De olho em outro clube, Cristóvão diz: 'Vasco precisa de uma sacudida'
Treinador afirma que venda de jogadores prejudicou o time no Brasileirão e revela que pedido de demissão da Colina teve apoio de Ricardo Gomes
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Uma queda brusca e sem sinal de reação imediata. Esse foi o diagnóstico de Cristóvão Borges para pedir demissão do Vasco na tarde de segunda-feira. O ex-auxiliar ficou pouco mais de um ano no cargo após assumi-lo por causa do AVC sofrido por Ricardo Gomes.
Cristóvão acredita que sua saída abrirá caminho para uma reformulação em São Januário. Em quarto lugar na tabela, com 39 pontos, o time chegou ao recorde de permanência no G-4 na era dos pontos corridos - 48 rodadas -, mas venceu apenas uma das últimas oito partidas no Brasileirão.
Cristóvão acredita que sua saída abrirá caminho para uma reformulação em São Januário. Em quarto lugar na tabela, com 39 pontos, o time chegou ao recorde de permanência no G-4 na era dos pontos corridos - 48 rodadas -, mas venceu apenas uma das últimas oito partidas no Brasileirão.
- Percebi que é um momento em que o Vasco precisa de uma sacudida e que a minha saída pode contribuir mais do que a permanência. Tivemos um decréscimo de rendimento no fim do primeiro turno, e não conseguimos mais os resultados. Em algumas oportunidades encontramos dificuldades e conseguimos solucioná-las. Em outras não, e isso estava acontecendo - disse o técnico em entrevista exclusiva ao "SporTV News".
Ao contrário do que disse na coletiva de despedida, quando afirmou que Ricardo Gomes foi contra a sua saída, Cristóvão contou que o antigo parceiro o apoiou.
- Liguei para o Ricardo Gomes, antes de anunciar meu desejo de deixar o Vasco, e ele me disse para eu pensar bem se era isso que queria fazer. Depois, disse para eu seguir minha intuição, foi isso que eu fiz - disse.
O técnico deixa o clube após 78 partidas, com 41 vitórias, 18 empates e 19 derrotas. Na reta final, Cristovão Borges passou por momentos de pressão, lidando com protestos da torcida. Contudo, o treinador não considera a cobrança vinda das arquibancadas como negativa. Ele avalia que esse comportamento é normal quando se trata de um time grande, como é o caso do Vasco.
- (Os torcedores) são apaixonados, querem os resultados e, se isso não acontece, é normal protestarem. Sobretudo em um time de ponta como o Vasco. Acredito que a torcida é sim bastante exigente, mas não só comigo. Muitas vezes os protestos aconteceram com vitórias também - afirmou.
Na visão de Cristóvão, a venda de jogadores importantes no meio do ano afetou a capacidade do Vasco de manter o bom rendimento obtido no primeiro turno do Brasileirão. O Vasco perdeu Allan, Diego Souza, Rômulo e Fagner para clubes do exterior.
- Perdemos jogadores experientes e importantes para o grupo. No início, conseguimos repor essas perdas que foram juntas e significativas e até conseguimos bons resultados, mas sabíamos que, em algum momento, isso seria sentido e foi o que aconteceu. Estávamos passando por um momento difícil, conturbado, de pressão e precisávamos fazer alguma coisa e entendi que a minha saída poderia sacudir, mudar isso - disse.
Após um ano e meio de trabalho na Colina, entre tempo como auxiliar e treinador, ele revelou um sentimento de orgulho por tudo o que fez no Vasco, afirmou que sempre teve apoio do presidente Roberto Dinamite - assim como da diretoria - e disse que deve muito aos jogadores. Apesar da despedida dolorosa, pensa em comandar um próximo clube.
- Todo rompimento é triste, traumático. Com certeza quando acordar amanhã vou sentir um vazio. Mas acredito que essa minha experiência à frente do Vasco me credencia para treinar outra equipe. Não só tenho vontade, como tenho certeza de que vou comandar. Vou dar continuidade à minha carreira. Logo vou trabalhar em outro lugar, com certeza.
O Vasco enfrenta o Palmeiras, nesta quarta-feira, em São Januário, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time entra em campo sob comando de Gaúcho, treinador dos juniores do clube.
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