sábado, 15 de dezembro de 2012

Com Nissan apalavrada, Vasco cria empresa para escapar de penhoras

Ideia surgiu em reunião do grupo de investimento, que já vem depositando dinheiro na conta do clube. Montadora deve ser anunciada em janeiro

Por André Casado Rio de Janeiro
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Roberto Dinamite e Sergio Cabral durante as eleições do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)Cabral, braço direito no acordo, e Dinamite na
eleição do clube (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial)
Faltam detalhes para o Vasco poder confirmar a Nissan como patrocinadora master no ano de 2013. A negociação avançou nos últimos dias e está em fase de formatação do contrato (com duração de dois anos) e cláusulas burocráticas. No entanto, o assunto permanece proibido oficialmente em São Januário por duas razões: a vigência do vínculo com a Eletrobras, que ainda necessita de definição sobre seu destino nos últimos meses, e o dramático bloqueio judicial das receitas, que poderia ser um vilão na hora de o clube começar a receber a verba da montadora japonesa.
Assim, o anúncio só deve ocorrer em janeiro, quando, espera-se, a questão financeira estará equacionada. Por sua vez, um plano B para a crise já foi discutido em reuniões com o grupo de investimento. Organizada há três semanas pelo empresário e presidente da Assembleia Geral do Vasco, Olavo Monteiro de Carvalho, uma espécie de fundação serviria como apoio da diretoria para receber dinheiro e não bater de frente com as penhoras. Para registrá-la e dar início às operações falta um aval do Ministério Público e de outros órgãos responsáveis. O acordo com a fábrica automobilística renderia R$ 20 milhões por temporada, R$ 4 milhões a mais que a estatal.
O governador Sérgio Cabral foi fundamental no processo e manda representates para os encontros de cúpula e conselheiros. As conversas partiram do gabinete do político, que apresentou as partes e observa o andamento. A Nissan se instala no Rio e sonha brigar em igualdade no mercado que receberá a próxima Copa do Mundo. O retorno da concorrente Kia com o Palmeiras, mesmo com o rebaixamento recente, também animou. O ramo, aliás, está cada vez mais cheio de exemplos: no futebol europeu, a italiana Fiat e a alemã Volkswagen se espalharam nas camisas de futebol.
Para desviar a atenção, o discurso ainda coloca a renovação com a Eletrobras como possível. Mas o presidente Roberto Dinamite costuma deixar escapar que não há mais como suportar o sofrimento para obter as certidões de débito de modo que o pagamento ocorra naturalmente. A própria empresa precisa realizar o corte de gastos e, apesar da avaliação positiva da parceria de quatro anos, deixará o Cruz-maltino em junho. Resta saber se até lá a marca será mantida no uniforme ou somente com outro tipo de divulgação publicitária.
Ao longo da semana, houve excitação entre os dirigentes por uma boa notícia, tanto em relação à montadora quanto à liberação de recursos, o que aconteceu parcialmente. A expectativa é de que até o dia 20 os salários de elenco, comissão técnica e funcionários sejam quitados. Aportes entre R$ 600 mil e R$ 2 milhões vindos diretamente do bolso de alguns torcedores ilustres, envolvidos nos encontros semanais, começaram a ser depositados nos cofres nessa semana.

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