Marcus Buchecha e Cara de Sapato se reencontram e treinam no Rio
Lutador de jiu-jítsu considerado o melhor do mundo na atualidade elogia evolução de atleta do UFC, que tenta convencer amigo a passar ao MMA
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Antônio Carlos Cara de Sapato e Marcus Buchecha juntos na Nova União (Foto: Divulgação )
Os dois foram companheiros de equipe na Checkmat e têm um longo histórico de amizade entre eles, desde 2008.- A gente vem lutando juntos desde a faixa azul. Somos da mesma equipe desde juvenil, a gente compete juntos, já acabamos até lutando algumas vezes, mas sempre fomos bons amigos e a amizade continuou. Ele acabou tomando um rumo diferente, deixou o jiu-jítsu de lado e foi para o MMA, mas mantivemos o contato e sempre é bom ver um amigo se dando bem em novos objetivos da carreira e da vida - afirmou Buchecha em entrevista ao Combate.com.
O reencontro entre os dois aconteceu na tarde de terça-feira, na academia Upper, sede da equipe Nova União, para onde Cara de Sapato se transferiu após sua participação no reality show do UFC. O treino foi de luta agarrada - jiu-jítsu e luta olímpica combinados, sem quimono - mas o paraibano aproveitou para tentar incentivar Buchecha a seguir seus passos no MMA.
Cara de Sapato e Marcus Buchecha disputam
posição no solo (Foto: Divulgação )
- Confio muito nele, ele é um cara muito talentoso. É um cara que,
assim como ele é bom no jiu-jítsu, tem grandes condições de ser bom
também no MMA. Ele vem da luta agarrada, então já tem a facilidade para o
wrestling. Ele treinou nos EUA, onde o wrestling é muito forte,
acredito que ele pode ficar muito completo e disputar muita coisa no MMA
- analisou Sapato.posição no solo (Foto: Divulgação )
Tricampeão mundial de jiu-jítsu com quimono super-pesado e no absoluto, bicamepão mundial de jiu-jítsu sem quimono super-pesado e no absoluto, além de campeão do ADCC, Buchecha admitiu que está pensando no caso, mas não tem pressa para fazer essa transição.
- Com certeza é um caso a se pensar, porque é muito diferente, uma transição bem complicada, mas (eu consideraria) principalmente pela falta de incentivo ao jiu-jítsu, pela falta de premiação em dinheiro, que deixa muito a desejar no esporte. Só temos poucas competições, como o World Pro e o ADCC, que pagam uma boa premiação em dinheiro. Como atletas de jiu-jítsu, somos lutadores profissionais e precisávamos de uma remuneração melhor. Algumas federações vêm pecando bastante nisso, e acaba deixando a janela aberta para os lutadores migrarem muito para o MMA. Com certeza penso (numa transição), mas não tenho data ainda. É um pensamento, sim - disse Buchecha.
Cara de Sapato busca uma chave de calcanhar
em Buchecha (Foto: Divulgação )
Apesar de ter treinado com Velásquez e Cormier, Marcus Buchecha não se
testou com os dois lutadores do UFC nas artes marciais mistas - estava
em período de preparação para o ADCC. O sucesso de Cara de Sapato no
MMA, todavia, pode convencê-lo a tentar uma transição também. O santista
ficou bem impressionado com a evolução do amigo na modalidade.em Buchecha (Foto: Divulgação )
- Pude ver a evolução dele no jiu-jítsu, e ele não tinha medo de arriscar. Tinha um jogo, na faixa-preta mudou para outro jogo, começou a fazer guarda berimbolo, embolar e se enrolar por baixo. Chegou na faixa-preta, começou a fazer isso e continuou ganhando campeonato. Mostrou que não tem medo nenhum de arriscar e de aprender. Acho que por isso que está sendo tão bem-sucedido nessa evolução dele no MMA, porque ele aprende muito rápido, e isso o ajuda muito.
A troca de elogios entre os dois lutadores só acaba quando começam a brincar entre si sobre qual dos dois é o "muso" do jiu-jítsu. Aí, a rivalidade é intensa:
- Rapaz, tem (competição) não, porque a disparidade aí é grande. Ele sai perdendo feio. O bichinho é surrado (risos) - brincou Sapato.
- O Sapato, alguém falou para ele que ele é bonito, e ele, inocente, acreditou, esse é o problema! (Risos) Ele acha mesmo que é bonito, mas o cara está louco da cabeça... Não tem nem questionamento, o cara é feio mesmo. É feio mas é gente boa, e é bom de jiu-jítsu e de porrada também - respondeu Buchecha.
Os lutadores se divertem lembrando histórias antigas do jiu-jítsu (Foto: Divulgação )
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