quinta-feira, 3 de março de 2011

De barco novo, Scheidt e Prada miram ano de trabalho por vaga em Londres

Com duas conquistas em 2011, dupla brasileira parte para temporada de campeonatos como preparação para o Mundial, que vale pela luta olímpica

Por João Gabriel Rodrigues São Paulo
O ano começou bem para Robert Scheidt e Bruno Prada. Líderes do ranking da classe Star desde junho de 2010, os dois já somam as conquistas da etapa de Miami da Copa do Mundo, em janeiro, e a Semana de Vela em Florianópolis, no sábado passado. Com a última, garantiram também a vaga na equipe olímpica brasileira, que contará com apoio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM) para disputar as principais competições do ano, como o evento-teste em Weymouth (Inglaterra), preparatório para os Jogos de Londres-2012, e o Mundial de Perth, em dezembro, na Austrália. De quebra, encontraram seu novo "parceiro" para a temporada.
Robert Scheidt Brundo Prada vela (Foto: João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)Bruno Prada e Robert Scheidt: dupla afinada para 2011 (João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)
Em Miami, Scheidt e Prada velejaram com um barco alugado. Um PStar, criado pelo alemão Marc Pikel e que, recentemente, passou a ser fabricado nos Estados Unidos. Os brasileiros aprovaram e encomendaram o novo barco para a disputa das competições nesta temporada. A primeira será em abril, em Mallorca, na Espanha, mas o novo modelo só deverá ficar pronto em junho ou julho.
- Tivemos uma ótima impressão do barco. Claro, ganhamos e isso ajuda, mas é um barco mais fácil de se velejar e se adapta melhor à dupla. A gente consegue tirar o potencial do barco. É um barco fácil de velejar. É um barco mais simples e fácil de velejar - disse Scheidt, que viaja para a Itália, onde mora, na próxima semana.
Eles admitem, no entanto, que o barco, sozinho, não conquista nada. Os últimos resultados, no entanto, encheram a dupla de confiança para a temporada. Depois de um 2010 sem tanto foco nas competições, o novo ano é fundamental para as aspirações dos velejadores nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
Robert Scheidt vela (Foto: João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)Robert Scheidt está confiante para temporada
(João Gabriel Rodrigues / GLOBOESPORTE.COM)
- Estamos em um bom momento, mas não somos disparados os melhores, mas estamos entre os cinco. Estamos longe de estar no nosso máximo. Mas acho que essas duas conquistas fazem com que nós fiquemos mais motivados para o ano. Estamos muito animados com o projeto, com o barco novo e com a temporada. Agora, é conseguir transformar esse ânimo em medalhas – disse Prada.
Dentre os objetivos, o Mundial aparece como meta maior de Scheidt e Prada. Na corrida por uma vaga em Londres, no ano que vem, a disputa em Perth é o maior passo. A dupla que ficar entre os dez primeiro colocados garante vaga do país nos Jogos e sai na frente em relação aos rivais. Depois, em fevereiro, será realizada a Seletiva nacional. Se a mesma parceira ficar com o título, confirma a classificação. Se for outra, um terceiro evento, na Europa, será o tira-teima.
- Neste ano, conquistamos o benefício de participar do evento-teste em Weymouth, o que é essencial. São as Olimpíadas sem a pressão. Podemos fazer uma série de testes que não faríamos nas Olimpíadas. E temos o Mundial. Em 2007, foi mais ou menos assim, em Cascais. Foi difícil, muitos velejadores bons. Não é fácil. Tendência é que dê certo, até pelos últimos resultados – afirmou Scheidt, lembrando que, caso nenhuma dupla brasileira conquiste a vaga para o país em Perth, teriam a última chance no Mundial de 2012, na França, que dá direito a quatro vagas.
Scheidt afirmou, no entanto, que a rivalidade com os outros velejadores, como Torben Grael, que faz dupla com Marcelo Ferreira, fica restrita ao tempo que passam na água.
- A rivalidade fica apenas para as provas. Torben é um ídolo desde que eu comecei. Ele talvez seja o velejador mais completo do mundo, com medalhas olímpicas, uma conquista na Volta ao Mundo e uma America’s Cup. Nenhum outro tem o currículo tão amplo.
Luta por vaga da Star em 2016
Enquanto focam em 2012, a dupla também tenta enxergar mais à frente. Com a classe Star praticamente excluída dos Jogos de 2016, Scheidt, bicampeão olímpico, acredita que ainda é possível reverter o caso. Em maio sairá a definição da questão.
- Está caminhando bem, temos o Comitê Olímpico Brasileiro como aliado. Temos dois caminhos: ou a inclusão da 11ª medalha, que passa pela aprovação do COI, que seria, ao meu ver, menos doloroso do que tirar uma que já entrou. Criaria menos conflito. Com lobby por votos, existe possibilidade de reverter a votação. Estamos com um representante se movimentando bem na Isaf (Federação Internacional de Vela).. Conversamos com alguns eleitores que se mostraram abertos até a mudar de voto. Existe uma série de interesses. É um quebra-cabeça que precisamos resolver.

Nenhum comentário:

Postar um comentário