quarta-feira, 6 de abril de 2011

Após acidente fatal de Sondermann, pilotos criam uma comissão própria

Grupo de atletas cobrará atitudes das autoridades do automobilismo brasileiro; segurança é o principal ponto a ser cobrado pelos novos líderes da categoria

Por Ivan Moré e Rafael Honório São Paulo
A morte de Gustavo Sondermann alertou os bastidores do automobilismo para a falta de segurança dos autódromos brasileiros. Para diminuir o risco nas pistas, os pilotos decidiram criar uma comissão própria. Os líderes deste grupo serão Felipe Maluhy, Nonô Figueiredo, Allam Khodair e Luciano Burti. Eles serão os porta-vozes da categoria e serão os responsáveis por cobrar as autoridades automobilísticas.
- Nós vínhamos fazendo vários pedidos para que atitudes fossem tomadas diante das nossas previsões em relação a acidentes. Pelo fato de ser piloto, às vezes, a gente consegue uma visão mais ampla daquilo que pode vir a acontecer. Então, a partir dessa comissão, não serão mais pedidos e sim imposições para que tenhamos de fato mudanças que achamos necessárias - explicou Thiago Camilo, da RCM Motorsport.
Pedro Boesel Gustavo Sondermann acidente (Foto: Vanderley Soares)O acidente fatal de Sondermann chamou a atenção dos pilotos, que cobram segurança das autoridades envolvidas no automobilismo; comissão será responsável por cobrar mudanças (Foto: Vanderley Soares)
Essa não é a primeira vez que uma comissão de pilotos é criada. Mas as solicitações feitas pelo grupo anterior, normalmente, não eram atendidas pelas autoridades brasileiras. Luciano Burti, da Boettger Competições, e Daniel Serra, da RBR, afirmam que a segurança sempre foi o tema principal do grupo.
- Desde de 2007, a gente tem a comissão de pilotos que visa, principalmente, a melhorar a segurança. Algumas coisas técnicas são analisadas, mas, principalmente, a segurança dos autódromos - disse Burti.
- A gente já tentou fazer uma comissão. Já brigamos pela Curva do Café algumas vezes e não conseguimos. Tem gente que acha que não estamos questionando porque a gente não sai a público fazendo baruho. Mas, internamente, os pilotos estão sempre tentando melhorar a segurança no autódromo - comentou Serrinha.
O paulista Popó Bueno, dono do carro 74 da A.Mattheis, preferiu falar sobre os riscos de acidentes durante as corridas. Para o piloto, o automobilismo deve estar sempre de olho em novos equipamentos para a segurança dos atletas.
- O automobilimso não pode ficar parado nunca. Temos que seguir atualizando os carros e tornando-os mais seguros. E a pista também - cobrou.
disputa Stock Car etapa Campo Grande (Foto: Duda Bairros / Stock Car)Pilotos esperam com a nova comissão diminuir os riscos de acidentes durante as provas da Stock Car; eles sabem que não é apenas o Autódromo de Interlagos que necessita de mudanças (Foto: Duda Bairros)
O acidente fatal de Gustavo Sondermann aconteceu na Curva do Café, local conhecido como um dos mais perigosos do Autódromo de Interlagos. Mas os pilotos sabem que em outros circuitos brasileiros o risco é ainda maior.
- Quase todo autódromo tem um ou outro ponto que é perigoso. Em Interlagos, outro lugar que ninguém fala é a entrada dos boxes. Ela é perigosa, porque temos um muro ali. Todo autódromo precisa de alguma melhora - explicou Serra.
- Apesar da Curva do Café, que é bem perigosa, Interlagos é muito estruturado. A gente sabe das necessidades que temos em outras pistas e isso vai ser cobrado. Nós vamos ter uma evolução muito grande com essa comissão. A gente vai conseguir tirar bom proveito disso tudo e cobrar a CBA de maneira mais rígida para que as coisas aconteçam - finalizou Thiago Camilo.

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