sábado, 13 de agosto de 2011

Contrato de amistoso da seleção é alvo de investigação policial

Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro.
Jogo marcou a reinauguração do estádio Bezerrão, em Brasília.

Do G1, com informações do Jornal Nacional
A polícia do Distrito Federal investiga fraude na contratação da empresa que promoveu um amistoso entre a seleção brasileira e Portugal, em novembro de 2008. Policiais civis cumpriram mandados de busca e apreensão, neste sábado (13), no Rio de Janeiro.
O jogo terminou com a vitória do Brasil por seis a dois. O amistoso marcou a reinauguração do estádio Bezerrão, no Gama, na Região Metropolitana de Brasília.
A festa, organizada pela empresa Ailanto Marketing, com sede no Rio de Janeiro, custou R$ 9 milhões ao governo do Distrito Federal.
Segundo as investigações, a empresa, de propriedade de Vanessa Almeida Precht e de Alexandre Russel Feliu, iniciou suas atividades pouco mais de um mês antes da realização do amistoso. A polícia diz que a Ailanto Marketing não possuía sequer telefone fixo, e tinha um capital social de apenas R$ 800.
Busca e apreensão
Uma equipe formada por 12 policiais civis do Distrito Federal foram ao Rio de Janeiro para cumprir mandados de busca e apreensão na sede da empresa, no Leblon, na Zona Sul da cidade. A polícia de Brasília afirma que para negociar com o governo do Distrito Federal, a Ailanto obteve do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a cessão de direitos sobre o jogo.
Segundo a investigação, o então governador José Roberto Arruda, ao assinar contrato com a empresa, juntamente com o então secretário de Esportes, Aguinaldo Silva de Oliveira, ignorou a decisão da procuradoria do Distrito Federal, que considerou imprestáveis os motivos que justificavam o valor do espetáculo.
Em fevereiro do ano passado, José Roberto Arruda foi preso sob acusação de tentativa de suborno no escândalo conhecido como “mensalão do DEM de Brasília”. O mandato dele foi cassado em março do mesmo ano pelo TRE por infidelidade partidária.
Rombo ultrapassou R$ 9 milhões, diz políciaA polícia afirma que o rombo nos cofres públicos do Distrito Federal ultrapassou os R$ 9 milhões, uma vez que as despesas com o jogo, que eram de responsabilidade da empresa Ailanto Marketing, foram pagas pela Federação Brasiliense de Futebol, à época presidida por Fábio Simão, que também foi chefe de gabinete do ex-governador Arruda.
O advogado do ex-governador José Roberto Arruda, Edson Smaniotto, disse que há exceções que permitem aos governos fazer contratos sem licitação. Para o advogado, por exemplo, não há como fazer licitação quando se trata de seleção brasileira.
Fábio Simão disse que em nenhum momento os R$ 9 milhões referentes à promoção da partida passaram pela Federação Brasiliense de Futebol.
O assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, informou que os jogos da seleção brasileira são vendidos a uma empresa da Arábia Saudita, que detém os direitos de negociação, contratação e produção dos eventos. Segundo o assessor da CBF, deveria ter sido esta empresa a vendedora dos direitos à Ailanto Marketing. Portanto, diz o assessor, a CBF não tem relação com as irregularidades.
Os donos da Ailanto e Aguinaldo de Jesus, ex-secretário de Esportes do Distrito Federal, não foram encontrados para falar do caso.

Veja o site do Jornal Nacional

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