domingo, 7 de novembro de 2010

Patrocinadora da Fúria sugere à Fifa torneio com os 8 campeões mundiais

Segundo jornal 'Marca', objetivo é organizar o campeonato em 2013, em período que já tem a Copa das Confederações marcada no Brasil

Em Madri, Espanha
Ilker Casillas comemoração Espanha Copa do MundoCasillas, capitão da Espanha, exibe a taça
conquistada na África do Sul neste ano(Foto: AP)
Um torneio com Brasil, Uruguai, França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Argentina e Espanha, os oito países campeões do mundo. Esta é a ideia da empresa Iberdrola, que patrocina a Fúria e teria sugerido a organização do campeonato à Fifa.
De acordo com reportagem do jornal "Marca", as seleções se enfrentariam no verão europeu de 2013, um ano antes da Copa do Mundo no Brasil. Porém, a Iberdrola esqueceu de um detalhe: na mesma época há a Copa das Confederações, também no país pentacampeão, com os vencedores de cada continente.
A Espanha foi campeã mundial neste ano, na África do Sul, e entrou para o grupo seleto que já contava com Brasil (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002), Itália (1934, 1938, 1982 e 2006), Alemanha (1954, 1974 e 1990), Uruguai (1930 e 1950), Argentina (1978 e 1986), Inglaterra (1966) e França (1998).

México promove corrida com veículos caseiros

Competição foi realizada em uma pista de 600 metros.
Criatividade e velocidade foram alguns dos aspectos avaliados.

Do G1, em São Paulo
Uma competição de veículos caseiros foi disputada no sábado (6) em Monterrey, no México. A corrida foi realizada em uma pista de 600 metros. Criatividade e velocidade foram alguns dos aspectos avaliados durante a competição.
Participante durante a corrida com veículos caseiros.Participante durante a corrida com veículos caseiros. (Foto: Tomas Bravo/Reuters)
Criatividade e velocidade foram alguns dos aspectos avaliados.Criatividade e velocidade foram alguns dos aspectos avaliados. (Foto: Tomas Bravo/Reuters)

Brasileirão 2010

tabela do campeonato 


P J V E D GP GC SG %
1
Fluminense
61
34
17
10
7
54
33
21
59.8
2
Corinthians
60
34
17
9
8
60
39
21
58.8
3
Cruzeiro
60
34
17
9
8
46
34
12
58.8
4
Botafogo
55
34
13
16
5
48
34
14
53.9
5
Atlético-PR
53
34
15
8
11
38
40
-2
52
6
Grêmio
53
34
14
11
9
59
42
17
52
7
Santos
51
34
14
9
11
57
46
11
50
8
Internacional
51
34
14
9
11
40
36
4
50
9
São Paulo
50
34
14
8
12
47
48
-1
49
10
Palmeiras
50
34
12
14
8
40
34
6
49
11
Vasco
45
34
10
15
9
39
39
0
44.1
12
Ceará
44
34
10
14
10
31
38
-7
43.1
13
Flamengo
40
34
8
16
10
37
37
0
39.2
14
Vitória
38
34
9
11
14
39
45
-6
37.3
15
Atlético-GO
37
34
10
7
17
47
53
-6
36.3
16
Atlético-MG
36
34
10
6
18
43
58
-15
35.3
17
Guarani
36
34
8
12
14
31
46
-15
35.3
18
Avaí
34
34
8
10
16
40
53
-13
33.3
19
Goiás
31
34
8
7
19
37
59
-22
30.4
20
Prudente
27
34
7
9
18
36
55
-19
29.4
Taça LibertadoresSul-americanaRebaixados
P pontos J jogos V vitórias E empates D derrotas GP gols pró GC gols contra SG saldo de gols (%) aproveitamento
Sábado, 06 de novembro
  • Atlético-GO
    2X2
    Internacional
    19h30
    Serra Dourada

  • Atlético-MG
    2X2
    Santos
    19h30
    Arena do Jacaré

  • Domingo, 07 de novembro
  • Avaí
    0X0
    Botafogo
    17h00
    Ressacada

  • São Paulo
    0X2
    Corinthians
    17h00
    Morumbi

  • Vitória
    0X1
    Cruzeiro
    17h00
    Barradão

  • Flamengo
    0X1
    Atlético-PR
    19h30
    Raulino de Oliveira

  • Fluminense
    1X0
    Vasco
    19h30
    Engenhão

  • Palmeiras
    1X0
    Guarani
    19h30
    Arena Barueri

  • RBR adia decisão para Abu Dhabi, e Alonso só precisa chegar em segundo Dobradinha de Vettel e Webber em Interlagos esquenta a briga, mas espanhol da Ferrari continua sendo o favorito para conquistar o título nos Emirados


    Ficou para a terra dos sheiks. Único piloto que poderia festejar o título antecipado da Fórmula 1 em Interlagos, Fernando Alonso tratou de garantir um terceiro lugar incapaz de lhe dar o troféu neste domingo, mas conveniente o bastante para mantê-lo na liderança e empurrá-lo como favorito para a última prova do ano. Alonso chegou a 231 pontos e viu sua vantagem para o segundo colocado, Mark Webber, cair de 11 para oito pontos. Para levantar sua terceira taça, o espanhol precisa apenas chegar em segundo em Abu Dhabi, na semana que vem. Em São Paulo, o espanhol da Ferrari foi superado pela dobradinha da RBR, com o alemão Sebastian Vettel em primeiro e o australiano Mark Webber em segundo, dando à equipe o título mundial de construtores. Os dois pilotos renovam suas esperanças, mas sabem que, para chegar ao topo nos Emirados Árabes, será necessário tirar de lá o bicampeão mundial.
    Se Alonso cruzar em segundo em Abu Dhabi, não depende de nenhum outro resultado. Se for terceiro, quarto ou quinto, tem de torcer para Webber não vencer. Em sexto, precisa que o australiano não fique nas duas primeira posições e que Vettel não vença. A corrida em Abu Dhabi começa às 11h (de Brasília) do próximo domingo.
    Vettel comemora vitória no GP BrasilO alemão Sebastian Vettel vence em Interlagos e renova suas esperanças de título (Foto: EFE)
    Vettel tomou a primeira posição de Nico Hulkenberg na largada e não olhou mais para trás. Nas últimas voltas, com a entrada do safety car, a RBR teve a chance de fazer jogo de equipe e dar a vitória a Webber, que o deixaria a apenas um ponto de Alonso. Mas Vettel cruzou na frente e chegou aos 231 pontos, sete a menos que o companheiro de time e 15 atrás do espanhol.
    Lewis Hamilton, da McLaren, chegou em quarto em São Paulo e ainda respira por aparelhos, de olho numa combinação improvável de resultados. Seu colega Jenson Button disse adeus à disputa ao cruzar em quinto, fechando um fim de semana para esquecer: foi apenas o 11º do grid de largada e ainda sofreu uma tentativa de assalto na noite de sábado. Clique aqui e veja o que cada candidato ao título precisa fazer em Abu Dhabi para levantar a taça.
    Os brasileiros tiveram um domingo muito ruim. Dentro de casa, o melhor foi Rubens Barrichello, da Williams, em 14º. No fim da corrida, ele roubou a posição de Felipe Massa, que caiu para 15º. O piloto da Ferrari teve problemas nos boxes em sua primeira parada. Bruno Senna, da Hispania, foi o antepenúltimo, em 21º. Lucas Di Grassi, da VRT, chegou a parar e descer do carro nos boxes, mas voltou e foi o último a cruzar, em 23º.
    Alonso no pódio do GP BrasilAlonso festejou o terceiro lugar (Foto: EFE)
    Fim do conto de fadas de Hulkenberg
    Antes mesmo da largada, Alonso já foi brindado com vaias da torcida em Interlagos. Parecia claro que, entre os 72.631 torcedores nas arquibancadas, ninguém queria ver o espanhol festejando o título no quintal de Massa. E a secada até deu certo quando o sinal verde acendeu. O bicampeão caiu de terceiro para quinto. Vettel pulou por dentro e deu um banho de realidade em Hulkenberg que também foi superado por Webber.
    Em poucos segundos, o alemão da Williams viu o conto de fadas da pole cair por terra. Ainda segurou Alonso durante sete voltas, mas o espanhol, que já tinha ultrapassado Hamilton, deu o bote e assumiu a terceira posição. Estava formado o pelotão da frente, com Vettel, Webber, Alonso e Hamilton, resultado que empurrava a decisão para os Emirados.
    Como se não bastasse a tentativa de assalto na noite de sábado, Button caiu de 11º para 13º na largada. O inglês foi o primeiro a antecipar a parada nos boxes, na 12ª volta, e colocou pneus duros para ir até o fim da prova. Massa, em 11º, fez o mesmo, mas deu azar. A Ferrari se atrapalhou no encaixe da roda dianteira direita, e o brasileiro, que já não vinha bem, foi obrigado a parar de novo logo em seguida. Chegou a cair para antepenúltimo, à frente apenas de Senna e Di Grassi.
    Todo mundo antecipou a parada, e o sonho de Hulkenberg àquela altura já despencava para a décima posição. Os candidatos a intrusos na festa passaram a ser Nico Rosberg, da Mercedes, e Kamui Kobayashi, da Sauber, que brigavam na sexta e na sétima posições. Mas as cinco primeiras estavam reservadas aos candidatos ao título. Na volta 40, o quarteto da elite virou quinteto com a recuperação de Button.
    Vettel e Webber fazem dobradinha no GP BrasilSebastian Vettel e Mark Webber garantiram o título de construtores para a RBR (Foto: Reuters)
    Cinco passagens depois, a pulga se instalou atrás da orelha da RBR. Webber começou a se aproximar de Vettel, e com isso veio o temor de uma disputa interna na equipe. O fantasma da Turquia, quando os dois se chocaram, deu as caras em Interlagos. Um acidente entre os líderes poderia jogar o título no colo de Alonso, que via tudo ali atrás, confortável em terceiro.
    Na 51ª volta, a Force India se intrometeu na história. O italiano Vitantonio Liuzzi rodou e bateu, forçando a entrada do safety car. Na RBR, instalou-se um certo pânico: com todos os carros grudados, Vettel e Webber aguardavam a saída do carro de segurança para uma tensa disputa por vitória, já que a equipe costuma liberar a briga na pista entre seus pilotos.
    Quatro passagens depois, a prova recomeçou. Mas a emoção não veio. Vettel pisou firme e manteve a ponta. As anunciadas disputas por posição não aconteceram, e a fila indiana se esticou até o fim. A decisão do título vai ser mesmo para sheik ver.
    Confira o resultado do GP do Brasil neste domingo:
    1 - Sebastian Vettel (ALE/RBR) - 71 voltas em 1h14m685
    2 - Mark Webber (AUS/RBR) - a 4s2
    3 - Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 6s8
    4 - Lewis Hamilton (ING/McLaren) - a 14a6
    5 - Jenson Button (ING/McLaren) - a 15s5
    6 - Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - a 35s3
    7 - Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - a 43s4
    8 - Nico Hulkenberg (ALE/Williams) - a uma volta
    9 - Robert Kubica (POL/Renault) - a uma volta
    10 - Kamui Kobayashi (JAP/Sauber) - a uma volta
    11 - Jaime Alguersuari (ESP/STR) - a uma volta
    12 - Adrian Sutil (ALE/Force India) - a uma volta
    13 - Sebastien Buemi (SUI/STR) - a uma volta
    14 - Rubens Barrichello (BRA/Williams) - a uma volta
    15 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a uma volta
    16 - Vitaly Petrov (RUS/Renault) - a uma volta
    17 - Nick Heidfeld (ALE/Sauber) - a uma volta
    18 - Heikki Kovalainen (FIN/Lotus) - a duas voltas
    19 - Jarno Trulli (ITA/Lotus) - a duas voltas
    20 - Timo Glock (ALE/VRT) - a duas voltas
    21 - Bruno Senna (BRA/Hispania) - a duas voltas
    22 - Christian Klien (AUT/Hispania) - a seis voltas
    23 - Lucas di Grassi (BRA/VRT) - a nove voltas
    Não completou: Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India) - na 49ª volta
    Melhor volta: Lewis Hamilton (ING/McLaren) - 1m13s851, na 66ª volta

    Em jogo de muita tensão e pouca técnica, Avaí e Botafogo empatam Resultado de 0 a 0 na Ressacada complica a vida dos dois times em suas lutas em pontas opostas da tabela do BrasileirãoEm jogo de muita tensão e pouca técnica, Avaí e Botafogo empatam Resultado de 0 a 0 na Ressacada complica a vida dos dois times em suas lutas em pontas opostas da tabela do Brasileirão


    Em pontas opostas da tabela, mas igualmente pressionados, Avaí e Botafogo fizeram um jogo de muita tensão e pouca técnica. O resultado foi um jogo travado, de poucas chances e um empate em 0 a 0 a partida realizada neste domingo, no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro (veja o vídeo com os principais lances). O resultado não foi bom para nenhum dos times em suas brigas contra o rebaixamento (caso do time catarinense) e por uma vaga na Libertadores e pelo título (situação do Alvinegro).
    Na próxima rodada o Botafogo, que permaneceu no quarto lugar, com 55 pontos, enfrenta o Ceará em Fortaleza, em jogo antecipado para a quarta-feira. Já o Avaí, que chegou a 34 pontos e segue em 18º, na zona de rebaixamento, vai a Porto Alegre jogar contra o Internacional, domingo. Apesar de seguir no G-4, o Alvinegro se vê ameaçado por causa das vitórias de Fluminense, Corinthians e Cruzeiro, adversários diretos.
    Desde o início da partida ficou claro que o Avaí seria o responsável por pressionar, enquanto o Botafogo recuaria para explorar os contra-ataques. Empurrado por sua torcida, o time da casa pressionava a saída de bola e induzia o Alvinegro aos erros de passe. Assim, a equipe de Joel Santana tinha dificuldades em sair jogando, tendo que apelar para os chutões.
    Embora chegasse constantemente ao ataque, o Avaí não conseguia produzir jogadas de perigo. Perto da área, a equipe tinha dificuldades de penetrar na muralha defensiva do Botafogo. À frente da área, Danny Morais, Leandro Guerreiro, Antônio Carlos e Fahel impediam a progressão. Restava aos catarinense os chutes de fora, mas que não assustavam o goleiro Jefferson.
    Com o passar do tempo, os erros do Avaí irritaram a torcida, e o Botafogo começou a se arriscar mais no ataque. Não precisaram de muitas tentativas para que o Alvinegro criasse as melhores chances do primeiro tempo, com Jobson, sempre pela ponta direita. Numa delas, Loco Abreu chutou para fora, dentro da área, e na segunda, ele próprio arriscou, obrigando Zé Carlos a espalmar.
    Se no primeiro tempo houve muitos erros, principalmente de passe, a segunda etapa teve ainda pior nível técnico. Nenhuma das duas equipes conseguia se articular para chegar ao gol adversário. O Avaí, entretanto, levava vantagem por estar diante de sua torcida, que empurrava a equipe. Do outro lado, o Botafogo não mostrava o poder de marcação de sempre e deixava espaços nas laterais, pouco aproveitados pelo adversário.
    Joel Santana, então, tentou sua última cartada. Buscando dar mais velocidade ao time, tirou de campo Lucio Flavio e Alessandro, substituindo por Renato Cajá e Caio, respectivamente. O objetivo era reforçar os contra-ataques, única saída que parecia possível para o Botafogo vencer.

    À medida que o tempo passava, o Avaí se lançava mais ao ataque, diante da necessidade de vencer para se livrar do rebaixamento. Então os espaços ficaram maiores e mais claros para o Botafogo, que não conseguia aproveitá-los por incompetência nos passes e conclusões. E de erro em erro, a partida chegou ao fim com um resultado que traduziu com perfeição o baixo nível técnico do confronto.
    AVAÍ 0 X 0 BOTAFOGO
    Zé Carlos, Rafael, Emerson Nunes e Bruno (Jéferson); Patric, Diogo Orlando, Rudnei (Davi), Caio e Eltinho; Válber (Daniel Thiago) e Roberto. Jefferson, Danny Morais, Leandro Guerreiro e Antônio Carlos; Alessandro (Caio), Fahel, Marcelo Mattos, Lucio Flavio (Renato Cajá) e Edno; Jobson e Loco Abreu.
    Técnico: Vagner Benazzi. Técnico: Joel Santana.
    Cartões amarelos: Rafael (Avaí); Danny Morais, Antônio Carlos, Marcelo Mattos (Botafogo).
    Local: Estádio da Ressacada, em Florianópolis (SC). Data: 07/11/2010. Árbitro: Sálvio Spinola Fagundes Filho (Fifa/SP). Auxiliares: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Vicente Romano Neto (SP). Público: 14.538 presentes. Renda: R$ 40.150.

    Atlético-PR vence o Fla, cola no G-4 e quebra a invencibilidade de Luxa Furacão fica a dois pontos do Botafogo e continua na batalha pela Libertadores 2011. Cariocas não se afastam da zona de rebaixamento

    A eficiência superou a vontade e a persistência. Neste domingo, o Atlético-PR provou que continua firme na briga por uma vaga na Libertadores da América. Aplicado em sua proposta, o time do técnico Sérgio Soares soube suportar a pressão do Flamengo, fora de casa, e conquistou uma vitória que o consolida como postulante ao G-4 do Brasileirão. No estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, distante 120 km do Rio, o Furacão derrotou os cariocas por 1 a 0, gol de Paulo Baier, de pênalti. Placar simples, magrinho, mas com sabor de goleada. Na 34ª rodada, a equipe paranaense assume a quinta posição e chega a 53 pontos, dois a menos que o Botafogo, que é o quarto.
    Vanderlei Luxemburgo conhece a primeira derrota dele no comando do Rubro-Negro. Antes, havia conquistado duas vitórias e empatado quatro vezes. Sorte que os adversários que o perseguem tropeçaram. O rebaixamento ainda ronda o Fla. A equipe não consegue se afastar do Z-4. Continua em 13º, com 40 pontos, quatro a mais que o Guarani, o 17º.
    O Flamengo volta a jogar no próximo sábado, contra o Atlético-MG, às 19h30m, em Sete Lagoas. No dia seguinte, o Atlético-PR recebe o Grêmio Prudente, no mesmo horário, na Arena da Baixada.
    Confira a classificação do Campeonato Brasileiro
    Negueba se apresenta, mas Furacão sai na frente

    Guilherme Negueba em lance do jogo entre  Flamengo e Atlético-PRNegueba deu gás ao time do Flamengo
    (Foto: Maurício Val / Vipcomm)
    Foi quase uma briga de foices. Os jogadores de Flamengo e Atlético-PR por pouco não trocaram mordidas no campo do Raulino de Oliveira. Partida de muito contato físico e vontade que às vezes passava da conta. Mas também houve futebol. Futebol com cara nova. O técnico Vanderlei Luxemburgo apostou em Guilherme Negueba, 18 anos, para mexer com o time dele. O garoto, descoberto chutando latinhas em Piedade, Zona Norte do Rio, se apresentou aos rubro-negros. Veloz, arisco, abusado. No primeiro lance como profissional, chutou a bola longe do gol, mas pediu o apoio da torcida. Sinal de personalidade. Deu boas arrancadas, encarou a marcação, fez Luxa sorrir no bando de reservas.
    O time do técnico Sérgio Soares investiu nos contra-ataques. O quarteto ofensivo do Furacão deu trabalho. Paulo Baier, sempre perigoso na bola parada, Ivan González, Guerrón e o grandalhão Nieto incomodaram. Aos 7, Nieto recebeu cruzamento na área, cabeceou de peixinho, mas Marcelo Lomba fez boa defesa. Em ótima jogada de Vitor, aos 16, o goleiro teve de trabalhar novamente. O volante invadiu a área pela direita e disparou. Lomba pegou.
    A bola aérea foi uma das melhores alternativas dos cariocas. A equipe teve mais volume de jogo, Léo Moura e Juan buscaram Val Baiano, que tentou algumas cabeçadas. Na melhor delas, aos 20, parou no goleiro Neto. Distante da área, aberto pela ponta direita, Deivid novamente não esteve bem. Se esforçou, mas abusou dos erros de passe.
    Negueba tornou o Flamengo mais veloz, se movimentou por todo o campo, mas a zaga paranaense esteve segura e bem postada para conter as investidas do camisa 36, que caíra de rendimento. Renato brigou muito no meio-campo, mas esteve apagado. Os torcedores de Volta Redonda tentaram ajudar o time, incentivaram, mas o clima foi de frustração ao fim do primeiro tempo. Em nova jogada do Atlético pela direita, Maldonado derrubou Nieto na área, e o árbitro José Henrique de Carvalho, alvo de muitas reclamações dos torcedores, jogadores do Fla e de Luxemburgo, acertou e marcou pênalti. Na cobrança, Paulo Baier deslocou Lomba e abriu o placar: 1 a 0. Fla melhor, e Furacão eficiente.

    Fla martela, mas Atlético-PR se segura

    Luxemburgo fez duas mudanças no intervalo. Tirou Willians e Deivid e lançou Correa e Diego Maurício, respectivamente. O Flamengo foi todo ataque, mas deu murro em ponta de faca. Cada investida era prontamente bloqueada pela defesa do Furacão. Sérgio Soares trancou a retaguarda e jogou a chave fora. Luxa deu 13 minutos a Guilherme Negueba, que não conseguia mais empolgar. Marquinhos foi chamado.
    Sem conseguir invadir a área adversária, o Flamengo começou a chutar. Renato tentou, aos 17, e assustou Neto. Correa arriscou, mas esbarrou na zaga do Furacão. Pela direita, o volante, Léo Moura e Marquinhos se apresentaram bem. Num bom cruzamento, Léo achou Renato na área, mas a cabeçada tocou na trave, aos 24.
    Diego e Val Baiano encontraram muitas dificuldades, tocaram pouco na bola. Quando foram acionados, erraram. Sérgio Soares lançou o atacante Bruno Mineiro para tentar prender a bola na frente. Paulo Baier usou a experiência para fazer o jogo girar. O tempo passava rápido para os torcedores rubro-negros. Ainda assim, empurraram, tentaram jogar com a equipe. Fizeram isso até o limite da paciência. Nos dez minutos finais, pediram raça.
    O problema não estava na disposição. Faltou calma na hora de finalizar. O Flamengo persistiu, não quis jogar a toalha. Aos 40, Diego Maurício bateu quase da pequena área, mas o goleirão Neto fez belíssima defesa. Pouco depois, o atacante cabeceou bem perto do gol. Pela esquerda, Marquinhos deu boas arrancadas, encarou a marcação, mas foi sempre travado pelos zagueiros Manoel e Rafael Santos. No duelo de rubro-negros, o de Curitiba foi frio e preciso. A torcida que apoiou quase todo o tempo, também soube vaiar no fim.  
    FLAMENGO 0 X 1 ATLÉTICO-PR
    Marcelo Lomba, Léo Moura, Welinton, Ronaldo Angelim e Juan; Maldonado, Willians (Correa), Renato e Guilherme Negueba (Marquinhos); Deivid (Diego Maurício) e Val Baiano. Neto, Wagner Diniz, Manoel, Rafael Santos e Paulinho; Deivid (Olberdam), Vitor, Paulo Baier e Ivan González (Bruno Miniero); Guerrón (Márcio Azevedo) e Nieto.
    Técnico: Vanderlei Luxemburgo. Técnico: Sérgio Soares.
    Gols: Paulo Baier, aos 39 do primeiro tempo.
    Cartões amarelos: Guilherme Negueba, Maldonado, Deivid e Renato (Flamengo); Paulinho, Deivid, Nieto e Ivan González (Atlético-PR).
    Estádio: Raulino de Oliveira, em Volta Redonda/RJ. Data: 07/11/2010. Árbitro: José Henrique de Carvalho (SP). Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Márcia Lopes Caetano (RO).
    Renda: RS: 151.680,00 Público: 6.585 (presentes: 9.026)

    Com aplicação, Flu resiste à pressão do Vasco, vence e continua líder Time mantém vantagem de um ponto sobre Corinthians e Cruzeiro com o triunfo por 1 a 0. Gol da vitória, de Tartá, surgiu com três minutos de jogo

    Antes, o Corinthians havia feito a sua parte, ao derrotar o São Paulo por 2 a 0 no Morumbi. O Cruzeiro também. Venceu o Vitória no Barradão. Restava ao Fluminense derrotar o Vasco no Engenhão, neste domingo, para não deixar escapar a liderança do Brasileirão. E o triunfo ocorreu graças à aplicação tática, aliada à luta e à sorte que costuma acompanhar os campeões. O time de guerreiros, conforme canta sua torcida, resistiu à forte pressão do Vasco no fim. O gol de Tartá, com apenas três minutos de jogo, garantiu o 1 a 0 que leva a equipe aos 61 pontos, um ponto à frente dos outros candidatos ao título, a quatro rodadas do fim do Brasileirão 2010.
    Nas arquibancadas, a resposta do torcedor foi com a costumeira empolgação. A notícia ruim para o tricolor que viu pela TV ou esteve presente ao Engenhão na noite deste domingo - o público, de pouco mais de 16 mil pagantes, com mais de 20 mil presentes, voltou a decepcionar - é que o meia Marquinho, numa trombada com o próprio colega de time, o zagueiro Leandro Euzébio, deixou o campo com suspeita de fratura no braço.
    Tartá comemora no jogo entre Fluminense e VascoTartá corre para o abraço: gol logo aos três minutos garante liderança para o Flu (Foto: Photocamera)
    Houve também tumulto no fim da partida. Do lado do Vasco, não faltaram reclamações contra o árbitro Péricles Bassols, que foi cercado pelos jogadores. A maior foi pela forma como terminou a partida. A bola havia sido alçada na área para Fumagalli cabecear. Fernando Prass, Fágner e Nunes foram os que mais se queixaram. O atacante, inconformado também com Leandro Euzébio - os dois se estranharam durantes os 90 minutos -, chegou a esperar o zagueiro tricolor descer no túnel para o vestiário com intenção de agredi-lo. Acabou contido  pelo zagueiro Dedé e o técnico PC Gusmão.
    Briga boa mesmo é pelo título. Na 35ª rodada, o Fluminense receberá o Goiás também no Engenhão, no próximo domingo. No mesmo dia, em São Januário, o Vasco pegará o São Paulo.
    Gol no começo do Flu
    No primeiro tempo, o Tricolor aproveitou-se dos erros de marcação e da lentidão do Vasco para obter com justiça a vantagem no marcador,  ainda que nos minutos finais tenha levado uma pressão do adversário, que acertou principalmente o buraco criado entre os seus setores.
    O jogo já começou com muita emoção. O técnico PC Gusmão surpreendeu ao escalar o Vasco no 4-3-3. Em vez de começar com o volante Jumar, optou por Jonathan na frente fazendo companhia a Eder Luis e Nunes. E logo no primeiro minuto, o camisa 15, pela direita, tratou de aproveitar bem a chance de começar como titular. Pela direita, centrou na medida para Nunes. O centroavante bateu pelo alto e perdeu uma grande oportunidade de abrir o placar.
    O susto não abalou o Fluminense, mais motivado em campo por uma vitória. Num contra-ataque iniciado por uma "pipocada" de Felipe, que perdeu a bola, Tartá serviu Washington pela meia esquerda. O atacante cortou Cesinha para o meio e bateu cruzado. Fernando Prass espalmou nos pés de Tartá, que se antecipou à defesa cruzmaltina e escorou para as redes, aos três minutos, abrindo o placar para o Tricolor.
    Erros cruzmaltinos
    Com a desvantagem no placar logo no início, o Vasco se viu obrigado a sair mais ainda para o jogo. Só que a saída de bola era lenta para servir Felipe. Com isso, o ataque, apesar de contar com três jogadores, pouco rendia porque não era municiado. E o meio-campo, com menos um na marcação, perdia a maioria das jogadas e deixava buracos na defesa, que errava na saída de bola.
    eder luis vasco leandro euzebio fluminenseLeandro Euzébio, de atadura, e Eder Luis travam
    grande duelo no clássico. Tricolor leva a melhor
    (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
    Numa bobeira dessas, Washington, livre no meio, serviu Conca na esquerda. O camisa 11, que andava marcado ora por Romulo ora pelo camisa 8 Rafael Carioca, dessa vez não tomou conhecimento e bateu cruzado. Prass foi bem na bola e espalmou para escanteio. Logo depois, Carlinhos, também pela esquerda, teve chance semelhante, mas bateu fraco.
    Se o esquema defensivo cruzmaltino mostrava falhas de marcação e erros na saída de bola, além da lentidão, o ferrolho montado por Muricy dava poucas chances ao adversário de criar. Favorecida pela boa marcação do meio-campo, que fechava bem os lados para evitar os avanços dos laterais Fágner e Max, a zaga tomava conta da área.  Leandro Euzébio, com atadura após uma contusão na cabeça, ditava a disposição. No meio, Valencia, Fernando Bob e Marquinhos lutavam pela bola. Tartá e Washington, bem, se movimentavam na frente e criavam.
    Vasco quase empata
    A partir dos 33 minutos, após Mariano arrancar pela direita e bater para Dedé desviar a bola para escanteio e assustar Fernando Prass, o panorama mudou. A marcação vascaína adiantou, aproximando o meio do ataque. Com menos buracos, o toque de bola melhorou. Nunes teve boa chance mas foi travado por Gum. Eder Luis e Jonathan se mexiam mais, abrindo espaços e chamando os laterais. Numa falta cobrada pela esquerda, Eder Luis cabeceou de costas para o gol. Ricardo Berna espalmou para escanteio.
     Outro que passou a participar melhor do jogo foi Felipe. O camisa 6 vascaíno fez sua melhor jogada pela meia direita, quando ajeitou a bola e bateu de canhota, rente à trave. E no fim do primeiro tempo, a oportunidade do empate ocorreu do outro lado do campo. Mariano errou saída de bola. Max a tomou e deu um tirambaço de canhota, mas a bola perdeu a direção.
    Segundo tempo
    PC Gusmão reclamou da falha nas finalizações. E mandou o Vasco continuar no ataque. O Flu, com a vantagem no placar, esperava o adversário e buscava explorar os contra-ataques, principalmente com a velocidade dos laterais Mariano e Carlinhos.
    Aos sete minutos, numa confusão na área, com a bola parada, Cesinha deu uma cotovelada em Conca que o árbitro Péricles Bassols não puniu. Apagado no primeiro tempo, o camisa 11 argentino pelo menos buscava mais se livrar da marcação. Do outro lado, Felipe, apesar de vigiado por Fernando Bob, crescia na armação das jogadas. Numa delas, arriscou de perna direita, que não é seu forte. Bola fora. Pouco depois, iniciou outra na medida para Jonathan, da meia-lua, mandar uma bomba que Berna salvou para escanteio, na melhor defesa do jogo.
    felipe vasco conca fluminenseLento no início, Felipe cresce com o Vasco na 2ª
    etapa (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
    O Vasco avançava os laterais - PC Gusmão lançou Irrazábal no lugar de Max pela esquerda. Mas foi pelo lado direito que surgiu outra grande oportunidade de empate. Mas Eder Luis bateu cruzado, à direita de Ricardo Berna, com perigo. Na jogada seguinte, Fágner tropeçou em Marquinhos, que vinha por trás e tomou a bola em condições de marcar. Demorou a cortar Prass e bater. Fágner se recuperou e salvou o Vasco de sofrer o segundo gol.
    Eder Luis cansou e deu vez a Jefferson Silva. Felipe e Irrazábal trocavam de posição para aumentar o gás no meio-campo. Do lado tricolor, Tartá, cansado, sumiu. Quem apareceu bem novamente foi Mariano, que centrou na medida, mas Washington não alcançou a bola.  O que aumentou o drama tricolor.
    PC Gusmão arriscou com Fumagalli no lugar de Rafael Carioca. Mais ofensivo, o Vasco insistia, e Nunes por pouco não empatou. O atacante recebeu de Fágner e chutou na trave. Muricy respondeu no Flu com Thiaguinho no lugar de Tartá. Quando ia lançar Rodriguinho no de Washington, Marquinho se chocou com Leandro Euzébio e saiu com suspeita de fratura no braço.
    No contra-ataque, no fim, Conca fez sua melhor jogada na partida e serviu Washington, que perdeu nova chance e irritou a torcida, tensa com a pressão do Vasco e o jejum do atacante de 12 partidas sem marcar. No apito final do árbitro, confusão. Fernando Prass e Fágner, além do resto do time do Vasco, reclamaram da forma como Péricles Bassols terminou a partida, com a equipe no ataque.  Apesar de todo o sofrimento, a festa foi tricolor no fim.
    fluminense 1 x 0 vasco
    Ricardo Berna, Mariano, Leandro Euzébio, Gum e Carlinhos; Valencia, Fernando Bob, Marquinho (Júlio César) e Conca; Tartá (Thiaguinho) e Washington. Fernando Prass, Fagner, Cesinha, Dedé e Max (Irrazábal); Romulo, Rafael Carioca (Fumagalli) e Felipe; Eder Luis (Jefferson Silva), Jonathan e  Nunes.
    Técnico: Muricy Ramalho Técnico: PC Gusmão
    Gols: Tartá, aos três minutos do primeiro tempo.
    Cartões amarelos: Gum, Conta, Tartá (Flu); Fágner, Rafael Carioca, Jonathan e Nunes (Vasco).
    Estádio: Engenhão. Data: 07/11/2010. Árbitro: Péricles Bassols Cortez (Fifa/RJ). Auxiliares: Rodrigo Pereira Joia (RJ) e Ricardo de Almeida (RJ). Renda: R$ 428.265,00. Público: 16.263 pagantes.

    Com direito a olé, Timão vence São Paulo e segue firme na luta pelo título Elias e Dentinho marcaram os gols da vitória alvinegra. Derrota complica o Tricolor na briga por uma vaga na Libertadores da América

    O “olé” da torcida no final da partida foi o resumo da euforia do Corinthians. Na tarde deste domingo, com uma vitória incontestável por 2 a 0 sobre o São Paulo, no estádio do Morumbi, o Timão segue na cola do líder do Campeonato Brasileiro - o Fluminense venceu o Vasco por 1 a 0. Mas tem mais do que isso a comemorar. Até porque dificultou os planos do rival em relação à vaga na Libertadores e aumentou para 11 o número de jogos sem perder do Tricolor (sete vitórias e quatro empates). Elias e Dentinho foram os heróis.
    Os destaques do clássico deste domingo não são novidade para os corintianos. Nem para os são-paulinos. Autor do primeiro gol do triunfo alvinegro, Elias costuma se dar bem contra o rival do Morumbi. Em sete jogos foram cinco gols. Média impressionante. Já Dentinho, que fez o segundo, jamais perdeu para o Tricolor.
    A vitória levou o Corinthians aos 60 pontos, um a menos que o Flu. Já o São Paulo, com os mesmos 50 de antes, não consegue se aproximar do G-4 e ainda pode perder a oitava colocação para o Atlético-PR, que encara o Flamengo esta noite.
    Na próxima rodada do Campeonato Brasileiro, a de número 35, o São Paulo joga contra o Vasco, domingo, dia 14, às 17h, no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro. O Corinthians, por sua vez, tem um confronto direto na briga pelo título. Recebe o Cruzeiro, no estádio do Pacaembu, às 19h30 do sábado, dia 13.

    Quem tem Elias...
    Era uma decisão. Tanto para o Corinthians, que busca o título, quanto para o São Paulo, na briga por uma vaga na Libertadores. E nos primeiros minutos, as duas equipes mostraram bem a “cara” dos seus treinadores. Do lado de Carpegiani, ataque atrás de ataque. Do lado de Tite, cautela defensiva.
    Apesar de a postura tricolor ser mais ofensiva, os donos da casa demoraram a encontrar espaço para finalizar. Quando arriscavam de longe, o goleiro Julio Cesar não tinha com o que se preocupar. Enquanto isso, o Corinthians, que começou com Dentinho na vaga de Iarley, buscava os contra-ataques.
    dentinho elias corinthians gol são pauloJogadores do Corinthians comemoram o gol de Elias (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
    Ajudado pelo São Paulo, que abusava dos erros de passe, o Timão conseguiu criar alguns contragolpes, mas parou nas defesas de Rogério Ceni, como em chute de Dentinho aos 16 minutos. Aliás, os goleiros roubavam a cena no jogo. Julio Cesar, por sinal, salvou o Corinthians em boa finalização de Lucas, o melhor do Tricolor.
    Os são-paulinos poderiam até achar que, pelo volume, o time estava melhor em campo. Mas o Corinthians, quando encaixa uma jogada, é muito mais perigoso. Na realidade, fatal. Foi assim aos 30 minutos. Jucilei deu ótimo passe em profundidade para Elias chutar cruzado da direita da grande área, sem chances para Ceni.
    O gol marcado pelo volante evitou que os goleiros fossem os únicos protagonistas do primeiro tempo. E mais: mostrou ao Timão que o melhor caminho era mesmo pela direita, nas costas de Diogo, escolhido por Carpegiani para o lugar do titular Richarlyson, suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva.

    Dentinho se emociona
    Para tentar acabar com a “Avenida Diogo”, o técnico Paulo César Carpegiani mudou o São Paulo no intervalo. Colocou o experiente Jorge Wagner no lugar do garoto. Mudou também na contenção do meio-campo. Sacou Casemiro e escalou Ilsinho, que assumiu a lateral direita e mandou Jean para ser volante. O Timão não mudou.
    Com Jorge Wagner e Ilsinho em campo, o São Paulo passou a aproveitar melhor as jogadas pelas laterais. Uma saída contra a boa marcação dos volantes alvinegros. A mudança promovida por Carpegiani deixou o Tricolor mais rápido também. Melhor para Ricardo Oliveira, que passou a ser mais servido pelos companheiros.
    A pressão tricolor em busca do empate foi grande. Mas o Corinthians, quando tinha a bola, se mostrava perigoso. Faltava apenas melhorar a finalização. Em relação ao primeiro tempo, o jogo melhorou. O torcedor pode ver muito mais chances de gol e uma movimentação intensa de todos os setores das duas equipes.
    Aos poucos, porém, o Corinthians conseguiu esfriar o jogo e conter a pressão. Perdeu, por outro lado, mobilidade no meio-campo após Tite sacar Bruno César para a entrada de Danilo. Mas o São Paulo só não empatou aos 35 minutos porque do outro lado estava Julio Cesar, que fez linda defesa em chute de Jorge Wagner.
    Mas quem conseguiu marcar foi o Timão. Mais eficiente, o time aproveitou o jogo aberto do São Paulo e fez 2 a 0 aos 39 minutos. Alessandro entrou em velocidade pela direita da grande área e cruzou para Dentinho completar: 2 a 0. Em seu segundo jogo após cinco lesões seguidas, o atacante se emocionou com o feito. No final, a Fiel ainda calou os tricolores com um sonoro “olé”.


    SÃO PAULO 0X2 cORINTHIANS
    Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda e Diogo (Jorge Wagner); Rodrigo Souto, Casemiro (Ilsinho), Lucas e Fernandão (Marlos); Dagoberto e Ricardo Oliveira. Julio Cesar; Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Elias (Paulinho) e Bruno César (Danilo); Dentinho (Iarley) e Ronaldo.
    Técnico: Paulo César Carpegiani. Técnico: Tite.
    Gols: Elias, aos 39 minutos do primeiro tempo.
    Cartões amarelos: Alex Silva, Dagoberto, Ilsinho (SPO); Roberto Carlos, Ronaldo, William (COR).
    Público: 42.667 pagantes. Renda: R$ 1.262.401,59.
    Local: Morumbi, em São Paulo (SP). Data: 07/11/2010. Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS). Auxiliares: Altemir Hausmann (FIFA-RS) e Carlos Berkenbrock (FIFA-SC).

    Cruzeiro vence o Vitória por 1 a 0 e segue na luta pelo título do Brasileirão Time mineiro empata com o Corinthians em 60 pontos, mas perde no saldo de gols. Fluminense, com a vitória sobre o Vasco, continua na liderança isolada

    Após perder em casa para o São Paulo, o Cruzeiro precisava de um grande resultado para se recuperar no Campeonato Brasileiro. E o adversário da hora era o Vitória, em pleno Barradão, com uma ótima presença do torcedor rubro-negro. As dificuldades eram evidentes, mas, mesmo com todo o ambiente desfavorável, o time mineiro conquistou importantes três pontos ao vencer por 1 a 0. O gol foi contra, do zagueiro Jonas, ainda no primeiro tempo. Porém, o árbitro catarinense Paulo Godoy anotou na súmula como sendo do atacante Thiago Ribeiro, que fez o cruzamento.
    O resultado deixou o Cruzeiro na terceira posição. A Raposa chegou aos 60 pontos, empatado com o Corinthians, mas perde no saldo de gols: 21 a 12. Já o Vitória, que tentava se livrar da região da zona de rebaixamento, permaneceu com 38 pontos, na 14ª colocação.
    Thiago ribeiro cruzeiro vitória
    Agora, na próxima rodada, o Cruzeiro enfrentará o Corinthians, em uma partida que tem tudo para ser sensacional, já que se trata de um confronto direto na luta pelo título. O duelo está marcado para o sábado, às 19h30m, no Pacaembu. O Vitória terá mais uma chance para se recuperar, também em um jogo dramático, na luta para fugir das últimas posições, contra o Guarani, domingo, às 17h, no Brinco de Ouro, em Campinas.
    Raposa na frente
    A torcida do Vitória lotou o Barradão. Nem mesmo o forte calor foi capaz de diminuir a empolgação dos baianos, que cantavam sem parar. A pequena torcida do Cruzeiro presente no estádio era mais discreta e apenas se manifestava quando havia um lance de perigo em favor da Raposa.
    Com três zagueiros, o Cruzeiro reforçou a marcação no setor defensivo e preencheu os espaços deixados pelo meio-campo em jogos anteriores. O Vitória, por sua vez, tinha dificuldades de chegar ao ataque, devido à boa postura da marcação celeste. Da mesma forma, o Cruzeiro tinha muitas dificuldades na criação das jogadas. Com Montillo mais adiantado ao lado de Thiago Ribeiro, e com Gilberto pouco inspirado, o time de Cuca chegava pouco ao gol de Viáfara.
    Mas, mesmo não jogando uma partida excepcional, o Cruzeiro chegou ao gol, aos 35 minutos. Thiago Ribeiro recebeu uma bola rápida pela direita e cruzou forte para Diego Renan, que estava dentro da área, como um verdadeiro atacante. No meio do caminho, o zagueiro Jonas tentou cortar e mandou para o fundo das próprias redes, surpreendendo o goleiro Viáfara. Festa na pequena parte azul do Barradão.
    Os rubro-negros sentiram a pressão e se descontrolaram um pouco em campo. O Cruzeiro mostrou mais presença no ataque, mas não conseguiu transformar a superioridade em mais gols.
    Pressão rubro-negra
    O técnico Antônio Lopes resolveu mudar todo o ataque do Vitória de uma só vez. O comandante rubro-negro sacou Kleber Pereira e Adailton e colocou Schwenck e Henrique, respectivamente. Já Cuca tirou Rômulo, que já estava amarelado, e pôs Jonathan.
    Com as alterações, o Vitória cresceu de produção e foi para cima do Cruzeiro. O time baiano, com muito mais presença no ataque, assustou o goleiro Fábio em várias oportunidades. O time mineiro ficou acuado em sua defesa, sofrendo grande pressão, principalmente por causa do apoio que vinha da arquibancada.
    A arbitragem da partida desagradava o torcedor baiano. A cada falta marcada contra o Vitória, o Barradão ia à loucura. O ápice veio quando o Vitória armava um perigoso contra-ataque, e a bola bateu no calcanhar do árbitro e sobrou para a defesa cruzeirense. Com o passar do tempo, o time mineiro foi ganhando espaço para contra-atacar, já que o Vitória se mandou todo em busca do empate.
    O lance mais perigoso contra o gol de Fábio foi aos 21 minutos, depois de um autêntico bombardeio, Uelliton cabeceou no travessão e quase empatou partida. Mas o Cruzeiro, com muita raça e vontade, conquistou um grande resultado, que o devolve à luta pelo título brasileiro.
    vitória 0 x 1 cruzeiro
    Viáfara; Nino, Gabriel, Jonas e Egídio (Elkeson); Ricardo Conceição, Ueliton, Bida e Ramon; Kleber Pereira (Schwenck) e Adailton (Henrique). Fábio; Edcarlos, Gil e Léo; Rômulo (Jonathan), Henrique, Marquinhos Paraná, Gilberto (Roger) e Diego Renan (Everton); Montillo e Thiago Ribeiro.
    Técnico: Antônio Lopes. Técnico: Cuca.
    Estádio: Barradão, em Salvador (BA). Data: 7/11/2010. Horário: 17h (de Brasília). Árbitro: Paulo Godoy (SC). Auxiliares: Kleber Lúcio Gil (SC) e Marco Antonio Martins (SC).
    Cartões amarelos: Rômulo, Gil, Diego Renan, Gilberto e Roger (Cruzeiro); Ramon e Schwenck (Vitória).
    Gol: Thiago Ribeiro (Cruzeiro), aos 29 minutos do primeiro tempo.

    Brasil derrota a Hungria por 4 a 2, com gols de Murilo e Vander Carioca Veterano e novato comandam o triunfo dos campeões mundiais em Cuiabá


    O Brasil não teve dificuldades para vencer a Hungria por 4 a 2 neste domingo, no Desafio Internacional de Futsal, realizado em Cuiabá. Com gols de Vânder Carioca (2) e Murilo (2) - David e Nemeth descotaram - os atuais campeões mundiais mostraram uma equipe renovada, mas sem perder a força ofensiva e a criatividade na elaboração de jogadas de efeito, que levantaram a torcida que compareceu ao Ginásio Aecim Tocantins.
    O Brasil começou a partida tocando demais a bola, fazendo boas jogadas, mas chutando pouco de longe. O primeiro lance de perigo aconteceu a 13 minutos do fim do primeiro tempo, quando Murilo perdeu uma boa chance em rebote do goleiro, chutando por cima. Logo depois, o mesmo Murilo tocou sobre o goleiro, que saiu da área e foi encoberto, mas David evitou o gol, desviando a bola pela linha de fundo quase debaixo da trave.
    Com domínio total da partida, os brasileiros não demoraram para abrir o placar. Após boa triangulação, que começou com Darlan lançando Murilo na ponta esquerda, o ala fez um cruzamento preciso para o veterano Vânder Carioca, que só teve o trabalho de tocar para o fundo da rede, fazendo Brasil 1 a 0. O mesmo Vânder Carioca ampliou no fim do primeiro tempo, após receber um lindo passe de Guina pelo alto e bater de primeira, fazendo 2 a 0.
    A Hungria, que tinha dificuldades de sair para o jogo, teve sua melhor oportunidade a 51 segundos do intervalo, quando Lodi recebeu um passe de Droth e chutou por cima do travessão do goleiro brasileiro Franklin, assustando a torcida.
    No segundo tempo, o Brasil manteve o domínio no segundo tempo, encurralando a Hungria no campo de defesa. Trocando muitos passes, buscando o momento certo de definir as jogadas, os brasileiros criavam oportunidades de gol seguidas. Na primeira com real perigo de gol, Murilo chutou forte da entrada da área para bela defesa do goleiro Tihanyi.
    O amplo domínio da partida fez o Brasil relaxar em quadra e permitir que os húngaros conseguissem criar mais jogadas. Após um belo chute de droth para defesa de Franklin, a Hungria fez seu primeiro gol com David em um contra-ataque originado em uma perda de bola no ataque brasileiro. O gol sofrido mexeu com os campeões mundiais, que passaram a forçar o ritmo e ampliaram o placar com Murilo em chute forte da ala esquerda da quadra, fazendo 3 a 1 em passe de Vânder Carioca.
    Nova falha de passe do Brasil, dessa vez de Darlan no meio-campo, permitiu que Nemeth partisse com a bola dominada, driblasse Guina e chutasse forte, na saída de Franklin, fazendo o segundo gol húngaro: 3 a 2. Mostrando personalidade, a Seleção Brasileira manteve a calma, continuou tocando a bola e conseguiu seu quarto gol em um belo chute cruzado de Murilo, da direita da área húngara, no ângulo do goleiro Tihanyi, fechando o placar.
    Com a vitória, os jogadores presentearam o técnico Marcos Sorato, que fez aniversário na última semana e pediu, como presente, um bom resultado diante dos húngaros.

    Aquecimento, apoio, maçã e expulsão na rotina de quem não é relacionada

    À beira da quadra, Carol e Camila exercem função importante: a de motivar as companheiras da seleção brasileira durante os jogos do Mundial do Japão

    Por Mariana Kneipp Direto de Nagoya, Japão
    Carol Gattaz e Camila Brait na partida do Brasil de vôlei Carol Gattaz e Camila Brait à beira da quadra
    (Foto: Mariana Kneipp / GLOBOESPORTE.COM)
    Todo dia elas fazem tudo sempre igual. Chegam ao ginásio, aquecem com o time e seguem para suas cadeiras, junto à comissão técnica, à beira da quadra, para ver mais um jogo da seleção brasileira no Mundial do Japão. Neste domingo, porém, Carol Gattaz e Camila Brait tiveram de sair dali depois do segundo set contra Cuba. Não relacionadas para a partida, elas não se importaram. Levaram suas maçãs para a arquibancada e voltaram à missão: incentivar as companheiras.

    - Não sei o que aconteceu hoje. É um dirigente que não vai muito com a nossa cara, que resolveu mudar as regras. A gente sempre ficou sentada ali atrás, assim como todas as seleções fazem. Disseram até que se a gente não saísse ia ganhar cartão amarelo, olha isso?! Mas na terça vamos voltar ao nosso lugar. Vamos ver se isso vai se repetir – disse Carol, indignada.

    A intromissão dos funcionários da organização interrompeu a interação da central e da líbero com as jogadoras em quadra. Nos últimos dias, no entanto, o que se pôde ver foi um encontro de gerações e perfis nas duas cadeiras que ficam em frente à mesa da imprensa. De um lado, Carol: tensa, preocupada com cada detalhe, mais experiente. Do outro, Camila: estreante em Mundiais, com uma personalidade brincalhona e dona de uma capacidade enorme de incentivar a equipe através de palmas.

    - É muito bom assistir ao jogo com a Brait porque ela tem um jeito tão simples e engraçado que alivia a minha tensão. Ela fala alguma besteira, brinca com alguma coisa e me deixa mais tranquila - conta Carol.

    A libero confirma que tenta deixar o clima menos tenso durante a partida. Para ela, passar alegria e vibração para quem está em quadra é uma das funções mais importantes.

    - O que sei fazer de melhor ali fora é bater palmas e gritar (risos). A gente fala com elas o tempo todo, brinca com a torcida. Participa mesmo do jogo. Eu não me importo de ficar ali. Já foi uma grande surpresa ter vindo para o Mundial. Agora que mudou a regra, e deixaram vir duas líberos. Então, estar aqui já é um presentão. Sabia que não tinha muitas chances de jogar. Mas ainda consegui entrar no primeiro jogo. Estou no lucro! - contou Camila.

    Companheira inseparável: a maçã
    Carol Gattaz e Camila Brait na partida do Brasil de vôlei na arquibancadaCarol e Camila têm que ir para a arquibancada
    (Foto: Mariana Kneipp / GLOBOESPORTE.COM)
    Além da comissão técnica, outras companheiras não largam as meninas durante os jogos: assim que chegam às cadeiras, elas já estão com maças nas mãos. As frutas servem de lanche e ainda exercem função bem importante:

    - Mastigar tira o estresse (risos)! A gente sempre pega a fruta do lanchinho e traz para cá. Assim, fica ocupada com ela e não deixa o nervosismo pegar tanto – admite Carol.

    Porém, mesmo com a maçã na mão, a central conta que ainda acha muito difícil relaxar fora da quadra. Até porque, segundo ela, as titulares ficam olhando em sua direção durante boa parte do tempo para conseguir pegar dicas de jogadas adversárias que não estão conseguindo parar.

    - A Fabiana diz que fica me olhando durante o jogo para ver se eu faço algum gesto, grito alguma coisa que elas não estão percebendo lá dentro. Fico feliz por poder ajudar com isso. Essa é a minha maior contribuição.

    Massa: 'A corrida foi um desastre'

    Piloto brasileiro tem problemas e chega apenas em 15º lugar em Interlagos

    Por Carlos Augusto Ferrari, João Gabriel Rodrigues e Rafael Lopes São Paulo
    FELIPE MASSA CAMAROTE SHELLO brasileiro Felipe Massa considerou a corrida deste domingo como uma de suas piores
    (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
    Essa corrida foi desastrosa"
    Felipe Massa
    Após cruzar a linha de chegada de Interlagos na 15ª colocação, neste domingo, o piloto brasileiro Felipe Massa classificou o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 de 2010 como um dos piores da sua carreira. Ele teve muitos problemas durante a prova, principalmente em uma parada nos boxes, e até conseguiu recuperar algumas posições para não ter um final de corrida ainda pior.
    - A minha corrida foi um desastre. Não digo que foi a minha pior no Brasil, já que teve corrida em que eu nem cheguei ao final. Mas essa foi desastrosa - falou Massa.
    O brasileiro largou na nona posição, mas despencou para as últimas colocações quando a equipe Ferrari não realizou um pit com eficiência, 13ª volta. Massa deixou os boxes com a roda direita dianteira mal encaixada e teve de parar novamente na volta seguinte.
    - Tentei antecipar uma parada, mas, quando saí, o pneu não estava fixo e tive de retornar. Ali foi quando a corrida começou a acabar para mim. Tive mais uma chance quando o safety car entrou, passei o Buemi, mas ele tocou no meu carro. Foi uma corrida em que tudo de ruim aconteceu para o meu lado.
    CLASSIFICAÇÃO: confira como ficou a briga dos pilotos após o GP do Brasil
    Sobre a próxima corrida, a última do campeonato, domingo que vem em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, Felipe Massa sabe que só vai cumprir tabela. Na teoria, ele ainda poderia ajudar de alguma forma seu companheiro, Fernando Alonso, líder, favorito ao título e que duelará contra as duas RBR, mas o discurso do brasileiro já é o de fim de temporada.
    - Eu queria estar aqui brigando, como foi em 2008, mas não deu (é o sexto colocado, com 143 pontos). Agora é me concentrar para a última corrida e principalmente para o próximo ano.

    RBR adia decisão para Abu Dhabi, e Alonso só precisa chegar em segundo

    Dobradinha de Vettel e Webber em Interlagos esquenta a briga, mas espanhol da Ferrari continua sendo o favorito para conquistar o título nos Emirados

    Ficou para a terra dos sheiks. Único piloto que poderia festejar o título antecipado da Fórmula 1 em Interlagos, Fernando Alonso tratou de garantir um terceiro lugar incapaz de lhe dar o troféu neste domingo, mas conveniente o bastante para manter oito pontos de folga na liderança da temporada e empurrá-lo como favorito para a última prova do ano. Para levantar sua terceira taça, precisa apenas chegar em segundo em Abu Dhabi, na semana que vem. Em São Paulo, o espanhol da Ferrari foi superado pela dobradinha da RBR, com o alemão Sebastian Vettel em primeiro e o australiano Mark Webber em segundo, dando à equipe o título mundial de construtores. Os dois pilotos renovam suas esperanças, mas sabem que, para chegar ao topo nos Emirados Árabes, será necessário tirar de lá o bicampeão mundial.
    Se Alonso cruzar em segundo em Abu Dhabi, não depende de nenhum outro resultado. Se for terceiro, quarto ou quinto, tem de torcer para Webber não vencer. Em sexto, precisa que o australiano não fique nas duas primeira posições e que Vettel não vença. A corrida em Abu Dhabi começa às 11h (de Brasília) do próximo domingo.
    Vettel comemora vitória no GP BrasilO alemão Sebastian Vettel vence em Interlagos e renova suas esperanças de título (Foto: EFE)
    Vettel tomou a primeira posição de Nico Hulkenberg na largada e não olhou mais para trás. Nas últimas voltas, com a entrada do safety car, a RBR teve a chance de fazer jogo de equipe e dar a vitória a Webber, que o deixaria a apenas um ponto de Alonso. Mas Vettel cruzou na frente e chegou aos 231 pontos, sete a menos que o companheiro de time e 15 atrás do espanhol.
    Lewis Hamilton, da McLaren, chegou em quarto em São Paulo e ainda respira por aparelhos, de olho numa combinação improvável de resultados. Seu colega Jenson Button disse adeus à disputa ao cruzar em quinto, fechando um fim de semana para esquecer: foi apenas o 11º do grid de largada e ainda sofreu uma tentativa de assalto na noite de sábado. Clique aqui e veja o que cada candidato ao título precisa fazer em Abu Dhabi para levantar a taça.
    Os brasileiros tiveram um domingo muito ruim. Dentro de casa, o melhor foi Rubens Barrichello, da Williams, em 14º. No fim da corrida, ele roubou a posição de Felipe Massa, que caiu para 15º. O piloto da Ferrari teve problemas nos boxes em sua primeira parada. Bruno Senna, da Hispania, foi o penúltimo, em 21º, e Lucas Di Grassi, da VRT, abandonou a prova.
    Alonso no GP Brasil Alonso não conseguiu o título antecipado, mas
    continua favorito para Abu Dhabi (Foto: EFE)
    Fim do conto de fadas de Hulkenberg
    Antes da largada, Alonso já foi brindado com vaias da torcida em Interlagos. Parecia claro que ninguém na arquibancada queria ver o espanhol festejando o título no quintal de Massa. E a secada até deu certo quando o sinal verde acendeu. O bicampeão mundial caiu de terceiro para quinto. Vettel pulou por dentro e aplicou um choque de realidade em Hulkenberg, que também foi superado por Webber.
    Em poucos segundos, o alemão da Williams viu o conto de fadas da pole cair por terra. Ainda segurou Alonso durante sete voltas, mas o espanhol, que já tinha ultrapassado Hamilton, deu o bote e assumiu a terceira posição. Estava formado o pelotão da frente, com Vettel, Webber e Alonso, resultado que parecia confortável para os três, empurrando a decisão para os Emirados.
    Como se não bastasse a tentativa de assalto na noite de sábado, Jenson Button caiu de 11º para 13º na largada. Ele foi o primeiro a antecipar a parada nos boxes, na 12ª volta, e colocou pneus duros para ir até o fim da prova. Massa, em 11º, fez o mesmo, mas deu azar. A Ferrari se atrapalhou no encaixe do pneu dianteiro direito e, o brasileiro, que já não vinha bem, foi obrigado a parar de novo em seguida. Chegou a cair para antepenúltimo, à frente apenas dos compatriotas Senna e Di Grassi.
    Todo mundo antecipou a parada, e o sonho de Hulkenberg despencou para a décima posição. Os candidatos a intrusos passaram a ser Nico Rosberg e Kamui Kobayashi, que brigavam na sexta e na sétima posições. Mas as cinco primeiras estavam reservadas aos candidatos ao título. Na volta 40, o pelotão da frente andava com Vettel, Webber, Alonso, Hamilton e Button, que fazia uma corrida de recuperação.
    Cinco passagens depois, a pulga se instalou atrás da orelha da RBR. Webber começou a se aproximar de Vettel, e com isso veio o temor de uma disputa interna na equipe. O fantasma da Turquia, quando os dois se chocaram, se instalou em Interlagos. Um acidente entre os líderes poderia jogar o título no colo de Alonso, que via tudo ali atrás, em terceiro.
    Na 51ª volta, a Force India apareceu para injetar emoção na corrida. Vitantonio Liuzzi rodou e bateu forte, forçando a entrada do safety car. Na RBR, instalou-se um certo pânico: com todos os carros grudados, Vettel e Webber aguardavam a saída do carro de segurança para uma tensa disputa por vitória.
    Quatro passagens depois, a prova recomeçou. Mas nada mudou. As anunciadas disputas por posição não aconteceram, e a fila indiana se manteve até o fim. A decisão do título fica mesmo para Abu Dhabi, daqui a uma semana.

    Deca mundial, Slater se reinventa movido a diversão, dor e desafios

    Embaixador do surfe, americano parou, voltou, pensou em se aposentar de novo, mas mostra que ser campeão, mesmo aos 38 anos, ainda parece fácil

    O menino louro e cabeludo da Flórida há tempos raspou a cabeça. O corpo, atlético desde aquela época, hoje não entrega os 38 anos. Conheceu e venceu alguns de seus ídolos. Viu-os se aposentar. Inspirou novos campeões. Viu o maior deles, Andy Irons, morrer aos 32 anos. E Kelly Slater continua lá, no topo. São duas décadas entre os melhores e, agora, dez títulos mundiais. O americano parece fazer da competição um antídoto contra a ação do tempo. Precisa de doses do Circuito Mundial. E o surfe, sim, precisa dele.
    - Eu me sinto como um embaixador do surfe, feliz por ter esse papel - disse, certa vez, ao jornal americano “New York Times”.
    Kelly Slater criançaKelly Slater, o baixinho de short verde (terceiro da esq. para a dir.) Foto: Arquivo Pessoal de Judy Slater
    Slater é obcecado. O cérebro dentro da careca que ao longe se enxerga não para de pensar em números, ângulos, formas, medidas. Em casa, vislumbra novas pranchas, competições - quer levar campeonatos para piscinas de ondas. Quando veste a camiseta de lycra e caminha em direção ao mar, a bateria ganha ar de jogo de xadrez. Traça jogadas, projeta manobras, desenha linhas de surfe. Improvisa, também. E conta com a sorte, claro. Quando algo não se encaixa, não se conforma. Sim, Kelly Slater é movido a desafios.
    Kelly Slater Jeffreys Bay arquivoSlater, 38 anos e 10 títulos mundiais (Foto: Getty )
    - Quando comecei, vi claramente, pelo que os outros faziam, como seria fácil vencer o Circuito Mundial - escreveu no livro "Por amor".
    Ele nunca gostou de perder nem pingue-pongue, costumam dizer os amigos. E foi acumulando vitórias desde as primeiras competições. Era uma época perturbada na família Slater. Steve e Judy viviam com dinheiro contado em Cocoa Beach. O pai, dono de uma loja de pesca, tinha problemas com bebida. Caía bêbado pelas ruas. Um dia, em 1983, Judy o expulsou de casa e cuidou sozinha de Kelly, então com 11 anos, Sean, 14, e Stephen, 5.
    Judy raramente consegue deixar a casa para ver o filho. Fica na internet, postando fotos antigas. Diverte-se lembrando dos tempos em que o pequeno Robert Kelly era um aspirante a surfista. Hoje, há uma rua com o nome dele na cidade-natal: “Slater way”.

    - Se a competição terminasse no domingo, ela teria vindo. Não deu tempo - disse o filho, no pódio em Porto Rico, no sábado, logo após a consagração.
    Kelly Slater mãe Judy Kelly e a mãe, Judy, em cerimônia de premiação
    após o sétimo título mundial (Foto: ASP)
    O pai, com quem o surfista tinha uma relação complicada, viu, sempre de longe, os títulos mundiais. O primeiro deles, em 1992, conquistado no Rio de Janeiro. Slater perdeu o de 1993, mas depois engatou uma série invicta de 1994 a 1998. Foi aí que, assim como o astro do basquete Michael Jordan, resolveu dar um tempo. Passava o tempo surfando aqui e acolá e tocando violão com a banda “Surfers”.
    Durante as férias, escolhia a dedo os convites que recebia. Um deles, para o Eddie Aikau, mais tradicional competição de ondas grandes, em homenagem a um salva-vidas que morreu no Havaí. Encarou, na remada, paredões em Waimea Bay e faturou o título, raridade entre os surfistas do Circuito Mundial. Slater adora ondas gigantes. Sim, ele é movido a desafios.
    - Sou um dos caras mais sortudos que você pode conhecer. Sou pago para surfar - disse, também no livro, lançado há dois anos.
    No fim de 2000, Steve, diagnosticado com câncer, foi ver o filho em um campeonato na França. A doença os uniu. Kelly ajudou no tratamento... até abril de 2002. A morte atingiu a família tão forte quanto uma onda na cabeça. Diante de uma encruzilhada, Slater remou na direção que mais conhecia: a das competições. Voltou ao Mundial, após três anos.
    O americano achou que tinha superado a perda, mas, um ano depois, longe da Flórida, desabou. Foi após a final em Pipeline, etapa que poderia lhe dar a ele o sétimo título mundial. Andy Irons, o maior rival até hoje, o derrotou em uma das melhores baterias da história. Kelly chorou, com um tanto de vergonha. Queria ter dedicado ao pai a taça, o retorno triunfal. O jeito era esperar.
    Em 2004, na cidade de Imbituba (SC), Kelly viu o terceiro triunfo seguido de Andy, agora tricampeão do mundo. Sim, o havaiano foi - até a morte - seu o maior adversário.
    Kelly já estava com 32 anos e as dúvidas sobre a carreira voltaram a bater na porta. Mas ele as empurrou para o lado e seguiu remando. Foi recompensado com um início de temporada arrasador em 2005 e, em maio, conseguiu um feito inédito na história do surfe. Duas notas 10,00 em uma final. Onde? Na onda mais perigosa do mundo, Teahupoo, no Taiti.
    Surfe Kelly Slater Mundial Taiti 2005No Taiti, duas notas 10 e surfe com uma lata de
    cerveja na boca (Foto: ASP/Divulgação)
    Comemorou com cerveja - pegou um tubo com uma latinha na boca. E, meses depois, de volta a Imbituba, enfim pôde beber na taça que tanto queria. Após um jejum de seis anos, sim, Slater era campeão novamente. Heptacampeão.
    O título o alçou novamente ao centro do noticiário e, junto, vieram as manchetes sobre sua vida pessoal. Na etapa de encerramento do calendário, no Havaí, um sem graça Slater tentava esconder, em vão, o namoro com a top model Gisele Bündchen.
    Sim, ele tem vergonha de algumas situações. Se pudesse voltar no tempo, não teria participado do seriado “Baywatch”, já disse. Foi lá que ele conheceu a primeira namorada famosa, Pamela Anderson. Com ela, os prós e contras de virar uma celebridade não só no mundo do surfe. Dentro d’água, era uma máquina competitiva. Fora, isolava-se para fugir da imprensa. Mas acabou, de certa forma, deixando um pouco de lado, também, por tabela, a família e os amigos.
    Pamela, hoje, é uma amiga, assim como Gisele. Há três anos, Slater namora uma californiana 15 anos mais jovem, Kalani. Ainda não pensa, por enquanto, em filhos. Taylor, filha com uma antiga namorada, está com 14 anos e mora com a mãe e o padastro. Não gosta muito da ideia de ter um pai famoso.
    - Minha filha falou: 'Não gosto que as pessoas saibam quem você é' - contou, em 2007.
    Kelly Slater ImbitubaSlater tenta passar despercebido em Imbituba
    (Foto: Globoesporte.com)
    Slater não atendeu ao pedido da filha. De lá para cá, conquistou outros dois títulos mundiais. Está longe de passar despercebido. Às vezes, tenta de esconder a careca, sob o capuz do casaco, só para ter um mínimo momento de privacidade. Mas, sempre educado, não gosta de dizer não.
    - As pessoas pedem uma foto, um boné, pedem para fazer uma pergunta. Mas nunca é só uma... – disse este ano, após a final da etapa de Imbituba, em que perdeu para o brasileiro Jadson André.
    Por vezes, Slater se disse sufocado, querendo se aposentar. Cansado da rotina de viagens, de baterias, de assédio, de flashs sobre seu rosto. Em 2007, ao perder o título mundial para Mick Fanning - onde? Em Imbituba - , quase fechou a conta. Mas bastou recuperar o fôlego no ano seguinte e arrematar o nono título mundial, por antecipação, para voltar a se dar conta de que, sim, vencer é fácil.
    Kelly Slater ImbitubaSlater ajuda a tirar uma foto dele mesmo depois
    de vencer uma bateria(Foto: ASP)
    Mesmo depois de 20 anos no Circuito Mundial, vencer ainda é fácil. Percebeu que, aos 38 anos, poderia sugar dos adversários a motivação que às vezes lhe faltava. Mudou, passou a arriscar - e acertar, claro - aéreos e entrou de cabeça em um estilo antes dominado pela nova geração do surfe. Sim, Slater é movido a desafios.
    Em Portugal, o australiano Chris Davidson, depois de vê-lo voar nas ondas de Peniche, conformou-se com a derrota. Sentado no outside, levou as mãos à cabeça e bateu continência a Mr. Slater. Davidson é apenas mais um. Fez o que todos, ao menos em em algum momento da vida, tiveram vontade de fazer.
    Mundial de surfe Kelly Slater decacampeão Porto RicoDuas mãos cheias de títulos (Foto: ASP)
    Nesta temporada, pela primeira vez, um surfista muito mais novo ficou na cola de Slater: Jordy Smith, 22 anos, voador, grandalhão e bom de embaixadinhas. O sul-africano deu trabalho. Mas é apenas mais um.

    Seu maior adversário, Andy Irons, não viveu para vê-lo conquistar o deca. Morreu na terça-feira. Slater chorou e dedicou o título a ele. Um título que, sempre dizem, pode ser o último de sua carreira.
    Vinte anos anos na estrada, dez títulos, 45 vitórias em etapas. Talvez Slater pense em parar de novo. Talvez pense em ter filhos, e seus filhos, assim como Taylor, talvez queiram um pai desconhecido. Talvez. Mas Slater, como se sabe, é movido a desafios.

    - Ainda não sei. Não pensei muito sobre isso (se aposentar) - disse, com o troféu nas mãos.

    Veja, em imagens, como foi a conquista do decacampeonato mundial de Slater.
    Kelly Slater decacampeão mundial Porto Rico