quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Lindsey Vonn revela que luta contra
depressão desde a adolescência

'Estou feliz pela primeira vez, após um longo período. Finalmente todas as partes da minha vida estão em sincronia', diz a musa americana do esqui

Por GLOBOESPORTE.COM Val d'Isere, França
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Lindsey Vonn esqui alpino Copa do Mundo de Aspen (Foto: Reuters)Lindsey conta que superou depressão na
adolescência e no casamento (Foto: Reuters)
Linda e melhor do mundo no esqui alpino, Lindsey Vonn parece ter uma vida quase perfeita. Mas, nos bastidores, o cotidiano é de tristeza boa parte do tempo. Foi assim mesmo quando conquistou duas medalhas olímpicas, em Vancouver 2010. Em entrevista à revista "People", a musa americana do esqui alpino - 28 anos, tetracampeã da Copa do Mundo e candidata ao prêmio Laureus de melhor atleta do ano -, contou que luta contra a depressão desde a adolescência. Um dos principais capítulos foi o casamento com Thomas Vonn, seu ex-treinador. Eles se separaram em novembro de 2011, depois de quatro anos juntos.
- Todos me viam na TV, meu casamento lindo, parecia uma vida perfeita. Mas, por trás, era uma grande luta. Nada de ruim aconteceu, mas eu era infeliz. É a única forma de descrever: infeliz. Divórcio não combinaria com minha imagem, mas eu pensei: "não ligo se nunca mais vencer de novo". O que não posso é continuar a viver desse jeito.
Vonn conta que teve os primeiros sintomas de depressão no fim da adolescência, em 2002, pouco depois de sua estreia em competições internacionais. Na época, o casamento dos pais dela ruía. E Lindsey encontrava no esqui uma válvula de escape.
- Talvez por teimosia ou por vergonha de admitir que algo estava errado, eu não procurei ajuda. Eu canalizava minhas emoções no esqui - inseguranças, raiva, decepções. Dormia antes de dormir e, de manhã, ia para montanha. Quando esquio, sou feliz.
esqui Lindsey Vonn  (Foto: Getty Images)Lindsey de saia curta em show (Foto: Getty Images)
O problema voltou um ano depois do casamento. O marido pediu que ela se consultasse com um médico. Lindsey foi diagnosticada com depressão e, desde então, começou a tomar antidepressivos.
- Não conseguia levantar da cama. Sentia-me sem força, vazia, como um zumbi.
Depois de um mês, estava se sentindo bem novamente, "uma nova pessoa".
- Foi muito louco. A animação voltou. Tive sorte de encontrar um bom tratamento rapidamente.
A depressão permaneceu em segredo entre o casal e, apesar do apoio de Thomas, o casamento começou a declinar. Após o divórcio, Lindsey se reaproximou do pai, com quem brigou porque ele não aprovava o casamento. Thomas é nove anos mais velho. Antes, ela se chamava Lindsey C. Kildow.
Neste ano, solteira, Lindsey tem levado a irmã para todas as etapas. E traçou metas. Além da vaga para os Jogos de Inverno de Sochi 2014, quer competir contra homens. Teve o primeiro pedido vetado, mas já avisou que não vai desistir.
Em Vail, antes da única etapa americana da Copa do Mundo, Lindsey deu um susto ao ser internada por dois dias. Sofria com dores intestinais. Voltou a competir e, em Lake Louise, no Canadá, venceu três provas seguidas. Ganhou também em St. Moritz, na Suíça, onde deu de ombros para um desentendimento com Tina Maze - a eslovena achou que Lindsey tivesse direcionado a ela um palavrão após a vitória.
Lindsey tem 57 vitórias na Copa do Mundo e pode se tornar a maior vencedora de todos os tempos. Apenas a já aposentada da Annemarie Moser-Proell (62). Mais um motivo para voltar a sorrir...
- É um novo capítulo na minha vida. E estou feliz pela primeira vez, após um longo período. Finalmente todas as partes da minha vida estão em sincronia. Eu me aceito do jeito que sou e sigo em frente - conta.

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