quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Volta do Mago aumenta atrito com investidor e "tira" fortuna do Verdão

Palmeiras tentava lucro com negociação de Valdivia para o Al Fujairah. Retorno acirra polêmica com Osório Furlan, que diz: "Também não estou nem aí para ele"

Por São Paulo
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Valdivia palmeiras (Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)Valdivia, durante treino do Palmeiras
(Foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação)
A volta de Valdivia ao Palmeiras pode ser analisada sob diversos aspectos. Tecnicamente, jogadores e comissão aprovaram o retorno do camisa 10, esperança para ajudar o time na Copa do Brasil (oitavas de final) e no Brasileirão (14º colocado, com 14 pontos).
Só que, financeiramente, o clube deixou de receber R$ 10,5 milhões, parte que lhe cabia da venda acertada por 5,5 milhões de euros (R$ 16,6 milhões) ao Al Fujairah, dos Emirados Árabes - o dinheiro restante pertencia a Osório Furlan, conselheiro e investidor, dono de 36% dos direitos econômicos. O montante alviverde seria acrescido (de 54% para 64%), pois o próprio atleta abriria mão de 10% que o pertenciam.

O Mago ainda pode ser negociado, possibilidade deixada clara por ele durante a longa entrevista coletiva dada nesta quinta-feira. O meia citou o discurso da diretoria de que "nenhum jogador é inegociável" várias vezes para não descartar esta chance.
Mas o Verdão pretendia aproveitar a participação do atleta pela seleção do Chile, na Copa do Mundo, para lucrar mais e recuperar boa parte do investimento de 6 milhões de euros (R$ 14,2 milhões) feito em 2010, quando ele retornou do Al Ain, também dos Emirados Árabes. Este momento, aliás, era visto como a última boa oportunidade para faturar com o jogador.
Não devo nada ao Furlan. Se ele ajudou o Palmeiras a me trazer de volta, o problema é dele
Valdivia
 À época da compra, Furlan adquiriu 36% por cerca de 2,1 milhões de euros (aproximadamente R$ 5,5 milhões em 2010), dinheiro que seria recuperado agora. Por isso, o atrito entre Valdivia e investidor ficou ainda mais evidente nesta quinta-feira. O jogador o criticou abertamente e disse que o conselheiro deve ser o único que não quer a sua aposentadoria no Verdão.

- Se ele me quer fora, tem de cuidar da vida dele e eu cuido da minha. Quando há matérias dele falando de mim, não tenho motivo para responder, porque ele não significa nada para mim. Para o Palmeiras, ele significa, porque ajudou o clube, mas ele não me ajudou. Não devo nada ao Furlan. Se ele me ajudou a trazer de volta, o problema é dele. Não devo a ciclano, fulano, Furlan e sim ao Palmeiras. O dono do meu futebol é o Palmeiras - afirmou Valdivia.

Consultado pela reportagem, Furlan disse que não se convenceu com as explicações de Valdivia sobre o cancelamento da negociação e rebateu o Mago.
Não dependo do dinheiro que investi nele para sobreviver. Estou preocupado com o que o Palmeiras vai perder. Ele (Valdivia) só fala bobagem
Osório Furlan
 - Eu não acredito (nos motivos dados pelo atleta) e também não estou nem aí para ele. Na minha opinião, ele negociou uma pedida alta com o filho do sheik e, quando chegou no pai, melou tudo. E aí ele não abriu mão. Por que não fez uma contraproposta? Não dependo do retorno do dinheiro que investi nele para sobreviver, porque consegui reaver com outros negócios. Estou preocupado com o que o Palmeiras vai perder. Ele só fala bobagem - declarou Furlan.

O conselheiro também afirmou ter conversado com o presidente Paulo Nobre na última quarta-feira, quando disse ter ouvido do dirigente que o melhor agora é a permanência do meia.

- Ele que fique no Palmeiras e nos ajude a ganhar a Copa do Brasil e a melhorar no Brasileiro. Conversei com o Paulo e ele acha que tem de ficar. Se não vendeu aos Emirados, com quase 31 anos, ninguém vai pagar o que ele pede e o que o Palmeiras quer. Se não tiver ao menos 5 milhões de euros livres não adianta - finalizou.

Com a reintegração de Valdivia, o Palmeiras também volta a pagar os salários do jogador, outro ponto importante para o clube aceitar a venda anteriormente. O meia tem contrato até agosto de 2015 e adiantou que não abre mão dos vencimentos fixos acordados até o fim do vínculo. Ele disse que só poderia se enquadrar ao pagamento por produtividade adotado pela atual diretoria em uma eventual renovação.

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