sábado, 16 de fevereiro de 2013

Jorge Santiago perde para Gunnar Nelson no card principal em Londres

Brasileiro não mostra poder de reação, é dominado por islandês invicto na carreira e, em sua terceira passagem pelo UFC, continua sem impressionar

Por SporTV.com Londres
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Não foi desta vez - a terceira - que o brasileiro Jorge Santiago conseguiu ir bem no UFC. Após duas demissões do maior torneio de MMA do planeta, o carioca teve mais uma oportunidade, desta vez diante do invicto islandês Gunnar Nelson (10-0-1). Estreando na categoria dos meio-médios - lutava como peso-médio anteriormente - Santiago mostrou pouca força física e potência nos golpes e não levou perigo ao adversário, que manteve-se sem saber o que é derrota ao conquistar sua 11ª vitória em 12 lutas por decisão unânime dos juízes (29-28, 29-28 e 30-27).
A luta
O primeiro round começou com os dois lutadores se estudando e tentando chutes altos, mas sem muito efeito. Faixa-preta de jiu-jítsu de Renzo Gracie, Gunnar Nelson esperou metade do round para levar o brasileiro para o chão, mas Santiago conseguiu defender-se muito bem e levantar-se sem sofrer golpes. Respeitando-se muito, os atletas não se precipitavam e evitavam arriscar tudo de uma vez. Sem muita ação, o round inicial foi muito equilibrado.
No segundo round, um cruzado de esquerda de Nelson atingiu o brasileiro, que pareceu sentir. O islandês manteve a pressão, e conseguiu uma sequência de três golpes cruzados. Santiago não reagiu, ficou fixo na grade, e facilitou a estratégia de Nelson de levá-lo para o chão. Por cima, o islandês alternava golpes no abdômen e no rosto, atingindo o brasileiro, que não esboçava reação, e pontuando. confortável na luta, Nelson montou com facilidade e buscou os golpes diretos no rosto. O domínio de Gunnar Nelson era total, e o brasileiro precisava mudar drasticamente o seu plano de luta se quisesse vencer.
A luta recomeçou no round final com Nelson mantendo a sua estratégia, esperando a movimentação do brasileiro para trabalhar no contra-ataque. Jorge Santiago não mostrava muita iniciativa e aparentava cansaço e muito desgaste. Sem velocidade e lento na luta, provavelmente por ter tido que perder muita massa para lutar nos meio-médios, Santiago era dominado por Gunnar Nelson. A dois minutos do fim da luta, o brasileiro acertou um bom golpe no islandês, que respondeu com uma sequência de uppercut e cruzado que o deixou grogue. Mostrando resistência, Jorge Santiago resistia ao castigo, mas nem mesmo um golpe no último segundo que balançou o rival foi capaz de dar-lhe a vitória.
Confira as demais lutas do card principal do "UFC: Barão x McDonald":
Peso-pena: Dustin Poirier (13-3) x Cub Swanson (19-5)
O duelo entre Swanson e Poirer pôs frente a frente, respectivamente, o sexto e o sétimo colocados no ranking oficial do UFC. Vindo de três vitórias seguidas, contra George Roop, Ross Pearson e Charles do Bronx, Cub Swanson começou a luta de forma agressiva, como é seu estilo, mas Dustin Pioirier, que vem de vitória contra Jonathan Brookins, cadenciou o combate, e aos poucos começou a pressionar Swanson na grade. A reação foi muito forte por parte de Swanson, e Poirier teve de recuar. Com inteligência, Poirier conseguiu segurar um chute do rival e o jogou no chão, caindo rapidamente em sua guarda, por cima, mantendo-se ali até o fim do round. No segundo round, Poirier tentou um pisão frontal, que passou no vazio. Ele acertou um chute curto e recebeu um jab no corpo. Swanson seguia conectando mais golpes na luta em pé, e levando vantagem no combate. Confiante, Swanson tentou um soco rodado a dois minutos do fim do round, mas Poirier foi mais ágil, esquivando-se e levando a luta para o chão, mas não conseguiu manter o rival lá. A luta seguiu equilibrada até o fim do round. Na volta ao combate para o round decisivo, Dustin Poirier mostrou-se mais agressivo, acertando diversos socos em Cub Swanson, que sentiu o castigo e apressou-se em levar a luta para o chão, ficando por cima do rival, na sua guarda. Com muita habilidade, Swanson forçou Poirier a ceder-lhe as costas, "mochilando" e controlando o adversário. Após brincar com Poirier, Swanson perdeu a posição no chão, mas mesmo assim aplicou um belo golpe de judô, jogando o rival com as costas no chão e voltando a controlá-lo até o fim da luta, garantindo a vitória por decisão unânime dos juízes (29-28, 30-27 e 30-27).
Peso-meio-pesado: Jimi Manuwa (13-0) x Cyrille Diabate (19-9-1)
Carregando consigo a maior expectativa dos fãs ingleses, o londrino Jimi Manuwa enfrentou o veterano francês Cyrille Diabate na antepenúltima luta do "UFC: Barão x McDonald". Conhecido por jamais ter lutado até o terceiro round em seus combates, o inglês tinha a diferença de altura contra si (mede 1,82m contra 1,98m de Diabate), mas impôs seu ritmo de luta com muita movimentação e golpes fortes principalmente na média distância. Após vencer claramente o primeiro round, Manuwa viu Diabate chamar o médico e dizer que sentia dores na altura da panturrilha esquerda, e que não conseguia mexer a perna. Diante da desistência do francês, o árbitro Leon Roberts declarou a luta encerrada, com vitória de Jimi Manuwa por nocaute técnico por interrupção médica.
Peso-meio-pesado: James Te Huna (15-5) x Ryan Jimmo (17-1)
O australiano James Te Huna surpreendeu o público ao entrar ao som de "Man in Black" fazendo uma coreografia com os membros de sua equipe. Vestido a caráter, com terno preto e óculos escuros, o lutador levantou a plateia. No primeiro round, Jimmo travou Te Huna na grade, mas quando a luta foi para o centro do octógono, um chute alto espetacular do canadense derrubou o australiano, que sofreu uma durissima sequência de golpes, mas sempre buscando defender-se. Mesmo com o supercílio direito aberto e por baixo no chão, Te Huna buscava golpear o rival, principalmente usando os cotovelos. Jimmo resistia e travava a luta, buscando descansar até o fim do round. Te Huna voltou mais cauteloso para o segundo round, e na metade do round conseguiu derrubar o adversário e cair passando a guarda, dominando o pescoço do rival, na posição de 100kg. Bem fisicamente, o australiano dominava a luta no chão e usava os cotovelos e os punhos para golpear o canadense, que sentia o cansaço e os golpes sofridos, equilibrando o combate. No terceiro e último round, os dois atletas se mostravam cansados, especialmente Ryan Jimmo, que travava a luta a todo momento.  Mais inteiro fisicamente, James Te Huna buscava os golpes e perseguia o canadense, dominando o centro do octógono. A dois minutos do fim da luta, o australiano conseguiu a queda, e trabalhou o "ground and pound" para pontuar e evitar a reação de Jimmo, que não tinha mais forças para reagir. No fim, vitória por decisão unânime dos juízes para James Te Huna (29-28, 29-28 e 29-27).
Peso-meio-médio: Che Mills (15-6) x Matt Riddle (8-3)
Conhecido por dar bons espetáculos em suas lutas, o jovem americano Matt Riddle teve pela frente o experiente striker inglês Che Mills, que venceu seis de suas últimas sete lutas. O americano iniciou a luta buscando encurtar a distância e buscando as pernas de Mills. O inglês defendeu bem a investida do rival. Riddle conseguiu a derrubada, mas Mills levantou-se rapidamente. A dois minutos do fim, o inglês acertou bons chutes baixos e combinou com cruzados de direita que acertaram o rosto do americano. Riddle claramente não queria a luta em pé, e conseguiu levar Mills para o solo a segundos do fim, ficando por cima até o fim do round. No segundo round, o americano segurou a perna do inglês logo no início, e derrubou-o. Mills, ao ver que seria derrubado, tentou um chute voador, que não acertou em Riddle. Por cima no chão, o americano lutava com a guarda passada, mas sem conseguir agredir Mills com contundência. A um minuto do fim, Riddle conseguiu a montada, e depois dominou as costas do inglês na grade. No domínio das ações, o americano ainda ficou por cima do inglês, mas sem tentar a finalização. No terceiro round, Che Mills partiu para a trocação aberta, e Riddle novamente buscou as pernas do rival para tentar levar a luta para o chão ou travá-la na grade. No solo, o americano não dava chances ao inglês, ficando por cima e travando o combate. a menos de um minuto para o fim da luta, o inglês conseguiu a raspagem, levantando-se e buscando os chutes nas pernas do americano, que se mantinha no solo. O árbitro mandou Riddle levantar-se, mas não houve tempo para mais nada. No fim, vitória de Matt Riddle por decisão dividida (29-28, 28-29 e 30-27).

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