas na Argentina. O jogo foi marcado para janeiro, depois das férias, fomos despreparados. Edílson não jogou, pois tinha sido expulso na partida anterior. Ele era bom jogador, independentemente de qualquer coisa, importante para o time.
Pouco depois do tri, você marcou um gol muito semelhante na final da Copa dos Campeões contra o São Paulo, e o Flamengo acabou sendo campeão novamente.
Foi praticamente idêntico, mas nem gêmeos são idênticos. Mas aquele gol foi praticamente igual, muito semelhante: posição, chute, ângulo, a curva na bola. Diferente foram o time e o goleiro. Antes disso, já tinha marcado uns três, quatro gols da mesma maneira. Ninguém lembra porque não era uma final, não tinha a mesma importância. Fiz contra o Fluminense, Guarani, Juventude, Gama. Para mostrar que não era sorte, tive que fazer outro para mostrar isso. E foi contra um grande time que era o São Paulo, com Rogério Ceni, um grande goleiro. Mostra minha competência nas batidas de falta. Hoje, podemos dizer que não foi sorte.
Mas, na final contra o Vasco, você teve outras três cobranças de falta que nem passaram perto do gol...
Lembro de uma que foi para fora, outra que  bateu na barreira. Mas essa da barreira ia no gol. Quando chutei, falei "vai". Mas acho que o Torres tirou de cabeça. A última era mais longe. E entrou.
Você guarda o uniforme daquele jogo?
A camisa e a chuteira, sim, ficam num pequeno museu em casa. O resto roubaram tudo no vestiário, meião, calção...
E como nasceu sua identificação com o número 10?
Vem desde criança. Sempre usei, desde as divisões de base do meu país. Quando eu não usei a 10 eu quase não fui bem. Quando não queriam me dar. Cheguei ao Real Madrid já tinha o 10, pois lá era numeração fixa, como é aqui no Brasil agora. Aí quebrei o pé no Real. No Fluminense, usei o número 8 no primeiro ano, mas joguei bem. O Felipe já era o camisa 10, aí me ofereceram a 8. Respeitei a situação.
Mas no Flamengo a mística da camisa 10 é ainda maior.
Petkovic durante entrevista (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)Pet acha que será bom técnico: 'engano todo mundo'
(Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)
Quando cheguei ao clube, em 2000, não imaginava o tamanho da encrenca em que eu estava me metendo com a camisa 10, do Flamengo e de Zico. O Zico era meu ídolo, mas eu não sabia da importância, dos gols, do significado grande que ele tinha. Aceitei isso. Quando comecei a entender, conheci a história. Minha preocupação foi a de não sujar e honrar esta camisa. Fiquei feliz quando fizeram as comparações com o Zico, uma honra. Mas jornalistas e torcida às vezes exageram e criticam demais. Mas, depois de tanto tempo, essa identificação com a camisa é muito gratificante. Agradeci publicamente ao Zico por tudo de bom que falou de mim.
Você acha que consegue fazer um golzinho de falta na sua despedida?
Não penso sobre isso, penso que será um grande jogo contra o Corinthians, à vera, gostaria de conquistar os três pontos. Imagino que será um belo espetáculo, um bom dia, ficarei feliz, mas independentemente da minha atuação, a torcida terá oportunidade de me ver pela última vez como jogador profissional. Vou me despedir, essa torcida merece. Sempre me deram muito carinho e apoio. Ultimamente, disse que jogava pela torcida. Eles queriam que eu jogasse mais, eu também queria, mas infelizmente não deu.
E depois de encerrada a carreira como jogador, qual será o futuro do Pet?
Vou continuar com a minha vida profissional no futebol. Tenho contrato com o Flamengo, tenho que honrar meu compromisso. Vou ajudar e contribuir com que eles acharem bom eu fazer. Quando acabar, vou ser técnico.
Como será o Pet técnico? ‘Chato’ como foi o jogador?
Essas coisas mudam com o tempo, com a experiência. Não sei se vocês concordam, mas estou mais controlado, antes era mais nervoso, mais marrento, pois queria o resultado melhor para o time. Aprendi muito nesses anos. A gente muda. Mais novo, a gente olha muito para si, e depois para a instituição. De alguns anos para cá, coloquei o grupo em primeiro lugar. Quando você cobra, muitas vezes tem que engolir ou explicar. É preciso aprender a lidar com colegas, profissionais. Somos todos iguais, mas nem todos reagem às críticas e elogios da mesma maneira. Aprendi muito com meus técnicos. Quem me conhece acha que tenho competência e perfil para ser técnico. Vou tentar retribuir tudo que o futebol me deu. Os garotos poderão se espelhar no exemplo que eu fui, minha trajetória, dedicação profissional. Quero mostrar uma visão diferente e moderna do futebol. A experiência de vestiário conta muito numa carreira de 23 anos como profissional. Como sou um cara inteligente e consegui enganar todo mundo, acho que vou continuar enganando.
Como o Pet treinador reagiria se na sexta-feira à noite antes de uma decisão um jogador não aparecesse na concentração?
Essa coisa aconteceu em 2001, quando o presidente era Edmundo dos Santos Silva. Tivemos problemas disciplinares por causa da insatisfação. Na época, eles perguntavam o que deveriam fazer. Como vou cobrar se estou devendo? Se não pago há mais de dois meses, não posso mandar embora, não posso punir, pois o jogador tem direito de não aparecer. Disse para o Edmundo perguntar quem não estava satisfeito. Garanti que ninguém iria se pronunciar. Quem estivesse insatisfeito, que saísse. Quem não estivesse, ficaria no compromisso. Então, a diretoria bateria o punho na mesa, dizendo que eles deveriam ser profissionais, como se estivessem com salários em dia e fossem os mais bem pagos do mundo. Os dirigentes fizeram exatamente isso, ninguém falou nada,  e nos salvamos do rebaixamento em 2001.
Quando você voltou, em 2009, poucos apostaram que poderia dar certo. Como superou a rejeição inicial?
Eu acreditava, e isso era o que importava. E falei isso na época. Minha volta começou com duas pessoas, passou para quatro, seis, oito, dez... Aumentava porque cada um tinha sua visão. No final, todo mundo veio no mesmo entendimento. Conseguimos um acordo que era muito bom para o Flamengo, bom para torcida, que queria que eu voltasse, bom para mim. Fiz praticamente de tudo para que minha volta acontecesse. "Vou voltar, vou ser o melhor jogador e vamos ganhar títulos", eu disse. Falavam que eu estava dizendo isso da boca para fora. Eu disse que não, que via a equipe, que faltava uma peça como eu, que estava muito bem fisicamente, com vontade enorme de jogar. Meu irmão me perguntou como eu aturava tudo aquilo, que era humilhação, um cara lá não te quer. Humilhação não é. Um não me quer, mas a torcida, sim. Sabia que poderia ser importante, mesmo que só nos treinamentos para ensinar os mais jovens. Eu voltei, estava feliz todo dia, mesmo sem jogar, no banco, sem entrar... Liberei o Flamengo de penhoras, com esse dinheiro poderiam pagar outros jogadores. Comecei a receber só em 2010, fiz esse acordo também. Ajudava pra caramba o clube. Meu empresário disse: ‘Vamos pensar na pior hipótese: e se você for lá e não jogar nenhum minuto?" Respondi: "Pode acontecer. Estou preparado para isso, mas essa não é a pior hipótese. Pior é se eu não jogar bem. Mas essa hipótese não existe: Vou jogar bem". A energia que levou aquela bola em 2001 levou o time dessa vez. Deu certo.
O que deu errado em 2010 que fez com que seu ano fosse totalmente diferente de 2009?
Isso a gente não vai falar agora, pois não é momento de dar Ibope para quem não merece.
 

Scooby, Shrek, 'Touro Bravo'.. Conheça o Manchester na intimidade

Lateral brasileiro Fábio revela apelidos e define companheiros do finalista da Liga em poucas palavras. Ferdinand, Nani e Vidic são algumas das vítimas

Por Victor Canedo Rio de Janeiro
Com representantes da Coreia do Sul ao Equador, com escala em Sérvia, Bulgária e México, é natural que o Manchester United tenha em seu elenco jogadores com culturas e manias muito diferentes. Isso se reflete em apelidos e todo um rico folclore em torno do ambiente nos vestiários e treinamentos.
Ao entrar em campo neste sábado, contra o Barcelona, às 15h45m (de Brasília), em Wembley, os Diabos Vermelhos terão provavelmente um Scooby-Doo, um Shrek, um Sorridente, um "coroa", um "mineirinho" e um "touro bravo" alinhados para ouvir o tradicional hino da Champions. Sem contar com Zangado, um "relaxadão" e mesmo um "pentelho", presenças quase garantidas no banco de reservas.
apelidos manchester (Foto: ArteEsporte / Cláudio Roberto)'Touro Bravo', 'Zangado', 'Scooby-Doo', 'Shrek' e o 'Sorridente' são alguns dos destaques do Manchester United, finalista da Liga dos Campeões contra o Barcelona, no sábado (Foto: ArteEsporte / Cláudio Roberto)
Em entrevista descontraída, o lateral-direito Fábio revelou como se comporta cada um dos destaques da equipe comandada pelo Desbocado, ops, por Alex Ferguson. Bem-humorado, o brasileiro não poupou nem o irmão gêmeo Rafael, tampouco ele mesmo. Confira abaixo e descubra quem é quem:
Van der Sar (goleiro) – O mais experiente do grupo (tem 40 anos), é tranquilo e centrado.
Rafael (lateral-direito) – Meu irmão é meio Zangado, todo mundo o vê como o nervoso, explode fácil. Mas aqui em casa só quer brincar, parece que tem 10 anos.
Fábio (lateral-direito) – Também estou sempre sorrindo, não sei o que acontece comigo. Erro um passe e estou rindo, entrego a paçoca e estou rindo.
Patrice Evra (lateral-esquerdo) – Aquele que quer sempre ser o perfeito, o perfeccionista.
ferdinand manchester united (Foto: Getty Images)Rio Ferdinand, o zagueiro 'Scooby-Doo' (Foto: Getty)
Nemanja Vidic (zagueiro) – Esse aí é um touro bravo. Ninguem merece ter no elenco, não (risos). Muda o temperamento, às vezes está sorrindo, às vezes está nervoso, querendo te bater. Um dia está feliz e no outro te xingando nos treinos.
Rio Ferdinand (zagueiro) – O Scooby-Doo. Simples assim (risos).
John O’Shea (zagueiro) – É o jogador de xadrez. Adora. Muito inteligente, paciente, estuda sempre o adversário. Pode ser tecnico quando terminar a carreira. Lê bastante.
Michael Carrick (volante) – Quieto como um mineiro, fala muito pouco.
Steven Fletcher (volante) – Gosta de luta, UFC, vê o dia todo, grava, mostra para gente, conhece todos os lutadores brasileiros.
Anderson (meia) – É relaxado demais, não está nem aí para nada, nem arruma o cabelo direito, tranças sempre pra cima nos treinos.
Paul Scholes (meia) – “Inglesão”, no estilo dele, frio. É o observador.
Antonio Valencia (meia) – É quieto, só que gosta de brincar escondido, zoa todo mundo, mas na frente de todos finge que é um cara quietão, frio, gosta de brincar também. Como chegou há pouco tempo, finge que não gosta, quando faz gol nem sorri.

Ryan Giggs (meia) – Experiente, todos os jogadores o veem como o “coroa”, pois ajuda muito os jovens.
Park Ji-Sung (meia) – Como todos da Ásia, está sempre sorrindo. Pode acontecer o que acontecer que ele vai estar com aquele sorrisão no rosto lá.
Nani (meia) – Sempre fazendo brincadeira, sempre rindo, sempre falando dos outros, às vezes não gostam muito porque e até chato demais. É o pentelho da galera.
nani alex ferguson manchester united treino (Foto: agência Reuters)Nani, o 'Pentelho', brinca com a bola em treino do United observado pelo 'desbocado' Ferguson (Reuters)
Dimitar Berbatov (atacante) – Outro quietão. Só escuto a voz dele quando comemora gol.
Javier 'Chicharito' Hernández (atacante) – É o mexicano. Chegou aqui já agradando todo mundo, o pessoal já conhece o povo mexicano, que está alegre sempre. Outro que pode estar no banco que vai estar feliz. Conquistou o espaço dele assim e na bola, é claro.
Michael Owen (atacante) – Gosta muito de cavalos e fica todo dia apostando e falando sobre corridas.
Wayne Rooney (atacante) – É o Shrek. Às vezes fica nervoso.
Bebe (atacante) – O que todo mundo o zoa no vestiário por ser o calouro, mas é uma pessoa boa. Era sem-teto, viveu cinco anos no orfanato. Não era na rua que morava.
Alex Ferguson (técnico) – Fora de campo ele está sempre ajudando os que precisam, conversando, falando, mas na hora do jogo é um cara rígido demais, xinga todo mundo, não importa quem for, fala palavrão mesmo. É um desbocado (risos). Ele é isso aí. Já viramos jogos no segundo tempo por isso, quando chegou até a chutar uma chuteira no vestiário.

Pato é avaliado no Rio, e Seleção vai esperar pela recuperação do atacante

José Luís Runco, médico da CBF, diz que é precipitado afirmar que atleta estará ou não na Copa América. Atleta do Milan diz que quer voltar 100%

Por Márcio Iannacca Rio de Janeiro
A Seleção Brasileira vai esperar por Alexandre Pato até o último minuto. Após deslocar o ombro esquerdo na última rodada do Campeonato Italiano, o atacante foi avaliado nesta quinta-feira, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, pelos médicos José Luís Runco, da Seleção Brasileira, e Michael Simoni, ex-Fluminense, e só terá a sua situação definida no dia 7 de junho, quando Mano Menezes divulgará a lista dos atletas que vão disputar a Copa América, entre 1º e 24 de julho, na Argentina.
Alexandre Pato durante entrevista (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)Pato chega para bate-papo ao lado do empresário Gilmar Veloz (Foto: André Durão/GLOBOESPORTE.COM)
Após as primeiras avaliações, os médicos mostraram otimismo quanto à participação do atleta na Copa América. Apesar disso, Runco preferiu não estipular um prazo para o retorno de Alexandre Pato aos gramados, mas fez questão de frisar que o diagnóstico e o tratamento sugeridos pelo Milan são os mesmos da Seleção Brasileira.
- A avaliação do Simoni, que é um especialista em ombros bateu com a avaliação do departamento médico do Milan. A linha de tratamento é a mesma. A lesão o tira dos próximos amistosos, mas é precipitado afirmar que ele está dentro ou fora da Copa América. Temos um período para fazer essa avaliação – afirmou Runco.
De acordo com Simoni, Pato vai iniciar o tratamento no Brasil para estar apto a disputar a Copa América. Porém, ainda não se sabe se ele permanecerá no Rio de Janeiro ou se fará todo o processo no Rio Grande do Sul.
Alexandre Pato durante entrevista (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)Alexandre Pato sorri durante bate-papo na Barra
(Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)
- O objetivo é cumprir as tarefas para que ele não sinta mais dor. Normalmente, o deslocamento do ombro causa lesões em algumas estruturas, mas não foi o caso. A ideia é realizar um tratamento conservador, sem a necessidade de cirurgia – afirmou Simoni, que preferiu não confirmar se o prazo dado pelo Milan de até cinco semanas de recuperação é o mesmo estipulado pela Seleção.
Pato chegou ao consultório de Runco acompanhado do empresário Gilmar Veloz por volta das 14h30m, sem nenhuma proteção no ombro esquerdo. No bate-papo logo após a consulta, o atacante revelou que já sentiu evolução no quadro e que espera disputar a Copa América.
- Estou preocupado com a minha saúde. Quero fazer todo o tratamento certinho para estar bem lá na frente. Não quero me prejudicar, antecipar as coisas. Vou fazer o máximo para estar lá e 100% bem – afirmou o jogador.
Pato foi desconvocado pelo técnico Mano Menezes na última segunda-feira dos dois próximos compromissos da Seleção Brasileira. No dia 4, o time canarinho vai enfrentar a Holanda, no Serra Dourada, em Goiânia. Quatro dias depois, o jogo será contra a Romênia, no Pacaembu, em São Paulo. A partida marcará a despedida de Ronaldo da amarelinha.

Aprovado pelo Mago: 'Vai ser muito fácil jogar ao lado do Renato'

Maicosuel elogia nova contratação e Caio Júnior, além de garantir que Botafogo pode ter muitas conquistas se seguir seu exemplo de dedicação

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Com sorriso no rosto, Maicosuel chega e pergunta:
- E aí, fechou com o Renato mesmo?
A resposta positiva ainda não podia ser confirmada no momento da entrevista, feita na manhã desta quinta-feira, mas só a grande possibilidade da contratação de um volante considerado excelente pelo jogador já o fez sorrir. Algo que o camisa 7 tem repetido durante 19 dias, desde que retornou a jogar depois de sete meses de recuperação de uma lesão no joelho esquerdo.
maicosuel botafogo entrevista (Foto: André Durão/Globoesporte.com)Maicosuel considera Renato um excelente jogador  (Foto: André Durão/Globoesporte.com)
A expressão de felicidade só ficou um pouco de lado no domingo, quando o Botafogo perdeu na estreia do Brasileirão para o Palmeiras. Mas nada que abalasse o Mago. Com a confiança de quem superou as expectativas médicas, que chegaram a cogitar o fim de sua carreira, ele garante:
- Vamos conseguir muitas conquistas.
Confira a entrevista que teve a participação de perguntas de torcedores pelo Twitter:
@Brunimbs pergunta: O que achou da contratação do volante Renato e o que ele mudará no jeito de jogar do Bota?
Maicosuel: É um excelente jogador. Um cara com nível de Seleção, que também tem experiência grande lá fora, na Espanha. Já esteve em time grande aqui também. Tem muitas qualidades. Então, não só para mim, mas para os outros jogadores, vai ser muito fácil jogar ao lado dele, pela experiência e por tudo que pode ajudar a gente.
Você acha que pode ser o “cara” do Botafogo?
Não diria o “cara”. Se o Botafogo fizer um grande campeonato, todas as peças vão sobressair. Então, ser o “cara”, jamais. Temos um grupo forte. A gente sabe que precisa de reforços, mas para poder jogar bem o campeonato todo, que é longo. O elenco já é bom. Tem jogadores de qualidade, com características diferentes. Por isso, para mim, a palavra reforço é um pouquinho forte. A gente precisa de jogadores para nos ajudar, isso sim. Se quem vier não treinar, não vai jogar. Vai jogar quem já está aqui.
Dos 39 gols marcados pelo Botafogo em 2011, 19 foram do Loco Abreu ou do Herrera. Acredita que o time ainda é muito dependente do ataque titular?
Eles se entrosaram bem dentro e fora de campo. São excelentes jogadores. Não somos dependentes, mas claro que eles fazem falta, fariam também em qualquer outro time do futebol brasileiro. O Loco tem bagagem, até de Copa do Mundo. Herrera também é um jogador aguerrido. A gente até brinca que fora de campo ele é um gatinho, aí chega lá dentro ele engole todo mundo. Então, essa parceria fez bem para o Botafogo. Espero que eles continuem assim. Se eles continuarem a fazer gol, o resto do time não vai nem precisar fazer.
O Botafogo me faz feliz hoje, em todos os sentidos"
Maicosuel
Dá para travar uma batalha sadia pela artilharia do time no Brasileirão?
Sempre vou pelas beiradas. Deixo para eles, mas, se não fizerem e eu puder fazer, vou por ali, devagarzinho. Mas tenho certeza de que eles não vão deixar de fazer os gols deles, pela qualidade que têm.
@allanjggonzaga pergunta: Você prefere jogar mais como meia ofensivo ou atacante?
Prefiro jogar como meia. Não tenho essa característica de dominar a bola de costas para o zagueiro, tomar muita porrada assim. Gosto mais de vir com a bola de frente, dominada. Explorar o meu forte, que é a velocidade. Sem dúvida, sempre vou preferir jogar de meia. Mas, se não tiver possibilidade e tiver de jogar de atacante, eu jogo para ajudar a minha equipe.
Acredita que o clima de união entre os jogadores do Botafogo pode ajudar na longa jornada no Brasileirão?
Pode. É aquela velha frase: a união faz a força. Mesmo na derrota, se a gente estiver unido, o grupo não vai ter rachadura, jogador não vai fazer corpo mole, não vai falar mal do outro. Eu vou treinar feliz todos os dias. Só tenho amigos ali, pessoas de quem eu gosto. O Botafogo é diferente de todos os lugares que passei.
Você trabalhou com o Caio Júnior no Paraná, em 2003. Ele já disse que você mudou muito desde aquela época. Acha que ele mudou também?
Ele amadureceu bastante, era muito novo. Está conversando mais, sabendo lidar com o jogador. Pegou uma experiência muito bacana no Qatar. Em relação a treinos, táticas, mudou muito também. Está muito mais inteligente. Ele já era um cara culto antes. Agora dá para reparar que ele não repete um treino na semana, sempre dá coisas diferentes, de dois toques. Está colocando tudo que aprendeu em prática agora.
@MulequeMatheus pergunta: Queria saber se aquele gol que marcou a sua volta foi de reflexo ou pura habilidade mesmo? (NR: gol marcado no amistoso contra o Friburguense, que marcou a reestreia de Maicosuel depois de sete meses de recuperação da lesão no joelho esquerdo)
A bola veio muito forte. Ia chutar de primeira, mas na hora que ela quicou tive que dar um corte. Até brinquei com o Alex: “Você tocou para mim ou deu um passe para o inimigo?”. Veio muito rápido, não tinha muito o que fazer. Nem pensei em joelho, nada. Foi um lance isolado. Um giro na perna que eu tinha machucado. O que mais me chamou a atenção foi a comemoração. Até o Caio Júnior pulou. Ele mesmo fala que foi um dos momentos inesquecíveis da carreira dele. Fiquei muito feliz. Sou um privilegiado por tudo o que está acontecendo comigo. Depois do nascimento da minha filha, foi o melhor sentimento que já tive na minha vida até hoje.
Acha que seu exemplo ao superar a lesão e voltar a jogar bem pode ser usado como incentivo para o Botafogo no Brasileirão?
A gente fala isso em todas as preleções. “Por tudo que nós passamos, vamos comer a grama. Os caras não vão ganhar da gente. Perdemos um braço, uma mão, mas não vamos perder”. Acho legal porque a gente está passando por um momento que todo mundo fala que não é bom. Mas eu não considero assim. Acho aceitável perder para o Palmeiras de 1 a 0 em São Paulo. Não é nenhum absurdo. Sempre vai ser muito mais difícil para o Botafogo. Não sei o porquê, mas é assim aqui, é diferente. A gente sabe disso, que vai ter que ralar para caramba. Como eu fiz no tratamento, indo todo dia lá, sabendo que é chato, mas que tinha que fazer. Assim vamos conseguir muitas conquistas, não só para o Botafogo, mas para a carreira de cada um.
@NegroZ7 pergunta: Mago, o que você acha do sentimento que a torcida alvinegra tem por você? Ama mesmo o Fogão quanto nós o amamos?
Eu aprendi a gostar do Botafogo dessa forma. Tudo o que eu sou hoje, tudo o que eu tenho profissionalmente, foi o Botafogo que me ajudou a construir. Ele abriu as portas, acreditou no meu futebol e me abraçou. Então, tudo o que o torcedor sente por mim, eu sinto pelo Botafogo. O Botafogo me faz feliz hoje, em todos os sentidos. Não é só chegar para treinar, é ver os meus amigos. Estar na minha casa, um lugar que eu gosto.
Participaram da entrevista os jornalistas Cíntia Barlem, Gustavo Rotstein, Ivan Raupp, Marcelo Baltar, Mariana Kneipp e Thiago Fernandes.