quarta-feira, 23 de julho de 2014

Minotauro diz voltar em 2015 e prevê possíveis rivais: Mir, Struve e Overeem

"Já são três opções. Tem luta para mim ainda", brinca o brasileiro, que enxerga lado bom em crítica de Dana White: "Ele olhou com carinho"

Por Rio de Janeiro
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Dono de uma carreira fantástica no MMA, Rodrigo Minotauro deixaria um enorme legado se parasse de lutar por agora. Mas a paixão pela ação fala mais alto, e ele quer retornar ao octógono mesmo após ter sofrido mais uma grave lesão. O peso-pesado machucou o joelho direito dias antes de enfrentar Roy Nelson nos Emirados Árabes, onde acabou nocauteado no primeiro round. Ele acredita que o resultado poderia ter sido outro, caso estivesse em melhor condição física. Se tudo correr bem, Minotauro, que está com 38 anos, deve voltar a treinar no fim de novembro, e uma próxima luta ficaria para o primeiro semestre de 2015.
- Acredito que devo continuar lutando. Ainda não encerrei minha carreira. A gente vai planejando de acordo com os resultados. Infelizmente não consegui me apresentar tão bem na última luta. Machuquei o joelho na segunda-feira, e a luta foi na sexta. Deu um estalo no meu joelho, e foi ruptura total do ligamento cruzado anterior e ruptura parcial do ligamento colateral lateral. Meu joelho estava bambo - disse, em entrevista ao Combate.com.
Montagem - Minotauro Frank Mir, Stefan Struve ou Alistair Overeem (Foto: Agência Getty Images)Minotauro tem Frank Mir, Stefan Struve ou Alistair Overeem como seus próximos alvos (Foto: Getty Images)
Minotauro tem até alguns nomes que gostaria de enfrentar em seu retorno: Frank Mir, para quem já perdeu duas vezes, Stefan Struve, que se recuperou de problemas no coração, e o polêmico Alistair Overeem.
- Já são três opções. Tem luta para mim ainda, rapaz (risos). Não vai me esquecer não.
E se Minotauro pretende voltar, arrumar problema com Dana White não seria uma boa ideia. No estilo paz e amor, o brasileiro enxergou um lado bom na declaração que o presidente do UFC deu logo após a derrota para Roy Nelson, de que "nunca mais queria vê-lo lutar".
- É uma forma de ele querer olhar com carinho e preservar minha imagem. Vejo assim. Não consigo ver maldade dele com a minha pessoa. Temos uma boa relação. Mas ele é aquilo (risos), fala o que vem na cabeça. Ele olhou com carinho - afirmou.
O "Big Nog", no entanto, admitiu que não tem muito tempo de ação restante. Ele diz que vai se aposentar no máximo aos 40 anos, ou seja, daqui a dois anos. No bate-papo ele também esclareceu que não levou a lutadora Duda Yankovich ao hospital após ela sofrer um AVC na Team Nogueira, como havia sido noticiado. E, em meio às críticas, pediu mais apoio dos torcedores brasileiros.
A seguir, veja a entrevista com Rodrigo Minotauro na íntegra:
Duda Yankovich, Minotauro e Minotouro, MMA, UFC (Foto: Reprodução / Twitter)Duda Yankovich entre os irmãos Minotauro e Minotouro:
sérvia foi ajudada após AVC (Foto: Reprodução / Twitter)
Combate.com: Você andou tendo dias tensos, né? O que houve naquele episódio do AVC da Duda Yankovich?
Rodrigo Minotauro: A Duda chegou na academia, iria começar o treino e passou mal. A gente ainda não sabe a causa. O Alexandre Franklin (assessor da Team Nogueira) e o Vander Valverde (professor de muay thai) fizeram o primeiro atendimento. Aí eles a encaminharam para um hospital próximo da academia e me ligaram. Depois a encaminharam para outro hospital, que a atendeu muito bem. Uma hora depois do ocorrido ela estava sendo operada. Está com todas as funções normais. A Duda é tão maluca que ela foi fazer sombra no banheiro (risos) porque sentiu o braço direito um pouco dormente. Até os médicos disseram que foi uma surpresa não ter nada, nenhuma consequência. Ela até deu uma reclamada que não estava mais conseguindo ficar no hospital. Se reclamou, é a Duda (risos). Recebeu alta e está em casa.
Pelo que você viu da Duda após o acidente, acha que ela voltará aos treinos normalmente?
Sim. Quem sou eu para falar de limites, né? As primeiras palavras dela foram: "Pô, eu tinha luta em agosto. Que isso!". Estamos na torcida para ela voltar às funções normais. É a primeira coisa. Ela ajuda todo mundo. Precisa estar bem.
E quanto a você? Como está sua recuperação da cirurgia no joelho direito?
Estou na fisioterapia para o fortalecimento da perna. Não dá para treinar nada. Operei há cinco semanas. Esperei dois meses e meio para fazer a cirurgia, porque eu tinha seis inaugurações de academia para fazer. Estava trabalhando bastante e planejei isso. Fiquei um mês fazendo um pré-operatório, que era para fortalecer a perna. Já estou andando normalmente, mas para treinar vou ter que respeitar os cinco meses de operado. Daqui a quatro meses posso voltar a treinar.
Rodrigo Minotauro lutador de MMA (Foto: Ivan Raupp)Rodrigo Minotauro já pensa nas próximas lutas e diz que
aposentadoria não passará dos 40 anos (Foto: Ivan Raupp)
Quais são seus planos? Vai fazer mais uma luta? Mais duas? Como está esse processo?
Acredito que devo continuar lutando. Ainda não encerrei minha carreira. A gente vai planejando de acordo com os resultados. Infelizmente não consegui me apresentar tão bem na última luta. Machuquei o joelho na segunda-feira, e a luta foi na sexta. Deu um estalo no meu joelho, e foi ruptura total do ligamento cruzado anterior e ruptura parcial do ligamento colateral lateral. Meu joelho estava bambo. Quando machucou eu parei o treino, mas não identificamos a lesão. Fiz bastante fisioterapia e não senti dor. Não vou dizer que perdi por causa disso, mas não me apresentei bem. Não é vergonha ser nocauteado, ainda mais pelo Roy Nelson. É um cara que, se der mole, pode nocautear qualquer um nos pesados. Não consegui me movimentar bem, não consegui andar para trás porque o joelho estava bambo. Então me apresentei mal. Fico chateado porque as pessoas falam, mas uma vez que você sobe lá, não é você machucado, é você. A decisão foi minha. Quis subir, achava que estava bem fisicamente, em forma. Fiz minha parte, mas não consegui me apresentar bem. Para entrar uma queda você tem que se agachar, tem que ter movimento de entrada e saída. Não tive isso.
Ficou chateado quando, após o nocaute sofrido para o Roy Nelson, o Dana White disse que nunca mais queria te ver lutando?
Tenho uma visão de lutador, e o Dana White tem uma visão de empresário. Ele vê o macro, a empresa inteira e o que cada lutador representa. Ele não sabia que eu estava machucado. Ele não quer que o Rodrigo nocauteie, finalize ou seja finalizado. Quer que eu me apresente bem. Eu não me apresentei bem. Acho que você não consegue praticar esporte algum com o ligamento cruzado rompido. É uma lesão grave. Cabe ao cara entender se eu estava machucado ou não. Espero me apresentar melhor nas próximas lutas. É uma forma de ele querer olhar com carinho e preservar minha imagem. Vejo assim. Não consigo ver maldade dele com a minha pessoa. Temos uma boa relação. Mas ele é aquilo (risos), fala o que vem na cabeça. Ele olhou com carinho.
 Roy Nelson vence Minotauro luta UFC Abu Dahbi (Foto: Getty Images) Roy Nelson venceu Minotauro por nocaute no UFC Abu Dhabi (Foto: Getty Images)
Você vê vida sem o UFC na sua carreira?
Para ser sincero, desanima. Você dá seu sangue, faz seu melhor, luta machucado... Desanima. Você lutar sob pressão é ruim. Existe aquela pressão pela vitória. Mas vejo que a gente tem muita coisa a fazer pelo esporte. Além do UFC, faço outras coisas também. Temos 31 academias, 9 mil alunos. Vejo vida. Como lutador, gosto de lutar no UFC. Comecei minha carreira porque assistia ao UFC, sou fã do evento. Mas de certa forma comentários assim (críticas) tiram o estímulo do lutador.
Mas, caso venha a deixar o UFC, pensa em lutar em outros eventos?
Nunca parei para pensar em propostas de outros eventos. Gosto de trabalhar com o UFC.
Você está com 38 anos. Até quantos anos pretende continuar lutando?
Me vejo lutando até 39 ou 40 anos. Não vou passar disso.
O que acha de ser embaixador do UFC quando se aposentar?
Pode ser. Gosto de trabalhar com a imagem do UFC. Nossa batalha sempre foi lutar pela visibilidade do esporte.
O Jorge Guimarães, seu empresário, disse que você queria enfrentar de novo o Frank Mir antes de se aposentar. É essa a luta que você quer?
O que eu quero é estar bem do meu joelho. Quando eu estiver bem, (o Frank Mir) pode ser uma possível luta. Mas não é aquela vontade agora. Perguntaram se eu lutaria contra o Frank Mir. Sim, lutaria. Mas não é aquela coisa. Primeiro tenho que estar 100%. Quando eu estiver bem, aí será uma luta que eu gostaria de fazer.
Rodrigo Minotauro na luta contra Frank Mir em 2008 (Foto: Getty Images)Brasileiro imagina fazer mais na luta contra Frank Mir, que o derrotou duas vezez (Foto: Getty Images)
O Stefan Struve também chegou a declarar interesse numa luta contra você. O que acha de enfrentá-lo?
Ele seria uma boa luta. Gosto da ideia de lutar contra esse moleque. Seria interessante. É um cara grande, tem bons golpes.
E o Alistair Overeem? É um desejo antigo seu, certo?
Já lutei contra o irmão dele (Valentijn Overeem) duas vezes, né? (risos). Pode ser uma luta também, pode ser interessante. Já são três opções. Tem luta para mim ainda, rapaz (risos). Não vai me esquecer não.
Pretende fazer uma luta de despedida no Japão?
Gostaria. Tenho muita vontade de voltar lá. Dois lugares onde gosto de lutar: Brasil e Japão. Gosto também de lutar no Canadá. Acho que a torcida apoia lá. Estou com muita vontade de lutar no Japão e gostaria de voltar lá até o fim da minha carreira.
O espaço agora é seu. O que quer dizer aos seus fãs?
Agradeço a torcida de todos. Mais do que criticar, a gente precisa do apoio de todo mundo. Tenho altos e baixos na carreira, e a gente perde lutas porque está lutando contra a nata da nata mundial do esporte. Eles têm que apoiar mais a gente. O Brasil foi bem representando nesse esporte, e a gente quer melhorar.

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