quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Grêmio dá brilho à história e restaura taças do Olímpico; o antes e depois

Mais de 3 mil peças passaram pelas mãos da equipe da restauradora Alice Prati. GLOBOESPORTE.COM seleciona cinco e mostra a evolução

Por Lucas Rizzatti Porto Alegre
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taças grêmio (Foto: Rodrigo Fatturi/Divulgação Grêmio)Grêmio mandou restaurar mais de 3 mil peças
(Foto: Rodrigo Fatturi/Divulgação Grêmio)
Alice Prati e sua equipe não formam um time de futebol, mas, nos últimos dois anos e meio, levantaram tantas taças importantes, a ponto de causar inveja aos capitães Hugo De León e Adilson. Ela é responsável por deixar as relíquias mais preciosas do Grêmio tinindo de novas para a mudança de casa. Os troféus mais emblemáticos da 'era Olímpico, que repousam há décadas no Memorial Hermínio Bittencourt, agora recebem novo brilho, cores mais vivas, alças firmes e gravações salientes. É como uma superprodução para uma festa de gala - no caso, a inauguração da Arena, em dezembro, para onde as peças serão transportadas de modo definitivo.
Ao todo, são cerca de 3 mil troféus, somando ainda outros artefatos, como bandejas comemorativas e medalhas (800 costumam ser expostos no museu). O ateliê de Alice recebeu cerca de 100 peças por mês. O trabalho é pautado pelo esmero e cuidado. E passa longe de uma ciência exata. A restauração depende de vários fatores para ser finalizada. Vai do material da taça, que pode rejeitar determinado tipo de cola, até circunstâncias externas, como a umidade.
- Tem troféu que demora cinco horas. Outros, quatro meses - exemplifica Alice. - Quanto mais importante o troféu, é mais difícil, porque ele é mais gasto, já que todo mundo um dia quis pegá-lo na mão.
Ainda há demanda pela frente, porém já é possível notar o resultado desse saudável e paciente acerto de contas da tecnologia com um passado do Grêmio. Depois de banhos químicos, pinturas, colagens, montagens... O GLOBOESPORTE.COM traz cinco taças importantes da 'era Olímpico', que, renovados, vão carregar para a Arena um pedaço vistoso e, melhor ainda, vitorioso da história do estádio que se despede no domingo.

> Confira o antes e depois das taças:
Campeonato Brasileiro de 1981 - o título foi conquistado no Morumbi, no gol imortal de Baltasar, mas, no Olímpico, tudo começou a dar certo. Com dois gols de Paulo Isidoro, o Grêmio virava sobre o São Paulo e garantia a vantagem necessária. O primeiro título fora do Rio Grande do Sul, a taça da maioridade tricolor.


Libertadores de 1983 - O empresário e ex-zagueiro Baidek não tem dúvidas. A vitória do Grêmio sobre o Peñarol naquele gelado 28 de julho e 1983 foi o maior jogo da história do Olímpico. Ele estava lá, ao lado de Hugo De León, na defesa tricolor. Era a primeira conquista da América, a primeira taça, o único sangue a verter da testa de um capitão na história da Libertadores.


Copa do Brasil de 1989 - O Grêmio ensinou o país a jogar a Copa do Brasil. Ganhou a primeira, com gol de Cuca (venceria mais três). Aos risos, diz que fez o gol com a canhota, a "perna errada", num chute que muitos dizem que deu errado. "Como deu errado? Eu fiz o gol!", reclama até hoje o agora técnico do Atlético-MG. Edinho foi quem ergueu a taça na pista atlética do Olímpico.


Recopa de 1996 - Essa taça foi erguida muito longe, em Kobe, no Japão. Mas valeu a comemoração de uma madrugada inteira em Porto Alegre. Os 4 a 1 sobre o Independiente não deixou sombra de dúvida sobre quem mandava na América, nos anos 1990.



Brasileirão Série B 2005 - A Batalha dos Aflitos, dos sete contra 11, do joelhaço de Galatto na bola em falso de Ademar, do gol impossível do craque-reserva, acabou deixando reflexos na taça. Estava, sete anos depois, um tanto descascada, fosca, quase sem brilho. Agora, como aquele time fizera em 71 segundos, renasce, imortal, como sempre será, para os gremistas, aquele 26 de novembro.

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