domingo, 28 de novembro de 2010

Com os cofres cheios, Rússia aposta alto para sediar seu primeiro Mundial

Dividido entre o Ocidente e o Oriente, país do leste europeu concorre com Inglaterra, Espanha/Portugal e Holanda/Bélgica para receber a Copa de 2018

 

 

Por Lucas Loos e Marcio Iannacca Rio de Janeiro
O maior país do mundo em dimensão territorial quer sediar sua primeira Copa do Mundo. E, para tirar o sonho do papel, a Rússia pretende investir alto em estádios e obras de infraestrutura para superar países de longa tradição no futebol, como Inglaterra e as candidaturas conjuntas de Espanha/Portugal e Holanda/Bélgica, locais que também estão no páreo para receber o Mundial de 2018. Favorito nos bastidores para a escolha das sedes que vai acontecer no próximo dia 2, em Zurique, na Suíça, o país do leste europeu aposta no bom momento vivido pela sua economia atualmente – que está entre as dez maiores do mundo – para desbancar seus rivais.
Estádio Luzhniki Copa 2018 RussiaCom 89.318 lugares, Luzhniki vai receber a decisão da Copa de 2018, caso a Rússia seja eleita (Divulgação)
Os primeiros números são bastante ambiciosos. A candidatura russa fala em desembolsar valores como U$ 3,8 bilhões (6,5 bi) nas construções e reformas de estádios (sete deles ainda serão erguidos, enquanto nove já existem), U$ 2,2 bilhões (3.8 bi) para a melhoria da infraestrutura do futebol ao redor do país e U$ 11,5 bilhões (19,8 bi) para gastos em hotéis e aeroportos.
Confira a galeria de fotos com os estádios indicados pela Rússia para receber a Copa
Mas a candidatura russa prefere ir além de valores exorbitantes para se garantir como sede do torneio em 2018. Fatores como a grande diversidade cultural do país, a chance de deixar um legado para uma das maiores populações do mundo e a possibilidade de o esporte chegar a novos mercados, assim como aconteceu com os Mundiais de 1994 (EUA), 2002 (Coreia/Japão) e 2010 (África do Sul), são os principais argumentos usados para convencer a Fifa de que a Rússia é a melhor opção para organizar um evento do porte de uma Copa do Mundo.
Alexey Sorokin, presidente da candidatura russa copa de 2018Alexey Sorokin acha que Copa na Rússia poderá
abrir espaço para novos mercados (Divulgação)
- A candidatura da Rússia 2018 irá fornecer à FIFA uma oportunidade histórica e monumental de realizar um torneio em um país que liga o Oriente ao Ocidente. Isso daria ao torneio uma nova perspectiva, abrindo a competição para novos mercados, criando novos empregos e dando à população e, sobretudo, aos jovens da Rússia um legado gigante - disse Alexey Sorokin, presidente da candidatura russa.
Ao mesmo tempo que a candidatura usa como trunfo a grande diversidade de um país continental, o tamanho da Rússia pode também representar um problema: a longa distância entre as sedes. Com 16 estádios espalhados por 13 cidades, os russos planejam concentrar as partidas na parte ocidental do país, em cidades como São Petesburgo, Kazan e Moscou – esta última terá quatro estádios, incluindo o Luzhniki, que recebeu a final da Liga dos Campeões na temporada 2007/08 e seria o escolhido para abrigar o jogo de abertura e a final da competição.
- O tamanho do nosso país pode ser um dos maiores problemas. Mas esse é um desafio que já estamos resolvendo. A Rússia selecionou cidades apenas no lado europeu do país. Apenas uma cidade se encontra próxima aos Montes Urais. Essa será a maior distância que será percorrida por uma seleção - comentou Andreas Herren, diretor do comitê organizador da candidatura russa.
Desempenho russo em Copas deixa a desejar
arshavin em ação pela russiaArshavin em ação pela Rússia (Getty Images)
Fora da última Copa do Mundo, a Rússia aposta na imagem do seu craque e capitão Andrei Arshavin para divulgar a candidatura. O jogador do Arsenal é o trunfo de uma equipe que, apesar de ocupar o 13ª lugar do ranking da Fifa - uma posição à frente da Itália, não é considerada uma das potências da modalidade. Sem disputar um Mundial desde 2002, a seleção local participou de nove Copas (algumas delas como União Soviética) e não conquistou nenhuma edição, embora tenha ficada duas vezes com o ouro olímpico, em 1956 e 1988, e tenha também conquistado a Copa da Condeferações em 1960, todas essas conquistas quando ainda era União Soviética.
Arshavin, porém, prefere valorizar outros aspectos da candidatura russa, como o ânimo da população local.
- A hospitalidade russa é conhecida no mundo todo. Seria uma autêntica festa, não só para os russos, mas para os torcedores do mundo todo - disse o jogador.
No dia 2, além da disputa pelo direito de sediar o Mundial de 2018, outros cinco países vão concorrer para receber a edição de 2022: Austrália, Estados Unidos, Qatar, Coréia e Japão.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário