sábado, 21 de abril de 2018

Leslie Smith diz que UFC a liberou de contrato: "Não querem mais lidar comigo"

Líder de iniciativa de unir atletas para negociações coletivas, lutadora conta que recebeu bolsa integral mesmo após recusar luta contra adversária que não bateu o peso

Por Combate.com, Atlantic City, EUA
 
A lutadora Leslie Smith deu sua versão para o cancelamento de sua luta contra Aspen Ladd, programada para o UFC Atlantic City deste sábado, em entrevista ao programa de rádio do site "MMA Junkie". A atleta peso-galo (até 61,2kg) explicou que o confronto era o último de seu contrato com o Ultimate, e que tentou negociar uma extensão após Ladd ficar acima do peso máximo permitido para a luta na pesagem da manhã de sexta-feira.
Apesar das discordâncias com o UFC, Leslie Smith disse que queria continuar lutando pela companhia (Foto: Jason Silva)Apesar das discordâncias com o UFC, Leslie Smith disse que queria continuar lutando pela companhia (Foto: Jason Silva)
Apesar das discordâncias com o UFC, Leslie Smith disse que queria continuar lutando pela companhia (Foto: Jason Silva)
Contudo, o UFC teria pago sua bolsa integral, incluindo o bônus de vitória - algo incomum na companhia, que costuma pagar apenas a bolsa de apresentação aos lutadores que têm lutas canceladas por falhas de pesagem do adversário - e a liberado do seu contrato.
- Achei que esta fosse uma das melhores maneiras que teria para poder estender meu contrato e continuar lutando, mas o UFC disse não. Eles disseram que não tinham nenhuma intenção de estender meu contrato neste momento, e, em vez disso, me ofereceram meu dinheiro de apresentação e de vitória. Vou receber os meus US$ 62 mil e não vou lutar. Eles disseram que vão me pagar, e já que estão me dando o bônus de vitória, conta como a última luta do meu contrato. Então, acho que isso significa que tenho passe livre agora - disse Leslie Smith, que mais tarde reiterou que os dirigentes do UFC lhe asseguraram categoricamente que o pagamento integral significava que ela estava livre da última luta do contrato.
O que torna a situação mais sensível é que Smith lidera o Project Spearhead, uma iniciativa de união entre atletas para negociações contratuais coletivas com o UFC e que vinha buscando adesão dos demais lutadores do elenco. Para a lutadora, seu papel de liderança no projeto e suas declarações confrontando algumas práticas da companhia a transformaram em peça indesejável para o Ultimate.
- Eles mostraram suas cartas. Eles mostraram que é mais importante para eles fazer esta coisa sem precedentes, pagar o bônus de vitória, acho que isso nunca aconteceu antes, a alguém que não aceitou a luta porque o outro não bateu o peso. Para eles fazerem isso, acho que indica o quanto eles não querem mais ter que lidar comigo - declarou Smith.
Combate.com requisitou confirmação e esclarescimento ao UFC sobre as declarações de Smith, mas não recebeu resposta até o momento da publicação desta matéria. Não está claro se a atleta está livre da janela de negociação exclusiva com o Ultimate, ou do período em que a organização tem o direito de igualar as ofertas de outras franquias de MMA, itens típicos dos contratos do UFC.
Apesar de tudo, a lutadora garantiu que vinha sendo bem tratada pela organização, elogiou muito a equipe de relacionamento com atletas e disse que queria continuar no UFC. Ela revelou inclusive que recebeu um bônus de US$ 500 no início da semana, após reclamar que não receberia todas as diárias a que teria direito. Por outro lado, criticou a postura de Aspen Ladd, a quem acusou de não se esforçar o suficiente para bater o peso, e se colocou à disposição para enfrentá-la no futuro.
- Eu enfrentei a Cyborg! Então, se você acha que estou com medo de Aspen Ladd...
- Primeiramente, estou muito decepcionada que ela usaria questões menstruais como desculpa. Não consigo nem contar quantas mulheres conheço, incluindo eu, que tiraram o absorvente para se pesar e ainda bateram o peso. Isso nem é desculpa. Além disso, eu lutaria com ela em outra ocasião, assim que o UFC quiser marcar de novo, eu topo! Façam até com 12 semanas de antecedência - ela teve 11 semanas para bater o peso, mas aparentemente isso não foi o bastante. Podemos fazer 12 semanas, e podemos até programar ao redor do seu ciclo menstrual - desafiou.

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