terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Fenômeno americano de 16 anos ameaça reinado de brasileiros no Rio

Jono Schwan é um dos destaques da nova geração, na etapa carioca do Mundial de Skate Vertical, de sexta-feira a domingo, pelo Verão Espetacular

Por Ana Carolina Fontes Rio de Janeiro
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Jono Schwan skate Mundial de Skate Vertical Rio de Janeiro (Foto: Ana Carolina Fontes)Jono Schwan mostra o seu "shape", personalizado
por um artista dos EUA (Foto: Ana Carolina Fontes)
Tudo começou com um filme da Disney. Inspirado pelo personagem do Pateta, um cachorro atrapalhado que andava de skate em "A Goofy Movie" ("Pateta - O Filme"), Jonathan Schwan, mais conhecido como Jono, resolveu se arriscar pelas pistas, aos 10 anos de idade. Os primeiros passos do americano foram tímidos, em uma minirrampa perto de casa. Não demorou para ele virar um fenômeno. Cinco anos depois, em 2012, o menino prodígio sagrou-se vice-campeão mundial de vertical, desbancando feras como o brasileiro Bob Burnquist, o britânico Paul Luc Ronchetti, o canadense Pierre Luc Gagnon e o compatriota Danny Mayer. Sem se intimidar pela pressão de competir ao lado dos grandes, o jovem de 16 anos só quer se divertir, como todo adolescente. Esse será o lema de Jono, ameaça à hegemonia dos brasileiros na etapa carioca do Mundial de Skate Vertical, no Parque dos Patins. O evento será transmitido ao vivo pelo SporTV, na sexta-feira e no sábado, e pela TV Globo, dentro do Esporte Espetacular, no domingo.
- Quando subo em cima de um skate, só penso em me divertir. É o que eu mais gosto de fazer na vida. Minhas expectativas para a competição no Rio são as melhores, quero reencontrar bons amigos e curtir o momento. É um sonho poder competir com os meus ídolos, sou fã do Bob e do Sandro Dias - disse o vice-campeão mundial, que faz sua estreia em terras brasileiras.
Quando subo em cima de um skate, só penso em me divertir. Quero reencontrar bons amigos e curtir o momento. É um sonho competir com os meus ídolos, sou fã do Bob e do Sandro Dias"
Jono Schwan
O sucesso e a habilidade nas quatro rodinhas têm levado o skatista mirim e sua família para inúmeras viagens ao redor do mundo. Com tantos campeonatos ao longo do ano, há quem pense que ele não tenha tempo para ir à escola, mas não é o caso. Bom aluno, está sempre em dia com os estudos, independentemente do continente em que esteja. Quando volta à cidade natal, faz as provas, testes e trabalhos, graças a um sistema flexível.
Ao contrário da maior parte dos jovens de sua faixa etária, Jono não é um aficcionado por futebol americano e não sabe nem se vai torcer por algum time no Super Bowl - a decisão será entre Baltimore Ravens e San Francisco 49ers, no domingo. Além do skate, outro esporte que caiu nas graças do menino é o futebol, herança dos tempos em que viveu na África. Pela primeira vez no Brasil, ele espera conhecer os principais pontos turísticos da Cidade Maravilhosa e guardar um tempo para jogar uma pelada com os amigos, de preferência, na praia.
- Não sou bom, mas gosto muito de futebol. Adoro ver o Manchester United e o Liverpool jogarem. Seria muito legal se desse para disputar uma partida com os brasileiros depois do campeonato, quem sabe em Copacabana ou Ipanema. Sempre quis conhecer o país e o Rio de Janeiro, ver o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor... Completei 16 anos ontem e essa viagem está sendo um presente - contou o jovem, que ainda gosta de andar de snowboard, tirar fotografias, tocar guitarra e desenhar nas horas vagas.
Skate Jono Schwan Rio de Janeiro (Foto: Carolina Fontes)Antes da estreia no Mundial de Skate Vertical, Jono Schwan aproveita para treinar (Foto: Carolina Fontes)
Natural de Washington e radicado em Colorado Springs, nos Estados Unidos, Jono é um menino do mundo. Como o pai é diplomata, ele já viveu na África, na Irlanda e na Austrália, onde se apaixonou pelo skate. Quando se mudou para o Colorado, sentiu falta de uma rampa. Engajado e politicamente correto, fundou uma organização sem fins lucrativos, a SK8 STRONG, que tem como objetivo incentivar a prática de skate, além de outras causas.
- Não havia nenhuma rampa de vertical no Colorado, por isso, vi a necessidade de se criar uma comunidade de skate, um espaço para pessoas de todas as idades praticarem o esporte (a rampa construída foi avaliada em cerca de U$200 mil) e dividirem essa experiência. A SK8 STRONG busca contribuir com o desenvolvimento do skate de diferentes formas, desde ações desse tipo, assim como ajudar os amadores e iniciantes. Por enquanto, ainda é uma organização nacional, mas gostaria de levá-la para outros países no futuro.
No ano passado, quando disputava os X Games, um incêndio florestal se espalhou por Colorado Springs, obrigando a evacuação de mais de 32 mil pessoas. Sem pensar duas vezes, Jono pegou um dos skates que levou para a viagem e pediu o autógrafo de lendas que competiam em Los Angeles. O dinheiro arrecadado pela venda foi destinado ao plantio de árvores em Waldo Canyon, uma das regiões mais atingidas pela catástrofe, que destruiu quilômetros de hectares, casas e edifícios. O jovem coletou 28 assinaturas, incluindo as dos ídolos Steve Caballero, Christian Hosoi, Tony Hawk, and Danny Way, e outras da nova geração, representada por Martin Andre, Nolan Munroe, Josh Stafford e Tom Schaar.
Confira os campeões das 10 edições da etapa carioca do Mundial:
2002 - Sandro Dias
2003 - Rune Glifberg (DIN)
2004 - não teve
2005 - Bob Burnquist
2006 - Bob Burnquist
2007 - Sandro Dias
2008 - Bob Burnquist
2009 - Renton Millar(AUS)
2010 - Marcelo Bastos
2011 - Marcelo Bastos
2012 - Bob Burnquist

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