'Ele ficou sóbrio na hora', conta amigo que estava com Adriano
Atacante do Corinthians se preparava para estender a noite e usou roupa do corpo na mão de Adriene atingida pelo tiro
Carro de Adriano na delegacia após o incidente
(Foto: Pablo Jacob / O Globo)
Na madrugada de sábado, a presença de Adriano na casa de shows Barra Music era exaltada ao microfone pelo sambista rubro-negro Leandro Sapucahy: "O Imperador Adriano está na área". Os curiosos procuraram pelo atacante, mas pouco puderam ver. O jogador do Corinthians prestigiava o projeto Samba Funk em um camarote na parte superior da casa, com vidros escuros que impedem a visão do que se passa no interior. Pouco depois, nas primeiras horas da manhã de sábado, a alegria e curtição deram lugar à preocupação de Adriano com o tiro que atingiu a mão esquerda de Adriene Cyrilo Pinto, 20 anos.(Foto: Pablo Jacob / O Globo)
A intenção do atacante era terminar a noitada em sua casa, com as mulheres e alguns amigos. Andreia Ximenes, Daniele Pena e Adriene Cyrilo Pinto são amigas do jogador e já o acompanharam em outras incursões noturnas. Viviane Fraga era a que menos tinha ligação com o atacante do Corinthians – ela é amiga de Adriene. Na saída da casa de shows na Barra da Tijuca, um outro carro com amigos e seguranças acompanhava a BMW branca do Imperador.
Os relatos de pessoas presentes à cena dão conta de que Adriano estava no banco de carona - a perícia atestou que o tiro partiu do banco traseiro – e o PM reformado Júlio César Barros dirigia o veículo com as quatro mulheres no banco de trás. Com a arrancada do carro, a pistola teria deslizado para a parte de trás do veículo. Com isso, Adriene teria pego a arma para devolvê-la ao PM. Foi quando aconteceu o disparo. O PM alega que deixou a arma debaixo do banco porque a casa noturna não permite a entrada de pessoas armadas e nem guarda revólveres e pistolas na entrada.
Depois do estampido produzido pelo tiro da pistola .40, um silêncio teria tomado conta do carro. De acordo com a versão, o PM reformado Júlio César Barros, temendo ter sido atingido - a bala passou próximo ao banco do motorista -, teria orientado os ocupantes a checar se alguém fora atingido. Quando constataram o ferimento na mão de Adriene, o nervosismo tomou conta de todos.
Adriano teria retirado a camisa para enrolar na mão esquerda da jovem e estancar o sangue. Segundo relatos de pessoas que estavam na cena do incidente, o jogador, que bebera durante a noite, aparentava muito nervosismo. O susto serviu para amenizar o efeito da bebida alcoólica.
- Ele ficou sóbrio na hora – relatou um dos amigos.
O carro que estava atrás teria parado para dar suporte e conduzir Adriano para casa, enquanto Adriene era encaminhada ao hospital Barra D’or pelo PM reformado Júlio César Barros.
Ao constatarem as manchas de sangue, os ocupantes pensaram em limpar o assoalho e a lataria do carro, mas chegaram à conclusão de que o gesto poderia ser interpretado como ocultação de provas. Por considerar que o episódio fora um acidente, resolveram não mexer em nada do veículo.
Adriano teria seguido para sua casa na Barra da Tijuca e se disposto a pagar as despesas de Adriene no hospital. Através de amigos, ele tem monitorado o estado de saúde da mulher atingida.
Segundo pessoas próximas, o Imperador não teme a acareação, nem mesmo o exame feito para saber se existe pólvora na sua mão. O jogador questionou a postura de Viviane Fraga, que inicialmente tentou culpá-lo. Um ex-namorado de Viviane chegou a aparecer para interpelar Adriano, mas foi repreendido por seguranças do jogador e teria mudado o discurso. Em depoimento oficial à polícia, Viviane disse que o Imperador estava no banco da frente e apenas Adriene mantém que o jogador estava na parte traseira.
Adriano segue em sua casa na Barra. O jogador passará o Ano Novo no Rio de Janeiro.
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