terça-feira, 24 de maio de 2011

Velocidade em vez de posse: Falcão quer um novo Inter

Com mais tempo para treinar, comandante colorado tenta fazer algo que ‘ninguém no Brasil faz’

Por Alexandre Alliatti Porto Alegre
Falcão no treino do Internacional (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)Falcão quer mudança no jeito de o Inter jogar, com
mais objetividade (Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)
Houve jogos em que os colorados podiam ver o time começar a trocar passes, sair do Beira-Rio, ir ao supermercado, buscar os filhos no colégio, voltar ao estádio e ainda ver o Inter na mesma jogada, passe após passe, toque após toque. Pelas características de jogadores como D’Alessandro, Oscar, Andrezinho, Kleber e Guiñazu, a posse de bola virou uma característica gritante do time, oscilando entre a qualidade e o defeito. Pois agora chegou Falcão, e ele tentará, com as semanas livres para treinos, criar um novo Inter. Sai o controle de bola, entra a velocidade.
É uma mudança radical no jeito de o Inter jogar. Falcão, na prática, não quer mais saber de o time trocar passes até o infinito. Só vê sentido na posse se ela for seguida por saída ao ataque, um defeito admito pelos colorados desde o ano passado. E, para Falcão, a nova ideia é um estilo ignorado no futebol brasileiro.
- O que está faltando para nós é verticalizar o jogo, recompor mais rápido, chegar na frente com mais velocidade, sem toque para o lado. O objetivo é chegar ao campo do adversário o mais rápido possível. Demora, claro que demora, porque o Inter se acostumou a jogar com toques curtos. Temos que mudar isso. Temos que chegar com três, quatro toques, na cara do gol. É difícil, porque ninguém no Brasil faz isso – disse o treinador.
Falcão está atento ao cacoete de seus jogadores no domínio da bola. Com a posse como lema, o Inter se acostumou a não tratar a objetividade como prioridade. O técnico quer mudar isso.
- Tem que receber a bola e virar para a frente. Ainda temos o hábito de receber a bola e virar para o lado. Eu gostaria que meu time, na hora de receber a bola, de cara vire para a frente. Se não tiver opção, que jogue para o lado. Isso, claro, depende de um mecanismo de jogo.
Os planos de Falcão parecem pender para o esquema 4-4-2. Desde que ele chegou ao Beira-Rio, porém, outros sistemas foram testados: o 4-2-3-1, o 4-4-1-1 e, em treinos, até o 4-3-3. Na visão do treinador, o sistema tático não é o mais importante. Com qualquer estratégia, pensa ele, é possível formar um time compacto. E objetivo.

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