segunda-feira, 16 de abril de 2012

TUF: Carina Damm critica 'chorões'
e enaltece atuação do irmão Rodrigo

Lutadora fala sobre infância pobre no Espírito Santo, ajuda ao irmão e início dele nas artes marciais: 'O Rodrigo tomava atraso nas lutinhas em casa'

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Antes de sair vencedor da terceira luta do "The Ultimate Fighter Brasil - Em busca de campeões", quando bateu John Macapá por decisão dividida dos juízes, Rodrigo Damm se emocionou no episódio desse domingo do reality show ao falar de sua maior inspiração, a irmã e também lutadora de MMA Carina Damm (veja no vídeo ao lado). Durona dentro do octógono, ela possui um cartel de 17 vitórias e seis derrotas, não à toa que recebeu no meio o apelido de "Bela, mas Fera", em alusão ao clássico dos cinemas produzido pela Disney. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Carina mostrou simpatia e não deixou de lado o bom humor ao comentar as reclamações da equipe de Wanderlei Silva, que criticou bastante o resultado final do combate:
- Na realidade, os "smurfs" vêm reclamando o programa inteiro. Vai muita da mentalidade do próprio treinador, o Wanderlei. É estratégia de quem perde. E como o Wanderlei vem no time de chorões, eles vêm fazendo isso - disse, fazendo referência ao apelido dado por Vitor Belfort, o outro treinador do programa, por causa da cor azul do uniforme da equipe do "Cachorro Louco".
Rodrigo Damm, Carina Damm e Luis Sapo mma (Foto: Reprodução/Facebook)Luis 'Sapo', a esposa Carina e o irmão dela, Rodrigo Damm, do TUF Brasil (Foto: Reprodução/Facebook)
Carina analisou a luta do irmão e disse não ver motivos para reclamações por parte do time rival. Ela enalteceu o bom trabalho de quedas aplicado por Rodrigo Damm e contou que ele já tinha um belo histórico na luta olímpica, além de ser faixa-preta no jiu-jítsu:
- Achei que o Rodrigo dominou. Aplicou três quedas seguidas só ali no primeiro round. O Rodrigo foi oito vezes campeão brasileiro de luta olímpica (wrestling) e é atleta da seleção brasileira da modalidade. Ele sempre foi destaque nisso. Ele é muito bom, e é melhor ainda no jiu-jítsu. Já finalizou o José Aldo em uma competição de jiu-jítsu em Campos, no interior do Rio de Janeiro, e foi até capa de uma revista por causa disso.
Rodrigo Damm x John Macapá (Foto: Divulgação/TUF Brasil)Rodrigo Damm comemora a vitória sobre
John Macapá  (Foto: Divulgação/TUF Brasil)
No vídeo, Rodrigo afirmou que, após a separação dos pais, quando tinha 16 anos, só não passou fome porque recebeu ajuda de Carina, um ano mais velha e que se casou ainda nova com Luis "Sapo" Santos, outro lutador profissional de artes marciais mistas. Ainda segundo o capixaba, foi também a irmã quem lhe incentivou a entrar para o mundo das lutas. Ela deu risada ao explicar o início do irmão no meio:
- O Rodrigo tomava muito atraso nas lutinhas em casa, depois que comecei a praticar jiu-jítsu. Eu dava uns atrasos nele porque a gente era muito agitado e elétrico. Aí ele resolveu que queria praticar também. Naquela época, o jiu-jítsu era caro para criança pobre, e a gente tinha que comprar quimono, pagar mensalidade...
Apesar de ter começado depois, o peso-pena hoje tem a mesma faixa-preta da irmã e uma graduação ainda mais elevada. A faixa preta de Carina, por sinal, foi entregue por Rodrigo. Sobre a história da venda de cordões contada por ele no programa, ela explicou:
- Eu tinha uns cordões, fazia outros e comprava algumas joias. Aí dava para ele vender para outras pessoas, assim poderia pagar as competições.
rodrigo damm carina damm mma (Foto: Keli Ferreira / Divulgação)Rodrigo costuma atuar como córner e dar orientações nas lutas da irmã (Foto: Keli Ferreira / Divulgação)
A história de um sempre esteve muito ligada à do outro, desde a infância. Apesar das dificuldades, os dois se formaram em Educação Física na Universidade de Vilha Velha, no Espírito Santo. E foi nessa mesma cidade que abriram uma academia em parceria, mas que Rodrigo administra na maior parte do tempo, uma vez que Carina mora em Miami, nos Estados Unidos, com o marido. Na preparação para as lutas de ambos, um participa do camp do outro. O mesmo acontece na função de córner durante os combates.
- A gente teve uma infância e uma adolescência muito difíceis. Faltou apoio da família pelas nossas condições. Éramos humildes mesmo. Eu, ele e nossa irmã mais velha, Suelen, que não tem nada a ver com lutas e se formou em Direito, cuidávamos uns dos outros. O Rodrigo teve um apoio maior da gente por ser o mais novo. Eu já trabalhava antes e tomava conta dele. Deixava de comprar às vezes o básico de casa para ajudá-lo a competir. E eu sempre acreditei no potencial dele. Ele me deu o primeiro chute quando tinha sete anos, e não consegui revidar (risos). Vou fazer tudo o que eu puder para ele chegar lá - finalizou Carina.

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