domingo, 7 de novembro de 2010

RBR adia decisão para Abu Dhabi, e Alonso só precisa chegar em segundo

Dobradinha de Vettel e Webber em Interlagos esquenta a briga, mas espanhol da Ferrari continua sendo o favorito para conquistar o título nos Emirados

Ficou para a terra dos sheiks. Único piloto que poderia festejar o título antecipado da Fórmula 1 em Interlagos, Fernando Alonso tratou de garantir um terceiro lugar incapaz de lhe dar o troféu neste domingo, mas conveniente o bastante para manter oito pontos de folga na liderança da temporada e empurrá-lo como favorito para a última prova do ano. Para levantar sua terceira taça, precisa apenas chegar em segundo em Abu Dhabi, na semana que vem. Em São Paulo, o espanhol da Ferrari foi superado pela dobradinha da RBR, com o alemão Sebastian Vettel em primeiro e o australiano Mark Webber em segundo, dando à equipe o título mundial de construtores. Os dois pilotos renovam suas esperanças, mas sabem que, para chegar ao topo nos Emirados Árabes, será necessário tirar de lá o bicampeão mundial.
Se Alonso cruzar em segundo em Abu Dhabi, não depende de nenhum outro resultado. Se for terceiro, quarto ou quinto, tem de torcer para Webber não vencer. Em sexto, precisa que o australiano não fique nas duas primeira posições e que Vettel não vença. A corrida em Abu Dhabi começa às 11h (de Brasília) do próximo domingo.
Vettel comemora vitória no GP BrasilO alemão Sebastian Vettel vence em Interlagos e renova suas esperanças de título (Foto: EFE)
Vettel tomou a primeira posição de Nico Hulkenberg na largada e não olhou mais para trás. Nas últimas voltas, com a entrada do safety car, a RBR teve a chance de fazer jogo de equipe e dar a vitória a Webber, que o deixaria a apenas um ponto de Alonso. Mas Vettel cruzou na frente e chegou aos 231 pontos, sete a menos que o companheiro de time e 15 atrás do espanhol.
Lewis Hamilton, da McLaren, chegou em quarto em São Paulo e ainda respira por aparelhos, de olho numa combinação improvável de resultados. Seu colega Jenson Button disse adeus à disputa ao cruzar em quinto, fechando um fim de semana para esquecer: foi apenas o 11º do grid de largada e ainda sofreu uma tentativa de assalto na noite de sábado. Clique aqui e veja o que cada candidato ao título precisa fazer em Abu Dhabi para levantar a taça.
Os brasileiros tiveram um domingo muito ruim. Dentro de casa, o melhor foi Rubens Barrichello, da Williams, em 14º. No fim da corrida, ele roubou a posição de Felipe Massa, que caiu para 15º. O piloto da Ferrari teve problemas nos boxes em sua primeira parada. Bruno Senna, da Hispania, foi o penúltimo, em 21º, e Lucas Di Grassi, da VRT, abandonou a prova.
Alonso no GP Brasil Alonso não conseguiu o título antecipado, mas
continua favorito para Abu Dhabi (Foto: EFE)
Fim do conto de fadas de Hulkenberg
Antes da largada, Alonso já foi brindado com vaias da torcida em Interlagos. Parecia claro que ninguém na arquibancada queria ver o espanhol festejando o título no quintal de Massa. E a secada até deu certo quando o sinal verde acendeu. O bicampeão mundial caiu de terceiro para quinto. Vettel pulou por dentro e aplicou um choque de realidade em Hulkenberg, que também foi superado por Webber.
Em poucos segundos, o alemão da Williams viu o conto de fadas da pole cair por terra. Ainda segurou Alonso durante sete voltas, mas o espanhol, que já tinha ultrapassado Hamilton, deu o bote e assumiu a terceira posição. Estava formado o pelotão da frente, com Vettel, Webber e Alonso, resultado que parecia confortável para os três, empurrando a decisão para os Emirados.
Como se não bastasse a tentativa de assalto na noite de sábado, Jenson Button caiu de 11º para 13º na largada. Ele foi o primeiro a antecipar a parada nos boxes, na 12ª volta, e colocou pneus duros para ir até o fim da prova. Massa, em 11º, fez o mesmo, mas deu azar. A Ferrari se atrapalhou no encaixe do pneu dianteiro direito e, o brasileiro, que já não vinha bem, foi obrigado a parar de novo em seguida. Chegou a cair para antepenúltimo, à frente apenas dos compatriotas Senna e Di Grassi.
Todo mundo antecipou a parada, e o sonho de Hulkenberg despencou para a décima posição. Os candidatos a intrusos passaram a ser Nico Rosberg e Kamui Kobayashi, que brigavam na sexta e na sétima posições. Mas as cinco primeiras estavam reservadas aos candidatos ao título. Na volta 40, o pelotão da frente andava com Vettel, Webber, Alonso, Hamilton e Button, que fazia uma corrida de recuperação.
Cinco passagens depois, a pulga se instalou atrás da orelha da RBR. Webber começou a se aproximar de Vettel, e com isso veio o temor de uma disputa interna na equipe. O fantasma da Turquia, quando os dois se chocaram, se instalou em Interlagos. Um acidente entre os líderes poderia jogar o título no colo de Alonso, que via tudo ali atrás, em terceiro.
Na 51ª volta, a Force India apareceu para injetar emoção na corrida. Vitantonio Liuzzi rodou e bateu forte, forçando a entrada do safety car. Na RBR, instalou-se um certo pânico: com todos os carros grudados, Vettel e Webber aguardavam a saída do carro de segurança para uma tensa disputa por vitória.
Quatro passagens depois, a prova recomeçou. Mas nada mudou. As anunciadas disputas por posição não aconteceram, e a fila indiana se manteve até o fim. A decisão do título fica mesmo para Abu Dhabi, daqui a uma semana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário