terça-feira, 9 de julho de 2013

Dana White: 'Anderson x Weidman II será a maior luta da história do UFC'

Presidente do UFC recua sobre realizar a revanche ainda em 2013 e afirma que duelo deve ser agendado para 2014, ainda sem data confirmada

Por Las Vegas, EUA
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A empolgação de Dana White com uma revanche entre Anderson Silva e Chris Weidman não para de crescer. Após sonhar com a realização da luta no UFC 168, que acontece dia 28 de dezembro em Las Vegas, encerrando o ano, o dirigente voltou atrás e disse nesta terça-feira que essa data é pouco provável, e indicou a realização do duelo para 2014, afirmando que será a maior luta da história do UFC, sem, no entanto, acontecer no fim de semana do Super Bowl, tradicionalmente uma data em que o UFC aproveita a grande audiência que o evento gera para fazer um torneio recheado de grandes lutas.
+ Enquete: quem merece enfrentar Weidman, Anderson Silva ou Vitor Belfort?
- A revanche entre Chris Weidman e Anderson Silva será a maior luta da história do UFC, mas não queremos conflitos com a transmissão do Super Bowl. Queremos a nossa próxima data para esse evento.
Diante desta nova informação, a luta entre as duas treinadoras do TUF 18, Ronda Rousey e Miesha Tate, válida pelo cinturão feminino dos pesos-galos, deve ser mantida no UFC 168, dia 28 de dezembro, no evento que encerra as atividades do UFC em 2013.
Dana White coletiva UFC 162 (Foto: Evelyn Rodrigues)Dana White espera que revanche entre Spider e Weidman seja em 2014 (Foto: Evelyn Rodrigues)

Anderson Silva abre como favorito em apostas na revanche contra Weidman

Favoritismo baixa após derrota no UFC 162, mas vitória do brasileiro continua pagando menos do que manutenção do título do peso-médio americano

Por Rio de Janeiro
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Como previsto pelo próprio presidente do UFC, Dana White, as apostas na possível revanche entre Anderson Silva e Chris Weidman já foram abertas, e o ex-campeão dos pesos-médios ainda aparece como favorito contra seu sucessor. O favoritismo diminuiu, mas os números mostram que os sites de apostas não estão convencidos de que "All-American" é melhor que o Spider, mesmo após o nocaute devastador que encerrou seu reino na divisão.
Os sites Sportsbook.com e 5Dimes.eu anunciaram as cotações para a revanche nesta terça-feira, de acordo com o site americano "MMA Fighting". O primeiro aponta Anderson como favorito por -175, o que significa que uma vitória sua pagaria 1,57 vezes a quantia apostada. O segundo tem cotação de -140 para o brasileiro, o que pagaria 1,71 vezes o valor jogado. Weidman tem cotações de +155 (2,55 vezes a aposta) e +100 (2 vezes a aposta), respectivamente.
Para efeito de comparação, Anderson Silva tinha um favoritismo de -260 (pagava 1,38 vezes a aposta) antes da primeira luta entre os dois, contra +220 (3,2 vezes a aposta) de Weidman, no fechamento das apostas do site SportBet.
Anderson Silva x Chris Weidman UFC 162 (Foto: Getty Images)Anderson Silva provocou Chris Weidman no UFC 162, mas terminou nocauteado (Foto: Getty Images)
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O brasileiro ainda não anunciou oficialmente ter aceitado a revanche, embora Dana White já a planeje para dezembro deste ano ou fevereiro do ano que vem. A derrota para Weidman por nocaute foi a primeira de Anderson no UFC, após 16 vitórias seguidas, incluindo 10 defesas bem sucedidas do cinturão dos pesos-médios. No total, o Spider estava invicto havia 17 lutas, incluindo um triunfo no Cage Rage sobre Tony Fryklund. Chris Weidman está invicto em 10 lutas, seis delas no Ultimate.

Quem merece enfrentar Weidman: Anderson Silva ou Vitor Belfort?

Combate.com cria enquete para saber a opinião do público. Spider sofreu
a primeira derrota em 17 lutas, mas Vitor também fez por merecer. Vote!

Por Rio de Janeiro
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Novo campeão dos médios do UFC, Chris Weidman não vai ter moleza em sua primeira defesa de cinturão. Hoje o páreo tem dois nomes bem claros e merecedores: Anderson Silva e Vitor Belfort. O presidente Dana White já deixou clara sua intenção de marcar a revanche entre o americano e o Spider, após o nocaute surpreendente no UFC 162. Ao mesmo tempo, Belfort mantém as esperanças de que pode conseguir a chance e tem o apoio de muitos fãs nas redes sociais. Por isso, o Combate.com pergunta: quem merece mais ser o próximo adversário de Weidman: Vitor ou Anderson?
Pesa a favor de Anderson Silva o fato de ter sido sua primeira derrota em 17 lutas no UFC. Só isso já seria suficiente para garantir a ele a revanche imediata contra Weidman, fora que a postura provocativa gerou muitos comentários de que entregou a luta "de graça" para o rival. E ele é considerado por muita gente o maior lutador de todos os tempos. No entanto, o ex-campeão quer tirar um tempo para descansar por agora e até já cogitou a aposentadoria.
anderson silva vitor belfort ufc (Foto: Divulgação/UFC)Vitor Belfort e Anderson Silva: quem merece enfrentar Weidman? (Foto: Divulgação / UFC)
Belfort, por sua vez, também já fez o suficiente para voltar a disputar o cinturão. Desde a derrota para o Spider, em fevereiro de 2011, fez quatro combates entre os médios e venceu todos de maneira arrasadora: nocauteou Yoshihiro Akiyama, Michael Bisping e Luke Rockhold, e finalizou Anthony Johnson. Nos casos de Bisping e Rockhold, os gringos eram considerados fortes candidatos à disputa de título e acabaram nocauteados com belos chutes na cabeça.
A decisão será do UFC, mas nós queremos saber a opinião de vocês. Votem na enquete!

Neymar: ata mostra valor pago pelo Barça e pressões de pai e Guardiola

Documento da reunião do Conselho mostra que Santos levou € 17,1 mi
à vista pela venda, mas deve faturar ainda mais com 'bônus e convênios'

Por GLOBOESPORTE.COM Santos, SP
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Neymar apresentação Barcelona (Foto: Getty Images)Neymar, em sua apresentação ao Barcelona, no
começo de junho (Foto: Getty Images)
O Barcelona pagou € 17,1 milhões ao Santos pela compra do atacante Neymar, segundo a ata da última reunião do Conselho Deliberativo do clube paulista, obtida pela reportagem da Rádio Globo (veja reprodução abaixo). O valor, pago no mês passado, equivale a cerca de R$ 49,6 milhões. Desse montante, o Santos ficou apenas com € 9,35 milhões (pouco mais de R$ 27 milhões), pois teve de repassar 40% à DIS e 5% para a Teisa (grupo de empresários ligado ao clube).
É importante ressaltar que o valor total da transferência é outro, e bem maior. A própria ata diz que o Santos "receberá cerca de R$ 40 milhões", contando "bônus e convênios", como os amistosos na Espanha (dia 2 de agosto) e no Brasil (sem data marcada). O Barcelona diz que o valor da transferência do craque é de € 57 milhões (cerca de R$ 158 milhões). A quantia incluiria o pagamento de luvas de Neymar, além de comissões de empresários.
Pai de Neymar não queria saber de renovação, e dirigentes 'engolem sapo'
A prestação de contas da diretoria ao Conselho Deliberativo foi fechada aos jornalistas. A ata mostra o desconforto do pai de Neymar com a tentativa do Santos de prorrogar o contrato com o atacante até 2016 - o vínculo terminaria após a Copa de 2014. De acordo com o relato, o Santos tentou quatro vezes ampliar contrato com Neymar. Sem sucesso.
Pai de Neymar queria ver filho longe do futebol brasileiro, para que ele não fosse 'herói ou vilão' antes da Copa de 2014
O vice-presidente do Peixe, Odílio Rodrigues, relatou aos conselheiros que percebeu irritação do pai de Neymar, que chegou a ameaçar abandonar os encontros, dizendo que o craque não ficaria um minuto após 2014. Além disso, teria intenção de deixar o Santos ao fim da atual temporada. Segundo o relato de Odílio, o pai do jogador queria ver Neymar longe do futebol brasileiro para não ser escolhido como herói ou vilão da Copa do Mundo de 2014 de forma antecipada.
Ainda de acordo com a ata, Odílio revelou que os membros do Comitê de Gestão “engoliram muito sapo”, e que o pai de Neymar, diante da insistência alvinegra, perguntou se o clube dispunha de € 100 milhões (cerca de R$ 290,4 milhões) para permanência do filho. Ouviu, obviamente, que não.
Guardiola fez lobby pelo Bayern, contra o Barça
Por intermédio do Santos, o pai de Neymar se reuniu com Pep Guardiola. Odílio revelou ao Conselho que o técnico espanhol sugeriu a Neymar jogar no Bayern de Munique, seu novo clube, onde teria "oportunidades reais de estar entre os melhores do mundo".
Guardiola teria dito que o atual treinador do Barça (Tito Vilanova) não saberia utilizar Messi e Neymar juntos
Guardiola teria dito que o atual treinador do Barça (Tito Vilanova) não saberia utilizar Messi e Neymar juntos. A conversa balançou o jogador, mas não o pai do atleta. Representantes do Milan também chegaram a negociar com o estafe. Mas Neymar queria o Barcelona.
O documento mostra que Odílio e o Comitê não tinham outra alternativa que não fosse negociar com o Barça. A ata confirma a presença do vice-presidente santista em reunião feita na Espanha com Sandro Rosell, presidente do clube catalão. A proposta inicial era de € 16,5 milhões, pagos em parcelas até 2016 e assistência jurídica para o Santos não ter que dividir o montante com a TEISA e o Grupo DIS. Mas o valor foi prontamente recusado.
O valor final de € 17,1 milhões acabou sendo pago à vista, sendo que € 171 mil foram utilizados para cobrir encargos pela transação - tudo arcado pelo Barcelona. Na divisão em reais, o clube ficou com R$ 27 milhões, sendo R$ 22,9 milhões "limpos", já que 5% do arrecadado foi destinado para pagamento de dívidas com Marcelo Teixeira, e 10% para pagamento de dívida com uma instituição financeira. O Grupo TEISA ficou com R$ 2,5 milhões, e o DIS, com R$ 19,883 milhões.
Santos levará bônus se Neymar ficar entre melhores do mundo
A ata revela ainda que o Santos tem prioridade em qualquer oferta por Neymar. Se, durante o contrato de cinco anos com o Barça, Neymar ficar entre os melhores do mundo, o Peixe vai faturar € 2 milhões (R$ 5,7 milhões), pagos à vista em parcela única.
Além do amistoso de 2 de agosto, na Espanha, foi acertada a realização de outro amistoso, no Brasil, ainda sem data marcada. Na viagem para a Europa, as despesas serão todas pagas pelo Barcelona para 40 membros da delegação santista. O outro será realizado no Brasil entre julho e setembro deste ano ou no mesmo período em 2014.
Documento da transferência de Neymar (Foto: Reprodução / Rádio Globo)Documento apresentado aos membros do Conselho (Foto: Reprodução / Fabiano Farah / Rádio Globo)

Luto no caminho para 2014: malária mata brasileiro e vitima outros dois

Volante morre, goleiro luta pela vida e meia se recupera dos sintomas: são todos brasileiros que jogam por Guiné Equatorial e contraíram malária

Por Alexandre Alliatti e Márcio Iannacca Rio de Janeiro
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Claudiney Rincón, de Guiné Equatorial, em ação pelo São Bento (Foto: Reprodução/TV Tem)Claudiney Rincón, 33 anos, morreu vítima de malária
(Foto: Reprodução/TV Tem)
Quatro jogadores brasileiros começaram, com a camisa de Guiné Equatorial, o jogo contra a Tunísia, em 16 de junho, em Malabo, pelas eliminatórias africanas para a Copa do Mundo de 2014. Passado menos de um mês, o volante Claudiney Rincón está morto, o goleiro Danilo luta pela vida em um hospital, o meia Diouzer espera receber alta nesta quarta-feira e o atacante Jonatas Obina passa por exames, como precaução. Os três primeiros foram vitimados pela malária, em uma onda que espalhou luto, dor e susto na legião verde-amarela que lutava pelo sonho de disputar um Mundial em casa - mesmo que por outro país.
O quarteto e outros dois reservas, o meia Judson e o atacante Ricardinho, ajudaram Guiné Equatorial a empatar com a Tunísia por 1 a 1 naquele domingo na capital do pequeno país que defendem - ainda havia esperança de classificação, hoje encerrada. São todos naturalizados. Antes, dia 8, eles haviam perdido por 2 a 1 para Cabo Verde. Parecia mais uma viagem para eles, mais um episódio da dura batalha por uma improvável vaga na Copa. Não era. Eles não sabiam, mas ali começavam a viver um pesadelo.
O passeio
Dio Águia Negra (Foto: Reprodução/TV Morena)Diouzer está em recuperação e logo deve voltar a
jogar futebol (Foto: Reprodução/TV Morena)
O tempo livre costuma ser escasso para os jogadores da seleção de Guiné Equatorial. Na correria das eliminatórias, os atletas ficam basicamente restritos a treinos, repouso no hotel e deslocamentos. Desta vez, porém, sobraram algumas horas. E os brasileiros decidiram passear por Malabo.
Foram ao centro da cidade. Queriam comprar roupas, eletrônicos - presentes para familiares ou para eles próprios. Também passaram por um supermercado. Estavam todos os brasileiros da seleção juntos - unidos pelo idioma. E foi aí, possivelmente, que o destino deles mudou.
A malária é transmitida por um mosquito do gênero anopheles - muito frequente em países tropicais. Por vezes, leva bastante tempo, até duas semanas, para escancarar seus sintomas. Começa com um desconforto: dor de cabeça, náusea, calafrios, dores pelo corpo. Depois, progride para febre alta, muito suor, até convulsões. O esporozoíto, célula causadora da malária, se aloja no fígado e depois se espalha pela corrente sanguínea. Atinge o sistema imunológica. Pode matar.
E matou. Na madrugada da última segunda-feira, encerrou, na precocidade dos 33 anos, a vida do volante Claudiney Ramos, apelidado de Rincón, um dos líderes da seleção de Guiné Equatorial. O último clube do atleta paranaense foi o Avenida, do Rio Grande do Sul. Também defendeu Ceilândia, Santo André, Paulista de Jundiaí, Guarani, São Bernardo, ASA, Macaé, Itabiaiana e São Bento. Morava em Sorocaba.
info sintomas malária (Foto: arte esporte)
Foi um abalo para os jogadores brasileiros de Guiné Equatorial. E por mais de um motivo: primeiro, pela dor que a perda de um colega causa; segundo, pela preocupação gerada com o aviso da gravidade da malária. Diouzer, internado em Maceió, teve que lidar com o sentimento duplo.
- Foi um susto muito grande. A gente fica muito assustado. Perdemos um companheiro de trabalho. Ele era um cara alegre, que estava sempre sorrindo, de bem com a vida, sempre feliz. Nada o deixava de baixo astral. Era amigo, muito companheiro, até por ser mais experiente. Fico muito triste - lamentou, por telefone, o meio-campista.
Diouzer está bem. Espera receber alta nesta quarta-feira. Em uma semana, segundo os médicos, poderá voltar a jogar futebol. Precisará decidir seu futuro. Está sem clube. A última camisa que vestiu foi a do Águia Negra, do Mato Grosso do Sul. É gaúcho. Tem 26 anos. E acredita que foi o passeio em grupo que causou tanta dor à colônia brasileira de Guiné Equatorial.
- Foi lá mesmo. Lá a malária é tipo a dengue para nós. É pelo mosquito. A gente joga, treina e fica em hotel quando está lá. Desta vez, a gente teve uma folga, foi em supermercado, andou pelo centro para comprar roupas, celulares. Pode ter sido num desses passeios que aconteceu de ter transmitido. Uns dez dias depois de a gente chegar ao Brasil, passei a ter dor de cabeça, febre, dor no corpo, vomitar. A gente chegou dia 19. Dia 29, comecei a sentir uns sintomas diferentes. Tive uma melhora e depois tive febre de novo. Aí falaram que era suspeita de malária. Fiz exames, e era mesmo.
O goleiro Danilo, 31 anos, teve quadro mais grave. Foi internado na quarta-feira na UTI do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, onde defende o Alecrim. Chegou a ter uma convulsão. Foi tratado com sedativos. Passou por diálise. Respira com ajuda de aparelhos. Mas seu quadro é estável. Nesta quarta-feira, se tudo der certo, talvez passe a respirar de forma normal. Mesmo assim, seguirá sob extremo cuidado.
O alerta
Acho que fomos mordidos pelo mosquito em um passeio que fizemos pelo centro da cidade"
Jonatas Obina, atacante de Guiné Equatorial
A morte de Rincón, a situação preocupante de Danilo e a recuperação de Diouzer ligaram um alerta na delegação de Guiné Equatorial. Os demais brasileiros da equipe foram prontamente orientados a fazer exames. Mas o caso parece mesmo restrito ao trio.
Jonatas Obina, jogador do Caldense, ex-atleta do Atlético-MG, foi correndo procurar atendimento. Ele não tem sintomas de malária.
- Três contraíram e outros três não apresentaram nada. Todos fizeram os exames, e não foi constatado nada. Acho que fomos mordidos pelo mosquito em um passeio que fizemos pelo centro da cidade, por um mercado local, ou na partida que disputamos em Cabo Verde. É uma pena que um dos meus companheiros tenha morrido. Fico triste por essa situação. Graças a Deus, os outros dois estão respondendo bem aos medicamentos - comentou o atacante.

A seleção de Guiné Equatorial tem pouca identidade nacional. É recheada de jogadores estrangeiros. Há muito espanhóis, também colombianos. Os brasileiros costumam chegar lá por meio de contatos com treinadores. Diouzer, por exemplo, foi comandado pelo brasileiro Antônio Dumas no Avenir Sportif, da Tunísia. Como o técnico já havia passado pela seleção de Guiné Equatorial, ficou aberto o caminho para o convite, que também envolve uma compensação financeira. Com Jonatas Obina, foi investigada a árvore genealógica do atleta até se chegar a um parentesco que leve a Guiné Equatorial.
Jônatas Obina, acompanha jogo do América TO e Atlético-MG (Foto: Izaac Hiero)Jonatas Obina passa por exames, por precaução
(Foto: Izaac Hiero)
A legião verde-amarela no país não fica restrita a jogadores. Gilson Paulo foi outro brasileiro a treinar a equipe nacional - de janeiro a dezembro de 2012. Trabalhou apenas com o goleiro Danilo. Dos outros brasucas que atualmente defendem a seleção local, sabe muito pouco. De passagem por Guiné Equatorial para resolver pendências deixadas no ano passado, o treinador afirmou que todo cuidado é pouco para evitar a mordida do mosquito transmissor da malária.
- Quando cheguei ao país, eu sabia da doença. Tomei todos os cuidados necessários para evitar o problema. Graças a Deus, no ano que passei em Guiné Equatorial, não sofri com a doença. Mas é  comum aqui – afirmou o técnico, que atualmente está desempregado e à espera de um convite do exterior.
Mais problemas
No último dia 18, a Fifa emitiu um comunicado informando que investiga irregularidades nas condições de jogo de um jogador do país africano - o nome não é revelado. O texto cita o artigo oito do regulamento da Copa do Mundo de 2014, que fala sobre respeitar a nacionalidade dos atletas. A federação deve sofrer punições pela naturalização sem vínculo efetivo com Guiné Equatorial.
Em meio à preocupação com a bronca da Fifa, a morte de Rincón foi um golpe muito duro. Dirigentes de Guiné ligaram assustados para o Brasil. Conversaram com Altair Machado, empresário de Diouzer e Jonatas Obina, para tentar entender o que estava acontecendo.

- Eles estão preocupados. Fizeram uma reunião de emergência, até. Eles pretendem vir ao Brasil para ver a situação de perto. Querem inclusive pagar os custos do velório do Rincón - comentou Machado.
Guiné Equatorial é a lanterna do Grupo B da segunda fase das eliminatórias africanas para a Copa. Está eliminada, com cinco pontos. Apenas o campeão de cada uma das dez chaves avança para a etapa final, onde ocorrerão cinco confrontos que definirão os classificados ao Mundial. Em 6 de setembro, abalada pela perda de Rincón, a seleção recheada de brasileiros fará sua despedida da disputa. Enfrentará Serra Leoa fora de casa.

Reunião é adiada, mas Vasco mostra confiança em acerto ágil com Dorival

Ricardo Gomes diz que primeira conversa foi boa e acha que acerto pode sair já na quarta: 'Há exigências nossas e dele, mas nada de extraordinário'

Por Gustavo Rotstein e Raphael Zarko Rio de Janeiro
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O encontro do diretor de futebol, Ricardo Gomes, com o técnico Dorival Junior passou para essa quarta-feira. O treinador, que mora em Florianópolis, não conseguiu vir ao Rio nesta terça, mas chega na próxima manhã para uma conversa formal com a diretoria vascaína.
Sem falar sobre dívida de R$ 750 mil do Vasco com o treinador - "eu olho para frente", disse Ricardo -, o diretor disse que o primeiro contato por telefone foi satisfatório. Ele espera resolver a contratação do novo treinador na reunião e anunciá-lo a tempo de começar a trabalhar antes do clássico de domingo, contra o Flamengo, ex-clube de Dorival, em Brasília.
Dorival Junior técnico Vasco arquivo (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Dorival Júnior comandou o Vasco ao longo da temporada 2009 (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
- A primeira conversa foi boa. Acho que não vai ser demorado. Já conversamos bastante hoje (terça) e amanhã (quarta) vamos nos encontrar - disse o diretor de futebol do Vasco.
Questionado a respeito dos problemas financeiros do clube, que terminaram causando a saída de Paulo Autuori, insatisfeito com a não cumprimento de uma promessa de pagamento e regularização de salários, Ricardo não crê em qualquer entrave nesse sentido.
- As exigências existem dos dois lados. Com certeza o Dorival tem as (exigências) dele, como nós temos as nossas. Mas nada de extraordinário. Só de ordinário mesmo - disse o diretor vascaíno.
A proposta salarial do Vasco deve ser da mesma ordem do que o clube pagava ao técnico Paulo Autuori, que recebia cerca de R$ 250 mil. Já na primeira passagem, em 2009, na Série B, Dorival recebia mais de R$ 200 mil e pediu quase o dobro para permanecer, o que inviabilizou o acerto. Com a necessidade de enxugamento da folha salarial e controle no orçamento do futebol, um teto salarial estabelecido (de cerca de R$ 300 mil) vai basear as conversas. Mas tudo indica que o técnico volta ao Rio de Janeiro três meses depois de ser demitido do Flamengo, após não entrar em acordo para redução salarial no clube da Gávea.

Ingressos para Vasco x Flamengo
no DF variam de R$ 100 a R$ 260

Clássico de domingo terá 66.306 bilhetes à venda, que começa nesta quarta-feira, pela internet. Rio de Janeiro não terá pontos de comercialização

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
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O clássico entre Vasco e Flamengo, domingo, no Mané Garrincha, terá ingressos a preços bem salgados. Os clubes ainda vão divulgar oficialmente o esquema geral de venda, mas os setores foram estabelecidos da seguinte forma: R$ 100 (Anel Superior), R$ 180 (Anel Inferior) e R$ 260 (Área VIP). Nesta quarta-feira, a comercialização terá início somente pela internet. Há meia-entrada garantida para idosos e estudantes e sócios dos planos divulgados pelos clubes.
Os pontos em Brasília ainda serão definidos, após uma reunião entre representantes do Cruz-Maltino, mandante da partida, e os responsáveis locais pela organização, na qual os preços dos camarotes também vão sair. É certo que no Rio de Janeiro não haverá bilheterias.
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abertura Mané Garrincha estádio Copa (Foto: Getty Images)Abertura da Copa das Confederações foi no Mané Garrincha, dia 15 de junho (Foto: Getty Images)
Serão 66.306 entradas à disposição dos torcedores, com uma carga total de 68.306 - dois mil estão destinadas a cortesias. No empate do Rubro-Negro com o Coritiba, sábado passado, por exemplo, os ingressos estavam mais baratos: R$ 80, R$ 120 e R$ 200, respectivamente. A renda foi de R$ 2.705.050, para um público de 52.825 pagantes.

Apesar da má fase dos rivais (o Vasco é o 14º e o Fla, 18º), a expectativa é a de que o clássico carioca se aproxime ou até mesmo bata o recorde deste Brasileirão, firmado logo na primeira rodada, entre Santos e Flamengo, com 63.501 pagantes. Na ocasião, a arena estava sendo preparada para receber a Copa das Confederações. A renda foi a maior da história de um jogo de futebol entre clubes no país, com quase R$ 7 milhões. O ingresso mais barato era R$ 160.

Milan recua e aceita contraproposta
do Santos, que aguarda Robinho

Italianos topam receber menos que € 6 milhões para liberar o atacante. Desafio santista, agora, é convencer ídolo a reduzir a pedida salarial

Por Fúlvio Feola e Lincoln Chaves Santos, SP
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O sonho do torcedor ver outra vez Robinho com a camisa do Santos ficou mais próximo de se tornar realidade. O Milan aceitou uma contraproposta do Peixe por valores inferiores aos € 6 milhões (R$ 17,3 milhões) que o clube praiano estudava investir para trazer o ídolo. O desafio, agora, é convencer o atacante a reduzir as exigências salariais e negociar algumas "pedidas paralelas". Há a possibilidade, inclusive, do Alvinegro fazer o pagamento à vista aos italianos.
Robinho Esporte Espetacular (Foto: Artur Capuani )Santos, agora, tenta negociar uma redução nas exigências salariais de Robinho (Foto: Artur Capuani )
Na segunda-feira, o vice-presidente do Santos, Odílio Rodrigues, esteve com Marisa Alija, procuradora de Robinho. As exigências do ídolo serão avaliadas na reunião do Comitê de Gestão desta quarta-feira. O resultado das discussões será apresentado à advogada até quinta.
O Santos tem pressa em fechar a negociação, já que a janela para transferências internacionais se encerra no próximo dia 20. Apesar do otimismo, o Peixe adota discurso cauteloso para tratar das negociações, e evita falar em valores.
- Queremos fechar o mais rápido possível, claro. Mas é uma operação complicada, pelo volume (de dinheiro) que envolve. Tudo depende das partes entenderem o que pode se fazer para melhorar (os termos da negociação). São vários itens levados em conta - explica Odílio.
De acordo com a diretoria santista, um representante do Milan, indicado por Robinho, informou ao clube que o atacante desejava quase R$ 1,3 milhões em salários livres de impostos, além de R$ 5,2 milhões em luvas. Os valores, considerados "elevados" pelo Alvinegro, foram negados por Marisa, com quem o Santos passou a negociar. A advogada garante que o jogador aceita receber "bem menos" que a quantia anunciada, mas também prefere não divulgar números.
- Eles terão essa reunião do Comitê e ficaram de nos mandar uma resposta. Estão fazendo contas - resume a procuradora.
Robinho quer retornar ao Santos, o Peixe deseja o jogador e o Milan está decidido a vendê-lo - até por isso baixou a pedida, já que pretende usar o dinheiro captado com a negociação para ir atrás de reforços. O vínculo do atacante segue até agosto do ano que vem e a partir de março, caso não seja vendido agora, o "Pedalada" poderia firmar um pré-contrato com qualquer clube.

Tabela no site da Fifa dá pistas sobre preços de entradas: R$ 120 a R$ 2.500

Entidade diz que 'documento de teste' foi ao ar em página por erro técnico

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Por um erro técnico, um documento de teste foi publicado em uma seção errada do site"
Fifa, sobre tabela no site oficial
Uma tabela publicada nesta terça-feira no site oficial da Copa do Mundo de 2014 pode ter dado pistas sobre os preços dos ingressos da competição, que só serão revelados oficialmente pela Fifa no dia 19 deste mês. O valor mais barato que aparece é o de R$ 120 (meia-entrada da categoria 4, para jogos em Cuiabá, Curitiba, Manaus e Natal) e o mais caro chega a R$ 2.500 (categoria 1, em Brasília). Pela divisão apresentada, os preços seriam para pacotes de até seis partidas (no caso do Estádio Mané Garrincha, na capital).
A imagem estava dentro da galeria de fotos do site http://www.fifa.com/worldcup/index.html, com chamada na página principal ("últimas fotos"). Os dados da tabela aparecem em francês, com valores em reais e dólares. Por volta das 15h50m, a imagem foi retirada do ar. Procurada pelo GLOBOESPORTE.COM, a Fifa afirmou tratar-se de um "documento de teste":
"Por um erro técnico, um documento de teste foi publicado em uma seção errada do site. Os preços dos ingressos para a Copa do Mundo da FIFA 2014 serão anunciados no dia 19 de julho, em São Paulo", diz o comunicado enviado por email.
tabela de ingressos da fifa (Foto: Reprodução / site Fifa)A tabela no site oficial da Copa do Mundo: Fifa ainda não confirma os preços (Foto: Reprodução / site Fifa)
Não é possível ler tudo que está escrito na imagem. A parte mais nítida apresenta os preços em reais para os jogos nas 12 cidades-sedes: Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Cuiabá, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre). Há ainda também a tabela para o pacote TST ("Team Specific Tickets", ou seja, ingressos para seleções específicas).
Um dia depois da final da Copa das Confederações, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou que o Mundial de 2014 teria as entradas mais baratos da história do torneio:
- Em 70% dos jogos, teremos um ingresso realmente barato.
Os preços mais populares são os de meia-entrada da categoria 4, destinada apenas para brasileiros. Neste tipo de ingressos, os mais baratos são os de Cuiabá, Curitiba, Manaus e Natal (R$ 120), que só terão partidas na primeira fase. Em São Paulo, o bilhete sairia por R$ 145. Em Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e Rio de Janeiro, o preço seria de R$ 175. Em Brasília, o valor apresentado é de R$ 260.
Os mais caros são os ingressos da categoria 1. Brasília lidera: R$ 2.500. Em seguida, aparecem Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Salvador: R$ 1.840. Em São Paulo, o ingresso deste tipo sairia por R$ 1.490. Cuiabá, Curitiba, Manaus, Natal teriam R$ 1.400.
Nesta parte, a tabela apresenta os números de jogos da fase de grupo, oitavas de final e disputa de terceiro e quarto lugares em cada sede. Não há referência às outras fases. Uma possibilidade é que os preços divulgados sejam referentes ao conjunto de jogos na cidade. Exemplos: por R$ 120, o torcedor compraria ingressos de meia-entrada da categoria 4 para as quatro partidas da primeira fase em Cuiabá; ou, por R$ 1.490 a pessoa iria aos quatro confrontos marcadados para São Paulo (três de grupos e um das oitavas), pela categoria 1; em Brasília, os R$ 2.500 da categoria 1 valeriam para seis jogos (quatro da primeira fase, um das oitavas e a disputa por terceiro lugar).
A tabela divulgada no site da Fifa apresenta também valores do pacote TST, em dólar. O mais caro é o de categoria 1 do TST-7, no qual o torcedor acompanharia os sete jogos da seleção que escolher: US$ 2.998 (cerca de R$ 6.750). A Fifa explica assim o que é este tipo de pacote: "São carnês de ingressos para acompanhar a sua seleção favorita. Dependendo do TST que você escolher, ele poderá conter ingressos para assistir de três a sete partidas, e você pode solicitar um máximo de quatro TSTs. Se a sua seleção for eliminada e o seu TST contiver fases posteriores à eliminação, os seus bilhetes continuarão válidos para acompanhar a seleção que se classificar à fase seguinte da competição conforme indicado abaixo".
Tabela de ingressos publicada no site oficial da Fifa (Foto: Reprodução)A tabela publicada no site oficial da Fifa, dentro de galeria de fotos da entidade (Foto: Reprodução)

Bonnar se arrepende por não ter homenageado Carlson Gracie no Rio

Recém-incluído no Hall da Fama do UFC, finalista do TUF 1 se emociona ao lembrar do mestre brasileiro e de seus últimos dias: 'Foi muito duro'

Por Las Vegas, EUA
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Incluído oficialmente no Hall da Fama do UFC no último fim de semana, o americano Stephan Bonnar deve grande parte de seu sucesso na organização a um brasileiro: o mestre Carlson Gracie, falecido em 2006, que ajudou a dar o pontapé inicial na sua carreira quando se mudou para Chicago, em 2002. Dois anos depois, Bonnar se tornaria uma das estrelas da primeira temporada do reality show "The Ultimate Fighter" e sua luta na final do programa, contra Forrest Griffin, foi o ponto de virada para o UFC, na época deficitário, alçar voos mais altos e passar a ser considerado o melhor evento de MMA do mundo.
Stephan Bonnar UFC Hall da Fama MMA (Foto: Adriano Albuquerque)Stephan Bonnar discursa ao ser incluído no Hall da Fama do UFC (Foto: Adriano Albuquerque)
Bonnar fez questão de mencionar Carlson em seu discurso de agradecimento na cerimônia de indução ao Hall, mas admitiu mais tarde, em entrevista para alguns membros da imprensa internacional, que a homenagem estava atrasada. Ele queria ter honrado seu mestre no UFC Rio 3, em outubro de 2012, quando foi derrotado por Anderson Silva, mas a dor do nocaute o impediu de fazê-lo.
- Foi uma honra tão grande lutar no Brasil, no Rio, na sua cidade. Só me arrependo de não ter falado com a torcida após a luta. Tinha algumas coisas a dizer, mas, na dor da derrota, deixei o octógono. Realmente me arrependo disso, ele merecia ter um respeito mostrado naquela arena. O mínimo que posso fazer é mostrar esse respeito aqui - disse Bonnar.
O peso-meio-pesado se emocionou ao lembrar das histórias do Gracie, como as brincadeiras e apelidos dados aos frequentadores da academia em Chicago, ou o brinde do "burrito gratuito" que era dado num dos bairros da cidade quando se apresentava um cartão do mestre.
Carlson Gracie e Stephan Bonnar (Foto: Reprodução/MySpace)Carlson Gracie e Stephan Bonnar, antes da morte
do mestre (Foto: Reprodução/MySpace)
- Foi muito duro quando ele morreu em 2006. Ele foi meu córner na luta contra o James Irwin, e estava muito doente. Mesmo antes de eu entrar na luta, estava na hora de ir para o octógono e seus olhos estavam como se ele tivesse passado da hora de dormir. Ele estava com muita dor e foi muito teimoso. Ele devia ter ido ao médico e não foi, aguentou para aquela luta. Eu venci com um dos golpes favoritos dele, a kimura. Ele adorava, e ficou muito feliz com isso. Mas ele estava muito doente ao mesmo tempo. Voltamos a Chicago, ele enfim foi ao médico, mas já era tarde demais. A doença já tinha agido. Lembro que fomos para o hospital, achamos que ele faria o tratamento e melhoraria. Aí, recebi a ligação que ele não aguentou. Não conseguia acreditar. Não consegui sequer voltar para a escola naquele dia. Entrei no carro e simplesmente dirigi até o Colorado, depois para Las Vegas, depois para Los Angeles, treinei em lugares diferentes. Foi duro voltar à academia sabendo que ele não estava lá - contou.
Confira na íntegra a entrevista de Stephan Bonnar ao entrar no Hall da Fama do UFC:
Como é entrar no Hall da Fama? É a culminação de uma carreira?
É uma honra, não consigo acreditar. Nunca sonhei que poderia sequer conseguir uma luta no UFC, ainda mais ter 17 lutas no octógono e tornar isso um emprego.
Você mencionou o Carlson Gracie nos seus agradecimentos. O quanto ele significou para sua carreira?
Ele me colocou para andar, realmente deu o pontapé inicial. Eu só ia tentar uma vez, tinha uma motivação, ia lutar na minha cidade, era um desafio para mim. "Será que posso fazer isso? Vou tentar, já fiz wrestling, jiu-jítsu, taekwondo e boxe… Vou ver no que isso vai dar". Depois que bati o peso, joguei a roupa de plástico fora, porque não achava que faria aquilo de novo. Foi em 2001. Lembro que durante aquele torneio com quatro lutadores, ficavam anunciando toda hora, "Carlson Gracie vai vir a Chicago em 2002", a noite inteira. Aí ele veio em 2002, e eu era um cara de MMA, com duas lutas. Ele gostou de mim, trabalhou muito comigo, e queria que eu batesse como o Vitor, Zé Mario Sperry, essa era a sua motivação. Ele era incrível. Depois do treino, ele sempre tinha um dólar para os desabrigados. Em Chapotle todo mundo o conhecia, eles tinham um "Dia do Carlson Gracie", em que, se você trouxesse um cartão do Carlson Gracie, você ganhava um burrito de graça! (risos) Íamos à cafeteria pegar um frapuccino, passávamos na casa dele e assistíamos às lutas antigas, e depois treinávamos de novo à noite. Você pensa que caras mais velhos são ranzinzas e carrancudos, mas ele era cheio de vigor e tinha um grande senso de humor. Mesmo com seu inglês limitado, os caras chegavam e ele imediatamente zoava, brincava, deixava a escola toda empolgada. Ele gostava de ter "superlutas" entre faixas-brancas, e de ver os caras mostrarem raça, gritava "Casca Grossa", "Poderoso"… E logo você estava rindo, de bom humor, a fim de aprender com ele.
Foi muito duro quando ele morreu em 2006. Ele foi meu córner na luta contra o James Irwin, e estava muito doente. Mesmo antes de eu entrar na luta, estava na hora de ir para o octógono e seus olhos estavam como se ele tivesse passado da hora de dormir. Ele estava com muita dor e foi muito teimoso. Ele devia ter ido ao médico e não foi, aguentou para aquela luta. Eu venci com um dos golpes favoritos dele, a kimura. Ele adorava, e ficou muito feliz com isso. Mas ele estava muito doente ao mesmo tempo. Voltamos a Chicago, ele enfim foi ao médico, mas já era tarde demais. A doença já tinha agido. Lembro que fomos para o hospital, achamos que ele faria o tratamento e melhoraria. Aí, recebi a ligação que ele não aguentou. Não conseguia acreditar. Não consegui sequer voltar para a escola naquele dia. Entrei no carro e simplesmente dirigi até o Colorado, depois para Las Vegas, depois para Los Angeles, treinei em lugares diferentes. Foi duro voltar à academia sabendo que ele não estava lá.
Você pode falar um pouco mais da filosofia que ele passou para você?
Não era uma filosofia, era mais uma forma de viver dele. Eu gosto de falar dele fora disso de treinos e jiu-jítsu. Isso é um fato, ele foi um dos fundadores do jiu-jítsu, um incrível treinador e professor de jiu-jítsu, e de MMA, "vale-tudo", ele gostava disso. Enquanto o Royce era sobre finalizações, só jiu-jítsu, Carlson gostava de dar uma surra no cara. Ele não gostava de apenas entrar lá e lutar jiu-jítsu, ele queria socar o cara no rosto e o machucar um pouco antes. "Torna a luta mais fácil!" (risos) Gosto de pensar nele fora dos treinos e jiu-jítsu. Mas, quanto à filosofia e ao treino, ele fez um bom trabalho em moldar meu jogo. Eu era um faixa azul quando ele chegou, não sabia muita coisa, e ele trabalhou muito comigo. Em vez de trabalhar em finalizações e na guarda e no ajuste fino, ele trabalhou comigo sempre começando em posições ruins. "Alguém fica por cima pela lateral", "Agora alguém pega pelas costas", "Agora alguém começa na montada", tudo para me fazer sair dessas posições ruins, e ele meio que trabalhou meu jogo para isso. Tive derrotas na minha carreira, mas se você olhar, nunca estive em muito risco, especialmente no chão. Eu nunca fui ameaçado por finalizações, e isso é o Carlson. Ele sempre trabalhou minha defesa primeiro. Foi onde o Sergio Penha entrou. Eu me mudei para cá depois da morte do Carlson, em 2007, e minhas defesas eram tão boas por causa do Carlson que o Sérgio foi capaz de construir as partes mais finas do jogo, melhorar minha posição e as nuances mais sutis das técnicas, me levar àquele nível de faixa-preta.
Ele está nos seus pensamentos hoje porque é um dia muito importante na sua vida…
Sim, ele estaria tão orgulhoso. Ele certamente está em espírito comigo hoje. Foi uma honra tão grande lutar no Brasil, no Rio, na sua cidade. Só me arrependo de não ter falado com a torcida após. Tinha algumas coisas a dizer, mas, na dor da derrota, deixei o octógono. Realmente me arrependo disso, ele merecia ter um respeito mostrado naquela arena. O mínimo que posso fazer é mostrar esse respeito aqui.
Stephan Bonnar treino aberto do UFC Rio III (Foto: AFP)Stephan Bonnar esteve no Rio em outubro de 2012 para lutar com Anderson Silva (Foto: AFP)
Você ainda é um cara relativamente jovem, e muitos encaram o Hall da Fama como um final de carreira. Você planeja continuar colaborando com o esporte? Você já trabalhou como comentarista no passado…
Essa tem sido minha vida desde 2004. Mesmo logo depois do "The Ultimate Fighter", nas temporadas seguintes, a emissora me colocava junto ao Forrest para fazer resumos semanais dos episódios e entrevistar os novos lutadores. Depois inventaram o show "Aftermath", que eu apresentava… Foi legal fazer parte daquilo. Foi ótimo estar envolvido e ver os novos participantes. Ser comentarista do WEC foi muito legal, a melhor época da minha vida, sinceramente, foi uma honra tão grande ser o cara que chamaram para isso. Eu realmente gostei disso, de participar de shows pós-luta… Ter essas oportunidades de fazer trabalhos na TV para o UFC são um sonho realizado. Quando eu era garoto, nos jogos de Little League de beisebol, eu era sempre o menino que brigava para chegar na área de imprensa, pegar o microfone e apresentar os caras, dar os apelidos e apresentar os batedores. Eventualmente, eu era expulso porque fazia muitas piadas! Sempre adorei fazer qualquer trabalho de transmissão.
Dana White diz que você e Forrest Griffin sempre terão uma casa no UFC. Você espera algum papel na organização?
Meu lema é não esperar nada de ninguém, e jamais ser decepcionado. Praticar o perdão. Não espero nada. Fiz muito por todos esses anos e sou muito grato por isso. Minha identidade toda foi baseada no UFC, aquilo era minha vida. Se eu não estivesse fazendo um programa de TV, já pensava em qual seria a próxima camisa que faria. Essa era a minha vida, fazer as artes para as camisas, fazer os comentários na TV, aprender sobre os novos lutadores. E eu não sabia dizer quem era o presidente, mas sabia todo mundo que estava nos cards preliminares! No último ano foi desafiador, pois tive de desistir dessa identidade e tirar todas essas camadas para descobrir o que sobrou. O UFC fez mais do que suficiente por mim. Gastei minhas boas-vindas. Já é hora de deixar as coisas andarem e achar uma nova paixão fora do UFC e achar uma nova forma de sustentar minha família, sem depender disso.
E o que você descobriu ao tirar essas camadas?
Sou um grande fã como vocês e tenho sorte o bastante de ter vivido esses últimos oito anos. Como disse, nunca tinha sonhado com isso. Eu não fui um grande campeão de wrestling, All-American e coisa e tal. Sempre fui o cara que não estava no time de All-Stars. Tive sorte de lutar entre os titulares no meu último ano na faculdade. Depois disso, continuei treinando e malhando duro, e não sei nem por quê. Algo dentro de mim apenas queria isso. Descobri o jiu-jítsu e, quando eu estava em Purdue, descobri na internet que Carlson Gracie Jr. tinha uma escola em Chicago. Nas férias fui para lá e treinei, abri minha mente para isso, criei ali. Aí passei a dar aula de jiu-jítsu em Purdue para que eu pudesse continuar treinando nos nove meses que estivesse lá. Mas estava sempre ansioso para voltar a Chicago e aprender mais jiu-jítsu. Continuava treinando e ficando mais forte, e não sabia por quê! Eu me lembro de me perguntar isso, eu não estava competindo nem nada. Depois que terminei a faculdade, me mudei para Chicago, fui arrumar um emprego e voltei para a academia de jiu-jítsu e, imagine, agora eles tinham um treinador de boxe e um programa de boxe, e comecei a brincar com isso. E mesmo assim, tinha um doidinho lá dentro, que era muito dedicado, seria lutador de MMA, tinha uma tatuagem do Carlson Gracie nas costas. Eu lembro de achá-lo tão dedicado, eu ficava depois da aula para treinar boxe com ele. Eu não estava pronto para nada daquilo, mas eu gostava de ajudar. Aí um promotor veio na academia procurando caras para inscrever num torneio de quatro lutadores. Até ali, eu queria aprender mais jiu-jítsu e ser melhor, queria aprender boxe e melhorar, mas eu era jovem, solteiro, tinha acabado de sair da faculdade e estava morando em Chicago, eu estava me divertindo muito, saindo e conhecendo garotas. Pensei, "Cara, tenho que me disciplinar. Como posso levar isso mais a sério? Que tal esse torneio? Nada é mais motivador do que lutar na sua cidade e não querer apanhar na frente de seus amigos e sua família!" (risos) É sério, isso te dá motivação como nada mais. Nos meses seguintes, eu treinei muito duro por causa disso. Não queria apanhar… E isso me tornou mais sério. O doidinho acabou arrumando uma namorada, se apaixonando e desistindo. Logo eu era o principal lutador lá.
Depois da luta, como você vai continuar crescendo e contribuindo?
Vou continuar fazendo o que faço. Tenho a instituição de caridade Garrett's Fight, ele é um artista marcial com Síndrome de Down que tem uma história inspiradora, um cara com quem posso me identificar também, um cara que também teve de tomar o caminho mais difícil, que não era o melhor atleta, que sempre foi ignorado, que sentiu que tinha que se provar. Ele encontrou uma vida e uma identidade através das artes marciais, e é muito inspirador para mim. Ele perdeu muito peso através de dieta. Nós fizemos essa instituição para que pessoas com necessidades especiais possam pelo menos se envolver com artes marciais, se for algo que elas gostarem. Se não, sem problemas, mas se elas se apaixonarem como Garrett, e isso ajudar a mudar sua vida e a acharem um propósito, ótimo, quero ajudá-las.

Kyra conta como iniciou no jiu-jítsu e diz que tios 'odiaram' fotos sensuais

Comentarista do SporTV afirma que quase largou o esporte por influência da família, mas sua mãe não permitiu que ela deixasse as artes marciais

Por SporTV.com Rio de Janeiro
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A pentacampeã mundial de jiu-jítsu, Kyra Gracie, quase parou no meio do caminho e abandonou o esporte para atender os pedidos da família. Mas, sua mãe, Flávia, que já havia desistido antes, também por pressão dos parentes, não permitiu que ela desistisse do sonho e o resultado foi que ela se tornou faixa-preta aos 20 anos e colecionou títulos, honrando o sobrenome que carrega (assista ao vídeo).
- Minha mãe sempre foi apaixonada por jiu-jítsu mas meus tios não incentivaram. Eles falaram e ela teve que parar. Parou com uma paixão. Como eu era muito pequena na época, eu treinava de brincadeira e deixavam. Acharam que eu ia parar também, como a minha mãe. Mas, quando resolvi me dedicar ao esporte, competir, eles chegaram e falaram: "Deixa isso pra lá". Aí minha mãe falou: "Eu parei, minha filha vai continuar" - lembrou Kyra.
Além de lutadora, Kyra Gracie também é comentarista do SporTV e, recentemente, fez um ensaio sensual para uma revista masculina. A reação dos homens da família não foi nada boa, de acordo com ela.
- Isso foi engraçado porque eu já fui chamada para tirar várias fotos há muito tempo, mas nunca fiz porque eu sempre ficava meio assim pelos meus tios, até que achei que era hora de tirar. Fui fazer umas fotos, quis mostrar que uma mulher pode fazer jiu-jítsu e ser feminina, atrair novos olhares, mas meus tios odiaram, nem viram a revista e não querem nem conversar sobre isso - disse.
Kyra Gracie (Foto: Reprodução SporTV)Kyra Gracie fez ensaio sensual e desagradou aos tios (Foto: Reprodução SporTV)
Esse lado feminino, como ela mesma faz questão de dizer, sempre esteve presente, desde criança, quando resolveu tingir um quimono branco para deixá-lo rosa.
- Quando era pequena, eu também fazia ballet, adorava a roupinha do ballet, toda rosinha e no jiu-jítsu eu era a única menina da academia e usava um quimono todo branco. Não achava nada fashion, aí colocava detalhes rosa, umas borboletas, até que um dia eu tive a ideia de pintar um quimono branco de rosa. Mandei tingir, aí levei para a academia, e as pessoas estranhavam no começo, mas eu amei, ficava me achando com o quimono rosa - concluiu.