Velocidade em vez de posse: Falcão quer um novo Inter
Com mais tempo para treinar, comandante colorado tenta fazer algo que ‘ninguém no Brasil faz’
Falcão quer mudança no jeito de o Inter jogar, com
mais objetividade (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)
Houve jogos em que os colorados podiam ver o time começar a trocar passes, sair do Beira-Rio, ir ao supermercado, buscar os filhos no colégio, voltar ao estádio e ainda ver o Inter na mesma jogada, passe após passe, toque após toque. Pelas características de jogadores como D’Alessandro, Oscar, Andrezinho, Kleber e Guiñazu, a posse de bola virou uma característica gritante do time, oscilando entre a qualidade e o defeito. Pois agora chegou Falcão, e ele tentará, com as semanas livres para treinos, criar um novo Inter. Sai o controle de bola, entra a velocidade.mais objetividade (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)
É uma mudança radical no jeito de o Inter jogar. Falcão, na prática, não quer mais saber de o time trocar passes até o infinito. Só vê sentido na posse se ela for seguida por saída ao ataque, um defeito admito pelos colorados desde o ano passado. E, para Falcão, a nova ideia é um estilo ignorado no futebol brasileiro.
- O que está faltando para nós é verticalizar o jogo, recompor mais rápido, chegar na frente com mais velocidade, sem toque para o lado. O objetivo é chegar ao campo do adversário o mais rápido possível. Demora, claro que demora, porque o Inter se acostumou a jogar com toques curtos. Temos que mudar isso. Temos que chegar com três, quatro toques, na cara do gol. É difícil, porque ninguém no Brasil faz isso – disse o treinador.
Falcão está atento ao cacoete de seus jogadores no domínio da bola. Com a posse como lema, o Inter se acostumou a não tratar a objetividade como prioridade. O técnico quer mudar isso.
- Tem que receber a bola e virar para a frente. Ainda temos o hábito de receber a bola e virar para o lado. Eu gostaria que meu time, na hora de receber a bola, de cara vire para a frente. Se não tiver opção, que jogue para o lado. Isso, claro, depende de um mecanismo de jogo.
Os planos de Falcão parecem pender para o esquema 4-4-2. Desde que ele chegou ao Beira-Rio, porém, outros sistemas foram testados: o 4-2-3-1, o 4-4-1-1 e, em treinos, até o 4-3-3. Na visão do treinador, o sistema tático não é o mais importante. Com qualquer estratégia, pensa ele, é possível formar um time compacto. E objetivo.
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