RETROSPECTIVA 2010: na ginástica, tristeza de Diego e alegria de Jade
Lesão no pé faz ginasta amargar ausência no Mundial, que marcou a volta de Jade à seleção e ao pódio; Daiane dos Santos cumpre suspensão por doping
Jade Barbosa comemora com seus técnicos o
bronze em Roterdã (Foto: AFP)
No início da temporada, Diego Hypolito e Jade Barbosa dividiam o mesmo ginásio de treinamento, mas viviam momentos diferentes. O bicampeão mundial era só sorrisos. Os bons resultados se transformaram em rotina. O salto novo, visando um lugar no pódio nos Jogos de Londres-2012, funcionava e apontavam para um Mundial de sucesso. Enquanto isso, Jade vivia dias tumultuados. O impasse com relação ao seu contrato com a CBG a impedia de voltar a disputar competições internacionais. A situação a incomodava e o xodó da ginástica se isolava. Além disso, tinha que seguir lidando com as dúvidas causadas pela grave lesão no punho direito.bronze em Roterdã (Foto: AFP)
O panorama mudou. Diego foi freado por um problema no pé esquerdo, que teve de ser resolvido com um cirurgia na Suíça. E quem acabou indo para o Roterdã, disputar o Mundial, foi Jade, que voltou de lá com a medalha de bronze no salto sobre o cavalo e a certeza de que está novamente no caminho certo.
Quem também passou da angústia a alegria foi Daiane dos Santos. Depois de ter testado positivo para o uso de furosemida, a campeã mundial do solo em 2003 conseguiu convencer a comissão disciplinar da Federação Internacional (FIG) de que o uso da substância foi para tratamento estético e sem intenção de outro ganho. Os dois anos de suspensão caíram para apenas cinco meses. Ela voltou a competir no Paulista, em julho, mas, pouco depois, por questões burocráticas, teve de se afastar dos torneios por exigência da FIG já que precisaria aguardar a conclusão de novos exames para ser liberada.
Jade Barbosa salta no Mundial de Roterdã
(Foto: AFP)
Jade Barbosa não sabia quando e se conseguiria voltar ao cenário internacional. Com o impasse entre o pai, Cesar, e a CBG, só restava a ela se empenhar para manter o corpo em forma e a cabeça no lugar. Com o problema resolvido, ela não desperdiçou a chance de mostrar para as adversárias que estava de volta, apesar de ter chegado fora de ritmo e desacreditada ao campeonato.(Foto: AFP)
Três anos depois da medalha de bronze no individual geral, a ginasta voltou a subir no mesmo degrau do pódio de um Mundial. Agora no salto sobre o cavalo. Foi também à final do individual geral, mas ficou em 15º lugar.
Retornou também, sob muitos aplausos e com a timidez habitual, ao palco da cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico, para receber o troféu de melhor atleta do ano em sua modalidade.
A jovem Mustafina foi o grande nome do Mundial da Holanda (Foto: AFP)
Marian Dragulescu decepcionou na Holanda
(Foto: AFP)
Sem Diego Hypolito e o chinês Zou Kai, Marian Dragulescu tinha o caminho aberto para brilhar no Mundial. Mas passou longe disso. Dono de oito títulos na competição, o romeno ficou fora de todas as finais individuais e ainda sofreu quedas, chegando a receber uma das notas mais baixas entre os competidores da barra fixa.(Foto: AFP)
Em setembro, Dragulescu teve uma contusão no pé direito e quase não treinou para o campeonato que reúne a nata da modalidade.
Diego após cirurgia (Foto: Bianca Rothier / TV Globo)
Diante de uma lesão considerada rara, Diego Hypolito não escondeu sua angústia. Antes do embarque para a Suíça, a confiança e o pensamento positivo, que tanto marcam sua personalidade, mostraram-se abalados.- Sempre que você se lesiona, passa um furacão na sua vida. Ultimamente é o que eu me queixo muito, porque hoje não tenho mais essa força emocional toda que eu tinha para segurar essa barra, por isso eu fico triste.
Sérgio Sasaki, e 18 anos, é apontado pela CBG como uma de suas maiores promessas para a próxima temporada. Em 2010, ele ficou com a medalha de prata no salto no Pré-Pan de Guadalajara e conseguiu o melhor resultado da desfalcada da seleção masculina no Mundial. Só não conseguiu repetir o feito da edição anterior, quando ficou entre os 24 finalistas no individual geral. Em Roterdã foi o 46º, mas ajudou a equipe brasileira a se classificar para o Pré-Olímpico.
Sergio Sasaki é a aposta da CBG para a próxima temporada da ginástica (Foto: Divulgação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário