domingo, 2 de outubro de 2011

Campeão pelo Fla, Álvaro admite alcoolismo: 'Passei dos limites'

Hoje no Vila Nova-GO, zagueiro revela que abandonou a carreira por seis meses para se tratar e não bebe há mais de um ano

Por O Popular Goiânia, GO
Ser campeão Brasileiro é motivo de orgulho para qualquer jogador de futebol. Em 2009, pelo Flamengo, o zagueiro Álvaro teve essa glória, mas também viu o início de um sério drama pessoal. Entregue ao alcoolismo, o zagueiro não conseguiu conciliar o vício com o trabalho e abandonou o futebol por seis meses para se tratar. Afastado dos gramados, decidiu pedir ajuda de psicólogos para superar um dos momentos mais difíceis não só da carreira, mas também da vida. Hoje no Vila Nova, que luta para não ser rebaixado para a Série C, Álvaro abriu o jogo.

O álcool sempre fez parte do cotidiano de Álvaro. A convivência com os pais e familiares fizeram da bebida algo comum na vida do jogador. Quando morou na Espanha, passou a ter o hábito de tomar vinho durante as refeições, algo típico da cultura local. Até então, era uma rotina sob controle e sem problemas.
Alvaro Flamengo arquivo (Foto: Ag. Estado)No Flamengo, o maior título da carreira e o auge do alcoolismo (Foto: Ag. Estado)
Porém, ao retornar para o Brasil, em 2008, o vício passou a ser prejudicial. Mesmo assim, foi campeão Sul-Americano, Gaúcho e da Copa Suruga, pelo Internacional. No ano seguinte, foi para o Flamengo e conquistou o Brasileiro, título mais importante da carreira. Mas chegou ao fundo do poço.
Seis meses após o título nacional, a diretoria carioca propôs a renovação de contrato, mas Álvaro rejeitou e abandonou o clube.
- Falaram que larguei o treinamento e fui embora. Outros falaram que o Flamengo me mandou embora. Nada disso. Eu tinha um contrato na mesa para renovar e não aceitei. Eu estava sofrendo com aquele problema e já tinha perdido o controle da situação. Eu fiz os meus pais e filhos sofrerem bastante - desabafou o jogador.
Após tantos transtornos, Álvaro reconheceu o problema e interrompeu a carreira de jogador em junho de 2010.
Falaram que o Fla me mandou embora. Nada disso. Eu tinha um contrato na mesa para renovar e não aceitei. Eu estava sofrendo com aquele problema e já tinha perdido o controle da situação"
Álvaro, zagueiro do Vila Nova
- Era o momento de parar. Pensei comigo e falei: Não, não, eu preciso me cuidar. Preciso me tratar porque eu estou doente e estava realmente me levando para a morte mesmo. Eu dou graças a Deus porque eu tive tempo de me recuperar e estou recuperado. Muitas pessoas não têm essa oportunidade.
Na base de tratamento com psicólogos e orações, Álvaro conseguiu abandonar o vício e disse que não ingere uma gota de álcool há um ano. Porém, o defensor disse que a luta é contínua, sem tréguas.

- O alcoolismo é uma doença que não tem cura, você tem de trabalhar em cima dela dia a dia e, graças a Deus, hoje eu estou recuperado.
A história de Álvaro lembra a situação enfrentada pelo ex-jogador Sócrates, que foi internado duas vezes nos últimos meses. Álvaro preferiu não comentar sobre o craque da seleção brasileira de 1982.
- Cada caso é diferente. Algumas pessoas conseguem ter o controle. Não era o meu caso.
Mudança de filosofia
Aos 33 anos, Álvaro acredita que o futebol brasileiro precisa repensar algumas atitudes, principalmente no tratamento aos jogadores mais jovens, que são tratados como mercadoria.
- Eu acho que o Brasil em si está pouco preparado. Os dirigentes estão pensando muito na questão de empresa. Hoje, você vê jogadores de 13, 14 anos, ganhando grandes salários e com contratos. É errado. Esses jogadores precisam de uma preparação diferente para assimilar bem quando chegar o momento de fama e de grandes salários - concluiu o zagueiro do Vila Nova.

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