quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Serginho Laus quer recuperar o recorde mundial de surfe na pororoca

O paranaense que acaba de voltar da China, se prepara para bater a marca do inglês Steven King e avisa: 'os caras não vão mais me alcançar'

Por Gabriel Hamilko Curitiba
O paranaense Serginho Laus não para. Pioneiro em surfar na pororoca brasileira, no Amapá, aos 31 anos, já bateu dois recordes mundiais, acabou de voltar de uma expedição na China e agora quer recuperar a marca mundial perdida para o inglês Steve King, que percorreu 15 quilômetros na Servern Bore, a pororoca da Inglaterra.
A data está marcada para fevereiro, mas o local ainda não. Laus conta que planejava tentar o novo recorde no Amapá, mas recebeu um convite chinês de voltar ao rio Quintang, na China. A confiança que Laus tem em reconquistar o recorde está no fato de já ter feito uma marca bem superior às oficiais. Em um treino não registrado, ele já surfou 23 quilômetros. A pororoca é fenômeno que ocorre quando o mar invade os rio, gerando ondas contínuas.
- Agora sei que dá. No ano que vem, vou para cima para tentar chegar nessa marca e trazer o recorde para cá. Se passar de 20 quilômetros, os caras não conseguem mais me alcançar, principalmente lá na Inglaterra.
Há uma semana, Laus estava na China. O desbravador das ondas marítimas que adentram os rios participou do Silver Dragon, pororoca chinesa, no rio Quintang na cidade chinesa de Hangzhou. Junto com os brasileiros Chlóe Calmon e Everaldo “Pato” Teixeira, eles representaram o país ao lado dos colegas americanos Robert Wingnut, Mary Osborne e Curren Capples.
Serginho Laus no Silver Dragon, pororoca na China (Foto: Aqruivo pessoal)Serginho Laus na pororoca chinesa, o Silver Dragon (Foto: Arquivo pessoal)
Surfe na pororoca para 100 mil chineses
O evento foi grandioso e atraiu um público de mais de 100 mil pessoas ao longo da margem do rio chinês. Segundo Laus, o primeiro desafio não foi só surfar na maior pororoca do mundo, com velocidade de até 40 Km/h, mas enfrentar a burocracia da nação oriental.
- São várias exigências do governo chinês. Lá eles são muito burocráticos, cheio de regras. Tivemos que assinar termos de responsabilidades, isentando eles em caso de morte, para daí entrar e quando entravámos eles diziam que só poderíamos surfar de tal ponte até tal lugar. Não pode surfar muito próximo da margem, tendo que manter uma distância de 70 Km – conta o paranaense.
Acostumado a surfar na pororoca brasileira, em plena selva amazônica, Laus viveu uma situação totalmente diferente: a urbanização. Ao invés de tomar cuidado com troncos, o risco era com pedaços de concretos lançados no rio ou com os inúmeros deques construídos para conter a força da água.
- Parece uma arena, pois os chineses concretaram toda a margem do rio, isso faz com que a maré ganhe mais força, com mais pressão na água. Lá a natureza fica mais represada, então quando dá um volume de água muito grande, sempre vai estar ali, sem ter para onde escoar. Assim ganha volume e altura – lembra.
Mesmo com as características diferentes, a sensação e a adrenalina surpreenderam o experiente surfista de pororocas.
- A gente passou por meia dúzia de pontes com carros, caminhões, com trilhos de trem. Era um absurdo o visual. A gente olhava e via prédios enormes, a multidão na beira do rio olhando, enquanto na Amazônia a gente só surfa para os macacos, para os jacarés, búfalos – brinca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário