Com os cofres cheios, Rússia aposta alto para sediar seu primeiro Mundial
Dividido entre o Ocidente e o Oriente, país do leste europeu concorre com Inglaterra, Espanha/Portugal e Holanda/Bélgica para receber a Copa de 2018
Com 89.318 lugares, Luzhniki vai receber a decisão da Copa de 2018, caso a Rússia seja eleita (Divulgação)
Os primeiros números são bastante ambiciosos. A candidatura russa fala em desembolsar valores como U$ 3,8 bilhões (6,5 bi) nas construções e reformas de estádios (sete deles ainda serão erguidos, enquanto nove já existem), U$ 2,2 bilhões (3.8 bi) para a melhoria da infraestrutura do futebol ao redor do país e U$ 11,5 bilhões (19,8 bi) para gastos em hotéis e aeroportos.Confira a galeria de fotos com os estádios indicados pela Rússia para receber a Copa
Mas a candidatura russa prefere ir além de valores exorbitantes para se garantir como sede do torneio em 2018. Fatores como a grande diversidade cultural do país, a chance de deixar um legado para uma das maiores populações do mundo e a possibilidade de o esporte chegar a novos mercados, assim como aconteceu com os Mundiais de 1994 (EUA), 2002 (Coreia/Japão) e 2010 (África do Sul), são os principais argumentos usados para convencer a Fifa de que a Rússia é a melhor opção para organizar um evento do porte de uma Copa do Mundo.
Alexey Sorokin acha que Copa na Rússia poderá
abrir espaço para novos mercados (Divulgação)
- A candidatura da Rússia 2018 irá fornecer à FIFA uma oportunidade histórica e monumental de realizar um torneio em um país que liga o Oriente ao Ocidente. Isso daria ao torneio uma nova perspectiva, abrindo a competição para novos mercados, criando novos empregos e dando à população e, sobretudo, aos jovens da Rússia um legado gigante - disse Alexey Sorokin, presidente da candidatura russa.abrir espaço para novos mercados (Divulgação)
Ao mesmo tempo que a candidatura usa como trunfo a grande diversidade de um país continental, o tamanho da Rússia pode também representar um problema: a longa distância entre as sedes. Com 16 estádios espalhados por 13 cidades, os russos planejam concentrar as partidas na parte ocidental do país, em cidades como São Petesburgo, Kazan e Moscou – esta última terá quatro estádios, incluindo o Luzhniki, que recebeu a final da Liga dos Campeões na temporada 2007/08 e seria o escolhido para abrigar o jogo de abertura e a final da competição.
- O tamanho do nosso país pode ser um dos maiores problemas. Mas esse é um desafio que já estamos resolvendo. A Rússia selecionou cidades apenas no lado europeu do país. Apenas uma cidade se encontra próxima aos Montes Urais. Essa será a maior distância que será percorrida por uma seleção - comentou Andreas Herren, diretor do comitê organizador da candidatura russa.
Desempenho russo em Copas deixa a desejar
Arshavin em ação pela Rússia (Getty Images)
Fora da última Copa do Mundo, a Rússia aposta na imagem do seu craque e capitão Andrei Arshavin para divulgar a candidatura. O jogador do Arsenal é o trunfo de uma equipe que, apesar de ocupar o 13ª lugar do ranking da Fifa - uma posição à frente da Itália, não é considerada uma das potências da modalidade. Sem disputar um Mundial desde 2002, a seleção local participou de nove Copas (algumas delas como União Soviética) e não conquistou nenhuma edição, embora tenha ficada duas vezes com o ouro olímpico, em 1956 e 1988, e tenha também conquistado a Copa da Condeferações em 1960, todas essas conquistas quando ainda era União Soviética.Arshavin, porém, prefere valorizar outros aspectos da candidatura russa, como o ânimo da população local.
- A hospitalidade russa é conhecida no mundo todo. Seria uma autêntica festa, não só para os russos, mas para os torcedores do mundo todo - disse o jogador.
No dia 2, além da disputa pelo direito de sediar o Mundial de 2018, outros cinco países vão concorrer para receber a edição de 2022: Austrália, Estados Unidos, Qatar, Coréia e Japão.
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