terça-feira, 6 de março de 2012

Após divididas com Prass e Felipe, Gilcimar teme opinião pública

Atacante do Duque de Caxias ouve brincadeiras de amigos por coincidência dos lances, lamenta as lesões e afirma: 'Espero que nunca mais aconteça'

Por Mariana Kneipp Rio de Janeiro
Fim de janeiro, Vasco x Duque de Caxias. Após dividida com Gilcimar, Fernando Prass tem um corte no joelho esquerdo e deixa o campo para desfalcar o Cruz-Maltino depois de 135 jogos seguidos.
Início de março. É a vez do Flamengo enfrentar o Tricolor da Baixada. Novamente, Gilcimar divide uma bola com um goleiro e vê Felipe desacordado no gramado. Na hora, a lembrança de Prass vem à sua cabeça, com um agravante: o arqueiro rubro-negro não se mexia. O medo de que algo mais grave pudesse ter acontecido deixou o atacante transtornado.
- Fiquei muito nervoso quando vi o Felipe sem reação. Meu coração disparou com medo de que algo mais grave tivesse acontecido. O que aconteceu com o Prass veio logo na minha cabeça. Os dois lances foram muito próximos. Torci para o primeiro tempo acabar logo para eu me acalmar, estava sem condições. O Prass estava lúcido, ele não. Não acreditei que isso estava acontecendo de novo. Não consegui evitar, foi tudo muito rápido. Fiquei muito triste com isso, tive medo do que iriam pensar de mim, mas sei que, no futebol, estamos sujeitos a isso. Espero que nunca mais aconteça – disse o atacante, que, ainda em campo, perguntou aos reservas do Flamengo sobre o estado clínico de Felipe e depois do jogo também foi ao vestiário do adversário para conseguir mais informações.
Ao sair de casa na segunda-feira, Gilcimar ouviu brincadeiras de pessoas próximas sobre a situação ter se repetido. Porém, o atacante interrompeu a reação dos amigos com a constatação de que não havia como achar graça da coincidência.
- Falei para todo mundo: ‘Vocês estão brincando porque não sabem como eu estou me sentindo’. É muito ruim passar por isso. Fico pensando na família deles, que deve ter ficado muito nervosa. A cabeça fica a mil.
Fiquei preocupado com a interpretação das pessoas. Podiam achar que eu agi de má fé, por ser a segunda vez."
Gilcimar
Uma grande preocupação de Gilcimar foi com a opinião pública. Ainda em campo, o atacante lembrou do lance em que Tony, do Boavista, deu uma entrada em Willians, do Flamengo, na rodada anterior e a jogada foi considerada maldosa por algumas pessoas. O jogador da equipe de Saquarema, inclusive, foi suspenso preventivamente, antes de seu julgamento, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nesta terça-feira.
- Fiquei preocupado com a interpretação das pessoas. Podiam achar que eu agi de má-fé, por ser a segunda vez. Não foi isso que aconteceu. Sou um jogador que usa muito a força, sou esforçado, mas nunca desleal. Meu histórico diz quem eu sou. Sou totalmente contra a violência – afirmou Gilcimar, que não recebe um cartão vermelho desde 2008.
Apesar de dois lances parecidos terem acontecido em um período de menos de dois meses, o atacante garante que não vai temer caso ocorra uma nova situação de dividida.
- Se eu tiver a chance de fazer um gol e não machucar ninguém, eu vou. Se der para evitar, sou o primeiro a tirar o pé. O que vale mais é a integridade física das pessoas, ter a certeza de que o clube poderá contar com aquele jogador. O amor ao próximo está faltando no futebol. Eu só quero que tanto Felipe, quanto o Prass, continuem jogando, dando alegrias às torcidas e sendo felizes – concluiu.

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