Com média de idade de 21,9, Seleção ganha corpo nos Estados Unidos

Goleiro Jefferson, aos 29 anos, é o mais velho do grupo relacionado por Mano Menezes. Lucas, do São Paulo, é o mais novo da equipe, com 19

Por Márcio Iannacca Direto de Washington, EUA

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Mano Menezes durante o amistoso contra a
Dinamarca, no último sábado (Foto: Mowa Press)

Na partida contra a Dinamarca, em Hamburgo, na Alemanha, a média de idade  do time que iniciou o jogo foi de 22,6. Em campo, vitória da Seleção Brasileira por 3 a 1. Agora, na quarta-feira, por conta da possível saída de Lucas, de 19 anos, para a entrada de Neymar, de 20, o percentual vai subir para 22,7. Um número expressivo para o grupo que sonha com o inédito ouro nos Jogos de Londres e o título da Copa do Mundo de 2014, que será disputada no Brasil.
E foi justamente esse um dos temas levantados por Mano Menezes após o desempenho do time no triunfo do último sábado sobre os dinamarqueses. Na opinião do treinador, com a conquista dos resultados positivos e o convívio dos mais novos com os mais experientes, a confiança vai aumentando jogo a jogo.
- Desde a primeira convocação temos o cuidado de separar um percentual de atletas com idade para as Olimpíadas. Mesmo que eles não tivessem atuado, eles vão participando desse ambiente, vão fazendo parte do grupo... A intenção é que eles adquiram maturidade porque qualidade nós sabemos que esses jogadores possuem – avaliou o comandante canarinho, que contando os 22 relacionados tem um grupo com média de idade de 21,9.
Para a Copa América de 2011, disputada na Argentina, Mano mesclou a garotada com remanescentes do fiasco da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Resultado? Mais uma eliminação precoce e críticas em profusão. Ciente de que o caminho a ser tomado deveria ser outro, o comandante seguiu com a mescla, mas disposto a mudar a cara do time canarinho. Nomes como Lúcio, Maicon e Elano ficaram para trás na preferência do comandante.

Mano aproveitou para explicar ainda o critério que utilizou para montar a defesa do Brasil no amistoso contra a Dinamarca: a mistura de jovens e “veteranos” nos setores da zaga.
- Tivemos o cuidado de mesclar o Marcelo, o Juan, o Thiago Silva e o Danilo. Criamos um equilíbrio defensivo. O Juan tem boa capacidade de imposição como zagueiro. Aconteceu um casamento bom no setor – afirmou o treinador.
Já pelo primeiro amistoso da Seleção antes das Olimpíadas, Mano mostrou que já tem praticamente definido o trio de atletas acima dos 23 anos que pretende levar para os Jogos. Thiago Silva é certo na convocação do dia 6 de julho. David Luiz, que permaneceu com o grupo nos Estados Unidos mesmo sem ter condição de jogo, também está bem cotado. A boa atuação de Juan como titular contra a Dinamarca pode até mudar as intenções do treinador, mas o defensor do Chelsea segue como preferido.
Hulk ganhou pontos com os dois gols, principalmente por conta das seguidas lesões de Alexandre Pato, que tem idade olímpica, mas não consegue ter uma sequência de partidas. Com isso, a disputa do atacante do Porto é com o lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid. O goleiro Jefferson, o outro atleta com idade acima dos 23 anos, só ocupará uma das vagas se Rafael Cabral, do Santos, e Neto, da Fiorentina, não corresponderem nos próximos jogos do time canarinho.

Thiago Silva e David Luiz podem formar dupla de
zaga nos Jogos de Londres (Rafael Ribeiro / CBF)

O treinador também já deu o tom do estilo que pretende ver nas lideranças grupo canarinho daqui em diante.
- Eu falava sobre liderança na Seleção com os jogadores e dizia: a capacidade de liderança não é dar soco na mesa, xingar... É dar respostas fortes nos momentos mais importantes.
Certo mesmo é que, em caso de bom desempenho em Londres, a base do time que vai jogar as Olimpíadas será mantida pelo treinador. Como ele tem dito nos últimos meses, 80% do grupo dos Jogos deve disputar a Copa no Brasil.