terça-feira, 21 de junho de 2011

Em segunda final de Libertadores, Léo avisa: 'Desta vez não vai escapar'

Em entrevista, lateral-esquerdo diz que a geração atual tem mais potencial que a de 2003 e revela que 'tem tudo certo' para renovar contrato

Por Adilson Barros e Julyana Travaglia Santos, SP
Depois de oito anos, o lateral-esquerdo Léo, do Santos, tem uma nova chance de ser campeão continental pelo Peixe. Ele é o jogador mais vitorioso do clube depois da Era Pelé. No entanto, desde 2003, está com o grito de campeão da Taça Libertadores entalado na garganta. Na ocasião, a equipe alvinegra, que tinha Diego e Robinho como protagonistas, perdeu a decisão para o Boca Juniors-ARG. Nesta quarta-feira, a partir das 21h50m (horário de Brasília), uma nova geração de Meninos da Vila, com Neymar e Ganso, tentará, enfim, levar o Alvinegro Praiano de volta ao degrau mais alto da América.
Léo, novamente, estará em campo. Ele acumula duas passagens pelo Peixe. A primeira, de 2000 a 2005. A segunda começou no início de 2009. Nesse período, conquistou dois Campeonatos Brasileiros (2002 e 2004), dois Campeonatos Paulistas (2010 e 2011) e uma Copa do Brasil (2010). Agora, falta a Libertadores, e o lateral acredita que faz parte do seu destino ser campeão continental pelo Santos. Está tendo a sua segunda chance e garante: 'Desta vez, não vai escapar'.
Léo do Santos posa ao lado da taça da Libertadores (Foto: Adilson Barros / GLOBOESPORTE.COM)No Memorial do Santos, Léo posa ao lado da taça Libertadores (Foto: Adilson Barros/GLOBOESPORTE.COM)
Em entrevista exclusiva ao Globoesporte.com, o ala, de 35 anos, fala sobre o atual momento, que diz ser o melhor de sua vitoriosa carreira. Compara as gerações de Robinho e Neymar, e acredita que a atual tem mais potencial. Revela até que já ouviu companheiros de Pelé dizerem que o atual astro santista seria titular do timaço dos anos 60.
Confira os melhores lances do papo com Léo.
Globoesporte.com - Depois de oito anos, você tem mais uma chance de conquistar a Taça Libertadores. O futebol não costuma oferecer "segundas chances". Como fazer para não deixar passar?
Léo - Felizmente, minha segunda chance apareceu e desta vez ela não vai escapar. Sinto o grupo muito concentrado e, mesmo respeitando o Peñarol, estou confiante que temos tudo para conquistar o título. A chave é jogar com inteligência.
Em 2003, o Santos perdeu o primeiro jogo por 2 a 0 e ficou numa situação muito complicada na volta. Agora é diferente. O time, jogando em casa, não precisa inverter resultado. Por isso, dá para dizer que o Santos é favorito?
Com certeza a situação é bem diferente. Sempre digo que perdemos aquela decisão em La Bombonera (estádio do Boca Juniors). A derrota no Morumbi foi apenas consequência. Agora, a pressão pelo resultado é bem menor. E o fato de o gol sofrido em casa não ser favorável aos uruguaios também é um ponto positivo.
Você é um símbolo santista. O jogador mais vitorioso do clube após a era Pelé. Como é isso para você?
Acima de tudo, motivo de enorme orgulho. Quando me disseram isso após a conquista do Paulistão, há um mês, percebi que minha ligação com o Santos era ainda mais forte do que imaginava. Mas ainda quero muito mais.
O que significaria ser campeão da Taça Libertadores pelo Santos?
A realização de um sonho pessoal, mas acima de tudo a oportunidade de dar um grande presente para a torcida santista.
Você está com 35 anos, uma idade em que muitos jogadores já pensam em pendurar as chuteiras. Acha que conquistando a Libertadores (e quem sabe o Mundial, no fim do ano) estaria na hora de parar? De repente, se aposentar com títulos tão importantes? Ou ainda pensa em seguir jogando?
Está quase tudo certo para que meu contrato seja ampliado"
Léo
Sei que a hora de parar está se aproximando, mas ainda não agora. Me sinto muito bem fisicamente e está quase tudo certo para que meu contrato seja ampliado até o final de 2012. Seria maravilhoso ganhar a Libertadores, o Mundial e jogar aqui no ano do centenário.
Sua carreira é vitoriosa. Jogou na Europa, foi ídolo em Portugal. Mas acha que este é o momento mais importante da carreira?
Sem dúvida. Tive bons momentos na Europa, mas com o Benfica não passei das oitavas da Liga dos Campeões. Essas duas últimas temporadas, com três títulos e a possibilidade de ganhar a Libertadores, é um período de muita alegria. Estou bastante motivado.
Em 2002/2003 você já era um pouco mais velho que os meninos Diego, Robinho. Hoje em dia, já mais experiente, tem a seu lado uma nova molecada bem abusada. Como é isso? Dão muito trabalho?
Que nada! Esses meninos estão amadurecendo cada vez mais cedo. O Neymar já viveu tanta coisa que tem uma personalidade que muitos veteranos não apresentam. Mesmo assim, sou muito procurado pelos garotos e sempre ajudo no que é possível.
O Alex Sandro pode ser um bom substituto no futuro? Que dicas você daria a ele?
O Alex é um excelente jogador e tem tudo para ser meu sucessor. Conversamos nos treinos e concentrações e dou uns toques sobre posicionamento defensivo e o momento certo de apoiar o ataque.
É possível estabelecer comparações entre as duas gerações? Uma é mais talentosa que a outra? Neymar, por exemplo, teria lugar no time de 2002?
Alguns companheiros do Pelé dizem que o Neymar jogaria até naquele time dos anos 60. Ele é muito bom e, com certeza, será o melhor do mundo em breve. As duas gerações são bastante talentosas, mas sempre digo que o elenco atual tem potencial para chegar ainda mais longe.

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