Jean Azevedo espera um Dakar diferente sem irmão ao lado
De volta à categoria moto, piloto de São José dos Campos lamenta ausência do irmão André Azevedo após 14 anos juntos no rali
Juntos, acompanharam o crescimento do rali, a evolução dos veículos, a crise na segurança, a mudança de nome e o deslocamento do evento da África para a América do Sul. Em 2013, no entanto, o Dakar será diferente. Pela primeira vez após 14 oportunidades, Jean, o mais novo, de 38 anos, não terá a companhia do irmão mais velho, de 53 anos, que anunciou sua aposentadoria este ano.
- Vai ser diferente. Em todas as minhas participações ele (André) estava lá. Nas duas primeiras de moto, junto comigo, e nas demais no caminhão. Com certeza vai ser diferente, mais sozinho - conta Jean, que falou com o GLOBOESPORTE.COM após um treino em Caçapava, no interior de São Paulo.
Além da companhia em família, o piloto que volta à categoria moto depois de dois anos disputando o Dakar na categoria carro revela o que mais sentirá falta nesta edição do rali, com largada programada para o dia 5 de janeiro em Lima, no Peru.
- Caminhão é a categoria que larga por último, então, de certa maneira, qualquer coisa que acontecia, eu tinha a tranquilidade de que ele (André) passaria por ali depois. Agora não tenho mais essa tranquilidade. Entre os competidores existe ajuda se alguém estiver acidentado, senão, nem olham - destaca.
Em seu último Dakar na categoria moto, em 2011, Jean Azevedo ficou na 7ª colocação no geral. Para seu retorno, o piloto mantém o objetivo de terminar a competição entre os 10 primeiros.
- Até 2008, ia ao Dakar com uma ideia do que poderia almejar, porque estava em contato com os adversários. Agora perdi um pouco desse contato. Vou com o objetivo de buscar uma posição entre os 10 primeiros. Vão largar, se não me engano, 198 motos, são os melhores, então, o primeiro objetivo é ficar entre os 10. Quem sabe, chegando lá, dá pra ver que conseguimos subir um pouquinho e a gente vai tentar, lógico.
Jean Azevedo está otimista para o Dakar (Foto: Doni Castilho/DFotos)- Só corri de moto quando o rali era na África. Então tinha que treinar por aqui, pegar a moto na Europa, andar nem 20 km e já ir para a largada. Nunca pude conhecer bem a moto. Essa é minha 15ª participação no Dakar e a primeira vez que vou poder conhecer o equipamento antes da prova. Era uma desvantagem que tinha e que esse ano não vou ter - destacou.
André Azevedo deixou as competições este ano(Foto: Malagrine Estúdio)
- O bom de treinar com a moto da prova é que você pode realizar seus ajustes. O Dakar é uma prova de 8.500 km, problemas eventualmente acontecem e é bom que esses problemas aconteçam também no treino. Você não fica quebrando cabeça na prova.
Com 25 anos de carreira, Jean Azevedo lamenta a mudança do Dakar para a América do Sul por questões de segurança. Ao mesmo tempo, lembra que a competição ficou mais acirrada.
- Pensar no Dakar fora da África é esquisito. Acho que perdeu um pouco daquele lado psicológico, de estar longe de tudo, a preocupação com o terrorismo. Tinha a competição, mas tinha esse 'extra', também muito forte. Aqui virou competição, não tem esse extra. Na África era mais técnico e aqui ficou mais disputado. Encontratam lugares aqui tão duros quanto na África. Os competidores estão evoluindo, assim como os equipamentos. A cada ano só está ficando mais difícil - completa.
Jean Azevedo e sua equipe embarcam neste domingo, 16, para finalizar a preparação para a largada no Perú. O Dakar termina no dia 20 de janeiro.
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