quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sem garantias financeiras, Rio 2016 descarta São Januário nos Jogos

Entidade diz que clube não apresentou projeto completo para receber rúgbi
até a data limite. Diretoria não sabia sobre necessidade da carta de fiança

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
156 comentários
São Januário, Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)São Januário está fora das Olimpíadas 2016, diz
comitê (Foto: Marcelo Sadio / Vasco.com.br)
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 emitiu um comunicado nesta quinta-feira descartando o uso de São Januário para as competições de rúgbi das Olimpíadas. De acordo com o órgão, o clube não enviou dentro do prazo estipulado (última quarta-feira, 31 de outubro) o projeto completo para receber a disputa. O Engenhão, que será ampliado, já surge como a principal alternativa.
A versão da diretoria do Vasco é que, neste momento, o comitê não havia exigido a carta de fianças, que estabelece garantias financeiras sobre quem investirá na transformação do estádio em uma arena de acordo com as exigências do COI. O clube ainda apronta esta e outras documentações e, por isso, não a anexou ao dossiê que foi entregue. Embora já estivesse definido que o BNDES emprestará o equivalente a 60% da reforma e o restante será dividido entre investidores e patrocinadores, que só serão escolhidos após a licitação, prevista para 2013, e explorarão suas marcas no local.
O detalhamento do estudo de viabilidade também não atendeu às expectativas do comitê, se mostrando superficial em diversos pontos. O corpo de conselheiros do Cruz-maltino, aliás, jamais foi favorável a certas adequações ao COI, acreditando que somente ao ceder São Januário após as obras já era suficiente.
O GLOBOESPORTE.COM não conseguiu contato com o alto comando do projeto, composto pelo presidente Roberto Dinamite, pelo diretor geral Luiz Gomes e pelo vice de marketing Eduardo Machado, além de conselheiros influentes, como o empresário Olavo Monteiro de Carvalho. Nenhum atendeu às ligações. Antes, o caso era tocado pelo ex-vice de finanças Nelson Rocha e pelo ex-vice de patrimônio Fred Lopes, que pediram demissão de seus cargos em setembro.
Faltava ainda o projeto de urbanização do entorno de São Januário, que ficará sob responsabilidade da Prefeitura, grande parceira na empreitada pelo fato de Eduardo Paes ser vascaíno. Além dele e do governador Sergio Cabral, outro torcedor do clube, o secretário municial de Conservação e Serviços Públicos (e ex-coordenador da candidatura do Rio-2016), Carlos Roberto Ozório, e o secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, sempre foram alianças importantes para que a honra de sediar a competição não saísse das mãos do Vasco
Em entrevista coletiva na terça, Dinamite enfatizou a importância de o estádio ser modernizado e contava com a resposta positiva do comitê Rio 2016, após o esforço do trabalho de mais de um ano.
- O desejo do Vasco é fazer aqui uma arena. Estamos trabalhando o projeto para fazer de São Januário um novo anel com uma empresa do ramo. Inicialmente, Nelson (Rocha, ex-vice de finanças) e Fred Lopes (ex-vice de patrimônio) tiveram autonomia nesse processo. Houve reuniões também com prefeito e governador. Para fazer uma arena, passa por obras no entorno de São Januário. É um projeto para o Vasco ser sede do rúgbi, que passa pelo (Carlos Arthur) Nuzman (presidente do COB e comitê Rio 2016) e para termos mais conforto para atender o torcedor. Vamos entregar o documento para que isso possa começar a ser realizado - declarou.
Confira o comunicado oficial do Comitê Rio 2016 na íntegra:
O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016™ (Rio 2016™), o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Conselho Internacional de Rugby (IRB, na sigla em inglês) estão totalmente empenhados em garantir competições excepcionais de rugby nos Jogos Olímpicos de 2016.

O Estádio de São Januário fora identificado como a potencial instalação para o rugby. Essa possibilidade estava sujeita ao atendimento de certas exigências.
O Clube de Regatas Vasco da Gama foi requisitado, em 9 de abril de 2012, a enviar, até 31 de outubro de 2012, o projeto completo e todas as garantias, incluindo financeiras, referentes à cessão do estádio nas condições exigidas pelo COI e pelo IRB para o evento.
Por não ter recebido a documentação pedida até a data estipulada, o Rio 2016™ promoverá agora uma reavaliação dos planos operacionais do Estádio João Havelange, em conjunto com o IRB e o COI, para assegurar que a estreia do rugby nos Jogos Olímpicos seja bem sucedida e memorável.
O IRB acrescentou: “O IRB tem sido totalmente informado pelo Rio 2016™ das discussões em andamento sobre a escolha da instalação esportiva para os eventos de rugby nos Jogos Olímpicos.
O IRB continuará a trabalhar em parceria com o Rio 2016™ e o COI para assegurar a realização de eventos de rugby marcantes e bem sucedidos para as equipes, os fãs e as famílias Olímpica e do rugby.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário