terça-feira, 29 de maio de 2012

Sem prestígio: após atuações ruins, Adilson Batista é demitido do Dragão

Técnico deixa o Atlético-GO com 63% de aproveitamento, mas perda do Estadual e más atuações no início do Brasileiro pesam na decisão da diretoria

Por Daniel Mundim e Fernando Vasconcelos Goiânia
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Adilson Batista, técnico do Atlético-GO (Foto: Divulgação / Site Oficial do Atlético-GO)Trabalho de Adilson não foi bem visto pela diretoria
do Dragão (Foto: Divulgação / Atlético-GO)
Adilson Batista não é mais o técnico do Atlético-GO. Após uma reunião no início da tarde desta terça-feira, o treinador foi comunicado que não segue na equipe goiana para o restante da temporada. Hélio dos Anjos, que deixou o Dragão no início de abril, é o principal cotado para o cargo. Adilson tinha contrato com o Dragão até o fim do ano, e a multa rescisória girava em torno de R$ 300 mil. Ainda nesta terça, o diretor de futebol do Atlético-GO, Adson Batista, fará um pronunciamento explicando a demissão do treinador.
Adilson Batista deixa o Rubro-Negro goiano após dez jogos e aproveitamento de 63,3%. Foram cinco vitórias, quatro empates e curiosamente apenas uma derrota - contra a Ponte Preta, na segunda fase da Copa do Brasil.
Contudo, a eliminação precoce na Copa do Brasil, a perda do tricampeonato goiano, que era o principal objetivo da equipe na temporada, e o início ruim no Brasileirão pesaram na demissão.O esquema utilizado por Adilson Batista nos últimos jogos irritou torcedores e diretoria rubro-negros. Com cinco homens no meio-campo, sendo três volantes, e apenas o jovem Diogo Campos na frente, a equipe se portou de maneira extremamente cautelosa, fato que desagradou aos atleticanos, defensores estilo ofensivo.
Após o empate com a Macaca no último sábado, dirigentes criticaram a formação adotada pelo treinador, e o vice-presidente Maurício Sampaio deixou claro que queria a saída do comandante e caracterizou o técnico como ‘medroso’.

ADILSON BATISTA NO ATLÉTICO-GO
10 JOGOS 5 VITÓRIAS 4 EMPATES 1 DERROTA 63,3% DE APROVEITAMENTO


Integrante da elite do futebol brasileiro pelo terceiro ano seguido, o Atlético-GO tem como primeiro objetivo no Campeonato Brasileiro garantir sua permanência na Série A. Em 2010, o clube goiano priorizou a Copa do Brasil no primeiro semestre, foi semifinalista, mas pagou caro no Brasileirão, quando só escapou da queda para a Segundona na última rodada. No ano passado, o Dragão fez campanha mais segura e se classificou pela primeira vez em sua história para uma competição internacional – a Copa Sul-Americana.
Embora tenha perdido atletas importantes, como Vítor Júnior e Anselmo, o Atlético-GO se reforçou com jogadores como Elias e William, que pouco jogaram sob o comando de Adilson Batista. A preferência do treinador por escalar apenas Diogo Campos no ataque e deixar um dos principais investimentos da diretoria – William – além do atacante Felipe no banco de reservas foi crucial para a demissão de Adilson.
Queda vertiginosa

Adilson Batista e Ronaldo no treino do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Estado)No Corinthians e nos demais clubes que dirigiu,
Adilson não conseguiu repetir o sucesso que teve
no Cruzeiro (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Estado)
O grande trabalho realizado por Adilson Batista no Cruzeiro elevou o patamar do treinador, que passou a ser considerado um dos principais do futebol brasileiro. Em dois anos e meio na Raposa, Adilson somou 97 vitórias, 34 empates e 37 derrotas – aproveitamento de 63% -, foi bicampeão estadual e vice da Libertadores. Em junho de 2010, deixou o Cruzeiro e se tornou um dos principais nomes do mercado de técnicos do país.

Quando Mano Menezes deixou o Corinthians para assumir a Seleção Brasileira, a diretoria do Timão não hesitou em contratar Adilson. Porém, a trajetória no Parque São Jorge foi interrompida após derrota para o Atlético-GO por 4 a 3 no Pacaembu. Em 17 jogos no Timão, Adilson Batista somou sete vitórias, quatro empates e seis derrotas – aproveitamento de 49%.

O passo seguinte do treinador foi no Santos. Chama a atenção a grande semelhança da passagem de Adilson Batista pela Vila Belmiro com a passagem pelo Atlético-GO. Em 11 jogos à frente do Peixe, Adilson obteve cinco vitórias, cinco empates e uma derrota – aproveitamento de 60%. No entanto, o futebol apresentado pelo Santos não agradava a torcedores e dirigentes santistas. O treinador foi demitido.
Após treinar o Peixe, Adilson ainda passou por Atlético-PR e São Paulo no ano passado, sem sucesso. Após seis meses sem treinar nenhum clube, recebeu a oportunidade de recomeçar a carreira.

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