sábado, 4 de agosto de 2012

Brasil descarta entregar jogo para evitar EUA nas semis do basquete

Pesquisa de jornal da Espanha mostra que torcida quer derrota no último jogo da fase de grupos; Magnano reage: 'No meu dicionário não há a palavra medo'

Por Rodrigo Alves Direto de Londres
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Se eu pedir para os meus jogadores perderem agora, como vou pedir para ganharem mais adiante?"
Rubén Magnano, técnico do Brasil
Como de hábito, as especulações começaram. Com a última rodada do basquete masculino se aproximando, torcedores já discutem se vale a pena perder agora para garantir uma estrada teoricamente mais fácil na disputa pela medalha. Brasil e Espanha estão no centro do debate, já que a vitória na segunda-feira vale a vice-liderança do grupo e, por consequência, um caminho que provavelmente vai incluir a Argentina nas quartas de final e os Estados Unidos nas semis. Quem terminar em terceiro pode enfrentar a França e, se passar, a Rússia. Ao ser perguntado sobre a possibilidade, Rubén Magnano soltou um riso descrente para, em seguida, falar sério:
- Sobre especulações na seleção da Espanha, não falo uma palavra. Mas se eu pedir para os meus jogadores perderem agora, como vou pedir para ganharem mais adiante? Vamos entrar para vencer. No meu dicionário basqueteiro, a palavra medo não existe. Tenho preocupações, mas não medo de enfrentar este ou aquele adversário - afirmou Magnano, com a autoridade de quem já derrubou os americanos duas vezes, no Mundial de 2002 e nas Olimpíadas de 2004, ambos quando treinava a Argentina.
Caio Torres e Shipeng Wang, Brasil x China, Basquete (Foto: Agência Getty Images)Após bater a China, o Brasil decide o 2º lugar do grupo com a Espanha (Foto: Agência Getty Images)
O jornal espanhol Marca levantou a questão, e até a tarde deste sábado, mais de 60% dos leitores queriam que sua seleção perdesse para o Brasil, evitando assim o cruzamento com os americanos nas semifinais. O brasileiro Marcelinho Huertas não acredita que os atuais vice-campeões olímpicos entrem para perder na segunda. Ele cita o caso do badminton, em que duplas da China, Coreia do Sul e Indonésia tentaram entregar seus jogos no fim da primeira fase para pegar um adversário teoricamente mais fraco. Oito atletas foram excluídas dos Jogos de Londres.
- Pode ser até arriscado para eles. Depois do que aconteceu com o badminton, está todo mundo de olho. Seria uma mancha muito grande para o basquete espanhol. Não acredito que façam isso, pelo menos de maneira descarada. Além do mais, os Estados Unidos vinham de uma atuação brilhante contra a Nigéria, quebraram não sei quantos recordes, e hoje ganharam da Lituânia por milagre - avaliou Huertas após a vitória tranquila sobre a China neste sábado.
Diante da possibilidade de os espanhóis perderem para evitar o confronto com os americanos nas semis, o brasileiro Guilherme Giovannoni brincou:
- Mas aí eles não precisariam disputar as quartas antes? Pulariam direto para a semi? A gente pensa um jogo de cada vez. Temos que fazer o nosso melhor e entrar para ganhar. A Espanha continua sendo favorita a uma medalha, com jogadores que estão na NBA, outros que saíram da NBA. Mas também temos qualidade - afirmou o ala-pivô.

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