Jorge Santiago perde para Gunnar Nelson no card principal em Londres
Brasileiro não mostra poder de reação, é dominado por
islandês invicto na carreira e, em sua terceira passagem pelo UFC,
continua sem impressionar
Não foi desta vez - a terceira - que o brasileiro Jorge Santiago
conseguiu ir bem no UFC. Após duas demissões do maior torneio de MMA do
planeta, o carioca teve mais uma oportunidade, desta vez diante do
invicto islandês Gunnar Nelson (10-0-1). Estreando na categoria dos
meio-médios - lutava como peso-médio anteriormente - Santiago mostrou
pouca força física e potência nos golpes e não levou perigo ao
adversário, que manteve-se sem saber o que é derrota ao conquistar sua
11ª vitória em 12 lutas por decisão unânime dos juízes (29-28, 29-28 e
30-27).
A luta
O primeiro round começou com os dois lutadores se estudando e tentando
chutes altos, mas sem muito efeito. Faixa-preta de jiu-jítsu de Renzo
Gracie, Gunnar Nelson esperou metade do round para levar o brasileiro
para o chão, mas Santiago conseguiu defender-se muito bem e levantar-se
sem sofrer golpes. Respeitando-se muito, os atletas não se precipitavam e
evitavam arriscar tudo de uma vez. Sem muita ação, o round inicial foi
muito equilibrado.
No segundo round, um cruzado de esquerda de Nelson atingiu o
brasileiro, que pareceu sentir. O islandês manteve a pressão, e
conseguiu uma sequência de três golpes cruzados. Santiago não reagiu,
ficou fixo na grade, e facilitou a estratégia de Nelson de levá-lo para o
chão. Por cima, o islandês alternava golpes no abdômen e no rosto,
atingindo o brasileiro, que não esboçava reação, e pontuando.
confortável na luta, Nelson montou com facilidade e buscou os golpes
diretos no rosto. O domínio de Gunnar Nelson era total, e o brasileiro
precisava mudar drasticamente o seu plano de luta se quisesse vencer.
A luta recomeçou no round final com Nelson mantendo a sua estratégia,
esperando a movimentação do brasileiro para trabalhar no contra-ataque.
Jorge Santiago não mostrava muita iniciativa e aparentava cansaço e
muito desgaste. Sem velocidade e lento na luta, provavelmente por ter
tido que perder muita massa para lutar nos meio-médios, Santiago era
dominado por Gunnar Nelson. A dois minutos do fim da luta, o brasileiro
acertou um bom golpe no islandês, que respondeu com uma sequência de
uppercut e cruzado que o deixou grogue. Mostrando resistência, Jorge
Santiago resistia ao castigo, mas nem mesmo um golpe no último segundo
que balançou o rival foi capaz de dar-lhe a vitória.
Confira as demais lutas do card principal do "UFC: Barão x McDonald":
Peso-pena: Dustin Poirier (13-3) x Cub Swanson (19-5)
O duelo entre Swanson e Poirer pôs frente a frente, respectivamente, o
sexto e o sétimo colocados no ranking oficial do UFC. Vindo de três
vitórias seguidas, contra George Roop, Ross Pearson e Charles do Bronx,
Cub Swanson começou a luta de forma agressiva, como é seu estilo, mas
Dustin Pioirier, que vem de vitória contra Jonathan Brookins, cadenciou o
combate, e aos poucos começou a pressionar Swanson na grade. A reação
foi muito forte por parte de Swanson, e Poirier teve de recuar. Com
inteligência, Poirier conseguiu segurar um chute do rival e o jogou no
chão, caindo rapidamente em sua guarda, por cima, mantendo-se ali até o
fim do round. No segundo round, Poirier tentou um pisão frontal, que
passou no vazio. Ele acertou um chute curto e recebeu um jab no corpo.
Swanson seguia conectando mais golpes na luta em pé, e levando vantagem
no combate. Confiante, Swanson tentou um soco rodado a dois minutos do
fim do round, mas Poirier foi mais ágil, esquivando-se e levando a luta
para o chão, mas não conseguiu manter o rival lá. A luta seguiu
equilibrada até o fim do round. Na volta ao combate para o round
decisivo, Dustin Poirier mostrou-se mais agressivo, acertando diversos
socos em Cub Swanson, que sentiu o castigo e apressou-se em levar a luta
para o chão, ficando por cima do rival, na sua guarda. Com muita
habilidade, Swanson forçou Poirier a ceder-lhe as costas, "mochilando" e
controlando o adversário. Após brincar com Poirier, Swanson perdeu a
posição no chão, mas mesmo assim aplicou um belo golpe de judô, jogando o
rival com as costas no chão e voltando a controlá-lo até o fim da luta,
garantindo a vitória por decisão unânime dos juízes (29-28, 30-27 e
30-27).
Peso-meio-pesado: Jimi Manuwa (13-0) x Cyrille Diabate (19-9-1)
Carregando consigo a maior expectativa dos fãs ingleses, o londrino
Jimi Manuwa enfrentou o veterano francês Cyrille Diabate na
antepenúltima luta do "UFC: Barão x McDonald". Conhecido por jamais ter
lutado até o terceiro round em seus combates, o inglês tinha a diferença
de altura contra si (mede 1,82m contra 1,98m de Diabate), mas impôs seu
ritmo de luta com muita movimentação e golpes fortes principalmente na
média distância. Após vencer claramente o primeiro round, Manuwa viu
Diabate chamar o médico e dizer que sentia dores na altura da
panturrilha esquerda, e que não conseguia mexer a perna. Diante da
desistência do francês, o árbitro Leon Roberts declarou a luta
encerrada, com vitória de Jimi Manuwa por nocaute técnico por
interrupção médica.
Peso-meio-pesado: James Te Huna (15-5) x Ryan Jimmo (17-1)
O australiano James Te Huna surpreendeu o público ao entrar ao som de
"Man in Black" fazendo uma coreografia com os membros de sua equipe.
Vestido a caráter, com terno preto e óculos escuros, o lutador levantou a
plateia. No primeiro round, Jimmo travou Te Huna na grade, mas quando a
luta foi para o centro do octógono, um chute alto espetacular do
canadense derrubou o australiano, que sofreu uma durissima sequência de
golpes, mas sempre buscando defender-se. Mesmo com o supercílio direito
aberto e por baixo no chão, Te Huna buscava golpear o rival,
principalmente usando os cotovelos. Jimmo resistia e travava a luta,
buscando descansar até o fim do round. Te Huna voltou mais cauteloso
para o segundo round, e na metade do round conseguiu derrubar o
adversário e cair passando a guarda, dominando o pescoço do rival, na
posição de 100kg. Bem fisicamente, o australiano dominava a luta no chão
e usava os cotovelos e os punhos para golpear o canadense, que sentia o
cansaço e os golpes sofridos, equilibrando o combate. No terceiro e
último round, os dois atletas se mostravam cansados, especialmente Ryan
Jimmo, que travava a luta a todo momento. Mais inteiro fisicamente,
James Te Huna buscava os golpes e perseguia o canadense, dominando o
centro do octógono. A dois minutos do fim da luta, o australiano
conseguiu a queda, e trabalhou o "ground and pound" para pontuar e
evitar a reação de Jimmo, que não tinha mais forças para reagir. No fim,
vitória por decisão unânime dos juízes para James Te Huna (29-28, 29-28
e 29-27).
Peso-meio-médio: Che Mills (15-6) x Matt Riddle (8-3)
Conhecido por dar bons espetáculos em suas lutas, o jovem americano
Matt Riddle teve pela frente o experiente striker inglês Che Mills, que
venceu seis de suas últimas sete lutas. O americano iniciou a luta
buscando encurtar a distância e buscando as pernas de Mills. O inglês
defendeu bem a investida do rival. Riddle conseguiu a derrubada, mas
Mills levantou-se rapidamente. A dois minutos do fim, o inglês acertou
bons chutes baixos e combinou com cruzados de direita que acertaram o
rosto do americano. Riddle claramente não queria a luta em pé, e
conseguiu levar Mills para o solo a segundos do fim, ficando por cima
até o fim do round. No segundo round, o americano segurou a perna do
inglês logo no início, e derrubou-o. Mills, ao ver que seria derrubado,
tentou um chute voador, que não acertou em Riddle. Por cima no chão, o
americano lutava com a guarda passada, mas sem conseguir agredir Mills
com contundência. A um minuto do fim, Riddle conseguiu a montada, e
depois dominou as costas do inglês na grade. No domínio das ações, o
americano ainda ficou por cima do inglês, mas sem tentar a finalização.
No terceiro round, Che Mills partiu para a trocação aberta, e Riddle
novamente buscou as pernas do rival para tentar levar a luta para o chão
ou travá-la na grade. No solo, o americano não dava chances ao inglês,
ficando por cima e travando o combate. a menos de um minuto para o fim
da luta, o inglês conseguiu a raspagem, levantando-se e buscando os
chutes nas pernas do americano, que se mantinha no solo. O árbitro
mandou Riddle levantar-se, mas não houve tempo para mais nada. No fim,
vitória de Matt Riddle por decisão dividida (29-28, 28-29 e 30-27).
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