Carano se diz 'muito aberta' a lutar no UFC sob 'circunstâncias certas'

Lutadora e atriz diz que MMA é seu 'primeiro amor' e que ainda pensa em voltar ao esporte, mas que precisaria se dedicar exclusivamente aos treinos

Por Combate.com Rio de Janeiro

35 comentários

Gina Carano em cena do filme "In The Blood", seu
novo trabalho (Foto: Reprodução)

Uma das pioneiras do MMA feminino nos Estados Unidos, a lutadora americana Gina Carano virou o centro de muita especulação nas últimas semanas após o comentarista oficial do UFC, Joe Rogan, declarar num programa de rádio que a companhia estava planejando um "grande anúncio" para a categoria peso-galo feminino. Carano foi a musa original da modalidade, mas não luta desde 2009, quando embarcou numa carreira profissional como atriz de cinema, que lhe rendeu papéis de destaque em filmes como "Haywire", "Velozes e Furiosos 6" e o novo "In The Blood", ainda sem data para estrear no Brasil.
O presidente do UFC, Dana White, negou recentemente que estivesse negociando com Gina Carano, mas deixou as portas abertas para o retorno da lutadora ao MMA através de sua organização. A atriz, por sua vez, também não confirmou negociações em curso, mas indicou que retornaria e lutaria no Ultimate por determinadas condições.
- Não me importo (com as especulações) nem um pouco. Eu nunca me aposentei, nunca disse isso oficialmente. Por alguma razão, uma parte de mim sempre manteve isso em aberto. Não sei, há uma certa parte de mim que acha que, se as circunstâncias forem certas, e eu pudesse continuar fazendo o que estou tentando fazer do meu futuro, seria um mundo ideal. Se as circunstâncias forem certas, nunca se sabe. Estou muito aberta a isso - afirmou Carano em entrevista ao site "Fox Sports" na noite de segunda-feira.

Gina Carano em fotos sensuais no ringue: a lutadora diz que, se voltasse ao MMA, levaria os treinos a sério e precisaria se afastar dos filmes por um tempo (Foto: Divulgação/GQ)

Assim como Rogan, Carano fez mistério sobre suas discussões com o UFC, mas ficou claro que já houve um diálogo. Também fica aparente que uma das condições seria que ela pudesse seguir investindo em sua carreira como atriz.
- Eu sinto que não posso dizer muito. Tenho toda essa informação que, se eu pudesse falar livremente, isto é o que está realmente acontecendo. Queria poder abrir minha mente e te dizer exatamente as coisas que vi e as conversas que tive, mas acho que para resumir numa forma boa e segura para mim, é que se as circunstâncias forem certas, e se for uma circunstância boa o suficiente, (eu voltaria), porque meu primeiro amor é o MMA. É algo que fiz porque me fazia me sentir bem. Eu não tinha ideia de quão popular o MMA seria. É algo que realmente me endireitou. Não foi yoga, não foi nada mais, e ainda é algo que eu pratico e amo treinar. É claro que não treino para uma luta há muito tempo, então é interessante quando esses boatos começam a surgir. Mas, se eu fizesse algo assim algum dia, eu ia querer as circunstâncias certas - argumentou.
Mais Combate.com: confira as últimas notícias do mundo do MMA

Cris Cyborg (esq.) e Carano fizeram luta clássica
em 2009 (Foto: Esther Lin/STRIKEFORCE)

Gina Carano começou a lutar nas artes marciais através do muay thai e entrou no MMA profissional em 2006. Apesar de apenas cerca de três anos e oito lutas na modalidade, rapidamente se tornou referência tanto pela qualidade técnica quanto pela beleza. Após vencer suas sete primeiras lutas e ser uma das estrelas do EliteXC, Carano disputou o cinturão inaugural do peso-pena feminino no Strikeforce e foi derrotada por Cris Cyborg por nocaute técnico no primeiro round, em 15 de agosto de 2009. Desde então, não lutou mais.
Na época, o UFC ainda não tinha uma divisão feminina, e só adotou uma no ano passado, com o fim do Strikeforce e a absorção da categoria peso-galo, cuja campeã, Ronda Rousey, é a nova musa da modalidade. Rousey, que sempre foi respeitosa quanto a Carano e se disse inspirada por ela, está invicta em nove lutas profissionais e já começou a seguir os passos da mentora, com papéis nos filmes "Velozes e Furiosos 7" e "Os Mercenários 3". Uma luta entre as duas é vista com um grande potencial de marketing.
Para Carano, porém, um retorno ao MMA implicaria numa readaptação ao regime de treinos e a um breve afastamento dos filmes para se preparar para as lutas, especialmente se Rousey estivesse do outro lado.
- Eu certamente levaria algo assim extremamente a sério. Eu me dedicaria a isso, e precisaria de um tempo, porque você está pegando alguém que não luta há um tempo, não tem estado num ambiente de camp de treinamentos e teria de ser feito numa época em que houvesse tempo suficiente para me prepararar para isso, e para ser capaz de me sustentar durante este tempo, porque seria tudo o que eu estaria fazendo. Eu estaria levando isso a sério e isso me tiraria de outros projetos e potenciais projetos em que estou trabalhando neste ponto da minha vida para conseguir. Às vezes, penso desta forma: o que você quer fazer na vida? Quando você chegar aos 80 (anos) e olhar para trás no que fez e nas decisões que tomou, você quer ter orgulho e respeito no que você fez. Ser uma atleta paga e fazer isso de forma tão profissional porque o MMA cresceu... Assim, agora você tem nutricionistas, tem pesquisa para comprovar o que funciona e o que não funciona, é algum muito bonito agora. Lutadores de MMA são alguns dos melhores lutadores do mundo, e agora estão sendo tratados à altura - analisou a atriz/lutadora.