quarta-feira, 22 de março de 2017

Pedro Rizzo abre as portas para novas lutas com lendas: "Gosto de desafios"

Ex-peso-pesado brasileiro fala de projeto social em Manguinhos, no Rio de Janeiro, 
e explica que entende vontade dos lutadores já aposentados em voltar aos ringues

Por Rio de Janeiro
Pedro Rizzo  (Foto: Alexandre Fernandes)Pedro Rizzo não descarta fazer mais algumas superlutas de MMA (Foto: Alexandre Fernandes)
Com cada vez mais recursos que propiciam ao atleta estender o máximo possível sua carreira, não é raro ver diversos esportistas "se negando" a assumir que a aposentadoria está mais próxima. Isso no futebol, no vôlei, no automobilismo e, claro, no MMA não seria diferente. A ideia da criação de uma "Liga das Lendas", levantada por Vitor Belfort após nocaute sofrido no UFC Fortaleza, diante do jovem Kelvin Gastelum, levanta a expectativa em grandes nomes do passado no esporte de voltarem ao cage e matarem a saudade da adrenalina da competição.
Um dos maiores nomes entre os pesos-pesados no MMA ao longo dos anos, Pedro Rizzo entende a situação de alguns companheiros e, de fato, até se mostra interessado em fazer algumas superlutas contra outros atletas que tiveram destaque no esporte. No entanto, de acordo com o carioca, o que lhe faria encarar novamente uma dura jornada de treinos e sacrifícios seria bater de frente com alguns campeões da nova geração.  
- O coração do lutador está sempre batendo, sempre disposto a fazer mais uma luta a qualquer momento. Mas, sinceramente, eu queria lutar com os novos. Gosto do que me desafia mais. Lógico que tem caras que já pararam e, se voltarem, seria um grande desafio pra mim. Não vou dizer que sou o "velho mais casca grossa". Se os fãs quiserem ver, legal. Mas, o que me motiva, é saber que estou lutando com os melhores. Se acontecer essa "Liga das Lendas" e me chamarem, por quê não? Fazer mais uma jornada de treinos, mais uma caminhada para o ringue, é um prazer sempre - disse Pedro Rizzo ao Combate.com.
Sem entrar no ringue desde setembro de 2015, quando anunciou sua aposentadoria depois de vencer por nocaute técnico Andrew Flores Smith, no evento Face to Face, Pedro Rizzo tem se dedicado às aulas na academia e aos projetos sociais. À frente da "Usina dos Campeões", que atende crianças carentes na comunidade de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, o ex-lutador fala sobre a importância de dar atenção aos jovens e, por que não, futuros esportistas campeões.   
- Acho que, quando acaba a fase de luta, o cara deve montar o seu tatame e dar aula. Se não conseguiu fazer dinheiro lutando, vai dar aula de luta. E, se conseguiu fazer dinheiro, monta um projeto social e ajuda os outros. O nosso país é um celeiro de campeões. Os grandes campeões estão parando, mas está vindo uma nova geração. O Aldo luta há muito tempo, mas tem apenas 30 anos. Tem o Thominhas, o KLB é peso-pesado, Raoni Barcelos, então está vindo uma nova safra. Só que, pra essa galera nova chegar, os antigos têm que ajudar. O meu professor, Marco Ruas, deixou um legado. Eu estou tentando deixar o meu. Então, acho que todo mundo tem que fazer isso e, assim, seremos um celeiro de campeões sempre - afirmou.
Pedro Rizzo, Ronaldo Jacaré e José Aldo (Foto: Alexandre Fernandes)Pedro Rizzo ao lado de Ronaldo Jacaré e José Aldo em projeto social em Manguinhos (Foto: Alexandre Fernandes)

De acordo com Pedro Rizzo, os projetos sociais com crianças carentes pode ser explicado como uma forma de agradecimento por tudo o que as artes marciais lhe proporcionou ao longo da vida. Segundo o ex-lutador, a ideia é sensibilizar outros atletas e ex-esportistas que invistam uma parte do que ganharam e seu tempo dando atividade àqueles que nasceram sem alguma esperança de vida melhor. 
- Acho que todo mundo deve fazer isso, ainda mais os esportistas. Todos sabem que grandes atletas do nosso país vêm das camadas sociais mais baixas, grandes campeões abraçam essas oportunidades porque sabem que esses projetos são chances de alguém mudar de vida, mas, acima de tudo, isso é o meu retorno por tantos anos de luta. Através das artes marciais, eu criei minhas filhas, tenho minha vida e sou quem eu sou hoje. Então, por isso tudo, tenho a obrigação de tentar dar a mesma oportunidade para outras pessoas. E se for carente, que não tem condições de bancar uma academia para treinar, é um prazer.

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