quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Defesa do Cruzeiro deixa para trás
as críticas da 'Era Adilson Batista'

Atual técnico Cuca já usou sete formações diferentes na equipe, e a Raposa levou apenas 26 gols em 29 rodadas. Edcarlos e Caçapa são os preferidos

Por Fernando Martins Y Miguel Belo Horizonte
Muro Zagueiros CruzeiroEdcarlos, Caçapa, Léo e Gil formam a muralha do
Cruzeiro (Foto: Montagem sobre fotos da Vipcomm)
Criticada nos tempos de Adilson Batista, a defesa do Cruzeiro tem se destacado pela firmeza e pela competência dos zagueiros escalados pelo técnico Cuca. A mudança de comportamento do setor mais contestado nos últimos anos contribuiu para que o time mineiro conseguisse a ótima campanha no Campeonato Brasileiro até o momento. Para se ter uma ideia, a Raposa não leva gols há quatro jogos (Fluminense, Goiás, Atlético-PR e Atlético-GO). Com Adilson, a dupla de zaga era formada por Leonardo Silva e Gil. Agora, com Cuca, Edcarlos e Caçapa são os mais utilizados.
A melhor defesa do campeonato levou somente 26 gols em 29 partidas, com uma boa média de apenas 0,89 gol sofrido por jogo. O time levou mais do que dois gols em apenas uma partida, na derrota para o Santos, por 4 a 1, em Barueri. O Internacional, com 27, e o Palmeiras, com 29, vêm em seguida com as metas menos vazadas.
O grupo conta com seis zagueiros, dos quais cinco estão à disposição do treinador - Leonardo Silva ainda está em fase final de recuperação de uma cirurgia no joelho direito. Com a chegada de Cuca, Edcarlos, Léo e Wellington foram contratados. O experiente Cláudio Caçapa e o jovem Gil foram mantidos no elenco. Já Thiago Heleno foi para o Corinthians, acompanhando Adilson Batista, que deixou o clube paulista no último domingo.
As várias mudanças parecem não ter atrapalhado o desempenho defensivo. Praticamente todos os zagueiros se revezaram na titularidade. Ora por cartões, ora por lesões. Por isso, o setor já teve dez formações. A dupla Edcarlos e Caçapa foi a que mais atuou. Foram oito vezes juntos, duas com a companhia de Gil, no esquema 3-5-2 (veja a tabela).
Formação Número de jogos
- Edcarlos e Caçapa 6 partidas
- Edcarlos e Léo 5 partidas
- Leonardo Silva e Gil 4 partidas
- Edcarlos e Gil
- Gil e Thiago Heleno
- Gil e Caçapa
3 partidas
- Gil, Caçapa e Edcarlos 2 partidas
- Gil e Léo
- Fabinho e Caçapa
- Gil, Léo e Edcarlos
1 partida
Para Léo, são vários os motivos para que o Cruzeiro tenha a melhor defesa da competição.
- Tem vários pontos. A qualidade de cada jogador. A experiência de cada um. A cobrança que o companheiro faz sobre o outro e sobre si mesmo. Além disso, tem a rotatividade, que faz com que o jogador sempre tenha foco e esteja preparado para ajudar o Cruzeiro e a manter o nível do companheiro que deixou a equipe.
O Cruzeiro conseguiu mesclar a experiência e a juventude para compor seu grupo de zagueiros atual. Edcarlos, por exemplo, chegou à Raposa com muita desconfiança do torcedor, devido ao fraco desempenho no Fluminense, em 2009. Porém, o jogador tem mostrado que pode ser o mesmo que conquistou o título mundial com o São Paulo, em 2005.
Cláudio Caçapa é outro exemplo de jogador rodado. O defensor começou a carreira no rival Atlético-MG e, aos 33 anos, já tem no currículo quatro títulos franceses com o Lyon, da França. Apesar de ter sofrido lesões no joelho e no tornozelo, Caçapa garantiu a titularidade com atuações seguras e um fôlego de garoto.
O jovem Gil, por sua vez, chegou ao clube com o status de revelação do Atlético-GO. Apesar de não ser titular absoluto, ele mantém o nível quando entra na equipe. Já o zagueiro Léo, que não vinha sendo aproveitado no Palmeiras, veio para a Raposa e reeditou o bom futebol dos tempos de Grêmio, quando formou dupla de zaga de sucesso com Réver, atual zagueiro do Galo.
No grupo, há ainda Wellington, que começou a carreira no próprio clube e foi emprestado ao Botafogo por dois anos. Ele retornou a pedido de Cuca, mas ainda não atuou. Porém, engana-se quem pensa que somente os zagueiros merecem os méritos pela defesa menos vazada.
- Aqui todo mundo se ajuda. A defesa é a menos vazada, e isso não vem só dos zagueiros, mas também do meio-campo, que ajuda bastante na marcação. Se ele não marcar sob pressão lá na frente, a gente sofre lá atrás - explicou o zagueiro Léo.
Contra o Grêmio, o setor será mais uma vez desafiado. O time gaúcho conta com Jonas, artilheiro disparado do Brasileirão, com 19 gols. Cuca deverá escalar Edcarlos e Caçapa, mas Léo, que cumpriu suspensão automática contra o Fluminense, ainda corre por fora.

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